sábado, 27 de junho de 2015

Reforma íntima X renovação de ideias

 Escrito por Cristina Sarraf

A expressão reforma íntima ganhou espaço no meio espírita, mas carrega dois equívocos para os quais certamente não foi criada.

O primeiro é de indicar que estamos estragados, deteriorados por dentro, ideia absurda à luz do Espiritismo, porque com ele aprendemos que somos um Espírito que é sempre perfeito na sua estrutura, esteja em que grau evolutivo estiver e tenha a conduta que tiver. São as perfeições relativas às possibilidades, em cada época observada.

O segundo equívoco está no fato de que pensar-se apodrecido, precisando de reforma, cria desgosto,  autodesvalorização e desânimo de viver; o que leva a pessoa a negar a si própria, caindo na hipocrisia.

Retomando as bases do Espíritismo, que são os seus Princípios, entendemos que cada Espírito está no seu grau e fase evolutiva, fruto do desenvolvimento feito e do que ainda não aconteceu. Por isso, errar e acertar faz parte natural desse processo progressivo, feito pela ampliação das potencialidades e pelo ganho de conhecimentos e experiencias. Em outras palavras, para não haver erro e descompasso, desvio de rota e ilusões, é preciso sermos Espíritos superiores… e seremos, num futuro distante!

Há um recurso que pode ser usado e que nos ajuda, e bastante, a “acertar o passo”, pelo menos em alguns aspectos, que é a observação serena e respeitosa de si mesmo, de como estamos pensando e conceituando a nós, aos outros e as circunstâncias. Isso porque, do modo com se pensa, assim a nossa vida acontece!

Na medida em que os pensamentos e condutas decorrentes, vão sendo condicionados devido a muita repetição, reagimos e agimos de determinadas formas, automaticamente, ou seja, superveniente ao uso da razão e do bom senso. Lógico que tambem esses pensamentos qualificam nosso perispírito, estabelecendo ligações e associações espirituais, nem sempre percebidas. Nem sempre desejadas…

Brigar consigo, condenar-se e promover um concerto artificial, achando que precisa de reforma e forçando-se a ser o que ainda não dá pra ser, é crer que as aparências são melhores que a essência. Mas aceitar-se como é, respeitando seus limites evolutivos, é a condição básica da possível melhoria ou até mudança, se for o caso.

Ao perceber que algum tipo de pensamento está trazendo prejuizos e destempero, o caminho reto é escolher outro, que seja libertador e que nos fortaleça; e investir nele, trocando o antigo por este, toda vez que for necessário, até que se instale em nosso ser.

Mas aja com  respespeito consigo mesmo, dando passos seguros, que implicam em não se condenar e nem ficar lutando consigo. Paz, certeza na sua capacidade de superar-se e persistência, geram sucesso legítimo.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Personalidade, comportamento e reforma íntima

http://www.leondeniz.com/2015/06/19/personalidade-comportamento-e-reforma-intima/

Jean-Jacques Rousseau afirma que os homens nascem bons, todavia em contato com a sociedade, que é má, tornam-se maus. Thomas Hobbes, por sua vez, defendeu que o homem nasce mau, com instintos de sobrevivência, e que devido a tais instintos é capaz de fazer qualquer coisa. A sociedade então o educa, lapidando seu comportamento, tornando-o sociável e bom.
Uma terceira idéia a esse respeito é a de que o homem não nasce nem bom nem mau. Nascemos em uma sociedade construída em um contexto histórico que define o que é bom ou ruim. Nessa perspectiva, a teoria de Jean-Paul Sartre, que afirma que a essência do homem é construída por ele mesmo na história, me parece adequada, principalmente em uma sociedade tão dinâmica como a que vivemos hoje.
Nenhum ser humano nasce essencialmente pronto. O homem é, então, produto do meio em que vive, construído a partir de suas relações sociais. Vale dizer, assim, que o ambiente pode transformar o homem e retransformá-lo ao longo de sua vida, por meio dos grupos por onde passa. Isso pode construir uma personalidade mais ou menos boa ou ruim, à partir de determinadas escolhas.
É impossível, noentanto, prever quanto e de que forma o meio pode influenciar as pessoas no mundo atual. Com tantas mídias e vias de comunicação e interação, essa relação homem sociedade está cada vez mais complexa e, consequentemente, a construção constante de uma personalidade tornou-se igualmente complexa.
A personalidade é a junção de uma diversidade de fatores que partem desde a fisiologia à psicologia. É a combinação da constituição temporal e fruto da construção do caráter e temperamento individual, tão latentes em cada um de nós. Em outras palavras, a personalidade é construída por meio de dois conjuntos de características: inatas e sociais. O primeiro conjunto envolve fatores físicos, químicos e genéticos; enquanto que o segundo compreende o caráter e a consistência de valores e princípios adquiridos ao longo do tempo e principalmente de acordo com o meio onde o indivíduo interage.
à partir dessa compreensão, as nossas escolhas passam a ter muito mais sentido e relevância, uma vez que sabemos que por menos influenciáveis que somos ou pensamos ser, o ambiente do qual decidimos participar terá um papel importantíssimo na construção da nossa personalidade e na lapidação do comportamento.
O problema é que até que venhamos a compreender isso, muitas escolhas já foram feitas sem a devida atenção e valoração. Nesse sentido, o autoconhecimento é o que pode nos auxiliar a determinar quem somos e o quão próximos estamos daquilo que queremos ser. Em alguns casos, uma reforma íntima pode ser muito bem vinda.
A reforma íntima é a busca da elevação moral do indivíduo promovida por ele mesmo. À partir do momento em que alguém decide promover uma reforma íntima, necessita, com muita determinação, proceder um estudo sobre si e sobre o próprio caráter, realizar uma renovação de valores, utilizar ferramentas de luz e amor em cada gesto, compreender de maneira aprofundada o que significa o próximo, além de outras ações no sentido de construir boas atitudes.
Muito mais difícil do que simplesmente abandonar ou modificar um hábito, é mexer nos próprios valores e gerar, nisso, consequência para todos os hábitos e comportamentos. Enquanto estamos vivos, todavia, nossa personalidade está sendo construída e sempre cabe melhorá-la.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A humildade é uma conquista!


http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=37984

Orgulho e humildade - palestra


http://www.espirito.org.br/portal/palestras/irc-espiritismo/palestras-virtuais/pv140100.html

Louvor à humildade exemplificada pelo Cristo

Louvor à humildade exemplificada pelo Cristo

XXX
Padre Antonio Vieira
25 de Dezembro de 1906.

          Nada há tão grande como a humildade.
          A humildade vence todas as tiranias, destrói todas as dificuldades. A humildade é irmã gêmea da persistência, filha dileta da força.
          Quantos humildes tens tu visto cair?
          Nenhum.
          E quantos engrandecidos tens visto precipitados do pedestal onde se supunham eternos?
          Nem eu sei!
          Humilde nasceu Jesus; humilde viveu e humilde passou do mundo. E não há maior grandeza do que essa humildade. De todos os grandes da Terra, em todos os séculos dos séculos, nenhum se lhe compara.
          Dentre esses grandes ainda são relativamente grandes só os que se lhe humilharam e lhe seguiram o exemplo.
          Só na humilhação encontraram grandeza, como só em Jesus encontraram a humildade.
          O filho dileto de Deus podia ser o maior da Terra, visto que era o representante, o escolhido, o eleito do maior do universo. Podia, mas não foi. Podia, mas não quis. Não quis, porque não devia.
          Grande não se distanciava dos grandes. A sua palavra seria semente perdida em terra estéril. A sua grandeza aniquilava a sua obra, tolhia a sua ação, desvirtuava o seu fim.
          Quis-se humilde entre os humildes; simples entre os simples. A sua ação foi como a do roble. Nasceu da terra, de baixo. O roble (Carvalho) ao nascer pode ser destruído por um inseto ou partido por uma criança. Não sendo destruído, cresce,     eleva-se, braceja, deita pernadas e franças, enraíza no solo, procura nas camadas ínfimas, subterrâneas, profundas, o suco com que se avigora, com que alimenta as folhas, com que as faz luzir e medrar, com que fortalece as raízes e os troncos; e passados tempos nem o vendaval consegue molestá-lo. Cristo foi o mesmo. Começou pelas camadas populares, humildes na sua origem, miseráveis no seu sofrimento, simples na sua fé, inigualáveís na sua força. Aí nasceu o rebentão da sua doutrina; aí se fortaleceu, aí frutificou, e daí subiu elevando-se, robustecendo-se, estendendo os braços, desafiando os vendavais, e abrigando aqueles' que se acolhem à sua sombra. Partiu de baixo para cima, dos alicerces para o cume, de nadir para o zênite.
          Se tivesse começado por de cima, seria contra todas as leis naturais, e a sua obra não persistiria.
          De cima para baixo só a luz do Sol; mas esta persiste somente enquanto a Terra se coloca perpendicular ao foco radiante. Quando a Terra, na sua giratória permanente, lhe sai do foco, a luz desaparece. Assim, partindo dela própria, e estando nela sempre, a sua ação é duradoura; a sua iluminação é, permanente.
          Se o Sol em vez de iluminar de cima tivesse iluminado na própria Terra, a sua ação seria constante.
          Se Jesus tivesse feito como o Sol, a sua ação seria sujeita a várias fases e a vários acidentes. Assim, ele fêz o contrário; nasceu na humildade,
e radicou-se, consolidou-se na humildade, e essa humildade o enviou à grandeza, como à grandeza ele enviará todos os que forem humildes.
          Ninguém foi mais simples e mais humilde do que ele; mas ninguém como ele é tão grande e tão simples.
          Simples e humilde, porque é a verdade; simples e humilde, porque é o exemplo.
          Quem o imitar na sua humildade encontrará a elevação.
          Não há ato mundano que nos leve à ponderação como o nascimento de Jesus.
          Seus pais tiveram que deixar a sua terra e o seu lar, para irem' a terras estranhas fazer nascer aquele que havia de redimir o mundo. E para quê? Para que se cumprissem as profecias. Era preciso que o que havia de dar lugar a todos na grande casa de Deus, nascesse sem lar e sem abrigo. O que havia de dominar os grandes tinha de manifestar-
-se 'tão pequeno que havia de nascer ao desabrigo, entre os simples e entre os brutos. E assim tinha de ser para escapar à maldade, para que o inseto o não destruisse à nascença.
          Não podia nascer mais pobre .
          Se nascesse na rua, ainda teria por teto o céu e por luz as estrelas; assim, nascendo em uma gruta, não tinha por teto senão as pedras negras e não teria por luz senão o frouxo clarão de alguma lanterna lôbrega.
          Por cama, palhas; por conforto, palhas.
          Ao entrar no mundo encontrou só o desabrigo, só o desconforto.
          Aquele que havia de ser o abrigo e o conforto universal, encontrava-se desabrigado e desconfortado como ninguém, na ocasião em que até as aves têm o conforto dos ninhos e as feras o conforto dos covis.
          Porquê? Era porque o Pai queria que o mundo visse que o seu Filho muito amado, que podia nascer em leito de ouro, e ser coberto de brocados recamados de ouro, nascia nas palhas para exemplificar aos filhos dos homens que não é no ouro nem nos brocados que está a virtude e a grandeza.      
          Queria demonstrar que a grandeza e a virtude são incompatíveis, como o Sol com a Lua. Se chegam a passar a par ofuscam-se e eclipsam-se.
          Jesus foi gerado humilde, nascido humilde e viveu humilde, para nos demonstrar que quem quiser ser querido de Deus como o seu filho dileto, tem de ser humilde, viver humilde e morrer humilde.
          Em a humildade, ninguém foi mais digno, mais nobre, maior e mais querido do que ele.
          O filho de Deus foi humilde, mas foi filho de Deus.
          Ninguém como ele foi ou será digno; ninguém teve mais, majestade, na sua simplicidade.
          Os pequeninos e os leprosos, as mulheres e os velhos, acercavam-se dele como de um igual; os grandes e os poderosos temiam-no e respeitavam-no como a um juiz e a um vingador. Ele ainda é humilde; e tão humilde que o adoram nu e pregado em uma cruz como um criminoso; mas os potentados da Terra curvam a sua grandeza e o seu nada à vista daquele denudado e daquele supliciado.
          A heresia, por mais encorajada que se sinta, não olha de frente aquele corpo chaguento e açoitado,mais pobre que o mais vulgar ladrão, mais infeliz que o mais refalsado criminoso.
          Ao criminoso faz-se justiça; Jesus foi menos que ele porque se lhe negou justiça.
          Nasceu sem lar e sem conforto, e morreu sem cobertura e sem justiça.
          Viu-se já alguém com sorte mais mofina?
          Ninguém.
          E porque havia de ter tão miserável princípio e fim aquele que era filho de Deus, e o maior que a memória dos homens registra?
          Porque a sua doutrina havia de ser pregada e exemplificada; e assim como é ela a maior que tem vindo ao mundo, o exemplo havia também de ser o maior.
          Em Jesus tudo foi desmarcado: a humildade e a grandeza; o sofrimento e a santidade; a doutrina e -o exemplo.
          Ele foi em verdade o filho de Deus; ele como filho de Deus é a Verdade.
          Da sua palavra e da sua ação ressalta a verdade, como ressalta a chispa da pederneira ferida pelo fuzil.
          Como seria crível se não fôsse assim?
          Quem lhe acreditaria a paz e o amor pregado,
se ele o não exemplificasse na sua candura de simples, na sua sabedoria de justo, na sua abnegação de humildade?
          Jesus, sem a gruta de Betlém, não seria Jesus.
          Imitemo-lo , Sejamos humildes, sinceramente humildes, que Ele nos guindará a seu par. Isto nos ensina o dia de hoje na sua estranha significação, como ato claro e iniludível do Nosso Pai, e como exemplo do Nosso Mestre
Autor: Padre Antonio Vieira

Fonte: Do País da Luz - Médium Fernando de Lacerda

Humildade - Emmanuel

A humildade não está na pobreza,
não está na indigência,
na penúria, na necessidade,
na nudez e nem na fome.
A humildade está na pessoa que tendo
o direito de reclamar, julgar, reprovar
e tomar qualquer atitude
compreensível no brio pessoal, apenas abençoa.

Humildade não é Subserviência

Humildade não é Subserviência

O Mestre colocou como ponto culminante de suas palavras a humildade ao lado do amor e do  respeito, porque só sabe respeitar quem é humilde, pois este consegue visualizar o outro sem  preconceitos. Só consegue ouvir quem é humilde, pois que este sabe não possuir toda verdade. Só  tem forças para não julgar quem é humilde. Só se propõe a fazer, ou servir quem é humilde porque  não se preocupa com o julgamento dos outros. Não há privilégios na criação divina, por isso não nos  acreditemos maiores e melhores do que os outros.
Enquanto homens dominados pela matéria disputam sobre a terra o status dos cargos, outros hão que  conscientes da necessidade de se espiritualizarem disputam o privilégio dos encargos, ou seja, do  trabalho construtivo, do bem servir. Jesus veio valorizar o homem pelas suas virtudes e pelo seu real  saber, e a seus discípulos que queriam segui-lo disse: “Porque o Filho do Homem também não veio  para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos”.
O Mestre situou uns hóspedes a mesa de um anfitrião, que os servia com a solicitude de um criado de  modo que na aparência, o anfitrião era o menor de todos que ali se achavam, mas na verdade, era o maior, porque era o dono da casa. “Quem é o maior, quem está à mesa ou quem serve? Não é quem esta à mesa? Mas eu estou no meio de vós como quem serve”. O Mestre quis nos ensinar que ninguém pode mandar sem saber fazer, porque a condição essencial de quem manda é também fazer. Mandar fazendo e fazer mandando. “O que manda seja como o que serve”. O que manda seja como o que trabalha. Veja bem, Ele não disse: “O que trabalha seja como o que manda”.
Pregar ou falar de humildade, não torna ninguém humilde, e também essa virtude nada tem a ver com a presença ou ausência de bens materiais porque é uma forma de comportamento íntimo. Ainda, confundimos humildade com inferioridade, submissão e pobreza, no entanto, ela está relacionada com distinção, gentileza, lucidez, graciosidade e simplicidade. Entre todas as virtudes, somente a humildade não realça a si mesma porque o verdadeiro humilde não acredita que o seja. Só quem tem plena consciência de seu valor pessoal é que não precisa se exaltar. Quando adquirimos o auto descobrimento somos levados à verdadeira humildade perante a vida; facultando-nos a simplicidade de coração e o respeito cultural por todas as pessoas. Os humildes apreenderam com a introspecção, ou seja, auto descobrimento, a fazer de si mesmos um “canal ou espaço transcendente”, por onde flui silenciosamente a Inteligência Universal, instrumento pelo qual retomamos a conexão com a causa primeira, Deus.
Esse auto descobrimento não está confinado a nenhuma religião especificamente; ao contrário, é acessível a todos os seres, contudo só se deixa penetrar por aqueles que têm “simplicidade de coração e humildade de espírito”. Por meio de seus recursos infinitos recebemos as mais sublimes contribuições: psicológicas, filosóficas, artísticas, científicas, religiosas, alargando a compreensão da vida dentro e fora de nós mesmos.
Ser humilde como Jesus Cristo, Ghandi e Sócrates, não é alienar-se ou ser agressivo contra as demais pessoas e apresentar-se descuidado, sem higiene, indiferente ao progresso. Quem assim se comporta é preguiçoso e não humilde, da mesma forma aquele que aceita todos os caprichos que se lhe impõem, esse se aproxima mais daqueles que tem medo de enfrentamentos das lutas. Humildade não é conivente com o erro ou com o mal, em silêncio comprometedor. Antes é ativa, combatente, cativante, decidida, sendo mais um estado interior do que de aparência.
Os fariseus e escribas surpreendiam continuamente Jesus com perguntas estapafúrdias, armando-lhe ciladas e fingindo serem seus admiradores, mas a intenção era de oprimi-lo, humilhá-lo e acusá-lo.
O que fazer diante dessas oportunidades em que tentavam humilhá-lo injustamente? Deixar ser menosprezado? Deixar ser esmagado, desmoralizado? Não, Jesus não era um covarde, não era um tímido, não era um subserviente passivo. Sua humildade era altaneira, sua mansidão era cheia de atividade e sua bondade não chegava ao extremo de renunciar à seu espírito de justiça que o caracterizava. Além de tudo devia defender sua integridade moral, precisava manifestar-se a altura de sua doutrina, que não podia ser rebaixada na sua pessoa.
Então, não perdia a ocasião de ensinar, não só a seus agressores, mas a todos modernos escribas e fariseus de hoje que necessitam da mesma lição. Em outra oportunidade ensinava que, “Aquele que se humilhar e se tornar pequeno como uma criança será o maior no reino dos céus”. Continuando com seu pensamento acrescentou: “Todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado”.
A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade como se mostram numa criança. O Espiritismo a seu turno, vem falar que a Humildade é a virtude que nos aproxima de Deus, já que “sem a simplicidade de coração e humildade de espírito ninguém pode entrar no reino de Deus”. A humildade é, pois, a chave para se vencer o orgulho e assim conhecer-se, reformar-se e desse modo evoluir.
por Adauto Reami
Fontes: Espírito do Cristianismo – Cairbar Schutel; A Sabedoria de Sócrates e o Cristianismo Redivivo – Leonardo Machado; Os Prazeres da Alma – Francisco do E. Santo Neto – Hammed e Auto Descobrimento, uma Busca Interior – de Divaldo P.Franco)

Humildade Sempre

Humildade Sempre

Joanna de Ângelis

Alegra-te por fazeres parte da grandeza indescritível do Universo.

Não te subestimes, a ponto de constituíres-te uma nota dissonante, nesta sinfonia de incomparável musicalidade.

Busca sintonizar-te com a melodia que paira no ar, vibrante, afinando-te com a glória da vida.

Engrandece-te na ação das coisas de menor monta; apequena-te, quando diante das expressivas realizações que promovem os pruridos da vaidade e desarticulam as peças da simplicidade.

No contexto das expressões do Universo tu és importante, traduzindo a glória da Criação e evoluindo sem cessar.

A humildade exterioriza o valor e a conquista pessoais.

Ignorando-se, irradia-se e fomenta a paz em toda parte.

Jamais te deixes engolfar pela revolta, que traduz soberba e orgulho.

Quando alguém se permite penetrar de humildade, enriquece-se de força renovadora que se não exaure.

Contempla as estrelas, mas não te descuides dos pedregulhos sob os teus pés.

Sonha com os acumes esplendorosos das alturas, no entanto, não desconsideres as dificuldades-desafio da ascensão.

O Sol, que mantém a corte de astros que o cercam, desgasta-se, lentamente.

A Tecnologia, de tão salutares benefícios para a Humanidade, também responde pela tremenda poluição que ameaça a vida e a Natureza.

O metal, que reluz, se consome no burilamento a que se entrega.

Só a humildade brilha sem desgastar-se e eleva sem por em perigo.

Muitos falam, escrevem e traçam definições sobre a humildade de que se dizem possuidores ou que propõem para vivê-la os outros.

Sê tu aquele que passa incompreendido, porém entendendo o próximo e as circunstâncias, sem tempo para justificativas ou colocações defensivas.

Segue a programação a que te vinculas com o bem, não descurando o burilamento íntimo, o sacrifício pessoal.

Se outros pensam em contrário à tua atividade — cala e prossegue.

Cada qual responde a si mesmo pelo que é e pelo que faz.

A humildade difere da humilhação. Uma é luz, outra é treva; a primeira eleva, a segunda rebaixa.

Investe-te da segurança, de que, na Terra, ainda não há lugar ou pelo menos compreensão, para a verdadeira humildade de que Jesus se fez o protótipo por excelência, e, olhos nEle postos, ignora o mal e os sequazes dos maus, não revidando nem magoando ninguém, embora ferido, em sofrimento intenso, na certeza da vitória plena e final, após a larga travessia pelo oceano das paixões humanas dilacerantes.




Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco

EXERCÍCIO DIÁRIO DA HUMILDADE


EXERCÍCIO DIÁRIO DA HUMILDADE


No tempo em que não havia automóveis, na cocheira de um famoso palácio real, um burro de carga curtia imensa amargura, em vista das pilhérias dos companheiros de apartamento.

Reparando-lhe o pêlo maltratado, as fundas cicatrizes do lombo e a cabeça tristonha e humilde, aproximou-se formoso cavalo árabe que se fizera detentor de muitos prêmios, e disse, orgulhoso:

- Triste sina a que recebeste! Não invejas minha posição em corridas? Sou acariciado por mãos de princesas e elogiado pela palavra dos reis!

- Pudera! – exclamou um potro de fina origem inglesa:

- como conseguirá um burro entender o brilho das apostas e o gosto da caça? O infortunado animal recebia os sarcasmos, resignadamente. Outro soberbo cavalo, de procedência húngara, entrou no assunto e comentou:
- Há dez anos, quando me ausentei de pastagem vizinha, vi este miserável sofrendo rudemente nas mãos do bruto amansador. É tão covarde que não chegava a reagir, nem mesmo com um coice. Não nasceu senão para carga e pancadas. É vergonhoso suportar-lhe a companhia. Nisto, admirável jumento espanhol acercou-se do grupo, e acentuou sem piedade:


- Lastimo reconhecer neste burro um parente próximo. É animal desonrado, fraco, inútil, não sabe viver senão sob pesadas disciplinas. Ignora o aprumo da dignidade pessoal e desconhece o amor-próprio. Aceito os deveres que me competem até o justo limite, mas, se me constrangem a ultrapassar as obrigações, recuso-me à obediência, pinoteio e sou capaz de matar.

As observações insultuosas não haviam terminado, quando o rei penetrou o recinto, em companhia do chefe das cavalariças.

- Preciso de um animal para serviço de grande responsabilidade, informou o monarca, um animal dócil e educado, que mereça absoluta confiança. O empregado perguntou:

- Não prefere o árabe, Majestade?

- Não, não – falou o soberano, é muito altivo e só serve para corridas em festejos oficiais sem maior importância.

- Não quer o potro inglês? - De modo algum. É muito irrequieto e não vai além das extravagâncias da caça.

- Não deseja o húngaro?

- Não, não. É bravio, sem qualquer educação. É apenas um pastor de rebanho.

- O jumento espanhol serviria? – insistiu o servidor atencioso. - De maneira nenhuma. É manhoso e não merece confiança. Decorridos alguns instantes de silêncio, o soberano indagou:

- Onde está meu burro de carga? O chefe das cocheiras indicou-o, entre os demais. O próprio rei puxou-o carinhosamente para fora, mandou ajaezá-lo com as armas resplandecentes de sua Casa e confiou-lhe o filho ainda criança, para longa viajem. E ficou tranqüilo, sabendo que poderia colocar toda a sua confiança naquele animal…

Assim também acontece na vida. Em todas as ocasiões, temos sempre grande número de amigos, de conhecidos e companheiros, mas somente nos prestam serviços de utilidade real aqueles que já aprenderam a servir, sem pensar em si mesmos….

e nós será que já aprendemos servir?

Pense nisto….

Texto sem a informação de autor.

Enviado por nosso amigo e leitor Emerson – Bauru – Sp

Orgulho e Humildade


Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Orgulho: 4.1. Condição do Espírito Reencarnante; 4.2. Ter Vale Mais que Ser; 4.3. Apego aos Bens Materiais. 5. Humildade: 5.1. Os Pobres não Necessariamente são Humildes; 5.2. Uma só Coisa é Necessária; 5.3. O Verdadeiro Humilde. 6. As Orientações do Evangelho: 6.1. A Humildade como Virtude Esquecida; 6.2. Os Ricos Desconhecem as Necessidades dos Pobres; 6.3. O Evangelho Fundamenta-se numa Lei Científica. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é mostrar que a humildade é o fundamento de todas as virtudes. Para isso iremos tratar do orgulho, da humildade e das orientações evangélicas a respeito do tema.

2. CONCEITO

Orgulho – Sentimento de dignidade pessoal; brio, altivez. Conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor-próprio demasiado; soberba. É o sentimento da própria grandeza real, existente no íntimo de cada ser, mas transbordado ou desviado do seu verdadeiro curso.
Humildade. Do latim humilitas, de humilis = pequeno. Virtude que conduz o indivíduo à consciência das suas limitações. O humilde não se deixa lisonjear pelos elogios ou pela situação de destaque em que se encontre. Todo sábio é humilde, porque sabe que só sabe pouco do muito que deveria saber. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)
Rel. virtude cristã, oposta à soberba, muito recomendada por Jesus.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1) No Antigo Testamento fala-se muitas vezes em humilhar no sentido de oprimir, derrotar, abusar: assim, o faraó humilha os hebreus, o homem, a sua mulher e seus filhos.
2) No Novo Testamento Jesus dá-nos diversas recomendações sobre a humildade, virtude que se opõe ao orgulho.
3) Extraído do capítulo VII – Bem-Aventurados os Pobres de Espírito – de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Refere-se às instruções dos Espíritos.
4) O par de termo orgulho-humildade revela a polaridade do nosso pensamento. Precisamos partir do negativo para chegar ao positivo. Nesse mister, convém lembrar que todo o progresso nasce do que lhe é contrário. Com efeito, toda a formação é o produto de uma reação, assim como todo efeito é gerado por uma causa. Todos os fenômenos morais, todas as formações inteligentes são devidos a uma momentânea perturbação da inteligência. Nela há dois princípios subjacentes: um imutável, essencialmente bom, eterno; outro, temporário, momentâneo, simples agente empregado para produzir a reação de onde sai cada vez a progressão dos homens.
5) Há uma lei universal dos rendimentos decrescentes em que todo o excesso conduz ao seu contrário. No caso específico, o excesso de orgulho transforma-se em humildade e o excesso de humildade em orgulho.

4. ORGULHO

4.1. CONDIÇÃO DO ESPÍRITO REENCARNANTE

De acordo com os pressupostos espíritas, o Espírito, ao longo de suas inúmeras reencarnações, acaba escolhendo as situações que enveredam mais para o orgulho do que para a humildade. A razão é simples: há mais facilidade de se entrar pela porta da perdição, pelos prazeres da matéria. Em termos bíblicos, a opção pelo prazer começou com Adão e Eva. Naquela ocasião Eva, tentada pela serpente, comeu o fruto proibido e foi, juntamente com Adão, expulsa do Paraíso.

4.2. TER VALE MAIS QUE SER

O homem precisa possuir alguma coisa; o nada lhe amargura a vida. Por isso, a sigla de “doutor”, mesmo no meio espírita. Quantas não são as pessoas que se vangloriam de assim serem chamadas. Não é uma espécie de orgulho, de vaidade? Sempre que alguém quer saber algo a nosso respeito, não nos perguntam o que somos, mas o que temos, ou seja, profissão, bens, propriedades, religião etc. Em virtude disso, apropriamo-nos de alguma coisa, mesmo que essa coisa não nos satisfaça interiormente, pois isso nos dá uma certa segurança. Contudo, observe a mudança de comportamento daquelas pessoas que repentinamente ficam ricas, ou são escolhidas para ocupar uma posição de destaque. Geralmente o orgulho e a soberba assomam-lhe à cabeça. Já não tratam mais os seus como antigamente.

4.3. APEGO AOS BENS MATERIAIS

Conforme vamos adquirindo mais bens, mais ainda vamos desejando. De modo que a insaciabilidade dos desejos humanos induz-nos a procurar sempre mais, à semelhança daquele que consome droga. Este começa com pequenas quantidades; depois, tem que aumentá-las, pois o pouco já não satisfaz as suas necessidades. Quanto mais tem, mais necessidade fabrica. A necessidade acaba torturando a maioria dos seres viventes. Aliado à posse de bens materiais, há o medo: de que seremos roubados, de que não teremos o que comer etc.

5. HUMILDADE

5.1. OS POBRES NÃO NECESSARIAMENTE SÃO HUMILDES

Ao vermos uma pessoa mal vestida, de semblante sofrido e modo simples de se vestir, emprestamos-lhe as características de uma pessoa humilde. Contudo, o exterior nem sempre revela com segurança o interior de um indivíduo. É preciso verificar a essência de sua alma. Quando Jesus falava dos pobres de espírito, Ele se referia à humildade, pois há muitos pobres que invejam os ricos, de modo que eles são mais orgulhosos do que aqueles que possuem recursos financeiros em abundância.

5.2. UMA SÓ COISA É NECESSÁRIA

O Espírito Emmanuel, comentando o texto evangélico, diz-nos que uma única coisa é necessária para a evolução da alma: atender aos ensinamentos de Jesus. Quando o homem se compenetra dessa condição de servo do senhor, tudo o que está à sua volta toma outra feição.  Ele fala, ouve, age, discute, sofre, chora e ri como outro ser humano qualquer, mas o faz de forma civilizada, de forma ponderada, de forma equilibrada. Esta é a grande lição que os Espíritos benfeitores nos trazem.

5.3. O VERDADEIRO HUMILDE

O verdadeiro humilde geralmente não sabe que o é. São as pessoas ao seu derredor que acabam por descobri-lo. Para ele essa condição é tão natural que nem o percebe. Não é o que coloca um verniz por fora para esconder os defeitos interiores. O humilde coloca-se objetivamente dentro de sua capacidade, observando criteriosamente as suas limitações. Ele não importa saber quem é contra ou a favor, mas simplesmente atende a um chamado de ordem superior e segue o seu caminho com uma fé inquebrantável.

6. AS ORIENTAÇÕES DO EVANGELHO

6.1. A HUMILDADE COMO VIRTUDE ESQUECIDA

Jesus Cristo, quando esteve encarnado, deu-nos o exemplo da virtude, chegando a ponto de ordenar que amássemos os próprios inimigos. Dentre os seus vários ensinamentos, aquele que compara o Reino de Deus a uma criança, vem bem a calhar, pois evoca com firmeza o símbolo da humildade e da simplicidade. Não adianta conhecer profundamente a teologia e as mais altas concepções filosóficas. Se não nos fizermos humildes como as crianças – que são ingênuas e sem preconceitos – não entraremos no reino da verdade.

6.2. OS RICOS DESCONHECEM AS NECESSIDADES DOS POBRES

Há uma advertência dos Espíritos: “Oh, rico! Enquanto dormes sob teus tetos dourados, ao abrigo do frio, não sabes que milhares de teus irmãos, iguais a ti, estão estirados sobre a palha? A essas palavras teu orgulho se revolta, bem o sei; consentiras em dar-lhe uma esmola, mas a apertar-lhe a mão fraternalmente, jamais! ‘Que! Dizes, eu, descendente de um sangue nobre, grande na Terra, seria igual a esse miserável esfarrapado? Vã utopia de supostos filósofos! Se fôssemos iguais, por que Deus o teria colocado tão baixo e eu tão alto?’ É verdade que vosso vestuário não se assemelha quase nada; mas dele despojados ambos, que diferença haveria entre vós? A nobreza de sangue, dirás; mas a química não encontrou diferença entre o sangue do nobre e o do plebeu, entre o do senhor e o do escravo. Quem  te diz que, tu também, não foste miserável e infeliz como ele? Que não pediste esmola? Que não a pedirás àquele que desprezas hoje? As riquezas são eternas? Elas não se acabam com esse corpo, envoltório perecível do teu Espírito? Oh! Volta-te humildemente sobre ti mesmo! Lança enfim os olhos sobre a realidade das coisas desse mundo, sobre o que faz a grandeza e a inferioridade no outro; lembra que a morte não te poupará mais que a um outro; que os títulos não te preservarão dela; que ela pode te atingir amanhã, hoje, numa hora; e se tu te escondes no teu orgulho, oh! Então eu te lastimo, porque serás digno de piedade” (Kardec, 1984, p. 107)

6.3. O EVANGELHO FUNDAMENTA-SE NUMA LEI CIENTÍFICA

Jesus deixou claro o alcance de sua Doutrina. O Evangelho é fundamentado numa lei científica: desprendimento dos bens materiais. Aquele que construir o seu destino, seguindo os exemplos de Cristo, terá como recompensa as bem-aventuranças do reino de deus. Não que devamos fazer isso ou aquilo esperando uma recompensa, mas pelo simples prazer de cumprir fielmente as determinações de nossa consciência. Há muitos exemplos de benfeitores anônimos, que auxiliam simplesmente pelo prazer de auxiliar. E por que fazem isso? Porque estão compenetrados dessa lei maior que une todos os seres humanos numa só entidade, a entidade humana. Para essas pessoas não há separação entre americano e chinês, budista e católico, branco e preto. Trata todos como irmãos como o Cristo nos ensinou.

7. CONCLUSÃO

Não nos iludamos com a subida inesperada do orgulhoso e as vantagens aparentes da riqueza. Estejamos firmes em nosso posto de trabalho, atendendo resignadamente às determinações da vontade de Deus a nosso respeito.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro: M.E.C., 1967.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

O Orgulho e a Humildade - ESE

https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-7-bem-aventurados-os-pobres-de-espirito/instrucoes-dos-espiritos/i-o-orgulho-e-a-humildade/

Humildade x orgulho

Humildade x orgulho

Você já deve ter ouvido muitas vezes a palavra humildade, não é mesmo?

Essa palavra é muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado.

O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente.

Assim, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente.

A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice.

A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.

O contrário da humildade é o orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende.

O orgulho é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da falsa humildade ou da tola vaidade.

Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões.

Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: Eu me equivoquei, pois sua intenção é aprender, crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: Não foi minha culpa, porque se acha acima de qualquer suspeita.

A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo.

Uma pessoa orgulhosa está sempre muito ocupada para fazer o que é necessário. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas.

A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa humilde se compromete e realiza.

Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: Eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser.

A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos.

O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: Eu faço o meu trabalho.

Uma pessoa humilde diz: Deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir. A pessoa orgulhosa afirma: Sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo.

A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência.

A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores.

Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.

O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no Universo que ele desconheça. O humilde reverencia ao Criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.

Uma pessoa humilde defende as ideias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas ideias, não porque acredite nelas, mas porque são suas.

Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as portas da perfeição.

*   *   *

Você sabe por quê o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?

É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.

Sabendo receber, tornou-se grande.

Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita.
Em 07.02.2011.

A Humildade Espírita - Morel


http://www.espiritoimortal.com.br/a-humildade-espirita/

Alguém disse um dia que a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude. Mas não é exatamente de hipocrisia que quero falar. Quero falar da busca de equilíbrio no comportamento humano, que tanto nos exige se estivermos realmente dispostos a mudar.

Muitos não querem mudar. Acho que a maioria. O que querem é que a situação mude, que as pessoas mudem, que tudo mude, menos elas mesmas. Se existe um padrão ideal de comportamento devemos conquistá-lo. Não se trata de deixarmos de lado nossas características, não se trata de nos estereotiparmos, de nos tornarmos todos iguais. Pelo contrário.

Justamente para podermos nos mostrar exatamente como somos é que precisamos alcançar um ponto de equilíbrio que nos permita nos manifestar tal como somos sem ferir o próximo. Porque o que mais vemos são dois extremos: Aquele que se mostra por inteiro, sem considerar direitos, sentimentos e conceitos alheios; e aquele que se esconde atrás de uma máscara de indiferença, como se nada lhe importasse, mas que por dentro fica se remoendo.

Comecei falando sobre hipocrisia. É que a palavra hipocrisia se refere a máscara, a essa máscara que alguns nunca tiram da cara, e que todos nós experimentamos uma vezinha ou outra. A palavra hipocrisia vem do grego e designava, originalmente, o ator de teatro. Quando Jesus chamava os fariseus de hipócritas era o mesmo que hoje chamarmos alguém de “artista”, querendo dizer com isso que a pessoa finge, que ela representa como um artista.

Mas a designação pejorativa da palavra só se consolidou na Idade Média. Hoje hipócrita é um palavrão dos mais feios. E nós somos hipócritas mais vezes do que pensamos. Quando você cede no seu ponto de vista, sabendo que ele é verdadeiro, você acha que está sendo humilde? Eu, particularmente, evito discussão. Quando discutimos esquecemos a busca da verdade e só queremos que prevaleça o nosso ponto de vista.

Mas uma coisa é evitar discussão, outra coisa é fazer de conta que aceita o ponto de vista alheio e ficar se remoendo por dentro. Isso acontece muito em querelas religiosas. Alguns espíritas, por força do preconceito, têm medo de assumir sua postura. E aceitam os argumentos fajutos de pessoas descrentes do Espiritismo. Fazem cara de banana e fingem que concordam. Cedem externamente e se revoltam intimamente. Isso não é humildade, longe disso. Isso é hipocrisia grossa. Para com os outros a para consigo mesmo.

Não estou condenando quem faz isso. Eu já fiz coisas do gênero. Na tentativa de sermos humildes fazemos coisas muito ridículas. Ceder contra a vontade não é humildade, é hipocrisia. Ceder para evitar discussão, ser condescendente, dependendo das circunstâncias é atitude madura e meritória. Ceder por medo de assumir sua postura é covardia. Ser humilde não é ser covarde, ser manso não é ser medroso. Um cavalo para ser encilhado precisa ser domado. Depois da doma ele fica manso, e sua força e intrepidez podem ser controladas e direcionadas. Mas o cavalo não deixa de ser forte e intrépido por ser manso. Não se torna medroso por ser manso.

Acho que o conceito de humildade foi muito deturpado. É verdade que a palavra deriva do latim humus, terra. Por causa disso, talvez, se pense que ser humilde é rebaixar-se, é andar se arrastando. Mas as palavras homem e humanidade também derivam de humus. Isso se deve ao fato de os antigos considerarem que o homem veio do barro, da terra, do humus. Ser humilde, então, é ser como se é, é ser conforme a sua natureza, ser apenas mais um homem, indivíduo da humanidade. Ser humilde não é rebaixar-se, ser humilde é ser exatamente como se é, nem acima, nem abaixo.

Ser humilde não é andar se arrastando, falando mole e aceitando desaforos e engolindo absurdidades. Devemos defender as verdades que nos são caras. Para isso é possível que tenhamos que ser firmes, enérgicos. Claro que não vamos perder tempo e energia discutindo ou dando conversa pra quem nem sabe direito o que pensa. Mas algumas vezes nos vimos na contingência de ter que defender nossas verdades, as posturas que adotamos. E isso exige energia e coragem. Isso são virtudes, não defeitos. Defeito é covardia, moleza, rebaixamento de si mesmo. Essas fraquezas não condizem com a grandeza de Deus. 

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Por que primeiro a humildade

Por que primeiro a humildade



Jesus Cristo nunca se cansou de combater o orgulho e de enaltecer a humildade, virtude da qual Ele, o Mestre, deu vários exemplos, consoante evangelhos.

A humildade, um dos valores essenciais da Alma, estimula-nos a examinar as fraquezas enquanto o orgulho, ou sentimento de amor-próprio exagerado, o grande estorvo da elevação espiritual do homem e a razão de suas desventuras, evita observá-las. “Pobreza de espírito”, ou “humildade de espírito”, ou “humildade de coração”, quer dizer: modéstia, simplicidade, pureza, daí, Jesus ter priorizado esse dispositivo.

O Evangelho segundo Mateus corrobora nossa afirmativa: “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus”... (Mateus, 5:3.) Não foi à toa que o Mestre falou assim logo de início no sermão do monte. Os Espíritos têm frequentemente se assentado, em suas mensagens escritas ou faladas, via mediúnica, nesse primeiro item das promessas de Cristo. Essa redundância está na razão direta da primazia de se ser humilde antes de tudo, mas de coração; não se pode, pois, ser realmente caridoso sem “pobreza”, ou “humildade”, de espírito.

O sentimento exagerado de alguns chega ao absurdo de pensar que Deus discrimina o pobre do rico. Para o nosso Pai Eterno, somos todos iguais: não há diferença entre o sangue que corre nas veias de uma rainha e o que corre nas veias de uma simples dona de casa; o organismo físico dos Sumos Pontífices não difere do organismo de ninguém!

E por falar em vigários, uma vez, um  deles que costumava desmerecer o Espiritismo, os fenômenos espíritas e até criticar Chico Xavier, sempre que oportuno, ao tentar dar uma opinião, durante um programa de grande audiência de uma emissora de TV, falou deste jeito: “Bem, de acordo com a humildade que me caracteriza...” Não preciso dizer que isso motivou ditos chistosos, gracejos, comentários. É tolice a pessoa considerar-se superior por pertencer à alta hierarquia social, achar-se melhor que outras só porque é branca ou negra, ou de outra cor; só porque nasceu nesse ou naquele país, é adepta ou representa essa ou aquela religião, uma seita. Ora, se hoje possuímos alta posição, se pertencemos a essa ou àquela nacionalidade, se a nossa pele é dessa ou daquela cor, se cremos assim ou assado, amanhã poderemos ser completamente diferentes de acordo com as medidas impositivas da Lei de Causa e Efeito.

As leis divinas encerram muita sabedoria, Deus nada faz de inútil, daí as reencarnações regeneradoras. Ele, em Sua absoluta sapiência e equidade, planejou o reencontro das mesmas pessoas para que estas adquirissem nova chance de reparos e não alegassem depois, com a troca das anteriores condições, ignorância de tais e tais fatos.

A humildade e caridade, segundo o Espírito Lacordaire, é uma virtude muito desprezada entre os homens. Em sua opinião, apresentar-se com uma, e sem a outra, é o mesmo que vestir belo traje de talhe perfeito para ocultar uma deformidade física. Disse: “Sem humildade, apenas vos adornais de virtudes que não possuís”. *

Pois é. O significado dessa palavra varia. Existem homens e mulheres que, à primeira vista, nos encantam pela simplicidade: a aparência, a profissão, o cargo que ocupam, enfim, a posição social, econômica. Nas mais das vezes, porém, nada têm a ver com humildes de coração. Outros parecem a doçura em pessoa, humildes no falar; no entanto, se contrariados, mal podem esconder a extremada arrogância, a prepotência. A humildade não possui duas caras, é afável, fraterna.

Também podemos incluir como contrastes da verdadeira humildade outros exemplos. Refiro-me a pobres ou miseráveis que mendigam pelas ruas e a alguns ignorantes do saber, mas que são orgulhosos. Todavia, há homens de grandes posses e pessoas que ocupam cargos importantes, alguns dos quais sábios mesmos; a modéstia e o altruísmo que lhes caracterizam envergonhariam a ignorância assoberbada em andrajos ou em vestes limpas, requintadas, se esta os enxergasse pelo altruísmo que praticam sem vanglória, pela simplicidade.

Sócrates, filósofo grego, há quinhentos anos antes de Cristo, declarou não saber absolutamente de tudo. Ele, o modelo dos sábios, disse: “Sei que nada sei”. Jesus, símbolo da humildade e bondade, sequer insinuou ser Deus: nunca exigiu mesuras de pretensos sacerdotes Seus em altares floridos, recamados de ouro, ou nos palcos espetaculosos dos megacultos televisivos, tampouco alimentou a vaidade de Se considerar chefe de uma religião ou do que quer que seja. No pretório, questionado por Pilatos — “és rei?” —, respondeu-lhe tranquilamente sem nenhuma insolência: “tu dizes que sou”... (João, 19:37.)

Portanto, gente, humildade, força moral por excelência, nivela todos os homens como irmãos e os estimula à prática mútua do bem; orgulho, ao contrário, uma fraqueza: dispersa, odeia, revida e faz o homem sucumbir ante a menor das contrariedades, sentindo-se permanentemente infeliz. Ser humilde é ser corajoso durante os reveses da vida, é perseverar no combate às próprias más tendências, é, portanto, vencer os obstáculos naturais, mas sem revolta, sem violência, perdoando a quem nos ofenda, trabalhando, servindo abnegada e incessantemente — isso é ser humilde conforme Jesus.


* Jean-Baptiste-Henri Lacordaire (1802/1861) foi um sacerdote e católico dominicano, membro da Academia Francesa. Veja mensagem sua, ditada em 1863, em Constantina, Argélia, inserida em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 11, O orgulho e a humildade.

Naturalidade (Hammed)

Naturalidade (Hammed)

Todos nós somos águas da mesma Fonte, mas corremos momentaneamente em leitos diferentes.

Infelizmente, a maioria de nós porta-se como um barco desgovernado, à mercê dos vendavais e dos rochedos, por não ter a âncora necessária quando os ventos sopram e as ondas se avolumam.

Não acreditamos estar nas mãos de Deus. Sentimo-nos isolados, fora do contexto universal. Não acreditamos que cada coisa permanece em seu devido lugar e que tudo tem um fim providencial. Não possuímos uma visão detalhada da sequência do desenvolvimento da vida sobre a Terra; vemos o mundo desconectado do todo, porque nossa percepção interior está desmembrada da Inteligência Cósmica.

No Universo, não há nada que esteja desvinculado da sabedoria das leis divinas ou naturais. Tudo que existe está de acordo com a Ordem Celestial, e cada um de nós faz parte de um plano específico de Deus.

Em tudo existe uma relação de coerência, uma conexão ou união; são texturas de uma única rede universal. Os fios dessa rede astral são tecidos e revigorados pela energia divina, que está em nós e em todos os lugares. Somos ainda impotentes para perceber todas as linhas invisíveis que tecem a nossa existência.

A ilusão de que vivemos separados afasta-nos da cosmovisão e nos transforma nos principais adversários da vitalidade do planeta. A separação e a fragmentação de tudo e de todos são crenças distorcidas que se disseminaram como "verdades" no seio da humanidade. Todos somos filhos da "Alma do Universo"; fazemos parte de um maravilhoso entrelaçamento divino.

Tudo é transição na Natureza, pelo fato mesmo de que nada é semelhante e que, todavia, tudo se liga. As plantas não pensam e, por conseguinte, não têm vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos não pensam: não têm senão um instinto cego e natural."¹

Observemos a expressão acima - "tudo se liga"; ela nos dá exatamente a ideia do Uno que se revela - o Ser, nos seres; o Invisível, no visível; o Criador, nas criaturas.

Ninguém hoje ignora que o homem é um mamífero, nem que possui um parentesco milenar com a denominada "criação animal". Até um século atrás, seria uma imperdoável heresia incluir os seres humanos na teoria da evolução das espécies.

As semelhanças entre o homem e outros mamíferos tornam-se cada vez mais evidentes à medida que a ciência os estuda e os compara com diferentes espécies. A maioria dos intelectuais reconhece hoje que somos o resultado de uma secular cadeia evolutiva que também deu origem aos demais seres vivos - animais e vegetais.

Se bem que, na atualidade, muitas pessoas ainda creiam que a Terra foi criada em seis dias e que toda a flora e toda a fauna foram feitas por Deus, em benefício físico, entretenimento e deleite espiritual da espécie humana.

No mar, podemos reconhecer a imensa "pirâmide da vida", o fio místico ou o elemento misterioso que nos envolve amorosamente com tudo. Não estamos sozinhos! Debaixo da agitada e constante movimentação do oceano reina em suas profundezas uma serena tranquilidade. É possível dirigir-nos para lá, de forma silenciosa, usando nossa vontade e nosso pensamento, a fim de restabelecermos nosso "elo perdido" ou buscarmos a nossa tão almejada paz interior. Por meio desse constante exercício de reflexão ou meditação, abandonamos a turbulenta superfície do mundo exterior e reencontramos a "ligação" com a Natureza.

Os escritos místicos de todas as eras sempre nos alertaram de que a humanidade fracassaria se não compreendesse essa realidade - somos unos, somos todos irmãos. Todos nós somos águas da mesma Fonte, mas corremos momentaneamente em leitos diferentes.

De todas as criaturas da Natureza, o ser humano é o único que se questiona ininterruptamente sobre a própria identidade. De fato, pertence à humanidade - gerada há milênios na noite dos tempos - a destinação de reconhecer a si mesma, emergindo gradativamente da inconsciência em que se encontra para a elaboração da própria consciência. Dessa forma, o grandioso destino do homem é desvendar pouco a pouco a perfeição dos ciclos naturais dos quais ele faz parte, desenvolvendo seus dons intransferíveis e tornando-se cada vez mais consciente de que não está desligado da destinação de seus semelhantes. Todas as existências são interligadas, tendo como desígnio o progresso e o bem de todos nós.

Certas plantas, tais como a sensitiva e a dionéia, por exemplo, têm movimentos que acusam uma grande sensibilidade e, em certos casos, uma espécie de vontade, como a última, cujos lóbulos apanham a mosca que vem pousar sobre ela para sugá-la, e à qual parece armar uma armadilha para em seguida matá-la. Essas plantas são dotadas da faculdade de pensar? Elas têm uma vontade e formam uma classe intermediária entre a natureza vegetal e a natureza animal? São uma transição de uma para outra?

"Tudo é transição na Natureza, pelo fato mesmo de que nada é semelhante e que, todavia, tudo se liga. As plantas não pensam e, por conseguinte, não têm vontade. A ostra se abre e todos os zoófitos não pensam: não têm senão um instinto cego e natural."

Nota - O organismo humano nos oferece exemplos de movimentos análogos sem a participação da vontade, como nas funções digestivas e circulatórias. O piloro se contrai ao contato de certos corpos para lhes negar passagem. Deve ser como na sensitiva, na qual os movimentos não implicam, de modo algum, na necessidade de uma percepção e ainda menos de uma vontade.

Hammed;
Psicografia: Francisco do Espírito Santo Neto;
Do Livro: Os prazeres da Alma.

A naturalidade de um renascimento



Este livro foi lançado em 2002, e seu autor, Hernani Guimarães Andrade (1913 – 2003) é um cientista dedicado à pesquisa da reencarnação com trabalhos desenvolvidos no IBPP – Instituto de Pesquisas Psicobiofísicas.

Nele o autor traz os conceitos filosófico, científico e religioso da reencarnação, bem como sua história (Egito, Grécia, etc.) e as religiões que a adotaram ou adotam, como o Hinduísmo, o Budismo, o Islamismo, o Judaísmo na Cabala, entre outras. Esclarece que a reencarnação era aceita pelos judeus à época de Jesus, também no Cristianismo primitivo, informando que esse conceito foi banido por um concílio efetuado a mando do Imperador Justiniano I (553 d.C.) e à revelia do Papa. Alguns pais da igreja também o adotaram, como Santo Agostinho, Orígenes e Clemente. Lamenta, como o escritor Severino Celestino, que as traduções erradas tenham omitido da Bíblia esse conceito.

Traz evidências de reencarnação como recordações espontâneas de vidas passadas, a maioria com crianças, mas também com adultos, o “déja vu”, ou visões em estado de vigília, entre outros fenômenos. Explica que as lembranças ocorrem naturalmente por associação de idéias com fatos corriqueiros do dia-a-dia, e também que elas ocorrem com maior facilidade quanto menor for a intermissão, ou intervalo entre as reencarnações. Por outro lado, explica que uma intermissão muito prolongada apaga muitos traços “humanos”. Traça até a média das intermissões.

Sua pesquisa visa comprovar a reencarnação como uma lei natural, podendo também ser feita para fins terapêuticos, como a TVP – terapia de vidas passadas.

Discorre sobre marcas físicas de nascença de origem reencarnatória, a genialidade em crianças, reencarnação e lei de ação e reação, reencarnação e homossexualismo, reencarnação de animais, etc.

Traz casos do Brasil e de outros países, onde outros pesquisadores levantaram casos sugestivos de reencarnação, como o professor Hemendra Nath Banerjee, da Índia, com 1.100 casos, e o professor Ian Stevenson, dos Estados Unidos, com 2.600 casos.

“Não te maravilhes de eu ter te dito: Necessário vos é nascer de novo.”

Jesus (João 3:7)

Hernani Guimarães Andrade é conhecido no Brasil e no mundo por suas pesquisas envolvendo a reencarnação e a transcomunicação instrumental.

Suas teorias, algumas algo forçadas, são um esboço interessante para a formação de uma base científica para o Espiritismo.

Você e a reencarnação
Autor: Hernani Guimarães Andrade
Editora: Centro Espírita Amor e Caridade
Categoria: Ciência, Pesquisa
Ano: 2002
235 páginas

Naturalidade de comportamento - Herculano Pires

No Centro Espírita devemos manter a mais plena naturalidade de comportamento, dentro das normas naturais do respeito humano. As modificações exteriores, precisamente por serem forçadas e, portanto, mentirosas, não exercem nenhuma influência em nosso interior. O contrário é que vale: quem exercitar-se na prática das boas ações, da verdade e da sinceridade, modificará sem querer e perceber o seu comportamento, sem nenhum dos sintomas desagradáveis de fingimento e hipocrisia.

Citações de J. Herculano Pires, retirados da obra: O Centro Espírita.

Viver com naturalidade

Viver com naturalidade


"... Vivei com os homens de vossa época, como devem viver os homens..."
"... Fostes chamados a entrar em contato com espíritos de natureza diferente,
de caracteres opostos; não choqueis nenhum daqueles com os quais vos
encontrardes. Sede alegres, sede felizes, mas da alegria que dá uma boa
consciência..."
(Cap. XVII, item 10.)







Viver "felizes segundo as necessidades da Humanidade",¹ é viver com naturalidade, ou seja, participar efetivamente na sociedade usando nosso jeito natural de ser.

Todos nós fomos abençoados com determinadas vocações, e o mundo em que vivemos precisa de nossa cooperação individual, para que possamos, ao mesmo tempo, desenvolver nossas faculdades inatas na prática social e aumentar nossa parcela de contribuição junto à comunidade em que vivemos, no aperfeiçoamento da humanidade.

Possuímos talentos que precisam ser exercitados para que possam florescer, mas poucos de nós damos o real valor a essa tarefa. Esses mesmos talentos estão esperando nosso empenho de "se dar força", a fim de colocá-los em plena ação no intercâmbio das relações com as pessoas e com as coisas.

Não podemos então olvidar que viver no mundo é "entrar em contato com espíritos de natureza diferente, de caracteres opostos"², reconhecedno que cada um dá o que tem, vive do jeito que pode, percebe da maneira que vê, admitindo que, por se tratar de tendências, talentos e vocações, todos nós temos a peculiar necessidade de "ser como somos" e "estar onde quisermos" na vida social.







Talentos são impulsos naturais da alma adquiridos pela repetição de fatos semelhantes, através das vidas sucessivas. Vocação é a "voz que chama", palavra oriunda do latim vocatus, que quer dizer chamado ou convocação.

Pelo fato de a Natureza ser uma verdadeira "vitrina" de biodiversidade ou multiplicidade de seres, é que cada indivíduo tem suas próprias ferramentas, úteis para laborar na lida social.

Todas as árvores são árvores, mas o pessegueiro não tem as mesmas peculiaridades do limoeiro, nem o abacateiro as da mangueira. Por isso, cada pessoa também se exprime em níveis diversos segundo as múltiplas formas com que a Sabedoria Divina nos plasmou na criação universal.

Assim, todos somos convocados a "agir no social", não com "um aspecto severo e lúgubre, repelindo os prazeres que as condições humanas permitem"³, mas felizes, fazendo uso de nossos potenciais e faculdades prazerosamente.







Jesus de Nazaré vivia, à sua época, uma vida mística e distante da sociedade?

O Cristo de Deus se integrava intensamente no social, "participando das festas de casamento"4, "do relacionamento fraterno, amando intensamente os amigos"5. "Sem preconceito algum fazia visitas e tomava refeições em companhia de variadas criaturas"6, percorrendo cidades, campos e estradas sempre acompanhado dos amigos queridos e das multidões que O cercavam.

Em vista disso, devemos entender que as leis do Criador deram às criaturas inclinações e aptidões íntimas e originais para que elas pudessem conviver entre si, oferecendo a cada uma participação também original na vida comunitária de maneira sui generis.

Devemos, sim, viver no mundo com a consciência de que somos espíritos imortais em crescimento e progresso, e de que o nosso "ânimo de viver" em sociedade depende de colocarmos em prática as nossas verdadeiras capacidades e vocações da alma.

Lembremo-nos, contudo, de que a palavra "ânimo" quer dizer "alma", do latim animus, e de que devemos, cada um de nós, "viver com alma" no círculo social do mundo.



______________________
¹, ², ³ "O Evangelho Seg. o Espiritismo" - cap. XVII, item 10.
4     João 2:1 e 2.
5     João 15:13.
6     Mateus 9:10.







Hammed  &  Francisco do Espírito Santo Neto
Livro: Renovando Atitudes

Naturalidade Evolutiva (Parte 2)

Naturalidade Evolutiva (Parte 2)


Essa é a segunda parte da entrevista com o escritor e palestrante Manolo Quesada. Ainda falando sobre o tema de seu novo livro “Evoluir é simples, nós é que complicamos”, ele nos oferece uma reflexão sobre desenvolvimento espiritual.
Mas, antes de refletir nas palavras do autor, vamos pensar em situações do nosso dia a dia, como por exemplo, nos caminhos que percorremos seja para escola, trabalho ou qualquer outra atividade cotidiana.
Agora, é natural que após feito isso um determinado número de vezes é comum realizarmos o percurso praticamente de maneira automática.
Esse automático significa que pelo hábito e condicionamento em realizar determinada ação temos a tendência a não empregar todo nosso potencial naquilo, utilizando apenas uma atenção periférica, ou se preferir, superficial.
Dessa forma, com um nível de atenção menor é possível que muitos detalhes nos escapem aos sentidos como uma árvore florida, um aperfeiçoamento na maneira de dirigir ou mesmo um caminho alternativo.
É claro que não estamos incentivando o motorista a infringir o código de trânsito e dirigir sem a devida atenção, mas pensemos em como estamos ‘dirigindo’ a nossa vida. Será que estamos no automático e assim apenas passando por algumas oportunidades de evolução?
Nas perguntas seguintes, Manolo nos coloca para pensar como seres imortais e como a atenção e o exercício ajudam no caminhar evolutivo.

Como podemos nos preparar para aproveitarmos da melhor maneira possível as oportunidades de evolução?
Manolo Quesada: As oportunidades nos são oferecidas todos os dias, pois com essas oportunidades nós vamos fixando em nós as características que queremos ter. A medida que vamos exercitando, mais capazes vamos ficando. Isso quer dizer que não adianta simplesmente sermos bonzinhos, temos que exercitar. O preparo está simplesmente em nos colocarmos à disposição, ou seja, estarmos sempre em condição de ajudar o próximo, seja ele muito próximo ou mais distante. Os familiares, que são nossos próximos mais próximos, nos oferecerem oportunidades todos os dias para esse exercício, pois é o que pedimos. Ao pedirmos que Deus nos dê paciência ele coloca em nosso caminho os exercícios para que consigamos desenvolver em nós essa paciência. Assim se dá com todas as virtudes que deveremos conquistar em nossas vidas. Por isso, o ideal é que fiquemos sempre atentos, pois não sabemos exatamente quando as oportunidades surgirão em nossas vidas.

Como podemos ver a vida de maneira mais simples?
MQ: Uma das maneiras mais eficientes para isso é entendermos que temos uma programação reencarnatória que fizemos do lado de lá. Nessa programação estão as linhas mestras do trabalho que termos que fazer para melhorar o Espírito que somos. Infelizmente quando chegamos por aqui, esquecemos de muitas coisas e mostramos ainda quem somos… quando nos lembramos e corrigimos a rota é sinal que estamos conscientes dessa programação e que estamos de acordo com ela para prosseguir adiante. Isso não quer dizer que não possamos modificar nossa programação, pois com a melhora nos vão sendo oferecidas novas oportunidades de aproveitamento e isso vale para todos os setores. De repente, nos qualificamos para sermos usufrutuários de extensa fortuna pelo nosso comportamento e retidão de caráter. A espiritualidade nos oferece essa oportunidade para que mostremos, realmente, que é possível ter dinheiro sem apego e utiliza-lo para oferecer melhores condições para a Humanidade, através do emprego correto dessa fortuna que, a princípio, não estaria em nossa trajetória.

Naturalidade Evolutiva (Parte 1)

Naturalidade Evolutiva (Parte 1)


É bem provável que você que está lendo este texto em algum momento de sua vida já parou para refletir em alguma situação do passado e ao se dar conta de erros ou oportunidades perdidas exclamou em tom melancólico: “se eu soubesse do que sei hoje, seria diferente” ou “se tivesse feito aquilo, não estaria assim hoje”.

Esses tipos de pensamentos deixam transparecer uma lamentação e incerteza sobre nossas ações consumadas, induzindo-nos a questionar se faltou algo que poderia ter feito e consequentemente mudado a realidade, fazendo da vida atual diferente.

Mas o que nunca paramos para pensar é se naquele tempo nós tínhamos a lucidez com a qual hoje avaliamos o momento passado para chegar a esta conclusão, ou seja, se possuíamos condições e capacidade de agir naquela situação como agiríamos atualmente.

No filme “Chico Xavier” (2010), Emmanuel nós dá uma valiosa lição sobre o tempo que se passou, com uma frase que se tornaria muito difundida e conhecida: “Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim”.

Agora com as palavras de Emmanuel parece que ficou mais simples, mas porque não nos atentamos a simplicidade com que as coisas se processam? Em uma palavra: orgulho!

E pensando em nos mostrar essa simplicidade, o escritor Manolo Quesada em sua mais recente obra “Evoluir é simples, nós é que complicamos” nos traz a razão de que a evolução é para todos e todas as fases da vida são necessárias para a nossa evolução como seres humanos.

Nesta obra, o autor propõe a reflexão para o leitor, ajudando-o a progredir e evoluir. Em entrevista ao blog A Luz do Espiritismo, Manolo fala sobre o livro e evolução espiritual. A primeira parte você confere neste post.



Conheça o trabalho do autor em seu site AQUI
Como surgiu a ideia de escrever o livro com este tema?
Manolo Quesada: A ideia do livro surgiu pelo nosso editor Flávio Machado, ele achou o título muito bom. O título era de uma palestra que normalmente nós fazemos em centros espíritas e que aborda de maneira mais simples a nossa evolução. A partir dai começamos a trabalhar em mais alguns pontos para que o leitor tivesse a ideia de que somos capazes de evoluir mais rapidamente e, ao mesmo tempo, de maneira mais simples, precisando apenas tomarmos alguns cuidados para que não nos percamos nas facilidades da vida. As facilidades da vida estão na parte material, superimportante sim, mas que deve ser encarada com cuidado para que não nos envolva tanto a ponto de ficarmos apegados.

O titulo “Evoluir é simples, nós é que complicamos” sugere que a evolução se processa de maneira natural, como podemos perceber isso no cotidiano?
MQ: A evolução é natural do ser humano, todos nós fomos criados para evoluir, pois esse é o plano que o Criador tem para suas criaturas. Ele não cria para que o adoremos simplesmente, ele nos cria para que saibamos quem somos, de onde viemos e para onde vamos. De maneira simples, podemos dizer que o Criador nos dá todas as condições para que descubramos dentro de nós todo o potencial que temos e para que o exercitemos, através dos exercícios que nos oferece durante as nossas várias encarnações.

Ainda em relação ao título, como complicamos nossa trajetória evolutiva?
MQ: A nossa trajetória evolutiva é prejudicada principalmente pelo orgulho. O orgulho é dos males da humanidade o pior, pois nos oferece muitas faces, fazendo com que muitas vezes não percebamos que ele está agindo em nosso interior. O orgulho faz, por exemplo, que nos sintamos melhores em relação a outras pessoas. Isso faz com que nós não demos o valor que as pessoas tem. Ao pensarmos que somos melhores imediatamente passamos a discriminar e a fazer com que o outro sinta-se em piores condições. Lutar contra o orgulho é das melhores atitudes que tomamos para facilitarmos o nosso trabalho rumo à conquista do status de Espírito puro que um dia seremos.

Ficha Técnica
Petit Editora
Autor: Manolo Quesada
Livro: Evoluir é simples, nós é que complicamos
Páginas: 184

terça-feira, 16 de junho de 2015

5 feridas emocionais da infância que podem persistir na idade adulta

5 feridas emocionais da infância que podem persistir na idade adulta

http://www.contioutra.com/5-feridas-emocionais-da-infancia-que-podem-persistir-na-idade-adulta/

Embora não seja regra absoluta, não podemos negar que nossa infância e primeiras experiências afetivas podem influenciar na maneira como lidamos com os relacionamos posteriores e na leitura que temos das coisas que acontecem ao nosso redor.

As boas e más experiências infantis afetam sim nossa qualidade de vida quando adultos. Influenciam também, depois, em como trataremos nossos filhos tanto do ponto de vista do afeto quanto do enfrentamento de adversidades. Agiremos reproduzindo os comportamentos que conhecemos ou seremos diferentes?

Abaixo, estão descritas 5 feridas emocionais segundo a especialista em comportamento canadense Lisa Bourbeau. Para a autora, são elas algumas das mais determinantes nas dificuldades de relacionamentos que as pessoas podem carregar ao longo da vida adulta posterior.

1- O medo do abandono

Um dos medos frequentes nas crianças é o medo da ausência de seus pais, o medo do abandono. A criança, nos primórdios de sua vida, ainda não consegue separar fantasia de realidade, e, por também não conseguir quantificar o tempo, entente que as ausências podem ser sinônimos do abandono absoluto.

Se a aprendizagem dessa separação necessária já é complexa em ambientes onde os pais lidam com o fato com tranquilidade, no caso de pessoas que tiveram experiências de negligência na infância, as marcas deixadas podem acarretar um medo de solidão e rejeição contínuos todas as vezes em que a pessoa não tiver perto de si (fisicamente) a pessoa amada.

A ferida causada pelo abandono não é fácil de curar. A pessoa saberá que está curada quando os momentos de solidão não forem vistos como desamor e rejeição, e, dentro de si, existirem diálogos positivos e esperançosos.

2- O medo da rejeição

É uma ferida profunda que é formada quando, durante o desenvolvimento, a criança não se sentiu suficientemente amada e acolhida pelas figuras de referência que estavam ao seu redor assim como, posteriormente, pode ser afetada também por rejeições em ambiente escolar.

Como a pessoa, no começo, forma sua identidade a partir da maneira como é tratada, se ela for desvalorizada e depreciada constantemente, pode internalizar em si uma autoimagem de que não é merecedora de afeto e de que não possui atributos suficientes para ser aceita em sociedade.

O rejeitado passa, então, a rejeita-se, e, na idade adulta, muitas vezes, mesmo frente ao sucesso e obtento bons resultados, essa pessoa pode apresentar grande fragilidade frente a qualquer crítica que exponha seus medos internos de insucesso.

3- A humilhação

Esta ferida é gerada no momento em que sentimos que os outros nos desaprovam e criticam. Podemos criar esses problemas em nossos filhos dizendo-lhes que eles são estúpidos, maus ou mesmo exagerando em comparações; isso destrói a criança e sua autoestima.

Uma pessoa criada em um ambiente assim pode desenvolver uma personalidade exageradamente dependente. Outra possibilidade é o desenvolvimento da “tirania” também em si, um mecanismo de defesa em que a pessoa passa a humilhar aos outros para se sertir mais valorizada.

4- Traição ou medo de confiar

Uma criança que se sentiu repetidamente traída por um de seus pais, principalmente quando o mesmo não cumpria as suas promessas, pode nutrir uma desconfiança que, mais tarde,  pode ser transformada em inveja e outros sentimentos negativos. Quem não recebe o que foi prometido pode não se sentir digno de ter os que os outros têm.

Pessoas que passaram por isso desenvolvem uma tendência maior a tentar controlar tudo e todos ao redor em uma tentativa de trazer para si  o comando de variáveis que, antigamente, faziam com que se sentissem preteridas e injustiçadas. Quando perdem o controle ficam nervosas e sentem-se perdidas.

5- Injustiça

A ferida da injustiça surge a partir de um ambiente no qual os cuidadores primários são frios e autoritários. Na infância, quando existe uma demanda além da capacidade real da criança, ela pode ter sentimentos de impotência e inutilidade que  depois pode carregar ao longo dos anos.

Em ambientes assim, a criança pode desenvolver um fanatismo pela ordem e pelo perfeccionismo como tentativa de minimizar os erros e as cobranças. Soma-se a isso a incapacidade de tomar decisões com confiança.

Nota da CONTI outra:

Como dito no começo, existem feridas da infância que aumentam a probalidade de sequelas emocionais na vida adulta. Entretanto, nada é regra e existem pessoas que desenvolvem mecanismos adaptativos e superam essas questões. Outras, entretanto, não se saem tão bem. Se você for uma delas, procure ajuda de um profissional da saúde mental. Nunca é tarde para rever questões mal resolvidas. O passado não muda, mas o futuro ainda é um livro em branco.

Traduzido e ADAPTADO por Josie Conti.

Do original em espanhol: 5 heridas emocionales de la infancia que persisten cuando somos adultos

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Lucidez Espiritual

Lucidez Espiritual
Saúde, Enfermidade e Auto-Amor
Além da Matéria - Joseph Gleber – Robson Pinheiro

As enfermidades são o resultado da desarmonia dentre o espírito e o corpo, a vida e a forma. A consciência encerra toda a expressão da vida em sua própria intimidade. É o espírito imortal. Quando essa consciência assume o campo da forma através da reencarnação, passa a expressar-se no mundo fenomênico com uma parcela de sua lucidez espiritual.

Mas o homem encarnado não traz em si, nessa interação espírito-corpo, toda a manifestação de sua consciência. A expressão máxima da vida e da lucidez espiritual encontra-se no espírito. Semelhante verdade é de grande importância para que se compreenda as relações de equilíbrio e desequilíbrio, harmonia e desarmonia ou de saúde e enfermidade.

Entre o campo consciencial e o corpo físico existe um mundo de energias, cuja existência está demonstrada na revelação espírita, como nas modernas descobertas da ciência terrena. Nesse campo energético, também representado pelo duplo etérico e pelo psicossoma, é onde se originam, muitas vezes, os conflitos que geram as enfermidades.

A doença é, por isso mesmo, efeito do acúmulo ou do desgaste de energias que atingem os corpos superiores. É preciso desenvolver certos sentidos espirituais a fim de compreender a linguagem do corpo. Cada manifestação de enfermidade traz uma mensagem com endereço certo e com a linguagem necessária para o aprendizado do homem.

Sendo a doença o resultado de um conflito no campo energético ou emocional, ela pode ser vista como um processo de evolução ou de expurgo dos fluidos densos. Tais fluidos ou energias poderão, através da doença, liberar o organismo espiritual da carga tóxica que o oprime.

Como fator evolutivo, a enfermidade que desarmoniza o homem transforma-se em objeto de despertamento da consciência para a solução de conflitos íntimos. Uma vez solucionado o conflito com a reeducação dos impulsos da alma, a enfermidade perde a sua razão de ser. Com o cessar do desequilíbrio íntimo, a energia mórbida que impregna o psicossoma é redirecionada e paulatinamente deixa de fluir; assim, é restabelecido o equilíbrio interior.

É dessa forma que a postura evangélica do amor resolve por completo os bloqueios energéticos da alma em trânsito evolutivo.

As posturas equivocadas,  as emoções descontroladas, podem emergir do passado espiritual em forma de conflitos psicológicos ou enfermidades físicas, mas, uma vez que o homem se reeduca de acordo com as leis da vida, no desenvolvimento do auto-amor, tais energias em desequilíbrio encontram novamente a harmonia.

A fonte dos males ou das desarmonias que são conhecidas como enfermidades pode ser encontrada em qualquer dos corpos de manifestação da consciência. Quando à desarmonia nasce no “campo emocional” mais facilmente se transfere para o corpo denso através dos chacras, que automaticamente distribuem o fluido mórbido nos locais mais sensíveis do corpo somático.

Quando é o “corpo mental” que está desorganizado, as enfermidades se manifestam no campo psicológico ou mental, exigindo também grandes dispêndios de energia, a fim de reequilibrar o indivíduo.

Como o homem terreno tem seus campos etérico e psicossomático mais desenvolvidos que os corpos superiores, é natural que as enfermidades que atualmente assolam a humanidade encontrem sua gênese exatamente no perispírito ou psicossoma.

As emoções e os desejos contidos de modo irrefletido e desordenado dão origem a profundas angústias; os desequilíbrios emocionais e as paixões desenfreadas, muitas vezes reprimidos apenas pelas imposições sociais, deixam marcas profundas nas células sutis do corpo espiritual.

Isso requer longo tempo no trabalho de reajuste. Normalmente, nestes casos, os chacras inferiores e os seus plexos correspondentes encontram-se desajustados pelo acúmulo de energia ou fluido mórbido. Essa vibração desarmônica transfere-se para o corpo somático em forma de enfermidades.

A integração entre espírito-perispírito e corpo-físico é tão grande e se manifesta em tal intensidade que o sistema nervoso responde de forma automática aos impulsos advindos do espírito.

As energias e emoções vividas pelo espírito encarnado influem profundamente nas funções vegetativas, atingindo o sistema simpático e parassimpático com a densidade característica desses focos de desarmonia.

O acúmulo de energia densa pode gerar distúrbios e toda forma de enfermidades inflamatórias, envolvendo o órgão afetado com uma carga de fluido denso e uma aura densa e sem brilho, que é absorvida pelo órgão, causando a enfermidade local.

A falta de energia que ativa a vitalidade pode ser o resultado de um bloqueio que impede a circulação do fluido vital, deixando o órgão correspondente atrofiado ou sem o campo energético que o mantém ativo. Observa-se então um certo enfraquecimento do órgão, com um embaçamento da aura ou campo energético que o circunda.

Isso tudo nos leva a reavaliar certos conceitos modernos a respeito da saúde e das enfermidades. O organismo físico apenas reflete o estado dos outros campos de manifestação da consciência espiritual. O estado psicológico está sempre em relação com o estado físico, interagindo com este de forma perfeita e gerando situações que podem ser classificadas de saúde ou doença.

Quando o individuo é hiper-ativo, utilizando-se em demasia do fluido vital, provoca um desequilíbrio externo, que, com o tempo, passa para outras pessoas que o rodeiam, contaminando aqueles que entram em contato com ele. É o excesso de energia que o ser não sabe direcionar. Tal excesso se manifesta na hiperatividade, na sexualidade desregrada, nas agitações íntimas que se alastram como vírus.

Por outro lado, quando o individuo passa a dirigir suas energias exclusivamente para o seu íntimo, não consegue adaptar-se à realidade em que se situa, gerando traumas e fugas, que são outras causas de enfermidades do corpo e da alma.

Tais focos de desarmonia requerem um ponto de equilíbrio, que a terapia evangélica aconselha acontecer através da reeducação. Reeducar-se é procurar o ponto de equilíbrio entre a matéria e o espírito.  Nunca a reeducação significa fuga ou excesso. Sempre o Evangelho nos aconselha o método do amor ágape e do auto-amor.

Saúde, Enfermidade e Auto-Amor
Além da Matéria - Joseph Gleber – Robson Pinheiro

Lucidez espiritual: Segundo algumas pesquisas, o homem utiliza apenas uma pequena porcentagem de sua capacidade mental.

Considerando o ser espiritual, compreende-se que apenas uma parcela de todo o seu potencial se faz perceptível para a consciência encarnada, já que o corpo físico e, portanto, o cérebro, amortece as impressões que o espírito envia ao corpo. O organismo físico funciona como um transformador vivo que diminui lembranças e a freqüência vibratória do ser.

Linguagem do corpo: O corpo é um espelho altamente revelador do inconsciente. Ele mostra flashes da personalidade, expõe crenças, valores, preconceitos, forças e fragilidades do caráter.

As mensagens que emitimos por meio do nosso corpo constroem aquilo que temos demais verdadeiro e substancial. A linguagem corporal, quando bem utilizada, ajuda a dizer o indizível, a dar forma a um sentimento e a concretizar as imagens das emoções mais verdadeiras.

Envolvemos, além da palavra, o jogo fisionômico, a postura cênica, a flexibilidade dos músculos, o domínio das expressões faciais, dos movimentos de braços, pernas e  quadris.

Energia mórbida: É a qualidade dos fluidos mais densos, que impregnam o duplo etérico e o perispírito, causando um aumento de vibração de natureza doentia.

Ordinariamente, esse fluido mórbido apresenta-se como uma fuligem que se adere às células do corpo espiritual e extravasa para o corpo físico em forma de enfermidade.

Quando o homem adoece, em geral, é o resultado do descenso vibratório desse fluido, que se somatiza e faz fluir para o corpo o resíduo de cargas tóxicas aderidas ao perispírito.

Chacras: A palavra chacra significa roda. Sua principal função é absorver e distribuir o prana ou energia vital para o corpo etérico e, através deste, para o corpo físico.

Atuam como transmissores e transformadores de energia, que é distribuída por canais etéricos – as nadis – que correm paralelos ao sistema nervoso.

Focos de desarmonia: Esses focos de desarmonia poderão ser identificados como emoções desequilibradas, excesso de energia que produz irritabilidade, nervosismo e hiperatividade sexual. Também podem ser identificados como estados alterados de permanente alheamento da vida social, introspecção, tristeza, melancolia, depressão, etc.

Lucidez


Mais um artigo de nosso amigo e leitor Marcus Braga

Em 9.12.68, o cantor e compositor Chico Buarque – ao se defrontar com a polêmica pelo fato de ele fazer samba, o que seria para a época um ritmo ultrapassado, em relação às inovações, como o movimento da Tropicália – escreveu um artigo no periódico “Última hora”, que termina com uma frase de sua autoria que se tornou consagrada, sintetizando o seu pensamento sobre a questão: nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha.

Passados mais de 40 anos, a genialidade e a lucidez desta frase nos remetem ao assunto desse artigo, visando ao público jovem. De onde vem essa ideia de que por sermos jovens temos que fazer loucuras? Parece-nos que existe uma cota, um número mínimo e máximo de loucuras e inconsequências que devemos efetuar na nossa juventude, para que esta seja vivida em plenitude… Pois quando ficarmos velhos e caretas, teremos que desempenhar aqueles papéis chatos e sérios, tendo que encarar o batente como cordeirinhos. Uma grande tentativa de compensação, então!


Ora, crer nisso dentro do contexto da realidade espírita é ignorar a finalidade de nossa passagem pelo Planeta Terra e as questões ligadas à nossa evolução espiritual no momento da juventude. Ah, é bem verdade, quando jovens temos o nosso processo de autoafirmação, de construção da nossa identidade no contexto social, de busca de caminhos. E isso nos demanda uma certa dose, diria até natural, de contestação. Mas, daí, para vivermos uma ciranda de loucuras…, muito distante.

Digo isso, pois vejo as consequências funestas dessa ideia nos noticiários e no cotidiano. Vários jovens ferindo-se ou perdendo a vida nos famosos “rachas” com automóveis, nas guerras de “gangues”, no uso e abuso de álcool e de drogas ilícitas, nos esportes de altíssimo risco sem supervisão profissional, entre outras loucuras geniais.

Toda essa aventura, essa loucura que inunda as veias de adrenalina, traz em si uma dose de risco que nos permite qualificá-las como situações que beiram o suicídio. Ninguém enxerga a genialidade de descobrir novos conhecimentos, ajudar ao próximo, lutar pelas questões sociais, engajar-se na causa ecológica. Vemos o novo e genial apenas nas loucuras!

Seria prudência uma coisa dos mais velhos? Seria se preocupar com a sua integridade física uma caretice? Lucidez é monótona? Genial é se arriscar e acabar com a sua vida? Esses questionamentos são interessantes para a mente juvenil, por vezes seduzida por essas ideias, como quem busca sorver a vida em um único gole.

A vida como Espírito encarnado tem suas riquezas e suas dores, nos seus vários momentos. Na infância e na madureza, na adolescência e na velhice, cada época tem seus frutos e seus dissabores. A vida é isso, essa trajetória, esse caminho cujas preocupações oscilam entre o passado, o presente e o futuro. Entre o individual e o coletivo. Não podemos esquecer o que fomos, nem desprezar o que queremos ser. Porém, o presente é a hora de fazer e acontecer.

Na espiritualidade, bilhões de Espíritos se amontoam na busca da oportunidade da reencarnação, na ânsia de aprender a amar, de resgatar as suas dívidas e de crescer, nos ditames da Lei maior. O que pensam esses Espíritos quando veem a vida sendo desperdiçada assim? Será que eles acham isso tudo genial?

O leitor encontra este artigo aqui  www.oconsolador.com.br/ano4/204/marcus_braga.html