terça-feira, 30 de setembro de 2014

DEPRESSÃO II - LIVRO: AS DORES DA ALMA (HAMMED)

DEPRESSÃO II - LIVRO: AS DORES DA ALMA (HAMMED)



Em muitas circunstâncias  podemos considerar a depressão como natural período de transição. São tempos de mudança e crescimento, épocas de tristeza que antecedem novos horizontes de amadurecimento do ser em constante processo de evolução.

Os fenômenos naturais da vida sucedem, organizados, em ciclos determinados. Os períodos de troca dos antigos conceitos por outros tantos mais novos e melhores para o nosso momento atual fazem parte desse ciclo natural da consciência humana. Porque somos também natureza; possuímos as estações da alegria, do entusiasmo, da moderação e do desânimo, assim como as da primavera, do verão, do outono e do inverno.

Aprendemos com a natureza entre as observações das leis que regem os ecossistemas, é que deixaremos as atmosferas cinzentas da depressão passar para fixarmo-nos nos dias de sol e de alegria, que voltarão a brilhar.

Os elementos da natureza não existem separados uns dos outros, mas tendem a se combinar em sistemas mais complexos, estabelecidos a partir de uma série de associações físicas e biológicas. Através das relações de permutas constantes, eles adquirem uma espécie de "vida coletiva", o que lhes dá uma habilidade para se auto-organizarem e auto-reproduzirem ao longo do tempo. A esse fenômeno a Ecologia denomina "ecossistema". O pensamento ecológico procura investigar algumas das leis que regulam e formam os mecanismos ecossistêmicos. Vamos descrever as que consideram mais importantes para as nossas reflexões neste estudo:

A "diversidade" - Quanto maior a multiplicidade de elementos existentes no ecossistema, maior sua capacidade de se auto-regular, pois maiores serão as propriedades com que ele contará para reorganizar os elementos num novo equilíbrio.


A "interdependência" - Na unidade funcional dos ecossistemas tudo está conectado com tudo, de tal modo que não poderemos tocar num elemento isolado sem atingirmos o conjunto. Assim também ocorre com o corpo humano, já que não se pode abalar um órgão sem envolver todo o organismo.


A "reciclagem" - Todo o elemento natural liberado no ambiente é reintroduzido de alguma forma pelo ecossistema. Através desses reaproveitamentos é que os resíduos biológicos permanecem circulando e sendo reproduzidos numa espécie de ciclo fechado. É isso que permite a sobrevivência desse imenso complexo ecológico.

" ... O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas  as outras classes por uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extramateriais e o conhecimento de Deus".

Por sermos parte deste grandioso espetáculo da natureza e possuírmos a capacidade de entendê-lo racionalmente, é que deveríamos ser os primeiros a considerar a sagrada naturalidade que há em nós, bem como a perceber, conscientemente, seu processo atuando em nossa intimidade.

Eis algumas conexões entre as leis ou regras de funcionamento dos ecossistemas, que nos ensinarão a regular nosso ritmo de vida para não voltarmos aos velhos padrões de pensamentos depressivos:

Na "diversidade" de novos conhecimentos filosóficos, religiosos ou científicos e na análise de diversos modos de definir a realidade das coisas é que aumentaremos a capacidade de auto-regular-nos emocionalmente para restabelecermos um novo equilíbrio existencial.


Na "interdependência" da vida social, mas nunca no isolamento, é que extrairemos as experiências de que necessitamos para sair do marasmo, pois é nas relações de permuta constante na vida coletiva que aprenderemos que tudo está relacionado com tudo. Devemos descobrir nossas similiaridades com toda a obra da Criação. Ninguém será feliz sozinho, pois o homem é apenas uma parcela dessa grande sinfonia da evolução da vida na Terra.


Na "reciclagem" de todos os elementos que a experiências da vida nos oferecem, o reaproveitamento deverá ser feito indistintamente, tanto para os que chamamos bons quanto para os que consideramos maus. Alegria e tristeza são nossos companheiros de viagem, estão sempre nos ensinando algo na caminhada evolucional. Tudo tem seu próprio valor e lugar na existência; por isso, não devemos tentar afastar de forma irrefletida as nuvens negras que impedem, momentaneamente, que a luz nos alcance.

A vida na Terra ainda é um jogo de luzes e sombras. Tudo na vida tem um fim utilitário para crescermos integralmente.

A reflexão atenta a esses apontamentos permite-nos entender melhor nossos ciclos depressivos, recolhendo assim as abençoadas sementes da "arte de viver".

Hammed - As dores da alma

DEPRESSÃO I - LIVRO: AS DORES DA ALMA (HAMMED)

DEPRESSÃO I - LIVRO: AS DORES DA ALMA (HAMMED)


Reparação é ato de compensar ou ressarcir prejuízos que causamos, não apenas aos outros mas também a nós mesmos, através de posturas inadequadas e injustas.

Necessitamos reparar as atitudes desonestas que tivemos com nós mesmos, ressarcir-nos dos abalos que promovemos contra nossas próprias convicções, compensar-nos da deslealdade com nosso modo de ser e com nossos valores íntimos.

Devemos-nos conscientizar do quanto estivemos abrindo mão de nossos sentimentos, pensamentos, emoções e necessidades em favor de alguém, somente para receber aprovação e consideração.

Quantas vezes asfixiamos e negamos nossas emoções diante de acontecimentos que nos machucaram profundamente. Relegar essa parte de nós e ignorá-la pode se tornar um tanto desagradável e destrutivo em nossas vidas.

Viver o direito de sentirmos nossas emoções equivale a ser honestos com nós mesmos. Ela nos ajudam no processo de autodescobrimento e estão vinculadas a estruturas importantes de nossa vida mental, como os pensamentos cognitivos e as nossas intuições.

O hábito de rejeitarmos, frequentemente, as energias emocionais fará com que percamos a capacidade de sentir corretamente; e, sem a interpretação dos sentimentos, não poderemos promover a reparação de nossas faltas.

Para repará-las, é preciso estarmos predispostos a dizer o que pensamos e a escolher com independência.

Para repará-las, é necessário termos a liberdade de sentir o que sentimos e de viver segundo nossas próprias emoções.

Para resgatar nossas faltas conosco e com os outros, é imperioso, antes de tudo, desbloquear nossa consciência para que possamos ter um real entendimento do que e como estamos fazendo as coisas em nossas vida.

Há em nós um mecanismo psicológico regulado pelo nosso grau evolutivo, que assimila os fatos ou os ensinamentos de acordo com nossas conquistas nas áreas da percepção e do entendimento. Nossa incapacidade para absorver certos aspectos da vida deve-se a causas situadas nas profundezas da nossa consciência, que está em constante aprendizado e ascensão espiritual. Portanto, não devemos nos culpar por fatos negativos do passado, pois tudo o que fizemos estava ao nível de nossa compreensão à época em que eles ocorreram.

"(...) poderemos ir resgatando as nossas faltas (...) reparando-as. Mas, não creiais que as resgateis mediante algumas privações pueris, ou distribuindo em esmolas o que possuirdes (...) Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito", mas sim reavaliando antigas emoções e resgatando sentimentos passados, a fim de transformá-los para melhor. Desse modo, reconquistamos a perdida postura interior de "vida própria" e promovendo a modificação de nossas atitudes equivocadas perante as pessoas.

Emoções não são erradas ou pecaminosas, elas não são os atos em si, pois sentir raiva é muito diferente de cometer uma brutalidade.

Para reparamos  é preciso saber lidar com nossas emoções; não devemos nos censurar por senti-las, mas sim julgar a decisão do que faremos com elas. Advertimos, porém, que não estamos sugerindo que as emoções devam controlar nossos comportamentos. Ao contrário, acreditamos que, se não permitirmos senti-las, não saberemos como tê-las sob nosso controle.

Admitindo-as e submetendo-as ao nosso código de valores éticos, ao nosso intelecto e à nossa razão, saberemos comandá-la convenientemente, pois o resultado da repressão de nossas reações emocionais será uma progressiva tendência a estados depressivos.

Eis como funciona a trajetória da depressão: diante de um sentimento de dor, fatalmente experimentamos emoções, ou seja, reações energéticas provenientes dos instintos naturais. São denominadas "emoções básicas" conhecidas comumente como medo e raiva. Essas reações energéticas nascem como impulso de defesa para nos proteger da ameaça de dor que uma agressão pode nos causar. Se a emoção for de raiva, o organismo enfrenta a fonte da dor; quando é de medo, contorna e foge do perigo. Ambas aceleram o sistema nervoso simpático e, consequentemente, a glândula supra-renal para que produz energia suficiente para a luta ou para a fuga. Se essas emoções (raiva e medo) forem julgadas moralmente como negativas, elas poderão ser transformadas em sentimento de culpa, levando-nos a uma autocondenação. Quando reprimidas, quer dizer, quando não expressadas convenientemente nem aceitas, nós as negamos distorcendo os fatos, para não tomarmos consciência. Tanto a repressão sistemática quando o compulsivo julgamentos negativos dessas emoções naturais geram a depressão.

Não são simplesmente as "privações pueris", as "distribuições de esmolas" e o ato de "bater no peito" que transformarão o íntimo de nossas almas. Para verdadeiramente repararmos nossas faltas, é preciso, acima de tudo, que façamos uma viagem interior, mediante uma "crescente consciência", para identificar e associar os atos e acontecimentos incorretos que praticamos e vivenciamos, com os sentimentos e as emoções que os influenciaram. A partir daí, equilibrá-los.

Reparar nossas faltas com nós mesmos e com os outros é a fórmula feliz de evitar o sofrimento.

Hammed - As dores da alma

Palestra de Adenáuer sobre Depressão

http://www.videosespiritas.com.br/palestras/adenauer-novais/o-espiritismo-e-depressao/

DEPRESSÃO - Aprenda como enfrentar um dos grandes males do futuro.

DEPRESSÃO - Aprenda como enfrentar um dos grandes males do futuro.

Muito ja foi falado sobre a depressão e muitos conceitos foram adotados para explicar este que atualmente é considerado o mal do século.

Profissionais e pessoas leigas ja formaram sua opinião sobre este sério problema.

Alguns a consideram uma doença, outros consideram fraquezas e egoísmo da pessoa, mas é apenas quem vive ou ja viveu o problema que sabe o quanto é difícil superar a depressão.

Na maioria dos casos as pessoas não sabem que tem depressão, e os que sabem tem vergonha de procurar ajuda profissional para uma doença que hoje em dia tem cura.

A cura está ao alcance de todos e seria muito mais fácil lidar com o problema, se houvesse um esclarecimento maior sobre o assunto.



O Espiritismo explica de uma maneira clara a depressão e como vencê-la.

Aliada a uma boa terapia profissional, e tratamento espiritual numa Casa Espírita, juntamente com a reforma íntima, é o tratamento ideal para a cura da depressão para as pessoas que desejam com sinceridade se curar.

Nesta matéria vamos conhecer um pouco mais sobre a doença no conceito dado pela medicina e do Espiritismo.

A cura é lenta e progressiva, mas como todo tratamento médico e espiritual, é necessário paciência, fé e perseverança para vencê-la.

O primeiro passo para a cura é admitir o problema e estar disposto a procurar um bom tratamento médico.



Mas o que é depressão?
É uma doença como outra qualquer, mas que altera e compromente o corpo e a mente, afetando principalmente o humor. Sua principal característica é a tristeza profunda e persistente.

Quando a tristeza torna-se excessiva, tanto em intensidade como em duração, as pessoas não conseguem melhorar apenas pela própria vontade. Esse estado de tristeza, desânimo, desesperança, pessimismo e muitas vezes, falta de vontade de viver, chama-se depressão.


Características da depressão
Caracteriza-se por episódios depressivos que duram pelo menos duas semanas alterando o humor, levando a perda de interesse na maior parte das atividades e são acompanhadas de sintomas psicológicos como:

- Tristeza profunda e persistente, ansiedade, sensação de vazio e apatia, sentimento de culpa, desamparo, pessimismo, irritabilidade extrema e inquietação, dificuldades de concentração e de raciocínio, alteração de memória, ideias recorrentes de morte e tentativa de suicídio.

Sintomas Físicos:

Insônia, perda de apetite e de peso ou excesso de apetite e ganho de peso; fadiga extrema, dor de cabeça, constipação, distúrbios digestivos e dor crônica que não resolvem com nenhum tratamento: perda da vontade sexual, irregularidade na menstruação, lentidão física e mental.

Nem todas as pessoas apresentam todos os sintomas descritos. A intensidade e gravidade de cada um variam de pessoa para pessoa.

Causas da depressão
A depressão é uma doença de difícil diagnóstico. Determinar as suas causas exatas, às vezes, pode ser uma tarefa que só pode ser feita por profissionais de doenças mentais, como psiquiatras e psicólogos.

Existem alguns fatores que predispõem determinadas pessoas a sofrerem depressão. Isso não significa que, ocorrendo com determinada pessoas, ela venha a sofrer de depressão. Os principais são:

-Fatores genéticos, personalidade, família, trauma de infância, sexo, auto-imagem negativa, padrões de comportamentos diante da vida, ocorrências de doenças, estresse e problemas graves, medicamentos e drogas.

Problemas como a morte de pessoas queridas, problemas emocionais e afetivos graves, como o divórcio, perda de emprego, má situação financeira e queda de padrão de vida, acidentes graves, tragédias, problemas com filhos e muitos outros são verdadeiros gatilhos que podem detonar os estados depressivos.

A depressão é seis vezes mais frequente nos primeiros seis meses após o fato estressante ter ocorrido. Mas é importante ressaltar que os fatores estressantes que podem levar à depressão, são muito variáveis e que eles atingem as pessoas igualmente de formas variadas.

Os casos de depressão leve podem ser resolvidos através da auto-ajuda e com mudanças de comportamento, além do apoio das pessoas próximas e amigas. Os casos de depressão moderado e grave e de todos os demais tipos de distúrbios depressivos necessitam de tratamento médico, medicamentos e, na maioria das vezes, também de terapia psicológica. Mas, somente um diagnóstico preciso poderá determinar o tipo de doença para indicar o tratamento mais adequado.

Os distúrbios depressivos fazem as pessoas se sentirem desamparadas, esgotadas física e mentalmente, e perderem a esperança e a fé na vida. Dominados pelos pensamentos negativos, não conseguem achar saída para seus problemas e o sentimento constante é de desistir de tudo.

É importante compreender que os pensamentos negativos fazem parte da depressão e desaparecem quando o tratamento começa surtir efeito.

Mas, é fundamental esforçar-se para afastar os pensamentos negativos.

Dificilmente alguém consegue enfrentar sozinho uma depressão. É muito importante partilhar os problemas com o companheiro, com a família ou amigos.

É necessário mudar tudo o que possa estar contribuindo para a depressão. Mudar hábitos nocivos e adotar outros mais saudáveis é muito positivo.

Deve-se ter cuidado em tomar grandes decisões precipitadamente num momento de desespero a não ser que se considere fundamental e ja tenha tomado todas as outras possibilidades.

É recomendável afastar-se de tudo que for estressante da vida da pessoa depressiva, nem tudo é possível e nem tudo depende de nós, mas o que puder ser feito, deve ser feito sem vacilo.

Resolver pequenos problemas, mudar hábitos e criar condições que permitam viver sem precisar enfrentar coisas estressantes, que, normalmente, podem ser encarados sem maiores custos.

O fato de se estar deprimido não deve ser motivo para viver afastado do mundo enquanto se trata. Não abandonar amigos, mesmo sem vontade de se divertir. Procurar um grupo social e fazer novos amigos.

Exercer atividade voluntária. Ajudar os outros faz bem e os próprios problemas são vistos de outra forma.

As perdas são partes da vida. As perdas são necessárias porque para crescer temos de perder, não só pela morte, mas também por abandono, pela desistência.

As perdas não incluem apenas separações e abandonos, mas também a perda consciente ou inconsciente, de sonhos, ilusões, expectativas irreais e outros.

Todas elas difíceis e dolorosas, mas através delas nos tornamos seres humanos plenamente desenvolvidos. Perceber como nossas perdas moldaram e moldam nossa vida pode ser o começo de uma vida mais promissora e feliz.

Encerramos esta abragente matéria sobre depressão com trechos da mensagem "Depressão", espírito Joana de Anelis, pela psicografia de Divaldo Franco, da obra "Receita de Paz"

"...A depressão tem sua gênese no espírito, que reencarna com alta dose de culpa. Com a consciência culpada, sofrendo os gravames que dilaceram a alegria interna, imprime nas células os elementos que as desconectam, propiciando, em largo prazo, o desencadeamento dessa psicose que domina uma centena de milhões de criaturas na atualidade."

"...Se desejarmos examinar as causas psicológicas, genéticas e orgânicas, bem estudadas pelas ciências que se encarregam de penetrar o problema, temos que levar em conta o espírito imortal, são dos quadros emocionais e físicos de que necessita, para crescer na direção de Deus."

"...Quem se habilita na ação bem conduzida e dirige o raciocínio com equilíbrio, não tomba nas redes bem urdidas da depressão. Toda vez que uma ideia prejudicial intenta nas telas do pensamento, recorre a prece.

Agradecendo a Deus a benção do renascimento na carne, conscientiza-te da sua utilidade e significação superior, combatendo os receios do passado espiritual, os mecanismos inconscientes de culpa, e produze com alegria.

Recebendo ou não tratamento especializado sob a orientação de algum facultativo, aprofunda a terapia espiritual e reage, compreendendo que todos os males que infelicitam o homem procedem do espírito que ele é, no qual se encontram estruturadas as conquistas e as quedas, no largo mecanismo da evolução inevitável."

Fonte: Revista Estresse e Depressão

Depressão - Ajuda espiritual

http://www.batuiranet.com.br/espiritismo/650/ajuda-espiriritual-para-depressao/

Depressão e espiritismo

Por Elizete Schazmann

No mês de março o médico psiquiatra goiano e estudioso da Doutrina Espírita, Umberto Ferreira, esteve em Blumenau para proferir palestra em várias Casas Espíritas. Na Sociedade Espírita Nova Era ele falou, para trabalhadores e estudantes do espiritismo, sobre mediunidade e psiquiatria. Em entrevista ao Informativo Nova Era ele respondeu perguntas sobre os caminhos para sair da depressão.

Nova Era - A depressão é um problema físico, espiritual ou ambos?

Umberto Ferreira - De um modo geral nós podemos dizer que a depressão tem os seus aspectos físicos e os seus aspectos espirituais. Nós costumamos dividir a depressão sob o ponto vista espiritual, em quatro categorias diferentes: a primeira é a depressão reativa que não tem propriamente características espirituais, mas que deriva de grandes perdas; a depressão que aparece como característica expiatória ou provacional, neste caso o espírito reencarna numa família com propensão à depressão como forma de resgatar dívidas do passado; nós temos as depressões desencadeadas por influências espirituais, por obsessões, em função da ação obsessiva a pessoa entra em depressão; finalmente nós temos o caso de espíritos que recusam a vida na Terra como se preferissem viver no mundo espiritual ou se recusam a viver em países do terceiro mundo, pois gostariam de estar vivendo no primeiro mundo, e aí ficam num estado melancólico por não aceitar aquela situação. Portanto, a questão é bastante diversificada.

Nova Era - Então depressão requer tratamento físico e espiritual?

Umberto Ferreira - O tratamento ideal para a depressão é aquele que vincule o tratamento médico, com medicamentos antidepressivos, com psicoterapia, principalmente quando o paciente começa a melhorar, para ajudar na melhora, e a assistência espiritual. O ideal é atuar dessas três maneiras.

Nova Era - Qual o papel da família na recuperação desse paciente depressivo?

Umberto Ferreira - Nós dizemos que papel da família é principalmente de dar apoio, de acompanhar, de estimular a melhora, nunca de cobrar. Muitas vezes a família cobra de quem está deprimido no sentido de reagir e essa cobrança só faz piorar porque ninguém melhor que a pessoa que tem depressão, ninguém mais do que ela deseja reagir para sair daquele estagia. Quando as pessoas cobram aumenta mais a angústia de quem já está num desconforto muito grande. A família deve dar esse suporte, incentivar nessa fase mais difícil e apoiá-la quando ela busca os recurso para melhorar.

Nova Era - Qual o papel da Casa Espírita diante da pessoa com depressão?

Umberto Ferreira - De duas maneiras, uma das formas é através da recepção fraterna. Sabendo que pode conversar com um trabalhador da Casa Espírita a pessoa com depressão sentirá apoio e reconforto com essa atitude. Também com as palestras, os estudos que consolam e dão esperança, o passe, a água fluidificada para ajudar a pessoa na sua recuperação e também o cadastramento da pessoa com depressão nos trabalhos de desobsessão para que elas vem a ser beneficiadas, podendo ficar livres de um processo obsessivo.

Nova Era - Na maioria dos casos o processo obsessivo e a questão da depressão estão associados?

Umberto Ferreira - É muito freqüente, pelo seguinte, às vezes a pessoa tem a depressão de ordem orgânica, biológica, como nós temas aquele espíritos que prejudicamos no passado e que esperam o momento adequado para nos cobrar, esse é o momento em que a pessoa fica fragilizada quando eles fazem o sofrimento se agravar e assim exercer a sua pretensa ação de justiça.

Nova Era - Qual a prática fundamental para quem está com depressão e para a sua família?

Umberto Ferreira - É importante sempre procurar cultivar o bom ânimo, tentar fazer atividades em casa, fazer uma caminhada, uma leitura, lago que a pessoa goste porque isso tudo ajuda. No começo, antes que os remédios fazerem efeito, às vezes é difícil, a pessoa quase não obtém resultado, mas é importante quando os remédios começam a fazer efeito, ela começa a melhorar, isso ajuda muito, é fundamental a leitura edificante como a do evangelho para buscar o equilíbrio no ambiente espiritual. Também é importante saber que este quadro é reversível, por isso é preciso cultivar a esperança, pois é uma questão de tempo para encontrar o medicamento, os recursos espirituais, para ela melhorar. Da mesma foram os familiares devem dar suporte e ter paciência de esperar o momento da melhora e depois procurar dar amparo para que aquele que teve depressão não viva situações de stress para evitar novos episódios depressivos.



Fonte: Informativo Nova Era

Mensagens sobre depressão

http://www.reflexoesespiritas.org/mensagens-espiritas/cat/depressao

Depressão, Cura e Espiritualidade

Depressão, Cura e Espiritualidade


Adenáuer Novaes

Quando da sua estada em Londres, facilitando o seminário  Depressão, Cura e Espiritualidade, atendendo  convite  da Casa, Adenáuer  Novaes  concedeu  a seguinte entrevista:
1.  Adenáuer. Na sua visão, como você definiria a depressão?
Depressão é fuga da vida e de viver o desafio apresentado pela própria personalidade. É um processo de perda de vitalidade, que deveria ser utilizada para a realização dos objetivos da vida. Do ponto de vista clínico, é um transtorno do humor que atinge a vontade e a dimensão emocional da pessoa. É mais comum entre as mulheres e na fase adulta.
2.  Qual a causa da depressão?
A depressão tem muitas causas, não existindo uma especial. Em geral, decorre da fragilidade emocional e do despreparo do indivíduo em lidar com suas frustrações. Quando se criam expectativas sem o preparo para lidar com decepções e perdas, surge a predisposição para a depressão.
3. Por que tantas pessoas, atualmente, sofrem de depressão?
Na realidade, não há muita gente com depressão. O que existe é muita gente se automedicando e acreditando que está com depressão, sem um diagnóstico claro a respeito de seu problema. Tristeza e retraimento não quer dizer depressão.

Redução da vontade de fazer as coisas também não quer dizer que se esteja com depressão. É necessário que os sintomas clássicos da depressão ocorram por mais de sessenta dias corridos, para que se diagnostique a doença.
4. Poderíamos dizer que o autoconhecimento contribui para a pessoa prevenir-se da depressão?
Mais do que o autoconhecimento, é necessário que se tenha  a consciência dos processos inconsciente para se prevenir da doença.
Isso significa que se deve buscar um maior contato com a dimensão inconsciente, estando atento aos complexos psicológicos que atuam e interferem na vida consciente. Além de se conhecer, a pessoa deve se descobrir e buscar constantemente a auto-transformação
5.  Qual a  importância da espiritualidade na vida de uma pessoa depressiva, ou não?
Entendendo espiritualidade como autopercepção da condição de que se é um espírito imortal, dificilmente a pessoa terá uma depressão, pois entenderá que não poderá postergar a solução de qualquer conflito, tendo de enfrentá-lo a todo custo.
6. Quais são as terapêuticas recomendadas para o tratamento da depressão, considerando-se a individualidade de cada pessoa?
Diagnosticada com precisão clínica, a depressão deve ser tratada de várias formas. Em todos os casos de depressão, o tratamento deve ser psicoterápico, isto é, psicológico.
Muito raramente o depressivo deve tomar qualquer medicação, já que seu problema é de ordem psicológica. A propalada deficiência de serotonina, quando ocorre, e raramente ocorre, é consequência. Administrar uma medicação que venha a contribuir para sua captação posterga  a solução  do problema e, muitas vezes, mascara a doença.
Além do tratamento psicoterápico, deve se buscar manter a vida relacional da pessoa, incluindo atividade laboral.
7. Quais são os recursos terapêuticos que o Espiritismo oferece para quem sofre de depressão?
O espiritismo oferece sua doutrina de libertação da alma. Os Centros Espíritas, em geral, oferecem o passe e o aconselhamento. No entanto, nem sempre estão preparados para escutar a alma do outro que se encontra com medo de reconhecer seus processos psíquicos e enfrentar seu desafio. O recurso da conversão evangélica, muitas vezes, posterga a solução do conflito, também mascarando o problema.
Há necessidade de se estruturar equipes de atendimento psicológico, tendo por base a Terapia do Espírito, para se atender melhor o portador de qualquer transtorno psíquico, principalmente os que têm o componente da obsessão espiritual.
8. Finalizando, a depressão tem cura?
Claro que tem cura. Basta que seu portador readquira a vontade de viver, sem medo de enfrentar o que se passa em seu mundo interior.

Adenáuer Novaes é Psicólogo Clínico, residente no Brasil. É um dos diretores da Fundação Lar Harmonia - Salvador-BA.

Vencendo a Depressão

Vencendo a Depressão

Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br

Palestrante: Bianca Cirilo
Rio de Janeiro
10/05/2002

Organizadores da Palestra:

Moderador: "_Alves_" (nick: [Moderador])

"Médium digitador": "M_Alves e Jaja" (nick: Bianca_Cirilo)

Oração Inicial:

<Melzinha28> Mestre amado Jesus e espíritos amigos. Reunimo-nos nesta noite a fim de estudarmos um tema de grande importância. Que possamos contar com as inspirações vindas do alto e que possamos agradecer tal oportunidade que certamente nos engrandecerá os corações e almas fortalecendo-nos na caminhada que daqui surjam alívios às dores de toda sorte e sejamos dignos de receber o amparo de que tanto carecemos. Que assim seja!

Apresentação do Palestrante:

<Bianca_Cirilo> Boa noite. Meu nome é Bianca, sou trabalhadora do Centro Espírita Léon Denis há 10 anos e, além disso, atuo como psicóloga a nove anos. Atualmente tenho me dedicado aos estudos sobre psicologia espírita e a evangelização de jovens na Casa de Léon Denis bem como me dedico no campo profissional a psicologia clínica e institucional. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Bianca_Cirilo> O tema de hoje é bem atual, tendo em vista as pressões sofridas pelo homem moderno e conseqüentemente a vivência de um vazio existencial. Vários fatores contribuem para uma Desistência de si mesmo, principalmente quando não se tem uma base religiosa ou algo que dê sentido a vida. A proposta da nossa conversa consiste em esclarecer alguns motivos que levam o homem, na atualidade, a sofrer o problema da depressão e, além disso, refletir sobre como vencê-la. (t)

Perguntas/Respostas:

<[moderador]> [1] - <_Alves_> Bianca, até que ponto os espíritos ignorantes podem contribuir para piorar um processo depressivo?

<Bianca_Cirilo> Dependendo do grau de sintonia que o indivíduo esteja vivendo com esses espíritos, eles podem piorar o sentimento de inferioridade e a sensação de perda existencial. O problema se agrava na medida em que o indivíduo não conhece a si mesmo e não procura refletir sobre suas dificuldades e seus problemas emocionais. (t)

<[moderador]> [2] - <SOL_BRILHANTE> Sendo a depressão uma doença dos tempos modernos, como dizem alguns psicólogos, como deve o espírita atuar perante tal fato?

<Bianca_Cirilo> Antes de mais nada, o espírita tem o dever de se conhecer e estabelecer consigo mesmo uma relação sincera onde ele possa avaliar seus recursos internos, assim como suas quedas morais. A Doutrina Espírita reúne um corpo de conteúdos filosóficos, sociais e psicológicos que muito auxiliam na descoberta do ser consciente que todos nós somos em potencial. (t)

<[moderador]> [3] - <Himura_San> Existem níveis ou formas diversas de depressão?

<Bianca_Cirilo> Sim. Existe um primeiro estágio onde o indivíduo experimenta uma espécie de apatia ou cansaço físico e mental. Num segundo estágio há um comprometimento em termos cognitivos. O que seria isso? O sujeito começa a acreditar-se fracassado, cultivando de forma contínua pensamentos de derrota e autopiedade. Num terceiro estágio esse estado de coisas pode levar até mesmo a autoflagelação até ao suicídio. (t)

<[moderador]> [4] - <_Alves_> A ciência materialista tenta achar um "culpado" para a depressão nos genes, esquecendo da parte espiritual. Como andam estes estudos por parte dos cientistas espiritualistas, principalmente os espíritas?

<Bianca_Cirilo> Atualmente, Joanna de Ângelis (Divaldo Franco), assim como Hammed (Francisco do Espírito Santo), são os espíritos que mais se destacam no tocante ao esclarecimento espírita sobre o assunto. Ambos dedicam-se a esclarecer o problema da alma humana, a questão reencarnatória e a importância do auto-exame como elemento fundamental para que o espírito possa entrar em contato com o seu patrimônio espiritual e suas tendências emocionais. (t)

<[moderador]> [5] - <SOL_BRILHANTE> Vemos aparecerem depressões nos jovens de hoje com muita freqüência. Sabemos que muitos fatores contribuem para isso. Será que a degradação em que a família se encontra a causa maior?

<Bianca_Cirilo> Não necessariamente... Sem dúvida a harmonização familiar é de suma importância para o equilíbrio dos membros. Entretanto, cada espírito traz consigo uma série de experiências reencarnatória anteriores que respondem pela maior ou menor tendência a depressão. Joanna, por exemplo, nos esclarece que o problema da depressão está fortemente associado a dificuldade de aceitação da frustração e das novas exigências que a vida atual do espírito lhe impõe. (t)

<[moderador]> [6] - <voyagger> Muitos espíritas se apressam em procurar causas espirituais para os estados depressivos. Essa conduta não é correta. Causas orgânicas devem sempre ser as primeiras investigadas... Só após tentar identificar a possibilidade espiritual. Qual a sua opinião?

<Bianca_Cirilo> Não podemos esquecer que o funcionamento do corpo físico depende da natureza do perispírito. Este, por sua vez, é vem impregnado pelos desejos do espírito. Certamente, há correntes no campo científico que sustentam os motivos endógenos da depressão, assim como relacionam os mesmos com os fatores externos ambientais que cercam o indivíduo. Contudo, tais correntes desconsideram o problema do espírito enquanto ser imortal, e desta forma, nós espíritas, podemos pensar que o que se vive no corpo físico nada mais é do que o reflexo do ser pensante que nós somos.(t)

<[moderador]> [7] - <Himura_San> É possível haverem casos onde apareçam os sintomas psicológicos da depressão, mas não os sintomas espirituais ou físicos e vice-versa? Ou a depressão sempre afetará espírito, mente e corpo?

<Bianca_Cirilo> Devemos compreender que, espírito, mente e corpo funcionam como uma unidade e é exatamente quando a gente separa estas categorias que a gente experimenta uma sensação de estranheza com relação a determinados sentimentos. Compreender estes aspectos separadamente seria fragmentar a realidade do ser espiritual. O que se vive no corpo, guarda estreita relação com o que a mente ou o espírito vem produzindo ao longo de sua trajetória. (t)

<[moderador]> [8] - <_Alves_> Em São Paulo existe a APE (Associação dos Psicólogos Espíritas). Como anda o engajamento no Rio de Janeiro?

<Bianca_Cirilo> Não temos nenhuma associação, que eu saiba. Aqui na casa de Léon Denis este trabalho é pioneiro e recente. Iniciamos o mesmo em junho de 2001 e lutamos com muita dificuldade para conseguir colaboradores. Nosso trabalho funciona em regime de palestras mensais (toda 1ª quinta-feira) abertas a participação do público após a explanação. (t)

<[moderador]> [9] - <voyagger> Mas como explicar os efeitos benéficos da medicação antidepressiva? É inegável seu resultado. Você diria que é uma espécie de mascaramento das reais causas? Ou de que realmente existem casos espirituais e casos orgânicos?

<Bianca_Cirilo> Não poderia dizer que há uma espécie de mascaramento por que não sou médica. Não sei com profundidade até onde o medicamento atua. Entretanto posso dizer com segurança que a causa espiritual não é extirpada com o medicamento. Ela pode ser abrandada, pois os aspectos de ordem emocional necessitam serem trabalhados, o que não quer dizer que não se deva em alguns casos utilizar-se do medicamento. (t)

<[moderador]> [10] - <|Helder|> Como diferenciar a melancolia da depressão e qual a melhor maneira de ajudar uma pessoa amiga que enfrenta dificuldades e rejeita ajuda, parecendo estar numa situação de só tentar se reerguer quando chegar ao fundo do poço?

<Bianca_Cirilo> A melancolia é um termo que encontramos por exemplo na psicanálise para expressar a questão do luto exagerado que vive uma pessoa, onde ela se identifica com o objeto perdido e, inconformada com esta perda, ela cai num processo depressivo. Podemos dizer que houve uma mudança de nomes, mas ambas nomenclaturas referem-se a processos similares. Com relação a ajudar alguém que rejeita ajuda torna-se difícil obrigar esta pessoa a buscar recursos. A conversa franca sobre a situação demonstrando os prejuízos que aquele estado vem trazendo a vida relacional deste indivíduo é um bom caminho. Porém, não devemos esquecer que ajudar não significa assumir para sí os problemas do outro. Devemos sim, mostrar a esta pessoa que estamos do seu lado, mas que é necessário que ela faça força para dar o primeiro passo. (t)

<[moderador]> [11] - <voyagger> A depressão é um novo nome para a melancolia (no contexto explicado no ESE)? Seria uma não-aceitação do seu estado atual... Uma saudade... Uma vontade enorme de voltar?

<Bianca_Cirilo> Também, mas não só isso. A natureza do espírito imortal é muito complexa. A saudade do plano espiritual é um dos motivos que pode levar o homem a sentir uma leve tristeza. Entretanto, essa saudade não precisa ser patológica, como é o caso da depressão. (t)

<[moderador]> [12] - <MARIFOZ> Depressão é uma doença do espírito?

<Bianca_Cirilo> Para Joanna de Ângelis, sim. (t)

<[moderador]> [13] - Ilson Aparecido Tavares (via site): Ao Arrepender-se de um ato, é necessário pedir perdão?

<Bianca_Cirilo> O Arrependimento é o primeiro passo de tomada de consciência do ato. Ele significa que o indivíduo se vê insatisfeito com os efeitos que o seu ato produziu. Entretanto, não basta apenas arrepender-se. É necessário reparar os prejuízos causados pela atitude equivocada que todos nós estamos sujeitos. Daí, o ato de pedir perdão é o estágio mais maduro em que se encontra o espírito, pois no momento em que ele o realiza, ele consegue dobrar-se diante do próprio orgulho, e é tão somente neste instante que o espírito pode admitir para si que superou aquela dificuldade. (t)

<[moderador]> [14] - <cfeitosa> A mim parece que o estado depressivo começa com uma sensação de perda, como no caso da velhice, quando o idoso começa a sentir que está perdendo valores, etc., ou será que é uma "bomba" de retardo, que de repente detona?

<Bianca_Cirilo> Podem ser as duas coisas. A perda está sempre presente. Ela pode referir-se a uma perda real, concreta, como por exemplo, a morte de alguém, bem como se referir a um sentimento de perda que não é ainda consciente. (t)

<[Moderador]> [15] - <voyagger> Quando se referiu à 'patologia' da saudade, quis referir-se a sua intensidade?

<Bianca_Cirilo> Sim. (t)

<[Moderador]> [16] - <cfeitosa> Existe um ponto onde podemos definir se a depressão é um caso patológico ou influenciação espiritual?

<Bianca_Cirilo> O tratamento de socorro espiritual muito auxilia nesses casos, pois somente os espíritos têm controle do que de fato está acontecendo. Daí é necessário o concurso de medidas, tais como receituários, passes espíritas, etc. (t)

<[Moderador]> [17] - <_Alves_> Como tratar a depressão de pessoas próximas e amadas?

<Bianca_Cirilo> Levando essas pessoas a profissionais, tais como psicólogos, psiquiatras, a fim de auxiliarem de forma adequada no encaminhamento das dificuldades. No que compete à família, é apoiar, estimular, encorajar, sem cair no equívoco de viver a vida do ser amado, acreditando que isso seja expressão de amor. (t)

<[Moderador]> [18] - <mar> O tratamento na casa espírita pode ajudar?

<Bianca_Cirilo> Sem dúvida. Sempre. (t)

<[Moderador]> [19] - <titrigo> Existem fatores físicos que podem gerar depressão?

<Bianca_Cirilo> Alguns médicos elucidam que há determinados neurotransmissores que atuam no sistema nervoso central e estão relacionados ao drama da depressão. Eu não arriscaria em dizer que eles são causa, mas sim efeitos de um patrimônio espiritual, refletido no corpo, que vem sendo alimentado pelo espírito. (t)

<[Moderador]> [20] - <_Alves_> Pode o tratamento da casa espírita substuir o tratamento de consultório?

<Bianca_Cirilo> Não. Cada um tem a sua especificidade e a sua competência. Eles podem e devem, em muitos casos, funcionar juntos. (t)

<[Moderador]> [21] - <titrigo> Quais os motivos que levam à depressão? Os psicólogos, psiquiatras, etc, tratam de forma correta a depressão?

<Bianca_Cirilo> Inúmeros são os motivos que levam à depressão. Depende da individualidade espiritual, bem como da relação que o indivíduo estabelece com o seu meio. Porém, alguns motivos parecem centrais, segundo Joanna de Ângelis, tais como busca incessante do prazer imediatista, a rotina, a falta de projeto, a dificuldade de ser contrariado, a autopiedade e a culpa. Quanto aos psicólogos e psiquiatras, depende de quem é o psicólogo e de quem é o psiquiatra. Não podemos generalizar. (t)

<[Moderador]> [22] - <cfeitosa> No movimento espírita volta e meia nos deparamos com pessoas depressivas, e comentemos o erro de tentar resolver o problema tentando trazer a pessoa para a nossa forma de pensar e agir. Há limites para nossa interferência? Complementando a pergunta do cfeitosa, como devemos agir, quando nos deparamos com irmãos em depressão? O que dizer, sugerir, enfim, qual a melhor atitude a ser tomada, de modo a ajudar da forma mais efetiva possível?

<Bianca_Cirilo> Em primeiro lugar, é ouvir, sem julgar, ou seja, nos disponibilizarmos internamente a deixar que o outro se expresse da forma como ele deseja. O ato de ouvir, sem julgar, comumente gera em quem fala uma espécie de alívio, e isso já é bastante proveitoso. De acordo com a permissão que esta pessoa nos dê para atuar, devemos sim orientar de acordo com as nossas possibilidades, sem resvalar no equívoco de realizar diagnósticos dos quais não somos competentes e que, certamente, serão precipitados. O espírita precisa aprender a ouvir, sem se escandalizar e sem resumir aquela situação a seu acanhado ponto de vista. (t)

<[Moderador]> [23] - <alis29> As instituições espíritas (no caso os trabalhadores da casa) estão preparadas para lidar com pessoas que chegam com depressão? Existem cursos pra isso? Como é feito o estudo desses casos?

<Bianca_Cirilo> Não posso generalizar a questão do preparo das instituições espíritas. Posso responder de acordo com o círculo acanhado de colaboradores do qual eu faço parte. Dentro da minha limitada percepção, observo ainda um certo despreparo para lidar com esta questão na casa espírita. Até porque a nossa tendência é banalizar a depressão como sendo qualquer tristeza. Aqui na nossa casa, graças a Deus, temos um curso que se chama "Autocura", cuja proposta me parece bastante eficaz como estímulo à superação da depressão. Porém, é preciso sempre que o sujeito que sofre faça a sua parte. O restante lhe vem como acréscimo. (t)

<[Moderador]> [24] - <titrigo> Há relação entre depressão e obsessão?

<Bianca_Cirilo> Já havia mencionado, anteriormente, algo parecido. Vou procurar resumir. O estado depressivo é um grande convite à obsessão. Porém, em alguns casos, não podemos esquecer que o sujeito deprimido pode estar sofrendo de auto-obsessão. (t)

<[Moderador]> [25] - <mar> Quando se tem um motivo para depressão e não depende da gente para resolver, a coisa não sai do pensamento, faço orações e mesmo assim a depressão insiste, como se faz?

<Bianca_Cirilo> Em primeiro lugar, devemos aprender a separar o que podemos mudar, daquilo que não podemos mudar. Contudo, quando falamos que o motivo não depende da gente, a gente deve entender que o campo de resolução é sempre interno, ou seja, o problema não está na situação, está na forma como a gente permite que a situação tome conta de nós. Joanna nos diz que não devemos nos desgastar emocionalmente em tentar mudar fatos ou pessoas, mas podemos sim não permitir que a ressonância desses fatos dentro de nós seja tão desastrosa. Para isso, certamente, precisaremos ter a humildade de pedir ajuda, de se abrir e estabelecer conosco uma relação franca, honesta, através do autoconhecimento. (t)

Considerações finais do palestrante:

<Bianca_Cirilo> Agradeço a todos pela satisfação de estar contribuindo, mesmo que minimamente, com a reflexão de um assunto que ainda nos assombra a atualidade. Espero que Deus nos amplie a inteligência e o sentimento para nos tornarmos espíritos facilitadores uns dos outros. Que as nossas relações sejam mais amistosas e evitando incitar-nos a tantas mágoas e ressentimentos, que também se associam a dificuldades depressivas. Se nós aprendermos a tolerarmos uns aos outros, a compreender o estágio espiritual de cada um e a não exigir das pessoas aquilo que nem mesmo nós conseguimos oferecer, certamente vamos minimizar o problema da depressão. Somente uma sociedade mais solidária e humana poderá erradicar tal problemática. E para isso todos nós somos responsáveis pela construção deste mundo melhor. Que Deus nos ilumine e nos abençoe sempre! Muita Paz! (t)

Oração Final:

<titrigo> Senhor Jesus! Muito agradecemos, por tudo que nos foi ofertado na noite de hoje em forma de conhecimento e oportunidade de progresso. Que possamos, Senhor, divulgar essas informações para o bem do próximo e de toda a humanidade. Possamos sempre buscar o bem, a reforma íntima e o progresso nas palavras, ações e pensamentos. Abençoe, Senhor a todos os irmãos em sofrimento na Terra a todos que sofrem com a depressão e com tantos outros males que existem. Possamos todos nós, estarmos sempre a postos, para o auxílio a esses irmãos sofredores nunca esquecendo que ainda somos doentes também. Esteja conosco, Senhor Jesus. Guia-nos, sempre. Graças a Deus. Que assim seja! (t)

Um panorama espiritual da depressão

Um panorama espiritual da depressão

A depressão é uma doença da alma. Sendo assim, infelizmente, a ciência materialista pouco pode fazer a não ser minimizar os sintomas do doente para que este possa conviver socialmente. Com isso, o máximo que ela consegue é limitar-lhe a capacidade mental e volitiva, afetiva e de memória.

Estima-se que 20% da população do planeta sofre deste terrível mal. Dados levantados por pesquisadores indicam que a depressão é a segunda maior causa de ausência no trabalho e metade dos deprimidos param de trabalhar e ter uma vida social. Normalmente, é catalogada pela medicina como uma enfermidade cujo tratamento é para a vida inteira, com 50% de chances de recaída.

A pior conseqüência da doença é o suicídio, uma vez que 15% desses nossos irmãos cometem este ato extremo.

Os principais sintomas são: insônia, tristeza persistente, desânimo, alteração do apetite, falta de energia, baixa produtividade, perda de prazer. Persistindo esses sintomas por mais de duas semanas significa que o indivíduo encontra-se em estado de crise.

Influências espirituais:

O espiritismo, que define o Espírito como a essência do próprio ser, explica a depressão como uma doença espiritual, uma fase avançada do processo obsessivo, resultante do assédio persistente de espíritos inferiores sobre a mente do homem e dos que o circundam. Portanto, quem não acredita no Espírito, ou ainda, pouco conhecimento tem sobre sua natureza, não está em condições de conhecer-lhe a causa e muito menos de tratá-la.

A verdade é que todos os seres humanos possuem uma certa sensibilidade mediúnica, ou seja, uma determinada e variável predisposição orgânica em ser "suscetível" ao mundo espiritual que o circunda. Essa suscetibilidade ocorre em nível mental-emocional, de inteligência para inteligência, em que predomina a lei de sintonia. O teor do pensamento determina o tipo da sintonia que estabelecemos, consciente ou inconscientemente, com homens ou espíritos.

A maioria das depressões nascem de um processo obsessivo, normalmente decorrente de uma fraqueza moral que abre campo para espíritos malfazejos e mal intencionados que passam a impor sua vontade sobre a vontade do deprimido.

Os espíritos ainda arraigados à materialidade precisam de alimento energético. Como ninguém gosta de cogitar sobre isso, ainda mais fácil se lhes torna o assédio.

O aflorar da mediunidade:

Desde o tempo de Allan Kardec os bons espíritos afirmam que, independentemente de crer ou não crer, a humanidade está alcançando um patamar evolutivo em que a torna mais sensível ao contato com os campos espirituais circunvizinhos à Terra. Estamos esbarrando no mundo espiritual e ainda não percebemos isso.

Ora, como é a sintonia que determina o tipo de contato com as inteligências das dimensões espirituais, para que se supere a depressão é necessário que o doente mude a sintonia que vem sustentando.

Interferências espirituais nocivas:

Os efeitos da obsessão instalada são óbvios: o próprio doente sente-se confuso em identificar a própria personalidade. Seus pensamentos tornam-se confusos e contraditórios, o que lhe gera insegurança e medo. Num quadro mais agravado observa-se a fraqueza crescente, que é a perda de energia vital. Por isso, em muitos casos, o deprimido sente fortes dores no estômago (perda de energia pelo plexo solar).

Todas as pessoas viciadas, por exemplo, são médiuns conscientes ou inconscientes.

As interferências espirituais nocivas, causadas pela presença atuante de espíritos malfazejos, nada mais fazem do que dinamizar a inconsistência moral sustentada imprudentemente pelo deprimido.

A porta da alma se abre pelo lado de dentro:

Quem trabalha efetivamente na doutrina espírita e atua num centro bem orientado sabe que é perfeitamente possível libertar-se, em breve tempo, do terrível flagelo que é a depressão.

De acordo com os Evangelhos, Jesus, o divino Mestre, outra coisa não fazia senão redirecionar a sintonia de inúmeros doentes do corpo e da alma para as esferas superiores do sentimento, com isso, curou inúmeros "endemoninhados" e "lunáticos".

É dele a máxima preventiva: "Vigiai e orai!"

O que a vítima da depressão precisa compreender e assimilar é o fato de que ninguém pode abrir a porta de nossa alma, mesmo que force, porque a fechadura está do lado de dentro. Somente nós mesmos podemos abrir a porta para aquilo que nos convêm.

Educando a sensibilidade:

Uma das sustentações doutrinárias do espiritismo é fazer com que o ser humano se esforce para não entrar em sintonia com as faixas inferiores da vida. Ao contrário, sintonizar-se com as faixas superiores.

Para isso é fundamental aprender a discernir o próprio pensamento do pensamento invasor. Fatores que aborrecem devem ser vencidos. Trata-se de lutar ou se entregar, forçar resistência ao aparentemente irresistível componente depressivo. Reconhecer a própria força de vontade -normalmente, subjugada pela vontade do agente perturbador- e novamente fortalecê-la.

Pedir auxílio ao Criador é o segredo. Assumir, com humildade e confiança, a condição de necessitados espirituais que somos, reconhecendo o poder soberano da luz divina que nos abençoa constantemente e, para a qual estamos temporariamente impermeáveis, em função de nosso arbitrário acrisolamento na dor.

Não aceitar a tristeza em hipótese alguma. Nem a mágoa, nem a autopiedade, nem a busca de isolamento ou de fuga excessivas.

A depressão cessa com a mudança da sintonia espiritual:

Muitos médiuns que hoje militam com segurança nas casas espíritas, equilibrados e sem alarde na mediunidade com Jesus, chegaram sob os mais constrangedores sinais de depressão. Alguns, com passagens em clínicas ou sanatórios para doentes mentais. Ainda assim, através da ajuda que permitiram a si mesmos, aproveitaram a boa acolhida dos benfeitores da casa, esforçaram-se no estudo edificante, na prece, na meditação, absorveram confiantes as energias revitalizadoras do passe e puderam "sentir a paz" proveniente dos bons espíritos que os assistem em nome de Deus.

Assim, uma vez reequilibrados, integraram-se no serviço de auxílio aos semelhantes, encaixaram-se nos trabalhos assistenciais e espirituais da casa mudando, conseqüentemente, a sintonia mental-emocional antes adotada para uma outra elevada e moralizada.

Isto é um fato muito comum não apenas no meio espírita e passível de comprovação.

Portanto, para superar a depressão é necessário mudar a sintonia espiritual. Como os bons espíritos que nos assistem não fazem outra coisa a não ser o bem, é imprescindível que, de nossa parte, aprendamos também a fazê-lo, o que, certamente, assegurará sua proteção e a possibilidade do desabrochamento seguro de nossas potencialidades latentes como filhos de Deus.

Obras consultadas:

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, tradução de J. Herculano Pires, EME Editora
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, tradução de Guillon Ribeiro, FEB
A Obsessão, de Allan Kardec, tradução de Wallace Leal Rodrigues, Editora O Clarim
Depressão, Cura-te a ti Mesmo, de Salvador Gentile, IDE

Website:Conciência Espírita

Textos sobre depressão

http://www.espiritismo.net/content,0,0,132,0,0.html

DEPRESSÃO, DOENÇA DA ALMA

DEPRESSÃO, DOENÇA DA ALMA


A depressão é uma doença tão antiga quanto o próprio homem. Nascida nas profundezas da alma, pode-se dizer que a depressão nasceu quando o homem experimentou a dúvida, o medo e o vazio existencial causado pela perda do paraíso. Entre os vários relatos bíblicos de personagens que em algum momento sofreram de depressão, encontraremos em Jô um dos exemplos mais clássicos. No capítulo 3, versículos 20 a 22, podemos ler: “porque se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem; e cavam em procura dela mais do que de tesouros ocultos; que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura”.
Entre os apóstolos de Jesus, Pedro e Judas experimentaram a depressão em circunstâncias distintas e com repercussões diferentes. Ao longo da história muitos foram aqueles que sofreram com a depressão: Shakespeare, Beethoven, Lincoln, Fernando Pessoa, Virgínia Woof, Hemingway, M.Monroe, Lady Di e outros.
É difícil obter-se números precisos sobre a doença, contudo estima-se que 5% da população mundial seria de pessoas depressivas. A depressão é a quarta doença mais comum entre a população geral segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, sendo duas vezes mais freqüente no sexo feminino. A depressão pode afetar pessoas de todas as faixas etárias e condições sócio-econômicas e culturais, sem distinção de raça ou credo. O suicídio é responsável por 15% das mortes de pessoas deprimidas. Ainda segundo a OMS, a depressão será a segunda moléstia que mais roubará anos de vida da população em 2020. Como ainda não surgiu nenhum tratamento preventivo, estima-se que a cada ano surgirão mais dois milhões de novos deprimidos clínicos por ano no mundo. No Brasil calcula-se que existam 10 milhões de sofredores patológicos.
A depressão é classificada como um transtorno do humor. Para tanto é preciso diferenciar a doença depressão da tristeza. Além dos critérios de sintomas que caracterizam a doença, é necessário que estes subsistam por mais três semanas; a depressão é muito mais profunda e resistente do que a tristeza. O psiquiatra Peter Whybrow, da UCLA, descreve a depressão com uma imagem: “imagine o desconforto de várias noites sem dormir misturado à dor da perda de um ente querido que não acaba nunca. Depressão é isso”.
A depressão é vista como uma doença de múltiplas causas. Em se considerando que a doença depressão é, também, denominada doença da alma, podemos entender que as causas estão diretamente relacionadas com o perfil psico-emocional do indivíduo. A alma, ou o Espírito, é que se apresenta doente. Em termos puramente psicológicos encontramos as raízes da depressão em comportamentos imaturos, no materialismo, nas perdas de qualquer natureza, nos ressentimentos e na culpa.
A imaturidade psicológica pode ser vista nos comportamentos de pessoas que se negam a crescer e a assumir responsabilidades. Tal comportamento foi descrito como sendo uma “Síndrome de Peter Pan”, onde o ser foge para um mundo ilusório a fim de não ter de arcar com as responsabilidades do dia-a-dia. A qualquer momento evita tomar decisões, tomar atitudes ou posturas resolutivas ante os problemas. A imaturidade psicológica reflete um espírito cristalizado em um padrão comportamental infantil, sonhador. Na hora em que as dores e as decepções da vida se anunciam, trazendo o sofrimento, estes indivíduos optam por tentar fugir à responsabilidade, desistindo da luta, passando a viver num mundo de sonhos que, aos poucos, vai se transformando em pesadelos.
O materialismo é um dos grandes males da humanidade. A falta de uma postura idealista e de valores morais e éticos torna o ser humano vazio. Num primeiro momento o homem busca evitar a sensação de vazio lançando-se compulsivamente à conquista de bens materiais. Somos nós, quando nos entregamos a um ritmo de vida ditado pela satisfação dos automatismos de natureza fisiológica, vivendo em função do luxo, do conforto e do prazer pelo prazer. Esquecendo-nos dos ideais que elevam a alma ao Criador ficamos vazios, vazios de amor, vazios de solidariedade, vazios de paz. No poço vazio das nossas almas a depressão verte o seu veneno enchendo os nossos Espíritos de dor e sofrimento.
O apego excessivo às coisas e às pessoas à nossa volta contribui para agravar os sintomas depressivos. Na Gênesis, capítulo 3, versículo 19, lemos que do pó viemos e ao pó retornaremos. Se auscultássemos a palavra divina e dirigíssemos a nossa vida por ela muitas dores poderiam ser evitadas. Mas à medida em que vamos saindo do berço para ocuparmos o nosso lugar na sociedade passamos a cultivar o TER, o desejo de possuir. Este apego ao sentimento de posse, tanto das coisas materiais como das pessoas, será causa das nossas mais terríveis dores. A incapacidade de lidarmos com as perdas que farão parte das nossas vidas pode se constituir num grande fator gerador da depressão.
A culpa e o ressentimento guardados em nossos corações destroem a possibilidade de sermos felizes. Todo sentimento de culpa é lixo inútil que carregamos ao longo da vida e que acaba sufocando a nós próprios e como tal não serve para nada. O ressentimento, além de ser lixo, é ainda mais perigoso do que a culpa, posto que este último é lixo tóxico. Ressentimento significa sentir novamente, ficar recordando. Tudo bem, se nós ficássemos a recordar ou a ressentir coisas boas, coisas alegres. Mas com freqüência esquecemos rapidamente de nossas alegrias para nos dedicarmos a relembrar e a ressentir as nossas dores. Em recordando um fato doloroso eu passo a sentir novamente a mesma dor que vivenciei no passado. O ressentimento, como tóxico que é, corroi nossas almas.
Se vimos as causas da depressão, é preciso que vejamos quais as suas conseqüências. A depressão pode ser extremamente devastadora para o doente e para todos aqueles que convivem com ele.
O depressivo compromete o seu sistema imunológico, tornando-se alvo fácil de outras doenças que, aproveitando a fragilidade do indivíduo, tomarão conta do corpo. A depressão pode ser a porta de entrada para muitas outras doenças físicas como as úlceras gástricas, problemas hepáticos ou intestinais (como por exemplo, a constipação crônica), problemas cardíacos, infecções, doenças degenerativas e até do câncer.
A depressão é uma das principais causas do suicídio, sendo este a mais terrível conseqüência. A Doutrina Espírita nos ensina que o suicídio, ao invés de ser a solução dos problemas que nos afligem, é causa de maiores dores e sofrimentos.
A depressão não fica restrita ao paciente depressivo, ela se estende por todos que compartilham do ambiente doméstico. Sendo assim, a depressão é um fator de desagregação familiar. O comportamento depressivo faz com que o ser se afaste das pessoas, torne-se relaxado com as obrigações em relação ao grupo, afaste-se do trabalho chegando por vezes ao abandono do mesmo o que acarreta novos e maiores problemas para o núcleo familiar.
Como então poderemos nos livrar da depressão? Qual é o tratamento ou tratamentos de que dispomos para nos livrarmos desse mal?
Os tratamentos para depressão são tão variados como as causas das doenças. É preciso que em primeiro lugar queiramos nos curar. Para tanto teremos que reconhecer e admitirmos que estamos doentes e que precisamos de ajuda. Esta tomada de consciência da nossa própria condição como doentes é o primeiro tratamento ao nosso alcance. Quando nos conscientizamos da nossa verdadeira condição criamos em nossos Espíritos as condições de cura. Renova-se a vontade de viver e a disposição para renovarmos atitudes e emoções. Passamos a redecorar a nossa casa interior, jogando fora os móveis velhos e adquirindo móveis novos.
O desejo de nos curarmos vai nos levar a buscar a medicina. Dentro dos seus limites e da sua capacidade, a medicina pode nos ajudar através de medicamentos que diminuem os sintomas. Mas remédio nenhum pode tocar nosso Espírito. Necessário se faz que busquemos o auxílio psicológico. Será somente através de nossa reforma íntima que poderemos alcançar a cura da depressão.
Comecemos por nos tornarmos emocionalmente maduros. Assumindo o compromisso de superar as emoções infantis, passando a termos o controle da nossa vida. Surgindo os problemas vamos encara-los de frente examinando-os com serenidade e lucidez, objetivando encontrar soluções possíveis e realistas frente às nossas possibilidades. O exercício da nossa maturidade emocional nos tornará fortes e seguros, confiantes e serenos.
Ao conquistarmos a nossa maturidade emocional, vamos precisar de novas metas na vida. É a hora de voltarmos os olhos para dentro de nós mesmos, buscando sentir os anseios mais nobres e elevados que dormem em nossas almas. Vamos em busca da nossa realização interior conquistando valores morais e éticos. Esta é a hora de nos voltarmos para o sentimento religioso e de retomarmos o diálogo com o Pai Criador.
Maduros e em comunhão com o Pai, vamos entender que as únicas coisas que realmente nos pertencem são os tesouros da alma. Seguindo as palavras de Jesus narradas por Mateus, cap. 6, vv. 19-21, não percamos tempo juntando tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões roubam. Busquemos SER e não TER. Desta maneira as perdas dos bens materiais e dos status social não nos afligirão, pois são riquezas que vieram da terra e a ela pertencem. A comunhão com o Pai vai nos fazer compreender que o Espírito é imortal e que o ente querido perdido será reencontrado em breve. Para aqueles que amam verdadeiramente não existe separação.
Agora, mais fortalecidos e renovados é o momento de nos livrarmos daqueles lixos velhos que pesam em nossas almas. Vamos passar a limpo os sentimentos de rancor, de mágoas e as culpas. Através do esquecimento vamos nos livrar dos ressentimentos, voltando a nossa atenção para o futuro e para todo o bem e felicidade que podemos construir em nossas vidas a partir de hoje, de agora. Livres de ressentir as dores velhas estamos prontos para o perdão que será como bálsamo divino a derramar-nos o coração e nos acalentando. Livre das culpas, aprenderemos a ver os erros que cometemos no passado como um ensinamento doloroso. Vamos aprender, então, que o erro foi formar mais útil e fácil ao nosso alcance para aprendermos como não devíamos fazer alguma coisa. Agora que aprendemos como não fazer, lancemo-nos novamente ao trabalho e à vida fazendo a coisa de maneira certa.
Mas, o melhor tratamento para a depressão é o conjunto de ensinos trazidos por Jesus. A mensagem evangélica que Jesus nos trouxe e que foi legada à humanidade pelos escritos que constituem o novo Evangelho é o mais poderoso e eficaz remédio para a cura da depressão. Através do perdão, do trabalho produtivo em benefício do próximo, da solidariedade e do amor poderemos alcançar a cura, não apenas da depressão, mas de todos os nossos males.

David Monducci
(extraído do jornal “O Semeador” de set/2000)

Visão médico-espírita da depressão - Slides

http://pt.slideshare.net/MarceloMonteiro4/viso-medico-e-espirita-da-depresso

A Depressão na Visão Espírita

A Depressão na Visão Espírita

Escrito por Dr. Wilson Ayub Lopes

A depressão pode ser conceituada como uma alteração do estado de humor, uma tristeza intensa, um abatimento profundo, com desinteresse pelas coisas. Tudo perde a graça, o mundo fica cinza, viver torna-se tarefa difícil, pesada, com idéias fixas e pessimistas.

Poderíamos considerá-la como uma emoção estragada. As emoções naturais devem ser passageiras, circularem normalmente, sem desequilibrar o ser. A tristeza por exemplo, é uma emoção natural, que nos leva a entrar em contato conosco, à introspecção e à reflexão sobre nossas atitudes. Agora, uma vez estagnada, prolongada, acompanhada de sentimento de culpa, nos leva a depressão.

Podemos dividir a "depressão" em três formas, de acordo com o fator causal:

- Depressão Reativa ou Neurose Depressiva: Esta depende de um fator externo desencadeante, geralmente perdas ou frustrações, tais como separação, perda de um ente querido, etc.

- Depressão Secundária a Doenças Orgânicas: Acidente vascular cerebral ("derrame"), tumor cerebral, doenças da tireóide, etc.

- Depressão Endógena: Por deficiência de neurotransmissores. Exemplos: depressão do velho, depressão familiar e psicose maníaco-depressiva.

Estima-se que a depressão incida em cerca de 14% da população, ou seja, temos no Brasil cerca de 21 milhões de deprimidos. Ela afeta todo o ser, acarretando uma série de desequilíbrios orgânicos, sobretudo, comprometendo a qualidade de vida, tornando a criatura infeliz e com queda do seu rendimento pessoal.

André Luiz cita nas suas obras que os estados da mente são projetados sobre o corpo através dos bióforos que são unidades de força psicossomáticas que se localizam nas mitocôndrias. A mente transmite seus estados felizes ou infelizes a todas as células do nosso organismo através dos bióforos. Ela funciona ora como um sol irradiando calor e luz, equilibrando e harmonizando todas as células do nosso organismo, e ora como tempestades, gerando raios e faíscas destruidoras que desequilibram o ser.

Segundo Emmanuel, a depressão interfere na mitose (divisão) celular, contribuindo para o aparecimento do câncer e de outras doenças imunológicas, sobretudo a deficiência imunitária facilitando às infecções. Na depressão existe uma perda de energia vital no organismo, num processo de desvitalização. O indivíduo perde energia por dois mecanismos principais:

1º) Perde sintonia com a Fonte Divina de Energia Vital: O indivíduo não se amando como deve, com sentimento de auto-estima em baixa, afasta de si mesmo, da sua natureza divina, elo de ligação com a fonte inesgotável do Amor Divino. Além do mais, o indivíduo ao se fechar em seus problemas e suas mágoas, cria um ambiente vibracional negativo que dificulta o acesso da Espiritualidade Maior em seu benefício.

2º) Gasto Energético Improdutivo: O indivíduo ao invés de utilizar o seu potencial energético para desenvolver potencialidades evolutivas, vivendo intensamente as experiências e os desafios que a vida lhe apresenta, desperdiça energia nos sentimentos de auto-compaixão, tristeza e lamentações. Sofre e não evolui.

Causas Principais - A depressão está freqüentemente associada a dois sentimentos básicos: a tristeza e culpa degenerada em remorso. Quando por algum motivo infringimos a lei natural, ao tomarmos consciência do erro cometido, temos dois caminhos a seguir:

1 - Erro>Consciência>Arrependimento>Tristeza>Reparação

2 - Erro>Consciência>Culpa-Remorso (idéia fixa)>Depressão

O primeiro caminho é meio natural de nosso aperfeiçoamento. Uma vez tomando consciência de nossas imperfeições e erros cometidos, empreendemos o processo de regeneração através de lições reparadoras.

De outra maneira, se ao invés nos motivarmos a nos recuperarmos, nós nos abatermos, com sentimento de desvalia, de auto-punição, e permanecermos atrelados ao passado de erros, com idéias fixas e auto-obsessivas, nós estaremos caminhando para o estado de depressão, que é improdutivo no sentido de nossa evolução.

Outra condição que nos leva à depressão é citada pelo espírito de François de Geneve em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V item 5 (A Melancolia), onde relata que uma das causas da tristeza que se apodera de nossos corações fazendo com que achemos a vida amarga é quando o Espírito aspira a liberdade e a felicidade da vida espiritual, mas, vendo-se preso ao corpo, se frustra, cai no desencorajamento e transmite para o corpo apatia e abatimento, se sentindo infeliz.

Para François Geneve então, a causa inicial é esta ânsia frustrada de felicidade, liberdade almejada pelo espírito encarnado, acrescido das atribulações da vida com suas dificuldades de relacionamento interpessoal, intensificada pelas influências negativas de espíritos encarnados e desencarnados.

Outro fator que está determinando esta incidência alarmante de depressão nos nossos dias é o isolamento, a insegurança e o medo que estão acometendo as pessoas na sociedade contemporânea. Absorvido pelos valores imperantes como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não perder, de ser o melhor, de não falhar, o homem está de afastando de si e de sua natureza. Adota então uma máscara (persona), que utiliza para representar um "papel" na sociedade. E, nesta vivência neurotizante, ele deixa de desenvolver suas potencialidades, não se abre, nem expõe suas emoções, pois estas demonstram quem de fato ele é. Enclausurado, fechado nesta carapaça de orgulho e egoísmo, ele se isola e se sente sozinho. Solidão, não no sentido de estar só, mas de se sentir só. Mais do que se sentir só é a insatisfação da pessoa com a vida e consigo mesma. O indivíduo nessa situação precisa se cercar de pessoas e de coisas para ficar bem, pois, desconhece que ele se basta pelo potencial divino que tem.

A solidão é conseqüência de sua insegurança, de sua imaturidade psicológica. Nos primeiros anos de vida, a criança enquanto frágil e insegura, é natural que tenha necessidade de que as pessoas vivam em função delas, dando-lhes atenção e proteção. É a fase do egocentrismo, predominantemente receptiva. Com o seu amadurecimento, começa a criar uma boa imagem de si, tornando-se mais seguro, e a partir de então, passa a se doar, a se envolver e a participar mais do a mundo. O que acontece é que certas pessoas, por algum motivo, têm dificuldades neste processo de amadurecimento afetivo, mantendo-se essencialmente receptivas e não participativas, exigindo carinho, respeito e atenção, sem se preocuparem da mesma forma com os outros. Fazem-se de vítimas, pobre coitados, sem as responsabilizarem por si. Conseguem o seu equilíbrio às custas das conquistas exteriores. A primeira frustração que se deparam, não toleram, pois expõe suas fraquezas e isto motiva um quadro de depressão.

Em alguns idiomas, doença e vazio têm a mesma tradução. A doença seria decorrente de um vazio de sentimentos que gera depressão e adoece o ser.

Um indivíduo quando perde a capacidade de se amar, quando a auto-estima está debilitada, passa a ter dificuldade de amar o semelhante, pois o sentimento de amor, de generosidade para com o próximo, é um sentir de dentro para fora. Este sentimento de amor ao próximo, nada mais é do que uma extensão do nosso amor, da nossa sintonia com o Deus interior que nós temos em nós.

A pessoa que tem dificuldade nesta composição de amar a si e, por conseqüência, amar o próximo, deixa de receber o amor e a simpatia do outro, e não consegue entrar em sintonia com a fonte sublime inesgotável do Amor Divino. Nós limitamos aquilo que recebemos de Deus, na medida do quanto doamos ao próximo. Quem ama muito, muito recebe. Quem pouco ama, pouco recebe. Esse afastamento de si, e por conseguinte de Deus, gera a tristeza, o vazio, a depressão e a doença.

Tratamento - A depressão é um sintoma que nos diz que não estamos nos amando como deveríamos. O caminho para sairmos dela é preencher este vazio com a recuperação da auto-estima e do amor em todos os sentidos.

Primeiro, procurando nos conhecer e nos analisar, com o intuito de nos descobrirmos, sem nos julgarmos, sem nos punirmos ou nos culparmos. E depois, nos aceitarmos como somos, com todas as nossas limitações, mas sabendo que temos toda potencialidade divina dentro de nós, esperando para desabrochar como sementes de luz. Isto nada mais é do que desenvolver a fé em si e no criador, sentimento este que transforma e que nos liga diretamente a Deus.

Uma pessoa consciente de sua riqueza interior passa a ter segurança e fé nas suas potencialidades infinitas, começando a gostar e acreditar em si, amando-se e a partir de então, sentindo necessidade de expandir este sentimento a tudo e todos. Começa assim a se despertar para os verdadeiros valores da vida espiritual, se transformando numa pessoa feliz e sorridente, pois onde existe seriedade, há algo de errado; a seriedade está ligada ao ser doente. Sorria e seja feliz amando e servindo sempre.

A terapia contra a depressão se baseia no amar e no servir, se envolvendo em trabalhos úteis e no serviço do bem. Seja no trabalho profissional, no trabalho do lazer, ou no trabalho de servir ao próximo, o indivíduo se ocupa, exercita o amor, e deixa de se envolver com as lamentações, pois a infelicidade faz seu ninho no escuro dos sentimentos de cada um. Dificilmente conheceremos um deprimido, entre aqueles que trabalham a serviço do bem.

Para doarmos este amor, não basta somente fazermos obras de caridade, temos que nos tornarmos caridosos; antes de fazermos o bem temos que ser bons. Darmos um pão, um agasalho, mais junto colocarmos uma boa dose de afeto e carinho. Ser acima de tudo generosos, que é a caridade com afeto.

As pessoas estão com fome de amor, de calor humano, um ombro amigo, um abraço, um aconchego e uma palavra de carinho. Às vezes, com um simples sorriso, um bom dia, um olhar afetuoso, nós estamos doando energia e transmitindo vida. O homem alcançou um enorme progresso intelectual, satisfazendo suas necessidades materiais com os avanços tecnológicos. Porém, ainda se depara com enormes dificuldades na convivência fraterna com o seu semelhante. Estamos cada vez mais próximos um dos outros através dos meios de comunicação e, no entanto, mais afastados emocionalmente.

Agora, o homem está sentindo a necessidade premente de desenvolver a afetividade, de se envolver, amar e sentir o seu semelhante. Temos que ressuscitar e liberar a criança que está esquecida dentro de nós.

Para resgatarmos esta criança que adormece em nós, é necessário que vejamos o mundo de forma positiva e otimista. A nossa criança interior, geralmente se encontra retraída e oprimida, porque a vida nos apresenta de forma desagradável; ainda não vivemos de forma natural, espontânea e isto gera ansiedade e sofrimento. Como a criança é movida pelo prazer, ela se recolhe e não se manifesta. A criança não se julga, não se pune. Ela apenas vive o hoje, o agora, integrada perfeitamente a Deus e à natureza. "Deixai vir a mim as criancinhas porque o reino dos céus é de quem vos assemelham" - com estas palavras quis Jesus dizer que teremos que ser puros, autênticos, integrados com a nossa natureza divina, sem fugas ou máscaras, para alcançarmos a nossa evolução espiritual.

Ter atitudes simples, como lidar com animais, brincar com crianças, atividades criativas como a pintura, tocar um instrumento, fazer pequenas tarefas domésticas, cozinhar, manter uma conversa amena, contar um caso, ver um bom filme, escutar uma música, cantar, sorrir, ouvir com atenção, olhar com ternura, tocar as pessoas, abraçar, fazer um elogio sincero, curtir a natureza, admirar o por do sol, etc. Estas são tarefas que muito lhe ajudará a reencontrar o equilíbrio e a harmonia interior. Manter sempre o bom humor.

Aquele que tem no ideal de servir uma meta de vida, será sempre uma pessoa feliz. Na vida o que mais importa é o amor e o bem querer das pessoas, viver suas emoções; não se deixar afetar por coisas pequenas. Muitas vezes nos deixamos abater por problemas, que se olharmos com olhos de Espíritos Eternos em passagem pela Terra, não valorizaríamos. Substituir sentimentos de auto-piedade por vibrações em favor dos que sofrem. Se olharmos com atenção e interesse ao nosso redor, veremos que existem pessoas com problemas muito piores, que o nosso a pedir socorro.

Procurar praticar atividades físicas regulares, como a caminhada, um esporte, um lazer. A mente parada começa a criar pensamentos negativos, que se assemelham a lixos amontoados dentro de casa. Com estas atividades, você estará desviando sua mente destes pensamentos deletérios.

Tornar-se empreendedor, dinâmico, criando idéias novas e construtivas em benefício do semelhante, com motivação para implementá-las, junto ao grupo ou a comunidade que pertence. Não fique estagnado esperando que a coisas aconteçam em seu favor. Aja em favor do próximo e não se surpreenda se você for o mais beneficiado.

Leituras edificantes, uma conversa com um amigo, um terapeuta ou um orientador espiritual, ajuda você a ver o problema por um outro ângulo. A oração é um recurso indispensável no processo de recuperação. Através dela estabelecemos sintonia com a Espiritualidade Maior, facilitando o caminho para que nos inspirem e revigorem nossas energias. Não nascemos para sofrer. A vontade de Deus é a nossa alegria e a nossa felicidade. Se sofrermos é por nossa causa. Os nossos problemas e nossas dificuldades devem ser interpretadas como instrumentos para nossa evolução. Nunca devemos nos deprimir ou nos revoltar contra eles. O melhor aprendizado, é aquele que tiramos de nossa própria vida. Vocábulo "crise" em algumas línguas podem ter dois significados: a oportunidade ou perigo. Oportunidade de crescimento ou perigo de queda.

O que importa é sabermos que os problemas que deparamos na vida só surgem quando já temos condições de solucioná-los. Como disse o Mestre Jesus: "O Pai não coloca fardos pesados em ombros fracos". Deste modo, ficamos mais fortes ao saber que temos todas as condições interiores, para enfrentar as dificuldades que a vida nos apresenta. Ter consciência, que acima de tudo, tem um Deus maior a zelar por nós e que nunca nos abandona.

Confiar em Jesus e seguir seu exemplo de vida: "Eu sou o Bom Pastor; tende bom ânimo; não se turbe o vosso coração; vinde a mim vós que andais fatigados, cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei".

Dr. Wilson Ayub Lopes

Depressão - CEFAk

http://bvespirita.com/Depress%C3%A3o%20(CEFAK).pdf

Depressão na Visão Espírita

Dr. Jaider Rodrigues de Paula - Psiquiatra/ AMEMG

CONCEITO:
É um transtorno do humor, com baixa da atividade geral, levando ao sofrimento íntimo profundo, desesperança, falta de fé em Deus, em si próprio e na vida.

ETIOPATOGENIA:
A ciência médica ainda não tem, claramente, o conhecimento da origem da depressão. Fala-se em distúrbios dos neurotransmissores a nível do sistema nervoso central, de herança genética de pressão social, frustrações, perdas precoces importantes e outras mais; porém, embora todas as possibilidades acima sejam verdadeiras como desencadeadoras, não explicam porque alguns indivíduos, sofrendo as mesmas contingências, não desenvolvem um quadro depressivo. Todas as possibilidades acima são efeitos e não causas.

A causa da depressão vige na alma e não somente no corpo físico. O conflito do deprimido remonta a causas pretéritas, provavelmente longínquas, com repercussão no presente. O cerne da questão liga-se a não identificação do amor divino e da paternidade do Criador. Por isso a rebeldia tão comum no deprimido.

Revolta-se contra as leis, desdenha a própria vida, não concordando em ter sido criado, vai com facilidade ao suicídio (10 a 15% dos deprimidos se suicidará . Num ato de rebeldia extrema tentam devolver a própria vida ao Criador.

Adão e Eva não representam um simples mito, mas sim a dura trajetória da humanidade.

O deprimido apresenta duas características: - egoísmo e agressividade. Egoísmo por crer que sua dor é a maior do mundo e agressividade voltada principalmente contra si próprio. Não pensam que seus atos irão fazer sofrer os que vão ficar.

A essência da existência é o elo Criador-criatura, Pai-filho. A ruptura deste elo pelo deprimido suicida é extremamente sofrida, pois, talvez, repete o desligamento havido outrora, quando da separação Pai e filho. Por isso as perdas precoces falam alto ao coração do deprimido.

Entendemos que a primeira queda forma um clichê mental na vida do espírito, de modo que haveria uma tendência neurótica à repetição do mesmo erro durante as futuras reencarnações. Estão incitas no perispirito as matrizes da depressão. O corpo físico reflete o corpo espiritual. Se o reencarnante traz insculpido no seu psicossoma as matrizes da depressão , elas influenciarão ativamente na seleção genética dos elementos que poderão viabilizá-la na vida física, caso o interessado deseje. Doenças são efeitos e não causas. Assim podemos ,de maneira geral, dizer que a não identificação do Amor Divino e do Pai, leva à falta de fé, e esta à insegurança que desperta o egoísmo (como defesa). As excrescências do egoísmo são a vaidade, orgulho, inveja, revolta. E observando, vamos encontrar como ponto central da mente dos encarnados uma destas excrescências como núcleo motor da personalidade. Se for a rebeldia , a tendência pode ser a depressão. A taxa de prevalência é de 7 a 17 % e o gene participante é dominante e deve encontrar-se no cromossoma 11, embora haja uma tendência entre os geneticistas em aceitar como mais provável uma interação poligênica.

TRATAMENTO:
O tratamento deverá ser abrangente, holístico. Para efeito didático, diremos: - médico, psicológico, social e principalmente espiritual. O tratamento médico é imprescindível na fase crítica. O uso de antidepressivos é decisivo para restabelecer a fase aguda.

Sabe-se que alguns neurotransmissores estão envolvidos na depressão, tais como: noroadrenalina , serotonina , dopamina e outros. O uso dos antidepressivos estabelece a harmonia químico cerebral, melhorando o humor do paciente . Cuidam simplesmente do efeito, pois os medicamentos não curam a depressão; provavelmente restabelecem o trânsito das mensagens neuroniais, melhorando o funcionamento neuroquímico do SNC (sistema nervoso central).

A parte orgânica também tem que ser cuidada, em especial quando muito acometida. De maneira geral, melhorando o humor, todo o organismo tende a melhorar. Há que ter muito cuidado com os processos depressivos, porque várias afeções mórbidas costumam ganhar expressão no organismo após ou concomitantemente a uma depressão, pois o sistema imunológico é profundamente afetado por ela. O tratamento psicológico ganha importância pelo fato de auxiliar no auto-conhecimento, nas resoluções de conflitos e tomada de posição diante dos problemas.

A orientação social é necessária em especial naquela porcentagem de deprimidos (20%) que apresentam seqüelas profissionais após várias crises. Perdem empregos , família e consideração social, entrando num círculo vicioso agravante de seu problema. O tratamento espiritual é importantíssimo porque o " espírito é o fundamento da vida". Quando não valorizamos o tratamento espiritual, os resultados costumam ser precários, as recidivas constantes, com uma tendência ao envelhecimento precoce.

Sintetizando, diríamos que com a aquisição do livre-arbítrio, o ser adquiriu o sagrado direito da condução do seu destino. Para que isto ocorresse dentro do espírito de justiça que norteia o cosmos, ele não poderá ser influenciado pelo atavismo biológico e psicológico nas suas primeiras decisões . Não seria justo condenar a quem teve por contingências evolutivas , matar para viver, na cadeia predatória da vida.

O conhecimento não nos exime das tendências adquiridas nos processos evolutivos.

"Contra nossos anseios de luz, há milênios de trevas". Por isso, um dia alhures, quando da primeira opção consciente o espírito tinha que ser livre de qualquer influenciação pretérita, para que possamos falar de livre-arbítrio.

O grande percalço foi não ter identificado a paternidade Divina, o Amor de seu Pai. Porque uns identificaram e outros não, ainda não sabemos. Por isso a falta de fé está na raiz dos males da humanidade . Diz o evangelho que a fé é a mãe das virtudes, o caminho da redenção. "Que aquele que tem fé acredita mais em seu Criador que em si mesmo.

"Como dissemos anteriormente, a falta de fé levou a insegurança, esta despertou o egoísmo (como defesa) , esta suas excrescências: orgulho, inveja, vaidade. revolta, movido por um destes sentimentos o espírito em evolução na terra optou criando o carma em sua existência. Esta primeira opção criou um clichê mental que passou a influenciar suas futuras decisões. No deprimido encontramos uma revolta contra o seu Criador.

Como não pode destruí-lo, tenta destrui-se, destruindo-o em si. Sua crença é voltada para o negativo, é muito voltado para si e seus males (muito egoísta) . Seduz o mundo com sua dor. É pouco responsável em seus atos (embora pareça o contrario). E tem dificuldade no auto e eterno perdão. É perfeccionista por orgulho e vaidade. Tem convicção no fracasso. Apresenta extrema agressividade voltada para si. Vinga-se de Deus e dos que amam-no. (70% pensam no suicídio e de 10 a 15% cometem-no). Vive criando culpa por recapitularem o erro primeiro. É cheio de remorso por bagatelas - muitas doenças são originadas nele ou tem nele seu desenvolvimento acelerado.

O deprimido nega-se a viver, dissipa suas energias vitais em ruminações negativas. Os órgãos mais afetados são os pulmões e intestinos. No passado era comum os deprimidos românticos morrerem de tuberculose. Os pulmões captam os fluidos vitais solares e os intestinos absorvem os alimentos e excretam as escorias. O centro de força mais afetado é o umbilical por ser o centro das emoções.

A depressão é a tristeza deteriorada. O duplo etérico é gravemente acometido apresentando dificuldades em fazer circular as energias necessárias à vida.
A áurea é acizentada demonstrando uma existência sem vida. No tratamento temos que orientar para a respiração a longos haustos(exercícios respiratórios), melhorando a captação da vitalidade e dissolvendo as energias negativas.

Alimentação que estimule o bom funcionamento dos intestinos, tais como frutas, verduras, banhos de sol em horários convenientes, evitar alcóolicos, fumos e excessos de carne. Passes fluidicos nos centros de forças genésico, esplênico e gástrico. Fazer exercícios físicos como caminhadas, natação e outros salutares.

Exercitar a mente de maneira consciente para olhar o lado bom das pessoas e das cousas. Fazer meditação, relaxamento e pequenas tarefas em favor dos semelhantes (sair de si). Buscar melhor convivência familiar e no trabalho, desenvolvendo o sentimento de gratidão com as pessoas, com a vida, com o Criador. Cultivar a oração regularmente restabelecendo a comunhão com Deus, o hábito de leituras nobres, melhorando o padrão vibratório e estimulando o sentimento de esperança.

Não podemos esquecer das obsessões espirituais que têm nos deprimidos fértil terreno para o seu acentamento.

Finalizamos com o Senhor Jesus, o médico de nossas almas, quando nos convidou ao caminho de retorno ao seio do Pai com o: "Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve". (Mateus , 11:28 A 30)

Há outro aspecto muito interessante, abordado pelo Espírito François de Genève, no capítulo V, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo":
"Sabeis porque, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? É que o vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia e vos julgais infelizes.