segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

XVII - AS PREVENÇÕES



139- Antes de ouvir, julgando com dois pesos e duas medidas e ausentando-se do diálogo fraterno, a tendência do encarnado é, de regra, cultivar o mau hábito de prejulgar.

140- Com tal atitude cria uma redoma em sua mente e uma barreira em seu coração contra os que o cercam e aquilo que está fora da sua capacidade de conhecimento e entendimento.

141- Não gostar de alguém ou de algo simplesmente porque forma um conceito precipitado a respeito não é, definitivamente, um ato cristão.

142- Eliminar prevenções é imprescindível no contexto da renovação dos sentimentos.

143- Para tanto, o indivíduo necessita de controlar suas emoções, especialmente aquelas que costumam ser desequilibradas, partindo para o diálogo e o convívio, mesmo que, antecipadamente, creia não ser recomendável.

144- Não lhe é obrigatório estabelecer relações de amizade com todos que o cercam, nem amá-los do mesmo modo e com a mesma intensidade. Recomenda-se somente que o encarnado não cultive o hábito de julgar as pessoas ou os fatos pela aparência ou pelo que ouviu dizer, nem sempre expressão da verdade.

145- Imagine que assim fazendo e tornando tal comportamento uma regra, através do exemplo, no seu meio social, também não será julgado indevidamente por outrem, evitando os males que tal prevenção lhe pode trazer.

146- O ser humano deve lembrar-se de que há sempre alguém superior à sua pessoa, cujo julgamento pode pesar como uma clava dolorosa sobre seus ombros, em qualquer setor de sua existência.

147- Um exemplo singelo pode ser construído da seguinte forma: o chefe que possui o hábito de prejulgar os funcionários mais simples sob sua responsabilidade entender-se-á com um gerente a cobrar-lhe, também de forma antecipada, os seus atos. E o gerente será avaliado com antecipação por algum diretor. E esse último, por sua vez, terá o presidente a cobrar-lhe os passos. E assim sucessivamente, pois na teia social é impossível falar em supremacia plena de alguém.

148- Afastar-se das prevenções é medida cristã, cujo resultado frutifica em dois sentidos: de dentro para fora e vice-versa. Vale dizer: tanto é útil àquele que a pratica, evitando prejudicar alguém, como poderá servir para, no futuro, preservá-lo de ser por outrem prejudicado.
Cairbar Schutel

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