sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A Fantasia Espírita

Por Riviane Damásio

Vejo que alguns espíritas vivem num mundo de realismo fantástico. Além de seus mentores lhe enviarem até ajuda para trocar o pneu furado, costumam travar diálogos cotidianos com os espíritos, de modo muito informal e freqüente, eu diria que "desrespeitoso" até... enxotando-os de perto de si com gracejos, quando estão atrapalhando o sono ou chegaram em momentos inadequados...

A relação "amigo-invisível" lembra em muito os relatos infantis, quando a criança com seu amiguinho invisível, conversa, brinca, ri e divide seu lanche.

A questão é que este convívio tão fácil, vulgar e estreito não está relatado desta forma nem na Doutrina Espírita nem mesmo na quase-doutrina (espiritismo à moda da casa). Ouve-se isto nos diálogos, nos causos, nas biografias de médiuns "famosos", etc...ou seja, nos "offs" da vida.

Somado a isto, vem aquela idéia de que tudo é fenômeno espiritual, não no sentido do fenômeno espírita sério, mas TUDO mesmo.

A luz que apaga de repente foi detonada por energias carregadas do pobre coitado que passou sob o poste. O cão ameaçador que voltou e estancou de repente foi parado pelo mentor que deu um “stop” espiritual (embora diariamente milhares de pessoas sejam vitimadas por assaltos, balas perdidas, mordeduras de cães - e tudo sem a ajudinha básica de espíritos de plantão). O despertar súbito às 3 da madrugada... nossa, uma hora bem significativa, que deve ter um sentido oculto! A dor de cabeça é coisa do obsessor... Se bocejar no Centro Espírita, a coisa está brava.

Se a pressão cair então, fica logo internado no Pronto Socorro espiritual.

Caiu a panela, foi espírito; o telefone tocou e parou, foi espírito; tinha uma manchinha na foto, era um espírito; briga na família, é espiritual, no trabalho, idem; sensação de “deja vu”, não pode ser estresse, são vidas passadas.

O acidente foi reajuste, o vendaval também, até o bolo que murchou no forno foi a lei da "ação e reação".

Cheiro de flores? Não foi o vento que trouxe, foram os espíritos, a página abriu justamente naquele capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo que se encaixa... com o que, mesmo? Ufa!

A água do Evangelho no Lar deu bolinhas, então os espíritos intervieram. Foram eles também que induziram aquele sonho esquisito que deve ter sido uma visita assistencial ao Umbral (quem sonha com o lendário Umbral, está sempre fazendo trabalho solidário, nunca vai visitar amigos), ou então uma colônia desenvolvidíssima que fica às margens de Saturno (deu até para ouvir a música que vinha da casa daquele compositor famoso).

Nada disso isolado, me soa surpreendente, mas tudo junto me parece mais uma viagem de Dorothy ou de Alice ao país das maravilhas espirituais... e o pior, a maioria nem médium "ostensivo" é, e vive nestas fantasias encarnatórias (plagiando as fantasias da erraticidade que nos brindou Iso Jorge).

É tanto fenômeno junto cercando algumas pessoas, que não dá para entender o porque de terem encarnado, pois nesta altura, o véu do esquecimento já foi arrancado há muito tempo e vivem numa verdadeira nudez espiritual que se mescla com a vida terrena.

Eu confesso, tenho muito medo de fantasia espiritual. Dizem que pega e a vacina se chama Kardec, mas aqui no Brasil, deixaram de utilizar...

Pode-se trabalhar autoconhecimento e reforma íntima na criança e no jovem?

CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
www.cvdee.org.br  - Sala Virtual de Estudos Educar
Temas destinados à Família e à Educação no Lar


  Tema : Pode-se trabalhar autoconhecimento e reforma íntima na criança e no jovem?

    OOis, Gente Linda do coração, tudo joiinha com vcs? :-)
    A maioria ficou caladinha caladinha semana passada hein(inclusive euzinha - tsitsitsi) :-)) Estou adiantando o tema um cadinho, por causa do texto abaixo ser grandinho, tá bom? ;-)
    Boom, o tema dessa semana começou a se configurar como tema para a gente colocar na nossa grade aqui da educar, através de um questionamento feito em pvt em um outro grupo em pvt tb. E a partir daí colocamos para alguns da equipe CVDEE e um amigo de fora do trabalho. Ao final a equipe educar achou legal inserir o tema aqui para a questão família e educação no lar, para uma conversa maior. :-)
    Então, ao invés de colocar questões específicas, vou colar abaixo o papo que mantivemos(super grande foi o papo) e a partir dele vcs entram colocando suas opiniões, entendimentos, exemplificações práticas, questões, dúvidas, enfim, naquele nosso esqueminha básico: dentro do tema, vc participa da forma que achar melhor, tá legal? ;-)
    O papo (é grande enoooorrrmee tá gente? :-)), começou com a seguinte colocação:

----- Original Message -----
From: :

(...)
Num dado momento,
ao falarmos sobre auto conhecimento, soltei uma questão: a criança tem condições de promover o auto conhecimento, já que está no periodo egocentrico??  E o adolescente? O adolescente que depende tanto da opinião de um grupo, se vê pelos olhos dos outros, consegue fazer um mergulho em si mesmo, para o auto- descobrimento??  As respostas foram diversas.  Os adolescentes (alguns), se revelaram, outros, se rebelaram...rsrsrs

No fim, fiquei sem saber, e transfiro minha dúvida para vocês: uma criança e/ou um adolescente tem condições de promover o auto-descobrimento, o auto-conhecimento e, de quebra, a reforma íntima??

Eu creio que não...

(...)

bjocas

    A partir daí desenrolou-se da seguinte forma(é grande, na realidade, enooooooooooooorme o texto, tá? Mas vale a leitura :-)):

Na minha opinião o adolescente tem sim a capacidade de se conhecer.
Mas isso vai de espírito para espírito. Da mesma forma que um idoso pode ainda não ter a capacidade de se auto-conhecer e realizar a reforma íntima (algo muito difícil), um adolescente pode também não conseguir. Entretanto, como ex-adolescente (18 anos ainda é adolescente?), que começou no espiritismo aos 15 anos e mudou bastante de lá pra cá, creio que NÃO há muita coisa que diferencie as dificuldades enconstradas entre as faixas etárias no que tange à reforma íntima: preguiça, comodismo, a famosa frase: "sou assim e não
vou mudar, quem quiser que me aguente assim"... Falta de entendimento concreto dos ensinos de Jesus.

E a criança?
(agora respondo como evangelizador, visto que não lembro muita coisa a respeito)
Há um garoto de 9 anos que está em minha sala de evangelização. Quando ele chegou na Casa Espírita, era violento e tinha comentários racistas. Hoje em dia é um dos alunos mais carinhosos e caridosos de toda a Casa. Um exemplo. A reforma aí, foi, certamente, ajudada pelas aulas, pela evangelização. Entretanto, vale lembrar que há, sim, mérito da criança. Deus é tão sábio que deu aos pequeninos uma família. Isso não foi a toa. A criança necessita de um guia. Assim diz a doutrina, assim ratifica a natureza.

Acredito muito nos adolescentes, mas infelizmente tem-se muita desesperança nestes hoje em dia. O trabalho espírita com o adolescente, cresce de sobremaneira. Saber aproveitar e valorizar cada fase da vida com suas características específicas, algumas boas, outras nem tanto, é essencial para o futuro dos espíritos que encarnaram tem pouco tempo, e também para o futuro da causa espírita.

Enfim, trabalhemos todos, como melhor meio para a reforma íntima...
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Eis, Gente Linda, tudo na paz? :-)
Ei Lindinha  :-)
Penso que ela pode sim se auto-conhecer, se auto-descobrir, talvez não no sentido de que nós adultos temos, mas no  se "descobrir"(ou re-descobrir, uma vez que são espíritos antigos, só o corpo físico infantil),  de saber o que ela gosta, o que ela não gosta, o que ela sente ,  quais as atitudes que ela tem em comparação com as atitudes de educação moral; de que forma ela pode se colocar perante ela mesma e perante o grupinho dela e onde ela convive. Saber quem ela é e quem pode vir a ser. De que forma ela percebe o mundo; de que forma ela pode agir para mudar algumas coisas que acha que não estão legais pra ela.
Na minha turminha do Centro, costumo fazer este trabalho com eles, fazendo eles pararem e refletirem sobre eles mesmos: sonhos, vontades, desejos e de que forma eles poderão alcançar isso. Isso é uma forma de auto-conhecimento, é um momento cheio de risinhos mas enriquecedor , porque sai um monte de coisas que se refere a autoconhecimento, numa noção "menor" ou "menos complexa" porque está misturado com a educação.
e o resto Lindinh V falou e concordo com ele :-)
tarde feliz procês
beijocas mineiras com carinho no coração
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Verdade, Lu,

concordo com vc. Posso dar um relato melhor quanto aos jovens. Fizemos uma confraternização de juventude este ano cujo tema foi justamente o auto-conhecimento. Foi ótimo. Muito produtivo. O estudo, as atividades, oficinas, tudo levando o jovem a se auto descobrir para se melhorar. Inclusive fizemos um jogo de tabuleiro, com diversas situações do cotidiano do jovem, onde ele tinha q se auto-avaliar, com relação às suas reações. Muito bom.
Beijos p vcs!
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Primeiro, obrigada pelas respostas. Bom demais compartilhar....

Lulu...

Td bem?
Olha só, vejo o auto conhecimento como uma busca de si em si. Um momento absolutamente solitário, independente de influências externas, próprio e único.  Uma reflexão profunda, livre de preconceitos, de julgamentos, de medidas.  Vc se vê como é, e pronto.  Percebo na criança a incapacidade de tal mergulho. Tudo, ainda, fica muito no superficial, ou melhor, tudo gira em torno dela, o mundo é ela. Embora, ela pareça reunir as condições para auto-conhecer-se, pelo próprio egocentrismo, existe algo, que ainda não sei o que seja, que não permite que isso aconteça.  Penso que uma criança,na primeira infância, esteja pronta para receber a Educação Moral, o momento é esse mesmo, mas não tem condições de olhar de si para si. Engraçado isso, justamente, e talvez, porque ela não reconhece o outro.  Mas não tenho muita certeza...

R

Fiquei surpresa quando li tua participação,  obrigada...
Com relação ao jovem, acho que a situação fica mais complicada ainda, justamente por ele ser dependente, num determinado período, das opiniões alheias, da necessidade de um grupo, de ter que se adequar a um grupo para ser aceito e tudo o mais.  Quando digo jovem, digo adolescente, porque juventude independente da idade cronológica, penso.  Talvez, ele consiga caminhar para dentro de si, mas não muito, não sei ainda.  Mas penso: e os hormônios, mudança da estrutura do corpo, alterações de humor, pelos nascendo e tudo o mais, são impeditivos do adolescente se conhecer.  Mal conseguem se olhar no espelho, mal conseguem lidar com o próprio corpo, com sua emoções e paixões em tão alto nível.  Tudo é o fim, tudo é muito grave, os amores, arrasadores....  Não sei se o adolescente tem condições psíquicas para tal.  O auto-descobrimento é um caminho solitário, e o menino ou menina nessa faixa etária, quer mais é fazer parte.  Estar sozinho para eles, é o fim, causa muita dor, depressão e tudo mais.  Nem sei se é saudável o auto conhecimento nesse período, justamente por ser profundo. A não ser  que seja compartilhado, mas aí, sei lá, vai contra o que penso ser o caminho a seguir...

V

Como vai? Eu bem que queria te chamar: Oi bonitinho!!!, mas de repente vc fica bravo...
Eu estava dando aula uma vez, substituindo apenas, uma professora de uma classe de adolescentes, na verdade pré adolescentes.  A coordenadora chegou e falou para mim: Beth, cuidado com eles, são muito barulhentos, não respeitam o professor, não dá moleza prá essa classe.  Era aula de educação física.  Eu fiquei olhando para aquelas crianças, sentadas, me olhando, esperando eu dar as orientações para a aula, todas quietinhas, sorrindo prá mim, então eu pensei: Cadê os "capetinhas"?? São esses??  Eu falei para a coordenadora: eles são ótimos!!! Eles foram ótimos comigo....(diga-se de passagem que eu sou barulhenta...tb)

Parece que a criança, um pouco maiorzinha, traz consigo as crenças recebidas dos adultos: ela (a criança) é violenta, burra, cabeça dura, sem jeito, não adianta mais..., e começa a acreditar nisso, dar isso como verdade. As crianças estão... O auto conhecimento não deixaria isso acontecer.  Tanto é que a criança,  por sua própria energia, tem tudo para conseguir, tem um mundo para conquistar, muitas vezes chega achando que não pode nada, não consegue, não é capaz....Cara(rs), com quem ela aprendeu isso? Com os adultos, claro....

No teu centro, vcs devem ter dado muito amor para esse menino, pq ele mudou o comportamento.  Vcs acreditaram nele primeiro, e ele passou a acreditar em vocês...
Olha a responsabilidade...rs
Mas, mesmo assim, não entendo isso como auto descobrimento.  O que é reforma íntima, conhece-te a ti mesmo,  para uma criança??
(...)
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Pois é ...

Em algumas coisas eu concordo com vc, no q diz respeito ao jovem querer ser aceito no grupo, n gostar de ficar sozinho e tal.
Mas veja bem.. Por que devemos nos auto-conhecer?
Na minha concepção, nos auto-conhecemos para saber nossos limites, nossas falhas, nossos acertos... a partir de então, buscar corrigir os erros, adquirir novas virtudes, destacar ainda mais as virtudes q já te...

TEM MUITA COISA ESCONDIDA COM NOME DE CARIDADE E AMOR

Wanderley Oliveira  - Facebook

Preste atenção nessa frase: “Eu sou uma pessoa muito caridosa. Não consigo ver alguém com algum problema que vou lá e resolvo. Sou muito caridoso, não deixo ninguém na mão e faço tudo para ajudar essa pessoa."
Essa parece ser uma frase de uma pessoa muito virtuosa, mas... Nem sempre.
Por trás desse tipo de conduta pode existir uma lamentável doença. Ela chama-se autoabandono. São pessoas que se abandonam a tal ponto que adoecem seu sentimento de cooperação social e agem mais por culpa que por amor. Não conseguem ver o problema que é do outro sem querer carrega-lo nas costas. Acabam, sendo muito invasivos, enxeridos e mergulham na julgamento.
Sensibilidade e cooperação é um caminho de saúde. Culpa pelo problema que é do outro é enfermidade em qualquer contexto que surja e costuma sufocar o amor verdadeiro.
Não se assuste com essa reflexão e fique sabendo que por trás de muitas atitudes de suposto amor ou caridade, existem sentimentos e interesses que se você tomasse consciência repentinamente, certamente morreria de vergonha e pediria ajuda para você.
Em muitos casos o que existe ai é apenas julgamento e não amor. E quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Palestra sobre Reforma íntima - PPS

http://minhateca.com.br/Alblima/PPS/Apresenta*c3*a7*c3*a3o+reforma+intima+2,266062.pptx

O que cobre o véu da ilusão?

Se é tão fácil, ter sucesso, porque é que a maioria não o tem, se é tão fácil ser feliz, porque será que a maioria não o é. Se afinal todas as receitas estão escritas nos livros de auto ajuda e no caminho do desenvolvimento pessoal, o que cobre o véu da ilusão?

Por Maria Melo

in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013


Cada vez é mais frequente ouvir falar em auto ajuda, espiritualidade, New Age. Entramos numa livraria e deparamo-nos com uma secção de livros que nos falam de poder interior, energia, de uma variedade de disciplinas que contribuem para o sucesso, bem-estar e felicidade do ser humano nos tempos atuais. Esta nova onda chamada de Nova Era (New Age) tem feito sentir os seus efeitos de alguma forma no nosso quotidiano, nas nossas vidas.

Mas então o que é isto da Nova Era?

Há cerca de trinta anos, formou-se um movimento cultural/filosófico/religioso, que pretende reagir contra o presente estado da humanidade, tentando criar o despertar da consciência através da transformação espiritual. Segundo o autor Nevil Drury, as origens do movimento podem ser encontradas nos séculos 18 e 19, através das obras de Emanuel Swedenborg, Franz Mesmer, Helena Blavatsky e George Gurdjieff, que lançou alguns dos princípios básicos filosóficos que mais tarde vieram a influenciar o movimento. Ganharia um novo impulso na década de 1960, tendo influência da metafísica, autoajuda da psicologia, e dos vários gurus indianos que visitaram o Ocidente durante essa década.

Desta forma, as ideias e objetivos deste movimento parecem recolher elementos orientais, das terapias alternativas, da psicologia transpessoal, a ecologia profunda e outras correntes.

 A comercialização e a mistura de todos estes conceitos, na possível tentativa de proclamação de uma nova época para a humanidade, faz nos pensar se não estaremos perante a verdadeira ilusão de que a salvação pessoal passa pelo outro e não pela responsabilização do próprio, pelas suas escolhas, atitudes e ações.

Em quase todas as épocas o homem sentiu a necessidade de evoluir, de se auto descobrir, de tornar mais presente a sua presença neste mundo, de se reconhecer e de encontrar respostas a questões como, quem sou eu? e para onde caminho?

O caminho do desenvolvimento pessoal quase sempre esteve presente nas várias culturas, através de várias ciências como a psicologia, a filosofia ou mesmo a teologia, com maior referencia ou menor protagonismo, não serão novas estas questões nem certamente as respostas de hoje serão tão diferentes das de outras épocas, se tivermos em conta o enquadramento e a evolução social do ser humano.

Assim, na busca desse desenvolvimento poderá ser preciso reconhecer a possibilidade da existência da ilusão na sociedade em geral. A ilusão associada a variadas circunstancias como o dinheiro, o poder, o controle do outro, os relacionamentos, as expectativas. Desviando-nos da capacidade de compreensão que possivelmente o único responsável pela felicidade, evolução e crescimento, somos nós próprios, na medida que cada um escolhe e se disponibiliza à mudança.

Esta mudança para uma maior responsabilização do outro pela sua vida, através de uma abordagem mais positiva poderá sublinhar a autonomia e potencializar o individuo, assumindo a sua responsabilidade pessoal e social, promovendo a evolução a nível comunicacional, emocional e relacional, não descorando a realidade dos obstáculos da vida mas tornando-os talvez comparativamente com as potencialidades desta, menos relevantes.

Mas para isso será preciso estar informado de uma forma construtiva e não de uma forma ilusória, onde a mensagem que é passada em que a vida se tornará simplesmente fácil e cor-de-rosa como nos contos de fadas. Informação que nos permita realmente poder saber o que escolher para as nossas vidas, com otimismo e esperança, criando a possibilidade de vivermos vidas refletidas, informadas e com experiencias emocionais positivas saudáveis (alegria, amor…), conscientes das nossas potencialidades e dedicadas ao bem comum.

“Quando sucumbimos à ilusão ficamos como se fôssemos viajantes do deserto que acreditam ser real uma miragem”

Maria Melo
Life coach e co-fundadora da Akademia do Ser

domingo, 8 de dezembro de 2013

Véu da Ilusão.


Ultimamente, tenho me deparado com várias pessoas que reclamam da vida que levam. Mais do que isso: pessoas que declaram preferir viver no mundo das ilusões ao invés de encarar a realidade. Há aqueles que têm consciência disso e alguns outros, vivem sob um véu ilusório e nem se dão conta disso.
Acho que muitos ainda não entenderam que fugir do real não vale a pena e se resume, apenas, a uma perda de tempo e energia.
Muitos dizem estarem satisfeitos com seus trabalhos quando, lá no fundo, eles representam um fardo pesado e desgastante; outros comentam serem felizes em seus relacionamentos amorosos quando seus olhos, sem brilho, dizem exatamente o oposto; há os que veneram os amigos (amigos?), porém, se anulam a cada dia para continuar fazendo parte de um grupo… e aqueles que, frente a uma situação complicada, declaram estar ‘tudo bem’ quando, na verdade, seus medos e inseguranças estão mais fortes do que nunca.
As pessoas criam um mundo tão perfeito e cheio de detalhes para evitar encarar de frente os desafios da vida que chega um momento que não sabem mais discernir entre o que é sonho e o que é realidade. Pare por alguns minutos e com a consciência da sua luz,  tente identificar aquilo que você sublimou para evitar conflitos ou grandes desafios.
Vale mencionar que, como seres humanos, isso é totalmente normal – é como se acionássemos um mecanismo de defesa interno e ligássemos a chave ‘sonho’ vestindo nossas lentes cor-de-rosa. Porém, sabemos que, enquanto não lidarmos com os desafios que a vida nos traz integralmente, ficaremos patinando no mesmo lugar, sem caminhar, crescer ou evoluir.
Ninguém está aqui para ser o ‘sr. ou a sra. Perfeitinha (o)’. Não, você não tem que estar bem todos os dias, ter as respostas para todas as perguntas e estar equilibrado 24hs. Claro que seria ótimo se assim o fosse, mas ainda estamos caminhando para isso.
Querer sustentar essa imagem faz com que, quando alguma situação nos desestabiliza, montemos mentalmente algo que nos afaste da realidade: viver na ilusão é mais cômodo, porém, em nada nos auxilia.
Vale termos a humildade de dizer ‘eu preciso de ajuda’, vale ter amor-próprio para aceitar os dias em que você não acorda ‘lá muito bem’, vale ter coragem para encarar os desafios de frente!
Sonhar é importantíssimo. Traçar metas, idealizar é fundamental. Porém, a maioria das pessoas se esquece que até chegar ao objetivo desenhado, existem todos os passos de uma longa caminhada e cada passo, dado conscientemente, é importante e essencial.
Lute para ter o que deseja. Se respeite ante de tudo e valorize cada conquista. Aos poucos, viver na ilusão não fará mais sentido para você que, agora, reconhece cada episódio da realidade como uma importante passagem para se chegar ao capítulo final.
Amor, luz e consciência. Sempre
Cíntia Michepud

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A verdade ou a ilusão ?

A verdade ou a ilusão ?

Espiritismo
J. Garcelan
j.garcelan@uol.com.br

De vez em quando encontramos um irmão hesitante entre não continuar ou prosseguir na Doutrina Espírita. Ou ainda aqueles que, não encontrando o que estavam buscando, "desertam" em busca de ilusões materialistas onde possam satisfazer suas vontades, não importando o que Jesus deixou como herança para a Humanidade, ou seja, uma "Formula de Bem Viver", inserida no Novo Testamento e em o "Evangelho Segundo o Espiritismo". Este último, esclarecendo com nitidez as palavras do Messias não dando azo a interpretações dúbias.
Muitos desses irmãos adentram um Centro Espírita pela dor. Aconselhados por espíritas ou outras pessoas que foram beneficiadas pelos fenômenos mediúnicos ou pela momentânea fé que se fez presente por alguns momentos tendo como resultado, uma cura de curta duração quando o mal é de origem espiritual. Digo curta, pois, geralmente, as pessoas não buscam se reformar intimamente e, certamente, terão suas mazelas de volta em pouco tempo. Se houver persistência na luta contra os vícios morais e materiais que todos nós carregamos, teremos uma qualidade de vida material e espiritual bem melhor até o desencarne e após ele.
No Capítulo XXIV do "Evangelho Segundo o Espiritismo", CORAGEM E FÉ, item 15, há uma frase que se destaca no texto: "aqueles que tiverem medo de se confessarem discípulos da verdade, não são dignos de serem admitidos no reino da verdade¹".
O sincretismo religioso ainda é bastante visível nos centros espíritas espalhados pelo Brasil. Influenciados que foram durante séculos por dogmas criados pela Igreja Cristã e a seguir Católica, as pessoas acomodadas em apenas ouvir, durante séculos sofreram lavagens cerebrais e, agora, apenas após 150 anos de Codificação do Espiritismo, essa herança ainda persiste.
Assim, das inúmeras criaturas que buscam as Searas Espíritas, poucos aceitam os ensinamentos com fervor e ali vão apenas à busca de lenitivo. Outras, em menor número, aceitam com AMOR os ensinamentos cristãos sem as deturpações ou congruências que foram efetuadas na doutrina por interesses pessoais.
Infelizmente, conheci vários irmãos que labutavam no Espiritismo, no intuito de apenas servir. Mas a coragem e entusiasmo dos primeiros momentos se arrefeceram ao verificarem que a continuidade voluntária na seara exigia uma reforma íntima que estavam longe de cumprir. Assim, preferiram enveredar ou continuar pela Porta Larga onde os prazeres da carne poderiam ser atendidos "sem culpa".
O Espiritismo, ao contrário das outras religiões, nada proíbe; apenas esclarece e alerta para as conseqüências dos defeitos (ou males) morais e materiais se estes não forem extirpados ao longo de muitas encarnações.
Naturalmente, o "candidato a espírita" ao tomar conhecimento que os vícios materiais - álcool, fumo, luxúria etc. e os vícios morais: o ódio, o rancor, o orgulho, o ciúme e assim por diante e, principalmente que "Fora da Caridade não há Salvação" e "Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente à razão, em todas as épocas da Humanidade" (Allan Kardec); e que deverá espontaneamente praticar a uma REFORMA ÍNTIMA, como disse no início deste artigo, "desertam", pois acha não ter forças de abandonar ou pelo menos atenuar, os prazeres quão a vida oferece através da "Porta Larga". Assim, como o avestruz, coloca a cabeça em um buraco para não ver o que se passa a sua volta, pensando assim escapar de seus inimigos ou da realidade, ou seja, DA VERDADE.
Esses "desertores" não conseguem ver o que a vida lhes se apresenta. E, assim, como "auto-hipnotizados" tentam acreditar que minutos antes de morrer(desencarnar) basta se arrepender para ter perdoado seus pecados e, assim, ganhar o reino dos céus.
Triste ilusão. A estatística mostra que uma grande porcentagem de católicos no Brasil acredita na reencarnação. Isso se dá em razão do Espiritismo e de religiões outras de origem orientais e afro-brasileiras; apesar de não cultuarem a doutrina de Jesus (nem todas) acreditam e se baseiam na vida após a morte e a volta do espírito para resgate de seus erros do pretérito.
Além disso, foram muitos os pioneiros do Espiritismo que influenciaram Regiões inteiras do Brasil, apesar da população mesclar o Espiritismo com o Catolicismo, Umbanda, Candomblé etc., daí o sincretismo. Mesmo assim, com a fotografia de Eurípedes Barsanulfo na parede (fato comum em cidades e vilas do Triângulo Mineiro) que chamam de "seu Euripes" e Francisco Cândido Xavier começar a ocupar as paredes de muitos "devotos", a população de uma maneira geral, salvo exceções, freqüentam o Centro local e a Igreja. Continuam a batizar seus filhos, ir a missas e casar como manda a tradição. Tudo isso se deve a falta de estudo e de uma educação mais apurada.
É interessante se observar que as pessoas aceitam a reencarnação com naturalidade, pois instintivamente, observando a natureza e, ouvindo palestras de pessoas estudiosas que se dedicam a divulgar o Espiritismo, pouco a pouco vão se acomodando as lições da Codificação, mas insistem em manter tradições milenares.
Ainda mencionando o mesmo capítulo do Evangelho (XXIV), agora em seu item 16, destacamos a frase final: "Semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual; lá, colherão os frutos de sua coragem ou de sua fraqueza²". Cabe aos dirigentes espíritas se conscientizarem de que não devem levar em "banho-maria" a falta de conhecimentos dos freqüentadores dos Centros, com medo de estes não mais voltem. Com essa atitude (muito comum) estarão atrasando o avanço da Doutrina.
O dirigente deve e tem o dever de se aprofundar nos estudos para repassar aos ouvintes o conhecimento que adquirir e não ter nenhum receio de tocar em assuntos "nevrálgicos" como os dogmas criados pela Igreja que levaram a tradições e cultos exteriores, práticas estas, que não existem na Doutrina Espírita.
Bibliografia:- ¹ e ² O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XXIV - Edição I. D.E-1984.

Publicado no Jornal O CLARIM n.05/dezembro/2007- página 05.

A paixão... ah... a paixão...

A paixão... ah... a paixão...
Breno Henrique de Sousa
(12 de junho de 2008)


- A paixão, meu amigo, é uma febre efêmera, resultado de uma reação bioquímica, que como qualquer outra reação é temporária. É uma emoção anfetamínica. Em linguagem mais psicológica, podemos dizer que é um fenômeno de projeção onde nos apaixonamos por nossa contraparte idealizada na outra pessoa. É tão só um deslumbramento passageiro. Eu já superei tais infantilidades psicológicas. Apaixonar-se na origem da palavra grega significa estar submetido a algo ou a alguém de maneira que não somos mais senhores de nós mesmos. Deus me livre de tão triste situação! Sou livre e por isso não preciso me apaixonar. Só o amor é verdadeiro, a paixão é uma ilusão que deve ser vencida. Os especialistas já dizem que a paixão é passageira e que não tarda mais que dois ou três anos para cessar por completo. Por que perder tempo com tal coisa?

Que saco! Sempre escuto algumas pessoas falarem assim. Na verdade eu nunca acreditei tanto nessas palavras. Parece que estou lendo um dicionário ou um manual de patologias psíquicas para falar de um fenômeno de natureza tão oposta. É como colocar um narrador de futebol para traduzir uma sinfonia de Mozart.

Sempre me intrigou o fato de que se o princípio que rege as paixões é falso, por que então ele existe na natureza? Por que permite Deus que nos apaixonemos? Allan Kardec não deixou isso passar despercebido e mais uma vez me surpreendeu. O Espiritismo, quando o conheci, que se me desvendava uma Doutrina tão racional, em minha expectativa teria uma opinião próxima a do primeiro parágrafo, mas vejamos o que Kardec pergunta e qual a resposta dos Espíritos em O Livro dos Espíritos:

907. Será substancialmente mau o princípio originário das paixões, embora esteja na Natureza?
“Não; a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal.”

Que maravilha de resposta! O princípio que origina as paixões foi colocado em nós para o bem. Não é apenas uma trama cruel de nossos genes ou uma armadilha psicológica. É bem verdade que a paixão, assim como todos os sentimentos, tem uma fundamentação biológica. O corpo humano é um complexo concebido para manifestar as possibilidades do ser espiritual, assim como responde ao comando mecânico de nossa vontade, é preparado para responder emocionalmente de forma que os hormônios desencadeiam uma série de reações que conhecemos muito bem quando estamos com raiva, ou quando estamos apaixonados.

Também é verdade dizer que ao nos apaixonarmos projetamos nossas necessidades e expectativas no outro, de forma que o outro se torna a ilusão do que sonhávamos para atender nossas necessidades e caprichos. Mas a paixão só é destruidora para as almas inferiores porque as pessoas desequilibradas não conseguem ter domínio sobre a paixão e usufruir dela moderadamente. A paixão, assim como qualquer outra coisa, torna-se-lhes um fator de desequilíbrio.

908. Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?
“As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso desde que passe a governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos, ou para outrem.”

Diria que o desequilíbrio é uma criação do nosso ego e não está necessariamente no princípio que gera a paixão. A paixão é em princípio o deslumbramento, o interesse, o fascínio e a admiração. É uma sensação de sentir que algo ou alguém é especial e que há uma magia em torno deste algo ou alguém e esta magia nos mantém cativados e ligados a este ser ou objeto. Está relacionada com uma sensação de incompletude que impulsiona a humanidade ao progresso. Se o ser humano fosse completo e acabado ele não se apaixonaria por nada. É a incompletude que o faz buscar algo e/ou alguém que lhe dê alguma compensação emocional. É por isso que dizem os Espíritos que o princípio das paixões foi colocado no homem para o seu bem e a paixão o tem feito realizar grandes coisas em benefício do seu progresso:

As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o auxiliam na execução dos desígnios da Providência. Mas, se, em vez de as dirigir, deixa que elas o dirijam, cai o homem nos excessos e a própria força que, manejada pelas suas mãos, poderia produzir o bem, contra ele se volta e o esmaga.

Todas as paixões têm seu princípio num sentimento, ou numa necessidade natural. O princípio das paixões não é, assim, um mal, pois que assenta numa das condições providenciais da nossa existência. A paixão propriamente dita é a exageração de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal, quando tem como conseqüência um mal qualquer.

O que combatem os Espíritos é a situação em que a paixão fortalece nossa natureza animal e nos distancia da natureza espiritual. Quando a paixão é direcionada para um ideal nobre, para uma grande realização, ela é sempre positiva. O problema é que ela tem sido usada apenas para a realização de nossos interesses mesquinhos e egoístas.

Mas estamos no dia dos namorados, o que você leitor quer saber é se essa paixão dos namorados é boa ou ruim, verdadeira ou falsa; se devemos ou não nos deixar levar por ela ou fazer como anuncia o primeiro parágrafo. Eu respondo. Ela é falsa, mas se deixe levar por ela mesmo assim. Aliás, de certa forma, tudo aqui é falso meu amigo! O que você acha que é real? Todo mundo sabe que a paixão passa um dia e que sobre a pessoa por quem nos apaixonamos e projetamos nossas ilusões é muito provável que o outro não corresponda plenamente a essas expectativas causando-nos desilusão.

As ilusões existem por uma razão. Elas não estão aí apenas para nos despistar. A ilusão é um esboço mal feito da realidade porque não conseguimos ainda enxergar a realidade. Ainda somos seres inferiores e incompletos, não podemos compreender plenamente a vida em sua essência espiritual mais pura. A matéria exerce um papel fundamental em nossa caminhada evolutiva, permitindo que gradualmente conheçamos as verdades espirituais. Se não fossem as ilusões, não descobriríamos a realidade. Como distinguir as coisas sem contrastes? O que é a ilusão se não o contraste que nos permite distinguir a realidade? Exemplificando, é como se eu lhe mostrasse a foto de uma amiga minha, você fará uma idéia de como ela é melhor do que outra pessoa a quem eu apenas a descrevi com palavras, mas só eu sei de fato como ela é porque eu a conheço pessoalmente. Se eu te peço para buscá-la no aeroporto, provavelmente você a encontraria mais rápido do que alguém que não viu a foto. Assim, apesar da imagem da foto não ser a realidade, ela foi útil e te ajudou a conhecer a realidade e encontrar minha amiga mais facilmente. Você pode até se decepcionar e achar que ela era mais bonita na foto, pode até nem querer encontrá-la com medo que isso aconteça e permanecer apaixonado pela foto, isso sim seria uma distorção e uma fuga da realidade. Há pessoas que preferem viver sempre apaixonadas e fogem de um relacionamento sempre que se deparam com a realidade, são ainda imaturas espiritualmente e não entenderam ainda a finalidade das ilusões.

Vivemos em um mundo de ilusões, temos uma imagem ilusória de quem somos e uma imagem ainda mais ilusória de quem é o outro, mas se não nos interessarmos por essas ilusões, como descobriremos um dia a verdade? Se a vida é uma ilusão, devo por isso perder meu interesse pela vida? A ilusão, meus amigos, é só uma das facetas da realidade porque no universo só existe a realidade, e se criamos ilusões, de alguma forma elas são reais e necessárias porque nós as criamos.

A paixão se metamorfoseará em amor quando existir uma relação equilibrada; a paixão sonha em transformar-se em amor porque é o amor que dá sentido à vida e é a razão e o alimento da própria vida. Assim não há problema se você se apaixona pela bela moça desconhecida. Não precisa se sentir inferior ou culpado por apaixonar-se por alguém que nem conhece direito. Se você conhecesse direito não se apaixonaria mesmo, porque quando conhecemos bem alguém já não há espaço para nos iludirmos. Mas lembre-se do que dizem os Espíritos, devemos manter controle sobre a paixão para que ela não nos domine e dê vazão às nossas psicoses, neste caso ela se tornará patológica. É o caso dos que se apaixonam todos os dias por uma pessoa diferente ou que perdem os limites da razão, da civilidade e até da legalidade para submeter o outro às suas fantasias.

A atração física é um processo natural e biológico. Não é pecado. Se você não sente nenhuma atração física pelo sexo oposto isto pode ser patológico, você pode estar sob algum recalque ou repressão psicológica causada por algum trauma ou desilusão passada, algum abuso ao qual foi submetido(a), ou talvez tenha algum problema hormonal que comprometeu suas funções biológicas, é bom procurar um especialista. A maioria das vezes que um homem se aproxima de uma mulher, e vice versa, isso ocorre por um interesse físico, mas nos dias atuais isso não garante que o outro fique ao seu lado. A maioria dos religiosos se sente culpada por sentirem atração física por outra pessoa e vivem lutando contra isso. O desejo reprimido se torna patológico e pode virar distúrbio no futuro. O ideal é encarar o processo com naturalidade. Se sentimos atração, ótimo!, isso quer dizer que estamos vivos e saudáveis. O que faremos com isso é uma questão de princípios. Para as pessoas mais vividas, basta uma primeira conversa para saber se a moça ou rapaz são apenas uma carinha bonita ou se tem algum tutano.

Outro fato interessante é que depois de viver muitas paixões e descobrir que beleza física, caráter e inteligência dificilmente andam as três juntas, as pessoas descobrem que mais vale abdicar de certos padrões rígidos de beleza e privilegiar o caráter e inteligência, isso, claro, se se tratar de uma pessoa de bom caráter e com um mínimo de inteligência. Até porque a beleza é corroída pelo tempo enquanto as outras características se fortalecem com ele. Você quer saber se está escolhendo a pessoa certa? Imagine-se velho ao lado desta pessoa, sem beleza e sem glamour e pergunte-se se você suportaria estar ao lado dela assim mesmo. Se a resposta for não, então pule fora! É interessante também que nos deixamos seduzir porque o outro alimenta nossas expectativas e ilusões. Sobre este aspecto, outra coisa que aprendemos com o tempo é a não nos iludirmos com palavras bonitas e juras de amor eterno e estar mais atento para as atitudes do ou da pretendente. Não é um bom sinal quando as atitudes contrariam o que dizem as palavras.

Eu queria propor uma reflexão aos defensores das máximas do primeiro parágrafo. Apenas quero refletir sobre o motivo real que os levaram a pensar assim. Muitos dos que dizem evitar ou fugir das paixões, no fundo fogem da vida e de vivenciar emoções sobre as quais não tem controle. São medrosos e tem baixa estima e baixa tolerância a frustração e aí ficam com esse discurso intelectualóide, fingindo ser inabaláveis e estarem acima da carne seca.

Acham que por evitarem as paixões evitarão também frustrações e sofrimentos. Vivem uma vida insípida e sem graça. Eles não desistiram apenas de se apaixonar por alguém, mas desistiram de se apaixonar pela vida. Depois de quebrar a cara algumas vezes, as pessoas geralmente endurecem seus corações e dizem que não vão mais se apaixonar, mas basta assistir uma comediazinha romântica para ficar dando suspiros e escondendo as lágrimas. Todos sonhamos com um final feliz! Destes bem caretas e previsíveis.

Afinal, existe coisa menos original que a paixão? Sim, é sempre a mesma história que se repete, não é nada original, ela parece brega e superada, ela inspira canções e histórias que parecem todas iguais e que no final acabam com um casal apaixonado que viveu feliz para sempre, e apesar de brega e pouco original, nada consegue se manter na moda por tanto tempo. A indústria cinematográfica e a mídia exploram essa nossa necessidade para vender seus produtos. Lembre, a paixão existe por nossa incompletude, por nosso anseio de progresso que nos leva a buscar uma simetria que ainda não existe no campo do nosso sentimento. O sonho de nos completarmos projeta-se no mundo e nas pessoas fazendo-nos apaixonarmos. Desistir de se apaixonar é desistir de progredir é desistir de sonhar.

Outro fator fundamental para a nossa saúde psíquica é que precisamos viver emoções. Como diz Roberto Carlos: “Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”. desculpem-me se estou ficando meio brega, mas se estou falando de paixão, tenho licença para sê-lo. Viver é aprender com as emoções. Afinal, o que todos queremos é ser felizes e felicidade é um sentimento. Como você vai aprender a “se sentir feliz” se você se priva de sentir qualquer coisa? As pessoas frustradas ficam congeladas emocionalmente, tornam-se loucas ou psicopatas. Quando nos permitimos viver uma paixão, estamos nos permitindo sonhar e o sonho não te dá garantias de que se realizará; o sonho só te dá esperanças. Temos medo de ter esperanças e nos decepcionarmos e assim preferimos ser pessimistas e dizer: “Eu não preciso de sonhos e ilusões”.

Admiro, sobretudo, as pessoas mais experientes, que apesar de terem passado por muitas desilusões amorosas são capazes de se apaixonar novamente. Não inexperientemente como na adolescência, mas sem perder a magia e a esperança. Eu mesmo sou um grande apaixonado. Enquanto escrevo estas palavras toca aqui o CD do espanhol Luis Miguel, romantíssimo! E é claro que também tenho uma musa inspiradora para escrever assim sobre a paixão. Como eu poderia escrever assim se não fosse um apaixonado? Sou do tipo que ainda manda flores e que já varou noites escutando músicas românticas, mas que no outro dia está de pé com os pés no chão sem perder o senso prático da vida. Mas, antes de tudo, sou um apaixonado pela vida e me divirto com cada desilusão como se assistisse uma virgem que despe cada um dos seus véus em uma dança sensual. As ilusões são véus que tornam a verdade mais sensual e misteriosa.

Frases sobre Ilusão

http://pensador.uol.com.br/ilusoes/5/

Eliminando Ilusões

Fundamento doutrinário:

Novo Testamento,
- Evangelho de João, capítulo 18, versículo 36;
- Evangelho de Lucas, capítulo 10, versículos 41 e 42.


Reflexão:

Para caminhar em segurança pela trilha do Bem, temos de nos despojar de cada traço de ilusão que construímos para nós. Para fazer isso, devemos refletir profundamente a respeito do porquê de estarmos na Terra.

Estamos aqui em busca de riqueza? De fama? De beleza? Estamos aqui para sermos felizes?

“A felicidade não é deste mundo”. Esta é a verdade que nos liberta.

Estamos aqui para viver as conseqüências boas ou ruins de nossos atos anteriores, praticados nesta vida ou em outra. É essa a razão pela qual ninguém nesta Terra irá experimentar uma vida completamente livre de problemas. A felicidade não é a meta que devemos perseguir; quem quer que passe a vida toda buscando a felicidade se frustrará, pois neste mundo ela vem e vai, é absolutamente instável.

Uma vez aceitando e compreendendo esta verdade, torna-se mais fácil lidar com aquilo que desejamos e sabemos que não podemos ter (a menos que esteja nos planos de Deus para nós).  Às vezes queremos algo com tanta intensidade que parece que, se não o obtivermos, não conseguiremos mais viver – e então escancaramos as portas das nossas mentes para o desequilíbrio. Algumas pessoas criam até uma vida imaginária em que tudo é possível, e perdem um tempo precioso alimentando essa ilusão, um tempo que poderia ser gasto realizando conquistas verdadeiras na seara do Bem.

Perceber a razão de estarmos aqui ajuda a eliminar a ansiedade e angústia que essas ilusões trazem.

Portanto, na próxima vez em que nos sentirmos ansiosos devido a um intenso desejo por algo que não possuímos, seja fortuna, aclamação pública, beleza, ou qualquer outra coisa, lembremo-nos de que nossa missão na Terra é aproveitar a oportunidade, graciosamente dada por Deus, de aprender e nos redimirmos de erros anteriores, tentando sempre agir conforme os preceitos do Cristo. Temos infinitos motivos para sermos gratos à misericórdia Divina. Não desperdicemos essa maravilhosa oportunidade desejando coisas que não importam para o nosso crescimento espiritual.

E esse pensamento trará paz aos nossos corações.




Vamos orar juntos?


Senhor Deus, que sois Todo bondade e Todo misericórdia, em nome de Jesus pedimos o Vosso auxílio, por intermédio dos Bons Espíritos, para que nos livremos das ilusões deste mundo e possamos buscar o que realmente importa para a verdadeira vida. Ajudai-nos, Senhor, na tarefa do auto-aprimoramento, pois sem a Vossa misericórdia nada somos e nada podemos.

Que assim seja.


Sugestões para a semana que se inicia:

- analisemos as preocupações que temos tido ultimamente: alguma delas se refere a coisas fúteis, como aparência?

- peçamos o auxílio de Deus para identificar e eliminar as ilusões que alimentamos, a fim de que não desperdicemos a existência presente com frivolidades. Peçamos também o auxílio divino para identificar tudo aquilo por que vale a pena trabalhar.

Como surgiu a ilusão?

Como surgiu a ilusão?

Vivekananda: “Mas como se explica que o que é infinito, sempre perfeito, sempre abençoado, Existência-Conhecimento-Bem-aventurança Absoluta, viesse a ficar sob tais ilusões? É a mesma pergunta que tem sido feita em todo o recanto do mundo".

Na forma vulgar a questão é assim proposta: "Como veio ter ao mundo o pecado?"


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Em outras palavras, como surgiu o “mal” no mundo?? Como o que é perfeito pode ter criado o imperfeito?? Como o que é real produziu a ilusão??

No dualismo encontramos várias respostas, uma delas é a visão ubaldiana de “queda e salvação”, como explicita Gilson Freire nesse artigo:

 http://www.freire.med.br/default.asp?id=18&ACT=5&content=52&mnu=18


Na visão espírita, o livre-arbítrio do Espírito teria criado o “mal” no mundo. Será??

E temos os mitos, como os de Adão e Eva, o de Prometeus e a caixa de Pandora etc.


Swami (mestre) Vivekananda aborda a questão da seguinte maneira:

“ Pode qualquer realidade produzir ilusão? Certamente não. Vemos que uma ilusão produz outra, e assim por diante. É sempre a ilusão que produz ilusão. É a doença que produz doença e não a saúde que produz doença. A onda é a mesma coisa que a água; o efeito é a causa sob outra forma. O efeito é ilusão, portanto, a causa deve ser ilusão. Que produziu essa ilusão? Outra ilusão. E assim vai, sem princípio. A única pergunta que vos resta fazer, é: "Não rompe nosso monismo o fato de termos duas existências no universo - uma o Eu, e a outra a ilusão?" A resposta é: "A ilusão não- pode ser chamada uma existência. Milhares de sonhos entram em vossa vida, mas não formam qualquer parte de vossa vida. Os sonhos vêm e vão: não têm existência. Chamar existência à ilusão seria sofisma. Há, portanto, apenas uma Existência indivisível no universo, sempre livre e sempre abençoada, e é isso que sois". É essa a última conclusão a que chegaram os advaitistas.

“ Acabamos de ver que o Eu não pode ver a si próprio. Nosso conhecimento está dentro de uma teia de maya, de irrealidade, e além disso fica a libertação. Dentro da teia há escravidão e tudo está sob a lei. Para além não há lei. No que se refere ao universo, a existência é governada pela lei, e para além dele fica a liberdade. Enquanto estiverdes na teia do tempo, do espaço, da causalidade, dizer que sois livres é tolice, porque essa teia está sob lei rigorosa. Todos os pensamentos que tendes são causados, todos os sentimentos são causados, e dizer que a vontade é livre não passa de mera tolice. Só quando a Existência infinita vem, por assim dizer, para essa teia de maya, é que ela toma a forma de vontade. Vontade é uma porção daquele Ser, apanhada nas teias da maya; portanto, a vontade é um nome falso, uma denominação imprópria. Nada significa - simples tolice. Assim é todo esse falatório com respeito a liberdade. Não há liberdade em maya. Não há liberdade enquanto não fordes além de maya. Essa é a verdadeira liberdade da alma.”


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/outras-doutrinas-espiritualistas/como-surgiu-a-ilusao/?PHPSESSID=2d94077496b575962589d14d91e90dae#ixzz2mPcndxu1

O EU E A ILUSÃO - Joanna

Livro: Amor Imbatível Amor: Capítulo 13 - O EU E A ILUSÃO

A trajetória de predominância do ego no ser é lar­ga. A descoberta do eu profundo, do ser real, da indivi­duação é, por conseqüência, mais difícil, mais sacrificial, exigindo todo o empenho e dedicação para ser lo­grada.
Vivendo em um mundo físico, no qual a ilusão da forma confunde a realidade, o que parece tem predo­mínio sobre o que é, o visível e o temporal dominam os sentidos, em detrimento do não visível e do atemporal, jungindo o ser à projeção, com prejuízo para o que é real, e é compreensível que haja engano na eleição do total em detrimento do incompleto.
Esse conflito — parecer e ser — responde pelos equívocos existenciais, que dão preferência ao que fere os sentidos, substituindo as emoções da alma, além das estruturas orgânicas. Estabelece-se, então, a prevalência da ilusão derivada do sensorial que a tudo comanda, no campo das formas, desempenhan­do finalidade dominante em quase todos os aspe­ctos da vida.
Submerso no oceano da matéria o ser profundo — o eu — encontrando-se em período de imaturidade psico­lógica, deixa-se conduzir pelo exterior, supondo-se di­ante da realidade, sem dar-se conta da mobilidade e estrutura de todas as coisas, na sua constituição mole­cular.
O campo das formas responde pela ilusão dos sen­tidos, que se prolongam pelos delicados equipamentos emocionais, dando curso a aspirações, desejos e com­portamentos.
A ilusão, no entanto, é efêmera, quanto tudo que se expressa de maneira temporal. A própria fugacida­de do tempo, como medida representativa e dimensio­nal da experiência física, traí o ser psicológico, cujo es­paço ilimitado necessita de outro parâmetro ou coor­denada que, ao lado de outra coordenada espacial, faculta a identificação univocamente de um fato ou ocor­rência.
O ser psicológico movimenta-se em liberdade, po­dendo viver o passado no presente, o presente no mo­mento e o futuro, conforme a projeção dos anseios, igualmente na atualidade. As dimensões temporais ce­dem-lhe lugar às fixações emocionais, responsáveis pela conduta do eu profundo.
Face a essa distonia entre o tempo físico e o emoci­onal, cria-se a ilusão que se incorpora como necessida­de de vivência imediata, primordial para a vida, sem o que o significado existencial deixa de ter importância.
A escala de valores do indivíduo está submetida à relatividade do conceito que mantém em torno do que anela e crê ser-lhe indispensável. Enquanto não apro­funda o sentido da realidade, a fim de identificar-lhe os conteúdos, todos os espaços mentais e emocionais permanecem propícios aos anseios da ilusão.
E ilusória a existência física, apertada na breve di­mensão temporal do berço ao túmulo, de um início e um fim, de uma aglutinação e uma destruição de molé­culas, retornando ao caos de onde se teria originado, fazendo que o sentido para o eu profundo seja destitu­ído de uma qualificação de permanência. Como efeito mais imediato, a ilusão do gozo se apropria do espaço-tempo de que dispõe, estabelecendo premissas falsas e gozos igualmente enganosos.
A dilatação do processo existencial, começando antes do berço e prosseguindo além do túmulo, oferece objetivos ampliados, que se eternizam, proporcionan­do contentos satisfatórios que se transformam em rea­lizações espirituais de valorização da vida em todos os seus atributos.
O ser humano não mais se apresenta como sendo uma constituição de partículas que formam um corpo, no qual, equipamentos eletrônicos de alta procedência reúnem-se casualmente para formar a estrutura huma­na, o seu pensamento, suas emoções, tendências, aspi­rações e acontecimentos morais, sociais, econômicos, orgânicos...
Essa visão do ser profundo desarticula as engre­nagens falsas da fatalidade, do destino infeliz, das tra­gédias do cotidiano, dos acontecimentos fortuitos que respondem pela sorte e pela desgraça, dos absurdos e funestos sucessos existenciais.
Abre perspectivas para a auto-elaboração de valo­res significativos para a felicidade, oferecendo estímu­los para mudar o destino a cada momento, a alterar as situações desastrosas por intermédio de disciplinas psí­quicas, portanto, igualmente comportamentais, supe­rando as ilusões fastidiosas e rumando na direção da realidade permanente à qual se encontra submetido.
Certamente, os prazeres e divertimentos, os jogos afetivos — quando não danosos para os outros, geran­do-lhes lesões na alma — as buscas de metas próximas que dão sabor à existência terrena, devem fazer parte do cardápio das procuras humanas, nesse inter-relaci­onamento pessoal e comportamental que enriquece psicologicamente o ser profundo.
O fato de ëxpressar-se como condição de indes­trutibilidade, não o impede de vivenciar as alegrias tran­sitórias das sensações e das emoções de cada momen­to. Afinal, o tempo é feito de momentos, convencional­mente denominados passado, presente e futuro.
Qualquer castração no que diz respeito à busca de satisfações orgânicas e emocionais produz distúrbio nos conteúdos da vida. No entanto, o apego exagerado, a ininterrupta volúpia por novos gozos, a incompletude produzem, por sua vez, outra ordem de transtornos que atormentam o ser, impedindo-o de crescer e desenvol­ver as metas para as quais se encontra corporificado na Terra.
Diversos estudiosos da psique humana atribuem ao conceito de imortalidade do ser uma proposta ilu­sória, necessária para o seu comportamento, a partir do momento em que se liberta do pai biológico, trans­ferindo os seus conflitos e temores para Deus, o Pai Eter­no. Herança do primarismo tribal, esse temor se torna­ria prevalecente na conduta imatura, que teria necessi­dade desse suporte para afirmação e desenvolvimento da personalidade, como para a própria segurança psi­cológica. Como conseqüência, atribuem tudo ao caos do princípio, antes do tempo e do espaço einsteiniano.
Se considerarmos esse caos, como sendo de natu­reza organizadora, programadora, pensante, anuímos completamente com a tese da origem das formas no Universo. Se, no entanto, lhe atribuirmos condição for­tuita e impensada dos acontecimentos, somos levados ao absurdo da aceitação de um nada gerar tudo, de uma desordem estabelecer equilíbrio, de um desastre de coi­sa nenhuma — por inexistir qualquer coisa — dar origem à grandeza das galáxias e à harmonia das micropartí­culas, para não devanearmos poeticamente pela beleza e delicadeza de uma pétala de rosa perfumada ou a le­veza de uma borboleta flutuando nos rios da brisa sua­ve, ou das estruturas do músculo cardíaco, dos neurô­nios cerebrais...
A Vida tem sua causalidade em si mesma, pensan­te e atuante, que convida a reflexões demoradas e qualitativas, propondo raciocínios cuidadosos, a fim de não se perder em complexidades desnecessárias. Por efei­to, todos os seres sencientes, particularmente o huma­no, procedemde uma Fonte Geradora, realizando gran­diosa viagem de retorno à sua Causa.
Os conflitos são heranças de experiências fracassa­das, mal vividas, deixadas pelo caminho, por falta de conhecimento e de emoção, que se vão adquirindo eta­pa-a-etapa no processo dos renascimentos do Espírito — seu psiquismo eterno.
A ilusão resulta, igualmente, da falta de percepção e densidade de entendimento, que se vai esmaecendo e cedendo lugar à realidade, à medida que são conquis­tados novos patamares representativos das necessida­des do progresso. São essas necessidades — primárias, dispensáveis, essenciais — que estabelecem o conside­rando do psiquismo para a busca do que lhe parece fundamental e propiciador para a felicidade.
O eu permanece, enquanto a ilusão transita e se transforma. Quanto hoje se apresenta essencial, algum tempo depois perde totalmente o valor, cedendo lugar a novas conquistas, que são, por sua vez, técnicas de aprendizagem, de crescimento, desde que não deixem na retaguarda marcas de sofrimento, nem campos de­vastados pelas pragas das paixões primitivas.
Momento chega a todos os seres em desenvolvi­mento psicológico, no qual, se recorre à busca espiritu­al, à realização metafísica, superando-se a ilusão da car­ne, do tempo físico, assim equilibrando-se interiormente para inundar-se de imortalidade consciente.

Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo franco

Os reflexos e as ilusões em nossas vidas!

Os reflexos e as ilusões em nossas vidas!

O blog "Espiritismo na Rede" veiculou uma estorinha muito interessante, mostrando-nos o resultado da ilusão do reflexo.  É um exemplo de como devemos ter os nossos comportamentos.  Diz a estória:    " Conta-se que um pai deu a sua filha um colar de diamantes de alto preço. Misteriosamente, alguns dias depois o colar desapareceu. Falou-se que poderia ter sido furtado. Outros afirmaram que talvez um pássaro tivesse sido atraído pelo seu brilho e o levado embora. Fosse como fosse, o pai desejava ter o colar de volta e ofereceu uma grande recompensa a quem o devolvesse: 50 mil reais.
A notícia se espalhou e, naturalmente, todos passaram a desejar encontrar o tal colar. Um rapaz que passava por um lago, próximo a uma área industrial, viu um brilho no lago. Colocou a mão para proteger os olhos do sol e certificou-se: era o colar. O lago, entretanto, era muito sujo, poluído, e cheirava mal. O rapaz pensou na recompensa. Vencendo o nojo, colocou a mão no lago, tentando apanhar a jóia. Pareceu pegá-la, mas sentiu escapulir das suas mãos. Tentou outra vez. Outra mais. Sem sucesso.

Resolveu entrar no lago. Emporcalhou toda sua calça e mergulhou o braço inteiro no lago. Ainda sem sucesso. O colar estava ali. Mas ele não conseguia agarrá-lo. Toda vez que mergulhava o braço, ele parecia sumir. Saiu do lago e estava desistindo, quando o brilho do colar o atraiu outra vez. Decidiu mergulhar de corpo inteiro. Ficou imundo, cheirando mal. E ainda nada conseguiu.

Deprimido por não conseguir apanhar o colar e conseqüentemente, a recompensa polpuda, estava se retirando, quando um velho passou por ali. "O que está fazendo, meu rapaz?"  O moço desconfiou dele e não quis dizer qual o seu objetivo. Afinal, aquele homem poderia conseguir apanhar o colar e ficar com o dinheiro da recompensa. O velho tornou a perguntar, e prometeu não contar a ninguém. Considerando que não conseguia mesmo apanhar o colar, cansado, irritado pelo fracasso, o rapaz falou do seu objetivo frustrado.
A felicidade material se assemelha ao reflexo do colar no lago imundo. Na conquista de posses efêmeras, quase sempre mergulhamos no lodo das paixões inconseqüentes.  A verdadeira felicidade, no entanto, não está nas posses materiais, nem no gozo dos prazeres. Ela reside na intimidade do ser. Nada ruim em se desejar e batalhar por uma casa melhor, um bom carro, roupas adequadas às estações, uma refeição deliciosa. Nada ruim em desejar termos coisas. A forma como as conquistamos é que fará a grande diferença.

Um largo sorriso desenhou-se no rosto do interlocutor. "Seria interessante -  falou em seguida -  que você olhasse para cima, em vez de somente para dentro do lago". Surpreso, o moço fez o recomendado. E lá, entre os galhos da árvore, estava o colar brilhando ao Sol. O que o rapaz via no lago era o reflexo dele.



Se para as conseguir, necessitamos entrar no lodaçal da corrupção, da mentira, da indignidade, somente sairemos enlameados, e infelizes.  Esse tipo de felicidade é como o reflexo do colar na água: pura ilusão. Somente existe verdadeira felicidade nas conquistas que a honra dignifica, que a consciência não nos acusa. Pensemos nisso. E, antes de sairmos à cata desesperada de valores materiais expressivos, analisemos o que necessitamos dar em troca. Porque nada vale que mereça sacrificar a honra, a dignidade pessoal, a auto-estima, a vida espiritual.

Despertar da Ilusão - Sobre André Luiz - Slides

http://www.slideshare.net/guaruca/andr-luiz-despertar-da-iluso

Vítimas das Ilusões

Você se considera uma pessoa livre das armadilhas da ilusão?

Se a sua resposta foi sim, considere o seguinte:

Quando alguém julga infalível a sua razão, está bem perto do erro, pois geralmente nosso juízo é apressado, parcial e muito limitado.

Quando observamos a situação atual da nossa sociedade, podemos perceber que a grande maioria das pessoas está sob a influência de algum tipo de ilusão.

A ilusão da eterna beleza física, por exemplo, é quase generalizada.

Que digam os fabricantes de produtos criados com essa finalidade e os profissionais da área...

Chegou a tal ponto a preocupação com a beleza física, que jovens de 20 e poucos anos estão desesperados por causa das rugas que poderão aparecer no futuro...

A busca por produtos que evitem que as marcas de expressão se transformem em vincos na face, é assustadora.

Mas o tempo se encarregará pelo desgaste natural que surge com o passar dos anos, triunfando sobre a ilusão da eterna juventude do corpo.

Sem dúvida, é louvável a possibilidade que os avanços científicos propiciam para que as pessoas se sintam bem.

A medicina estética surge justamente para trazer bem-estar e aumentar a auto-estima, corrigindo este ou aquele problema físico.

Todavia, acreditar que os recursos da tecnologia vão nos tornar jovens no corpo físico para sempre, é triste ilusão.

Outra maneira de nos iludir é imaginar que um governo possa resolver todos os problemas de uma sociedade, de forma milagrosa, acreditando num discurso vazio e sem fundamentos lógicos e coerentes com a realidade.

O sabor da desilusão, nesses casos, pode ser amargo e trazer conseqüências desastrosas, gerando desânimo ou revolta no meio dos que se iludiram.

Aproveitando essa fragilidade dos indivíduos, de cair nas malhas da ilusão, o comércio tem sido lucrativo, vendendo disfarces no atacado e no varejo.

São cintos para disfarçar as gorduras, comprimindo-as para que a silhueta pareça mais delineada...

Sutiãs que simulam seios maiores, mais torneados...

Calças e meias com bumbuns postiços, e muito mais...

São iludidos... São ilusões...

Existem também pessoas que se iludem sobre seu próprio caráter. De tanto mentir acabam por acreditar nas mentiras que inventaram.

E, pior ainda, acreditam que os outros são tolos a ponto de não perceberem que mentem, e continuam jurando, até diante das câmeras, que dizem a verdade.

Existem pessoas visivelmente convencidas de que são donas da vontade alheia, tornando-se déspotas no lar ou no trabalho, iludidas de que terão para sempre seus reféns.

Há indivíduos que desejam ser eternamente dependentes de outros indivíduos, na tentativa de burlar as leis do progresso e permanecer infantis para sempre.

Meras ilusões...

Poderíamos trazer inúmeros outros exemplos, mas não é essa a intenção.

Desejamos tão-somente trazer à baila a questão das ilusões que cada vez mais estão presentes em nossas vidas.

No entanto, essa é uma questão que só será solucionada quando cada um quiser, pois é de foro íntimo e exige reflexão séria e isenta de prevenção.

E a prevenção, juntamente com a pretensão, é forte indício de ilusão, pois quem julga infalível a sua razão, está bem perto do erro.

É graças ao poder de iludir que têm certos indivíduos, e à propensão para se deixar iludir de outros tantos, que a vida toma rumos perigosos e conduz a destinos incertos.

Vale a pena pensar um pouco mais sobre essa questão.

Buscar refletir sobre os caminhos que escolhemos e observar a direção que tomamos.

Retirar do olhar o véu das ilusões e seguir a passos firmes na direção da felicidade sem disfarces e sem fantasias.

Na direção da felicidade efetiva, que só a realidade pode nos oferecer.

Pensemos nisso!

Palestra Ilusões com Luiz Antonio Ferraz


Real e Ilusão - Gregório


1) O que é real?

Designa o que existe em oposição tanto ao que é apenas aparente quanto ao que é puramente possível. A realidade opõe-se ao imaginário e ao ilusório, mas sem estes não a concebemos. A própria alucinação é uma realidade para o alucinado (e outra realidade para aquele que o ouve e trata-o).

2) O que é ilusão?

Derivando do latim illudere (ludere, “jogar” + in, “sobre”): enganar, troçar, escarnecer. Usa-se geralmente o termo “ilusão” para significar um erro ou engano dos sentidos e do juízo.

3) Qual a natureza da ilusão?

Percepção errônea ou equivocada, devido à má interpretação dos dados dos sentidos ou dos elementos de uma experiência vital. O erro não está no dado sensível, mas no que se lhe junta.

4) Quais são as espécies de ilusão?

As ilusões podem ser normais e anormais. As normais se produzem sempre em condições normais de percepção: podem ser visuais, auditivas e táteis. As anormais são resultantes de deficiências acidentais, congênitas ou adquiridas. Podem ser fisiológicas e psicológicas.

5) Como começou o estudo do realismo?

Começou na Grécia com o discernimento entre as coisas: discernir entre aquilo que tem uma existência meramente aparente e aquilo que tem existência real, uma existência em si, uma existência primordial, irredutível a outra.

6) Como Platão relaciona realidade e ilusão?

Para Platão, a maioria dos seres humanos se encontra como prisioneira de uma caverna, permanecendo de costas para a abertura luminosa e de frente para a parede escura do fundo. Devido a uma luz que entra na caverna, o prisioneiro contempla na parede do fundo as projeções dos seres que compõe a realidade. Acostumado a ver somente essas projeções, assume a ilusão do que vê, as sombras do real, como se fosse a verdadeira realidade.

7) Que relação há entre tolerância e recusa do real?

Aceitamos o real, mas quando o nível de tolerância é suspenso, já não o queremos mais ver. Daí partirmos para uma recusa do real, que pode ser radical ou flexível.

8) Como enfrentar a realidade, o problema?

Geralmente, partimos para fuga (ilusão): deixar a preocupação de lado, fazer vistas grossas. Se nos assoma uma tristeza pela morte de um familiar, vamos buscar a compensação nos entretenimentos, nas companhias, na bebida etc., esquecendo-nos de que cultivar a tristeza é o melhor antídoto contra a sua depressão.

9) Como captar a realidade que nos rodeia?

Se acostumarmo-nos a olhar tudo sem defesas, sem desculpas talvez pudéssemos melhor captar a realidade que está à nossa volta. Se nos contam um problema difícil, temos mil conselhos para dar. Mas quando o problema é nosso, não aplicamos o dito conselho a nós mesmos.

Ilusões e Tentações

por Euzébia Noleto

“Levanta-te e esforça-te, porque é no sono da alma que se encontram as mais perigosas tentações, através de pesadelos ou fantasias.”
Emmanuel

É muito importante que estudemos e conversemos sobre ilusões e tentações. No mundo conturbado de hoje, esses males parecem nos sugar para uma área de angústias, como um redemoinho de enganos. Muitos chegam a envolver outras pessoas em suas ilusões e fantasias, o que é um grave desrespeito. O tempo desperdiçado com esse mal poderia ser empregado realizando conquistas verdadeiras na seara do Bem.

A boa notícia é que esse é um caminho do qual há volta, mediante grande esforço pessoal. A reforma moral é urgente.

Para auxiliar-nos com diretrizes para nossa reforma íntima, apresentamos hoje o estudo baseado na mensagem “Tentações”, de Joanna de Ângelis, que pode ser lido a seguir ou baixado (.pdf) clicando aqui.


Capítulo 56 da obra “Lampadário Espírita” (Editora FEB), de Joanna de Ângelis, psicografada por Divaldo Franco
Temas para reflexão encontram-se após o texto.

Tentações

                   “Alma cansada de lutar e sofrer, carregada e batida pelos ventos tempestuosos da paixão, pára na estrada por onde caminhas aflita, arrima-te, abraçando a árvore da fé, e examina os ouropéis mentirosos que voluteiam em derredor:
                   a sede do ouro doou-te o espinho cruel da ambição desequilibrada;
                   a ânsia de guardar beleza enclausurou-te na estrita cela do receio sem-termo;
                   o desejo da carne amarrou-te à desarmonia da mente, crucificando em madeiro inglório de aflição e dor;
                   a tormenta do orgulho agasalhou em teu coração serpentes venenosas que te espreiam sem cessar;
                   a loucura do poder arrojou-te ao despenhadeiro do crime, iludindo-te com a imagem de altura fictícia;
                   a insanidade dos prazeres, que o comodismo concede, custou-te o preço da saúde e da paz;
                   a incessante busca da glória efêmera, no palco terreno, expôs-te aos dardos da maldade ultriz que ora te ferem e magoam.

                   No parque onde brincam a mentira agradável, o ódio sorrateiro, a injúria delicada, a maledicência pertinaz, a hipocrisia sorridente, a vaidade brilhante, também choram a honradez ultrajada, a dignidade ferida, o caráter desrespeitado, o sacrifício humilhado, o dever combatido pelos atores da comédia da ilusão.
                   A alegria ruidosa sacrifica a harmonia das cordas vocais.
                   A bondade muito apregoada, anula-se.
                   Para manutenção da elegância física é necessário o sacrifício de delicados órgãos vitais.
                   A juventude disfarçada num semblante cansado é água pura à tona e estagnada ao fundo, produzindo envenenamento.
                   Só no exemplo do Cordeiro de Deus podes manter a inquebrantável harmonia interna que brilhará em ti, refletida.
                   Ao invés de sucumbires às tentações que espalham espinhos pela senda, retira do madeiro, onde Ele agonizou, a coroa dos testemunhos, põe-na em tua fronte e, embora sofrendo, poderás ser feliz e, carregado de dores, penetrarás no Reino da Alegria Imperecível.
                   Não temas!

NOTA – Tema para estudo: L.E. – Parte 4ª – Capítulo I – Felicidade e infelicidade relativas.
             Leitura complementar: E. – Capítulo XVII – O homem no mundo. -  Item 10.”


Temas para reflexão

- Quais das situações refletidas no texto estão presentes em nossas vidas atualmente?
- Temos alimentado ilusões, tentado parecer o que não somos?
- Temos envolvido outras pessoas em nossas ilusões, o que é um desrespeito?
- Tendo reconhecido nossos erros, o que podemos fazer para nos livrar daquilo que sabemos fazer mal a nós e aos outros?
- Analisemos as preocupações que temos tido ultimamente: alguma delas se refere a coisas fúteis?
- Que medidas são urgentes para a nossa reforma moral (ocupar a mente, etc.)?

Peçamos o auxílio de Deus para identificar e eliminar as ilusões que alimentamos, a fim de que não desperdicemos a existência presente com frivolidades. Peçamos também o auxílio divino para identificar tudo aquilo por que vale a pena trabalhar.

Vamos orar juntos?

Senhor Deus, que sois Todo bondade e Todo misericórdia, em nome de Jesus pedimos o Vosso auxílio, por intermédio dos Bons Espíritos, para que nos livremos das ilusões deste mundo e possamos buscar o que realmente importa para a verdadeira vida. Ajudai-nos, Senhor, na tarefa do auto-aprimoramento, pois sem a Vossa misericórdia nada somos e nada podemos.


Que assim seja.

http://www.euzebianoleto.com.br/index.php/2010/05/10/ilusoes-e-tentacoes/

DIÁLOGO SOBRE ILUSÃO - Ermance

ILusão ( espirita)
Por favor veja que interessante amigo:
DIÁLOGO SOBRE ILUSÃO.

O QUE SÃO ILUSÕES? Definimos ilusão como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade. São Percepções que nos distanciam da Verdade. Existem em relação a muitas questões da vida, tais como metas, cultura, comportamento, pessoas, fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a nós: a auto ilusão.

QUAL A CAUSA DAS ILUSÕES? As ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza dos sentimentos que criam ou terminam nossos raciocínios. Na matriz das ilusões encontramos carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas.

POR QUE A AUTO ILUSÃO É A PIOR DAS ILUSÕES? O iludido pensa muito o mundo "negado" senti-lo, um mecanismo natural de defesa face às dificuldades que encontra em lidar com suas emoções. Esconder-se atrás de uma imagem que criou de si mesmo para resguardar autoridade social ou outro valor qualquer que deseja manter.
O Objetivo fundamental desta mistificação consiste em desiludir-se sobre nós mesmos através da criação de uma relação libertadora com o mundo material. Se não buscamos essa meta então caminhamos para a falência dos planos de ascensão individual.

O ILUDIDO ESCONDE-SE DE QUE?
De si mesmo. Criando um "eu ideal" para atenuar o sofrimento que lhe causa a angústia de ser o que é - a criatura foge de si e vive em " esconderijos psíquicos/mentais"

MAS, POR QUE SE ESCONDE DE SI MESMO? Devido ao sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra. Iludimo-nos através de um mecanismo defensivo contra nossa própria fragilidade que, pouco a pouco, vamos extinguindo.
Negar o que se sente e o que se deseja é o objetivo desse mecanismo.
Uma forma que a mente aprendeu para camuflar o sentimento de inferioridade da qual o espírito se conscientizou em algum em algum instante de sua peregrinação evolutiva.

ENTÃO, ILUDIMO-NOS PARA NOS SENTIRMOS UM POUCO MELHORES, SERIA ISSO? Auto ilusão é aquilo que queremos acreditar sobre nós mesmo, mas que não corresponde à realidade do que verdadeiramente somos, é a miragem de nós próprios ou aquilo que imaginamos que somos. Uma vivência psíquica resultante da desconexão entre a razão e sentimento. É a crença na imagem idealizada que criamos no campo mental. É aquilo que pensamos que somos e desejamos que os outros creiam sobre nós.
Do livro Reforma Íntima sem martírio.

ILUSÃO é fuga

ILUSÃO é fuga

Criamos ilusões para fugir dos nossos compromissos

LEDA MARIA FLABOREA

Existe uma história muito bonita contada pelo Irmão X no livro "Estante da Vida" (Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira), psicografada por Francisco Cândido Xavier, com o título “Parábola do Servo”, onde ele narra as dificuldades pelas quais passa um Espírito nobre, até alcançar a condição de servo de Deus, isto é, daquele que traz, dentro de si, o Reino de Deus com a pureza e a humildade que ele representa, às quais Jesus se refere no capítulo 8º de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
Nosso narrador fala, em verdade, do nosso caminhar e das ilusões fantasiosas que criamos para fugir ao compromisso assumido, diante das leis divinas, de sermos os gestores de nossa própria evolução espiritual, únicos responsáveis pelas conseqüências de nossos atos, palavras ou ações que podem nos impulsionar ou nos atrasar nesse processo de crescimento.
Assim, segundo a história que o benfeitor espiritual narra, tornamo-nos, primeiramente, provedores, na medida em que nos preocupamos, somente, com nossa apresentação pessoal, com a casa onde moramos, com o ano e o modelo do carro que temos e, até mesmo, com o uso dos recursos materiais na prática do bem, por intermédio da distribuição de alimentos, remédios e agasalhos. É louvável nosso comportamento, mas é necessário que aprendamos a plantar as bênçãos do amor.
E novamente, retornamos ao planeta, em nova oportunidade, mas preocupados, ainda, com a opinião alheia. Muitas vezes, de posse de grandes valores ou de cargos elevados, ajudamos a construir estradas, escolas, casas, estimulamos as artes, ajudando, dessa forma, milhares de pessoas. Realizamos o que nos é possível, naquele momento evolutivo, dentro da nossa capacidade de entender o que seja amar ao próximo como a nós mesmos. Entretanto, mesmo realizando muito, somos, tão somente, administradores porque não cultivamos a lavoura do amor.
Depois, são nos dadas outras novas oportunidades de voltar à matéria, e avançamos mais um pouco, tornando-nos, então, benfeitores, na medida em que por meio de ganhos, podemos assalariar empregados que nos representem junto aos necessitados, distribuindo socorro, consolação, criando instituições que abriguem as misérias humanas. Todavia, apesar de todo o nosso empenho em dar condições para que muitas pessoas possam ajudar, em nosso nome, aos necessitados de todos os quilates, ainda, não conseguimos semear o amor.
Mas Deus, Pai de misericórdia, concede-nos mais retornos, até que aprendamos a abandonar as ilusões. E despreocupados com as aparências, com a posse de bens, renunciando a todas as vantagens que esses bens possam trazer, sejam títulos, nome de família, recursos financeiros, ou posição social, entregamo-nos, pessoalmente, em benefício dos outros, preferindo ser útil: sossegando aflições alheias, apagando discórdias que poderiam levar a crimes, dissipando as trevas da ignorância, lutando para que a luz alcance as criaturas, levantando os caídos da estrada da vida sem nos incomodarmos com a calúnia, a perversidade ou a ingratidão. E agora, mais conscientes dos nossos compromissos junto aos semelhantes, e mesmo acreditando que ainda não merecemos o título de servos, ei-nos, atravessando o lugar onde o céu se encontra com a Terra e onde se inicia a claridade celeste, cobertos de glória, coroados em luzes.
Esta história do Irmão X convida-nos a profunda reflexão acerca da nossa preparação para avançarmos um pouco mais no nosso progresso espiritual.  Hoje, ainda, precisamos de balizas que nos coloquem na rota certa. Por isso, os ensinamentos de Jesus são tão importantes, pois não conseguimos caminhar sozinhos por medo de nos soltarmos das ilusões.
A passagem evangélica contida no 8º capítulo, citada acima, tão conhecida e tão mal interpretada, mostra-nos que precisamos ter pureza e humildade em nossos corações – como uma criança, símbolo tomado por Jesus -, deixando de vez esse coração que ainda abriga sentimentos inferiores, que a criança ainda não tem.
O símbolo é importante porque temos, de um lado, essa criança física representando a pureza de coração, que para Jesus quer dizer o “amor a todos os semelhantes”; enquanto que do outro lado, temos o adulto, representando o sentimento contrário, ou seja, o egoísmo, que quer dizer o amor individualista e apego a tudo que signifique posse pessoal.
Por conta disso somos fracos, viciosos, doentes da alma, crianças espirituais que precisam do mestre para que nos tornemos fortes, puros e saudáveis.
A consciência desse amor - existente em nós desde a nossa criação – que nos transformará em servos de Deus requer exercício constante, intenso e prolongado. Necessitamos superar o provedor, o administrador e o benfeitor; é fundamental derrubarmos a muralha que nos separa do Pai, para alcançarmos, em definitivo, o título de servo. O modelo a ser seguido, Jesus; o caminho a ser percorrido, a ação no bem; a bússola a ser seguida, o Evangelho.

Diálogo sobre ILUSÃO - Ermance Dufaux

Diálogo sobre ILUSÃO - Ermance Dufaux
Por: João Márcio

O capítulo 11 do livro Reforma Intima sem Martirio é transformador. A autora espiritual Ermance Dufaux esclarece várias questões sobre as autoilusões sobre nós e sobre o mundo.


DIÁLOGO SOBRE ILUSÃO

“Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre!” – Uma rainha de França. (Havre, 1863.)
O Evangelho Segundo Espiritismo

Capítulo 11 – ítem 8

O que são as ilusões?
Definamos ilusão como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade. São percepções que nos distanciam da verdade. Existem em relação a muitas questões da vida, tais como metas, cultura, comportamento, pessoas, fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a nós: a auto-ilusão.

Qual a causa das ilusões?
As ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocíniios. Na matriz das ilusões encontramos carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas.

Po que a senhora citou que a auto-ilusão é a pior das ilusões?
O iludido pensa muito o mundo “negando” sentí-lo, um mecanismo natural de defesa face às dificuldades que encontra em lidar com suas emoções. Esconde-se atrás de uma imagem que criou de si mesmo para resguardar autoridade social ou outro valor qualquer que deseje manter.
O objetivo da reencarnação consiste em desiludir-nos sobre nós mesmos através da criação de uma relação libertadora com o mundo material. Se não buscamos essa meta então caminhamos para a falência dos planos de ascensão individual.

Conforme a resposta anterior, o iludido esconde-se de quê?
De si mesmo. Criando um “eu ideal” para atenuar o sofrimento que lhe causa angústia de ser o que é- a criatura foge de si e vive em “esconderijos psíquicos”.

Mas, por que se esconde de si mesmo?
Devido ao sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra. Iludimo-nos através de um mecanismo defensivo contra nossa própria fragilidade que,, pouco a pouco, vamos extinguindo. Negar o que se sente e o que se deseja ´´e o objetivo desse mecanismo. Uma forma que a mente aprendeu para camuflar o sentimento de inferioridade da qual o espírito se conscientizou em algum instante de sua peregrinação evolutiva.

Então, iludimo-nos para nos sentirmos um pouco melhores, seria isso?
Auto-ilusão é aquilo que queremos acreditar sobre nós mesmos, mas que não corresponde à realidade do que verdadeiramente somos, é a miragem de nós próprios ou aquilo que imaginamos que somos. Uma vivência psíquica resultante da desconecção entre razão e sentimento. É a crença na imagem idealizada que criamos no campo mental. É aquilo que pensamos que somos e desejamos que os outros creiam sobre nós.

Nós espíritas, temos ilusões?
Responderei com clareza e fratermidade: sim, muitas ilusões. O iludido, quando ambicioso, atinge sem perceber as raias da usura; Quando dominador, chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se às vivências da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos pícaros do exclusivismo ostentando qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com os quais esnobam superioridade que supõem possuir.

Poderia dizer a nós, espíritas, algo sobre nossas ilusões??
Existe uma tendência à auto-suficiência entre os depositários do conhecimento espírita. Discursam sobre a condição precária em que se encontram assumindo a condição de almas carentes e necessitadas, todavia, diametralmente oposto a isso, agem como se fossem “salvadores do mundo” com todas as respostas para a humanidade. Essa incoerência na conduta é provocada pela ilusão que criaram do papel do espírita no mundo...
O espiritismo é excelente, nós espíritas, nem tanto... Nossa condição real, para quem deseja assumir uma posição ideal perante si mesmo, é a de almas que apenas começamos a sair do primitivismo moral. Alegremo-nos por isso!

Essa auto-suficiência seria orgulho?
O orgulho promove essa condição, é a mais enraizada manifestação da ilusão, é a ilusão de querer ser o que imaginamos que somos. Essa é a pior ilusão, a auto-imagem falsa e superdimensionada de nós mesmos. Essa auto-ilusão é sustentada por uma “cultura de convenções” acerca do que seja ser espírita, um resquício do velho hábito religioso de criar “estampas” pelas quais serão reconhecidos os seguidores de alguma doutrina. Nesse caso, a ilusão desenbolvida chama-sse “idéia de grandeza”. Muitas pessoas desejariam sair prontas para testemunho após pequenos exercícios de espiritualização no centro espírita, entretanto, por ignorarem sua real condição espiritual, fazem da casa doutrinária um templo de aquisição da angellitude imediata. Querem ssair prontos e perfeitos das tarefas e estudos, quando o objetivo de tais iniciativas é capacitar de valores intelecto-morais para repensar caminhos e encontrar respostas para as encruzilhadas da alma, nas refregas da existência.

O que é essa auto-imagem falsa?
uma construção mental que se torna a referência para nossas movimentações perante a vida. É uma cristalização mental, uma irradiação que cria uma rotina escravizante nos sentimentos permitindo-nos viver somente as emoções em uma “faixa de segurança”, a fim de não perdermos o estatus da criatura que supomos ser e queremos que os outros acreditem que somos. O que pensamos sobre nós, portanto, determina a imagem mental indutora dos valores íntimos. Se o raciocínio sofre distorções da ilusão, então viveremos sem saber quem somos.

Como é construída essa auto-imagem?
Através das vivências intelecto-afetivas de todos os tempos dessa criação.

Onde ela permanece?
No corpo mental. Sua maior expressão é conhecida pelas operações do departamento da imaginação no reino da mente.

Quer dizer que além da auto-imagem temos um “eu real”, diferente do “eu crístico”,que ainda não conhecemos? Sim. Temos um “eu real” que estamos tentando ignorar há milênios. Essa “parcela” de nós é a “sombra” da qual queremos fugir. Todavia, o contato com essa “zona inconsciente” revela-nos não só motivos de dor e angústia mas igualmente, a luz que ignoramos estar em nossa intimidade à espera de nossa vontade para utilizá-la.
Aqui chamamos a atenção dos nossos parceiros de ideal para o cuidado com o processo da reforma interior. Existe muita idealização confundindo aprendizes que imaginam estar dando “saltos evolutivos” em direção a esse “eu real”, entretanto, em verdade, estão se movimentanto na esfera do “eu idealizado”...



Poderia explicar mais profundamente essa questão dos “saltos evolutivos”?
É um tipo de ilusão que normalmente assalta os religiosos de todos os tempos. Imaginam-se muito melhorados a partir do contato com alguma diretriz ou prática religiosa e, então, passam a viver uma vida idealizada, um projeto de “vir-a-ser”. É uma ilusão de que se está fazendo a renovação, apenas uma idealização. Uma forma de comportar desconectada do sentimento, um adorno moral para nossas atitudes; é o discurso sem a vivência. O nome mais conhecido deste comportamento é puritanismo.

Como distinguir idealização de mudança verdadeira?

Na idealização pensamos o que somos e, como consequência, vivemos o que gostaríamos de ser, mas ainda não somos. E o hábito das aparências. Na reforma íntima sentimos o que somos, e como consequência vivemos a realidade do que somos com harmonia, ainda que nos causem muitos desconfortos. É o processo da educação paulatina. Na idealização vive-se em permanente conflito por se tratar, em parte, de uma negação da realidade, enquanto na reforma autêntica a criatura consegue penetrar os meandros dos “sentimentos –causais”, encontrando uma convivência pacífica consigo e aceitando-se sem se acomodar em direção a melhoras mensuráveis.

Como vencer nossas ilusões?

Desapegando da falsa auto-imagem falssa que fazemos de nós mesmos. Desapaixonando-se do “eu”. Para isso somente autoconhecimento.

Havendo esse desapego, conseguiremos libertar os sentimentos para novas experiências com o mundo e consequentemente com nosso “eu profundo”. Isso desencadeará um processo de resgate de nós mesmos, venceremos a condição de reféns de nosso passsado escravizante, saindo da “roda viciosa das emoções” perturbadoras, quais sejam o medo, a culpa e a insegurança.
O processo da desilusão custa sorver o fel da angústia de ssaber quem somos, e carregar o peso do sacrifício de cuidar dessa personalidade nova que renasce exuberante. Independente do quão doloroso seja, é preferível experimentá-la no corpo a ter que purgá-la na vida espiritual.


Assinalemos alguns exercícios de desapego dessa paixão que nutrimos pela imagem irreal que criamos de nós mesmos:

-Fazer as pazes com as imperfeições.
- Abandonar os estereótipos e aprender a se valorizar com respeito.
- Descobrir sua singularidade e vivê-la com gratidão.
- Coragem para descobrir seus desejos, tendências e sentimentos.
- Exercitar a auto-aceitação através do perdão.
- Munir-se de informações sobre a natureza de suas provas.
- Aprender a ouvir com atenção o que se passa à sua volta.
- Dominar o perfeccionismo nutrindo a certeza de que ser falível não nos torna mais inferiores.
- Valorizar afetivamente as suas vitórias.
- Descobrir qualidades, acreditar nelas e colocá-las a serviço das metas de crescimento.

Paulo, o apóstolo da renovação, indica-nos uma sublime recomendação que nos compele a meditar na natureza de nossos sentimentos em torno da mensagem do amor; sugerimos que esse seja nosso roteiro na vitória sobre as ilusões: “olhai para as coisas segundo as aparências? Se alguém confia em si mesmo que de Cristo, pense outra vez isto consigo"”..- II Coríntios, 10: 7.


Trecho do livro Reforma Intima sem Martirio
ERMANCE DUFAUX


Bel. João Márcio F. Cruz
Autor do livro Os Quatro Pilares da Educação

Ilusões - Joanna

Ilusões

Como se demoram no invólucro carnal, em que a ilusão dos sentidos predomina, têm dificuldade de agir com inteireza e crer integralmente, em regime de tranqüilidade.
Graças às equívocas atitudes que no consenso social lhes permitem triunfos enganosos, transferem tal comportamento, quase sempre para a fé que esposam, acreditando-se resguardados nos sentimentos íntimos.
Porque produziram com acêrto nas tarefas encetadas onde se encontram assumindo posições controversas, ora de leviandade, ora de siso, supõem poder prosseguir com o mesmo procedimento quando se adentram nas tarefas espíritas, que os fascinam de pronto. E porque se acostumaram à informação de que os Espíritos são invisíveis ou pertencem ao Imaginoso reino do sobrenatural, tratam-nos como se assim fosse, olvidados de que conquanto invisíveis para alguns homens, estão sempre presentes ao lado de todos, ou apesar de tidos por gênios e encantados pertencem à Criação do Nosso Pai, em incessante marcha evolutiva.
Constituindo o Mundo Espiritual, já estiveram na Terra; são as almas dos homens ora vivendo a existência verdadeira.
Vêem, ouvem, sentem, compreendem e somente têm as diversas faculdades obnubiladas ou entorpecidas quando narcotizados pelas reminiscências do corpo somático, demorando-se em perturbação.
*
Estuda com sinceridade as lições espíritas para libertar-te da ignorância espiritual. Elas te facultarão largo tirocínio e invejável campo de liberdade interior, promovendo meios de ação superior que produz paz e harmonia pessoal. Dir-te-ão o que fazer, como realizar e porque produzir com eficiência.
Cada Espírito é o que aprendeu, o que realizou, quanto conquistou. Não poderá oferecer recursos que não possui nem liberar-te das dores e provas que a si mesmo não se pode furtar.
Se algum te inspirar ociosidade ou apoiar-te em ilício, não te equivoques: é um ser enganado que prossegue enganando. Para poupar-te o desaire mediante a constatação dolorosa neste capítulo, não transfiras para os Espíritos as tuas tarefas, não os sobrecarregues com as tuas lides. Nem exijas, — pois é sandice, — nem te subordines, — pois representa fascinação. Mantém-te em respeitável conduta, em ação enobrecida e êles, os Espíritos bons e simpáticos ao teu esforço, virão em teu auxílio, envolvendo-te em inspiração segura e amparo eficaz.
Rompe com a ilusão e não acredites que te sejam subalternos aos caprichos os Desencarnados, exceto os que são mais infelizes e ignorantes do que tu mesmo.
Evolve e conquista para ser livre.
*
Jesus, antes de assomar ao lado das aflições de qualquer porte, junto a encarnados ou desencarnados, cultivou a prece e a meditação. E ao fazê-lo sempre se revestiu de respeito e piedade. No Tabor ou em Gadara a Sua nobreza se destacava na paisagem emocional dos diálogos inesquecíveis que foram mantidos.
Acende, também, a luz legítima da verdade no coração e, em contato com os Espíritos ou os homens, sê leal sem afetação, franco sem rudeza e nobre sem veleidades. Os Desencarnados te conhecem e os homens te conhecerão hoje ou mais tarde, não valendo, pois, o esfôrço de iludir-se ou iludi-los.
*
"Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçosa a estrada que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.) (Mateus: capítulo 7º, versículo 13.)
"Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos". (Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 2º — Item 5, parágrafo 2.)
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 5.

A Auto-Ilusão

A Auto-Ilusão

“Abandonai a ilusão, antes que a ilusão vos abandone”.

Observando o comportamento da nossa humanidade, principalmente no meio religioso, vamos perceber que muitos de nós, para não dizer a grande maioria, vivemos iludidos no tocante à nossa condição, ilusões decorrentes das nossas limitações que impedem a percepção dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios.
Para que o conteúdo desse texto se faça compreensível, precisamos definir ilusões como aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade e que nos distanciam da Verdade. Em todos os setores da vida, e não só no religioso, observamos que muitos dos entraves, das dores, das decepções, traumas, culpas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências encontram sua matriz nas ilusões. Na verdade, a ilusão é um mecanismo de defesa face às dificuldades que encontramos para lidar com as emoções. Escondemo-nos por detrás de uma imagem que criamos de nós mesmos para resguardarmos autoridade social ou outro qualquer valor que desejamos manter.
Assim, podemos depreender que o iludido esconde-se de si mesmo, criando um “eu ideal” para abrandar o sofrimento que lhe causa a angústia de ser o que é fugindo de si mesmo. E qual a razão para essa fuga? O sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra, que somente será abrandado depois de sucessivas reencarnações, nas quais deveremos trabalhar referido sentimento, sob pena de falência nos planos de ascensão espiritual.
Emmanuel, prefaciando o livro “No Mundo Maior” de André Luiz, diz-nos que “Todos os dias, nos quatro cantos da Terra, partem viajores humanos, aos milhares, demandando o país da Morte. Vão-se de ilustres centros da cultura européia, de tumultuárias cidades americanas, de velhos círculos asiáticos, de ásperos climas africanos. Procedem das metrópoles, das vilas, dos campos… Raros viveram nos montes da sublimação. A maioria constitui-se de menores de espírito, em luta pela outorga de títulos que lhes exaltem a personalidade”. A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste e nunca seremos promovidos a anjos, sem antes derrubarmos todas as máscaras das ilusões que criamos, desejando que os outros creiam sobre nós o que ainda não somos.
Também encontramos judiciosa lição no livro “Reforma Íntima sem martírios”, de Ermance Dufaux, quando ela exemplifica os vários comportamentos revestidos de ilusão, dizendo: “O iludido quando ambicioso, chega às raias da usura; quando dominador chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se às vivências da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos píncaros do exclusivismo, ostentando qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com os quais esnobam superioridade que supõe possuir”.
Desse modo, urge que nós iniciemos um processo de destruição dessas máscaras para encontrarmos o “eu real” que estamos ignorando há milênios, despertando a luz que ignoramos estar em nossa intimidade à espera da vontade para utilizá-la, lembrando que a nossa evolução não se opera em saltos, mas gradativamente. O processo educacional da alma é paulatino.
Paulo, o apóstolo da renovação, indica-nos uma sublime recomendação:
“Olhais para as coisas segundo as aparências? Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo” (…) – Coríntios, 10:7