sábado, 25 de julho de 2015

EDUCAÇÃO PARA A CORAGEM

EDUCAÇÃO PARA A CORAGEM

            A coragem é a intrepidez que se desenvolve no ser humano, a fim de poder realizar os enfrentamentos com decisão e altruísmo, mantendo a firmeza de espírito em qualquer circunstância, entre outras definições.
            Resultado de uma boa orientação espiritual, a coragem dignifica e eleva o espírito, trabalhando as suas necessidades e desenvolvendo os atributos que necessitam de expansão.
            Difere da impetuosidade que caracteriza a predominância do instinto, demonstrando a grandeza dos sentimentos que não temem, que não recuam diante da dificuldade.
            Essa característica é a marca primorosa dos heróis em todos os campos do comportamento humano.
            O ser de coragem arrosta as conseqüências das suas decisões sem temor da injúria e da perfídia dos outros, confiando nas possibilidades de que dispõe para atingir a meta que estabelece.
            A coragem deve ser desenvolvida no lar, desde os primeiros fenômenos reativos da personalidade infantil, a fim de selecionar dentre os impulsos do primarismo os sentimentos de afirmação, orientando os de elevação ético-moral, de forma a constituírem uma couraça protetora em torno da existência.
            O medo, muitas vezes, propele o indivíduo para determinadas atitudes que podem confundir-se com a coragem, quando são apenas mecanismos de defesa da vida e impulsos destrutivos.
            A coragem alia a razão á emoção e trabalha sem precipitação nem alarde, produzindo fenômenos de alegria e de paz.
            Em face do processo da evolução, o espírito transfere de uma para outra reencarnação as marcas das ocorrências que foram enfrentadas, assinalando-o com culpa, medo e necessidade de fuga, diante de qualquer iminente perigo, real ou imaginário.
            A educação para a coragem fortalece as fibras mais íntimas do ser, estimulando à superação, etapa a etapa, dessas heranças perturbadoras.
            O desenvolvimento da autoconfiança e da determinação em ralação aos compromissos para com a existência, facultam a manifestação da coragem, que se fortalece aos estímulos interiores da oração e da confiança irrestrita em Deus.
            Pelo caminho existencial sempre surgirão ameaças e desafios, que constituem oportunidade de crescimento moral e emocional, devendo ser enfrentados com naturalidade e decisão.
            A coragem nasce de um específico sentimento de amor àquilo em que se crê, que se deseja e pelo qual se luta.
            Mediante a presença do amor a coragem faz-se mais decisiva e, portanto, com melhores possibilidades de alcançar o triunfo na luta a que se entrega.
            É muito comum na educação do lar, cuidar-se da prudência, da humildade, da submissão, poupando-se constrangimentos e decepções, amarguras e dissabores. Embora seja uma conduta correta, não se pode prescindir da coragem para manter-se prudente, quando as circunstâncias favorecerem reações precipitadas. Da mesma forma, a humildade necessita da coragem para preservar-se digna, fugindo da situação do medo que submete o indivíduo àquilo que detesta, exclusivamente porque não deseja experienciar incômodos nem mal-estares.
            A coragem supera essas situações complexas, que impõem decisão firme e ação contínua.
            O medo paralisa, impede o crescimento moral e intelectual, arruinando as possibilidades de elevação que surgem no processo da evolução. Embora decorra de um sentimento humano cauto, deve ser circunscrito numa fronteira em que a prudência recomenda equilíbrio, recuo, recomposição de forças, evitando a afoiteza irresponsável.
            Tudo aquilo quanto é desconhecido gera um certo sentimento de medo, de precaução, por gerar incerteza e produzir desconfiança.
            O excesso, porém, de cuidados, em face das ocorrências não esperadas, daquilo que se constitui novidade e desconhecimento, pode favorecer a estagnação e dar lugar a transtornos de conduta.
             Na educação doméstica para a coragem, torna-se necessário desenvolver as aspirações da beleza, da verdade, da conquista moral, de forma que as intempéries, as vicissitudes que se apresentem sejam devidamente enfrentadas com decisão e disposição para vencê-las.
            Quem receia voar além dos limites não consegue alcançar os próprios limites, definhando e amofinando-se diante do maravilhoso projeto viver.
            A coragem necessita, no ninho doméstico, do combustível dos exemplos que devem ser dados pelos pais diligentes e trabalhadores, que não se queixam, nem se entregam a lamentações, sabendo referir-se aos acontecimentos negativos com naturalidade, como pertencentes ao processo de realizações.
            Nenhuma ascensão pode ser conseguida sem a vitória sobre os percalços da trajetória.
            Os cumes são difíceis de alcançados, mas quando conquistados premiam com a visão deslumbrante da paisagem em volta.
            A existência humana pode ser considerada como uma aventura evolutiva. Enfrentá-la com altivez e coragem é conseguir-se o triunfo em toda a sua generosidade e significação.
            Cada situação vencida retribui com momentos encorajadores e mais belos, dando significados estimulantes para novas lutas.
            Somente com a coragem se pode combater o mal e suas expressões inferiores, que se encontram ínsitos nos sentimentos torpes, que defluem do egoísmo, da presunção e da equivocada visão em torno dos valores nobres que se não têm.
            É indispensável coragem para auto-analisar-se, para descobrir as anfractuosidades morais, as imperfeições em predomínio, as mesquinhezas do caráter e da conduta.
            Foi a coragem que deu oportunidade aos artistas, aos estetas, aos santos, aos cientistas, aos heróis de todo tipo, aos conquistadores, aos pensadores éticos e aos lutadores nobres, de realizarem os seus sonhos, de construírem as suas aspirações, tornando-as realidade no mundo objetivo.
            Jesus-Cristo, com muita justiça, denominado o Herói da cruz, viveu corajosamente, arrostando todas as conseqüências do Seu ministério, sem submeter-se aos dominadores de mentira, aos poderosos de coisa nenhuma, demonstrando que o amor é a força mais grandiosa que existe no Universo, porque nascida em Deus, sustenta a Criação.
            Seu exemplo de  coragem permanece como estímulo e lição viva para todas as criaturas que desejam a iluminação e o encontro com Ele.

Do livro: CONSTELAÇÃO FAMILIAR
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

Ter coragem de fazer o bem


– Por que, neste mundo, os maus exercem geralmente maior influência sobre os bons? “Pela fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos; os bons são tímidos. Estes, quando quiserem, assumirão a predominância.” (Questão 932, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.)


Carregando no íntimo a condição de mau, o homem que vive à margem dos ensinamentos cristãos não tem medo ou receio de causar danos à sociedade que o acolhe. Pouco se importa com os danos que provoca ou com prejuízos que causa àqueles que cruzam o seu caminho. Segue sua jornada com audácia, sendo inconsequente, nada temendo. Em resumo, é ousado.

Já a criatura de bem, aquela que se preocupa em pautar suas ações sempre de acordo com as valiosas e imprescindíveis lições de Jesus Cristo, muitas vezes é tímida e retraída. Procura viver dentro dos padrões da moralidade, da decência e da dignidade, mas nem sempre aguerrida o suficiente para enfrentar o avanço das ações malévolas que a rodeiam.

Na pauta das suas realizações terrenas procura ajudar, socorrer e amparar os irmãos do caminho, com atitudes descompromissadas, mas, diante de situações em que deve se expor um pouco mais, se retrai assustada, temendo enfrentar o mal que às vezes se levanta barulhento e desafiador.

Tem valor incalculável a doação de uma cesta básica de alimentos a uma família carente, de prole numerosa, mas isso é pouco diante da gravidade da situação reinante.  Será preciso ir além disso, tomando a deliberação de programar ações firmes que possam apontar caminhos, visando a que cada membro do agrupamento familiar tenha oportunidade de ganhar, com o próprio suor, o seu sustento.

Oferecer material escolar para que crianças, adolescentes e jovens pobres permaneçam nos bancos escolares é tarefa das mais nobres, no entanto, só isso não basta para que se tornem homens de bem, imprescindível que atuemos decididamente informando-os sobre os valores da honradez e da dignidade, virtudes básicas para a formação equilibrada do caráter.

Erguer clínicas, hospitais e instituições de socorro àqueles que se embrenharam pelos nefastos e destruidores caminhos do vício tóxico é de capital importância, mas jamais podemos olvidar a necessidade urgente de trabalharmos, com determinação e arrojo, pelo esclarecimento e conscientização, principalmente de adolescentes e jovens, para que saibam enfrentar os arrastamentos sem o terrível mergulho no mundo pestilento da dependência química.

É valioso identificar os males que decorrem da corrupção, dos favorecimentos ilícitos, das coisas arranjadas, mas somente isso não impede que tais desatinos continuem a ocorrer. Indispensável que saiamos a combater, com coragem e determinação, essa cultura imoral, danosa e trágica que tantos prejuízos causam no seio das coletividades.

Em verdade não basta que evitemos o mal, é imprescindível fazer o bem, no limite de nossas forças, pois que seremos responsáveis pelos mal que nascer do bem que não fizermos.

Não é prudente enfrentarmos o mal de forma atabalhoada e irresponsável, mas da mesma forma não é digno que cruzemos os braços, timidamente, e fiquemos a observar o avanço dos maus que são intrigantes, ousados e audaciosos.

Por certo, a Providência Divina não espera de nós nenhum espetáculo de grandeza e excelsitude, no enfrentamento ao mal que campeia à solta ao nosso redor, mas aguarda que cada um tenha a coragem e a audácia de se empenhar ao máximo na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e humana, mesmo que para tanto tenha que desprender cotas de sacrifício.

O verdadeiro homem de bem é aquele que não foge ao bom combate, conforme nos ensinou Paulo de Tarso.

Reflitamos.      

WALDENIR APARECIDO CUIN

Coragem

Amigo:

É verdade que em tuas relações com Deus:

– pediste o dom da saúde e a saúde é um dos maiores tesouros da vida;

– rogaste a bênção da paz e a paz é o alicerce de todo equilíbrio;

– suplicastes o apoio do afeto e o afeto é um refúgio sublime;

– deprecaste a luz da compreensão e a compreensão é à base da segurança;

– requestaste o privilégio da liberdade e a liberdade é a força que te mede o aprimoramento;

– imploraste a proteção da simpatia e a simpatia é o estímulo da ação;

Solicitaste o amparo da cultura da inteligência e a cultura é o instrumento que te faz discernir;

Requisitaste o socorro do trabalho e o trabalho é o motor do progresso.

Entretanto, para que obtenhas saúde e paz, afeto e compreensão, liberdade e simpatia, cultura e trabalho, não prescindes de uma alavanca, da qual nem sempre te lembras nas petições à Providência Divina – a alavanca da coragem, a coragem de servir e viver.

É por isso, leitor amigo, que te oferecemos as páginas simples deste livro.

Elas traduzem o nosso apelo, – apelo as nossas melhores forças, – para que jamais esmoreçamos, diante das lutas e provas que nos são necessárias ao burilamento próprio, porque ainda mesmo quando sitiados, em todas as direções, por dificuldade e desarmonia, débito e sofrimento, haverá sempre um caminho de refazimento e libertação que a esperança nos descerra, ante a misericórdia de Deus.

pelo Espírito Emmanuel – Do livro: Coragem, Médium: Francisco Cândido Xavier.


A renovação exige coragem e perseverança

A renovação exige coragem
 e perseverança

          O trabalho de renovação das disposições íntimas vai exigir, de todo aquele que se proponha executá-lo, perseverança e determinação. Perseverança, por causa da necessidade da repetição contínua e sistemática na correção do desvio feito nos caminhos da existência, e determinação, para que não se abandone o comprometimento com essa nova atitude.
          As ideias fantasiosas que temos sobre renovação deixam-nos manietados a outros erros, e iludidos na certeza de que a estamos realizando. Quase sempre, por desconhecimento, apenas trocamos o nome, o rótulo de antigos enganos, que insistimos em manter – nos apraz tal situação –, distorcendo o verdadeiro significado de tal fato. Esse engano, parece-nos, está ligado à noção equivocada de que estamos, realmente, comprometidos com a mudança e que a estamos realizando. Mas a verdade é que, se observarmos nossa conduta, poderemos perceber, muitas vezes, que insistimos em cometer os mesmos erros, fazendo as mesmas escolhas e guardando a certeza de que já havíamos superado essa fase. Todavia, a consciência dessa repetência permitirá que nos coloquemos em alerta, porque nos permitirá saber que, ainda, estamos no início da caminhada e distantes dessa superação.
          As situações, nas quais somos chamados a dar testemunho daquilo que já aprendemos – e quase sempre supomos que já o fizemos –, constituem-se em  excelentes vitrines para essas observações. São armadilhas que surgem para que nos testemos, para que tenhamos um parâmetro da nossa evolução, para que possamos medir o quanto, ainda, a paciência, a tolerância com as diferenças, o entendimento fraterno a quem nos agride, a capacidade de perdoar e esquecer e tantos outros, que imaginávamos já dominar, estão longe do ideal da prática amorosa que Jesus nos ensinou.
          São decepções que infligimos a nós mesmos e que sacodem a nossa acomodação, no pouco que fizemos, mas que supomos ser muito. É importante lembrar aqui que qualquer avanço na senda do progresso é louvável e, às vezes, requer muito esforço de quem o executa. O que não pode ocorrer é a estagnação desse movimento renovador, com a justificativa de que muito já foi feito. Isso nos desequilibra e nos adoece física e emocionalmente, permitindo que, inúmeras vezes, sejamos alvos fáceis de aproximação de outras mentes em desalinho, sejam elas encarnadas ou desencarnadas.
          Por essa razão, a superação de sentimentos inferiores, sob o ponto de vista de Jesus, como os de revide, vingança, vaidade, personalismo, por exemplo – expressões do egoísmo na vida de relação –, é de vital importância para a recuperação e manutenção do equilíbrio e da harmonia no âmbito da vida íntima. É essa condição que nos permitirá não sermos feridos pelas correntes aflitivas e conflitantes que nos cercam, proporcionando um outro olhar sobre essas armadilhas, um olhar com objetividade, dando a cada situação o justo peso de importância.
          Para que isso ocorra, faz-se mister buscar conhecer nossos sentimentos – raiz de nossas escolhas –, dimensioná-los, estabelecendo prioridades para serem trabalhadas, com foco nas suas transformações, partindo do mais simples e, portanto, do mais fácil – aquele mais imediato, mais próximo, que está mais claro para nós – para o mais complexo e mais difícil.
          O mais importante nesse processo, em última análise, é ter a coragem de identificar esses sentimentos malsãos, iniciar a tarefa de renovação e, depois, permanecer nesse caminho. Passeando entre a luz e a sombra, a razão e a emoção, nunca acertaremos a rota se não nos comprometermos com a mudança e perseverar nela, mesmo que se tenha de refazer os passos mil vezes.
          Muitos de nós creem que somente a fé em Deus seja suficiente para que essas mudanças ocorram. Entretanto, a proposta de renovação, que Jesus nos convida a realizar, transcende a simples fé divina. Ela vai além e toca na essência do Espírito, na vontade genuína de realizá-la.  Daí, a presença dessas duas forças transformadoras em nós: a fé humana e a fé divina, porque, ainda que se aceite a soberana presença de Deus em nossa vida; ainda que a fé nos leve a adorá-lO em Espírito e Verdade; ainda que a Natureza O revele através das belezas que nos cercam, se não O sentirmos e mostrarmos ao mundo, através de nossas atitudes, nada terá sentido. Aceitar a Sua presença e não vê-lO no próximo é cegueira mental; adorá-lO em Espírito e Verdade e só colocá-lO em altares terrenos é diminuir-Lhe a majestade; e vê-lO revelado em Suas obras e não entendê-lO é olhar-se no espelho e não reconhecê-lO em si mesmo.
          É na busca dessa identidade com o Criador que reside nossa luta renovadora. “O Pai e eu somos um só”, disse Jesus, mostrando que somente pela superação de nós mesmos e da materialidade na qual insistimos em permanecer, seremos livres e nos reconheceremos, finalmente, como filhos de Deus.

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

Para acessar a edição atual do jornal www.oconsolador.com.br
Fonte: Leda Maria Flaborea - O Consolador

A Verdadeira Coragem

Você saberia definir, com exatidão, o que é coragem?

Muitos, talvez, respondam a esta pergunta fazendo referência a atos impulsivos, impensados, e até mesmo violentos que, não raramente, colocam a vida de alguém em risco.

Quase sempre esta palavra está associada à impetuosidade e à agressividade nos atos, o que leva os indivíduos a resvalarem na precipitação, incapazes de conter ímpetos de violência sob a desculpa de serem corajosos.

Mas, então, qual o real significado desta palavra?

Um dicionário renomado da língua brasileira define coragem como a energia moral perante situações difíceis.

A coragem verdadeira traz, em si, o equilíbrio como base de todas as decisões, de todos os sentimentos, de todas as atitudes.

Dá forças para suportar todas as dificuldades sem derrotismo; mas com o entendimento do que está acontecendo, e, consequentemente, com a possibilidade de buscar a melhor maneira de enfrentar qualquer situação.

Quem é corajoso traz em si a serena confiança nas próprias resistências, não se expondo indevidamente, nem se permitindo os sentimentos inferiores de raiva, ou o desejo de vingança.

Ter autodisciplina exige coragem. A autodisciplina desenvolve verdadeiros tesouros morais que enriquecem o ser humano.

Coragem é conquista conseguida na sucessão das experiências evolutivas, entre variadas dificuldades e sofrimentos, mediante os quais se adquire resistência moral e calma.

É a força moral daqueles que, sendo pobres de haveres materiais, perseveram diante das dificuldades com resignação, sem desistir.

É a força que impele os idealistas que, com convicção, defendem aquilo em que acreditam, e não forçam outros a neles acreditar.

É necessário coragem para que o indivíduo mantenha-se humano, comporte-se de maneira adequada, sofra com dignidade, alegre-se sem exageros.

Pais corajosos educam seus filhos com base em valores morais e éticos.

Filhos corajosos respeitam e amam seus pais, e não se deixam guiar por modismos ou frivolidades.

Famílias corajosas mantêm-se unidas, e seus membros apoiam-se mutuamente nas dificuldades, alegrando-se todos com os sucessos de cada um.

O estudante corajoso valoriza o aprendizado; o mestre corajoso não desiste jamais.

O cidadão corajoso ama sua pátria e respeita as leis vigentes.

O ser humano verdadeiramente corajoso não tem medo de amar. Sim, amar a todos como nosso  Mestre Jesus a todos recomendou.

Nada igual à coragem de Jesus que nunca abandonou Suas convicções, mas que, em nenhum momento usou de violência moral ou física para fazer com que Nele acreditassem ou que O seguissem!

Nada igual à coragem de Jesus que a todos amou, entendeu e perdoou, mesmo nos momentos de maior sofrimento!

                         

Redação do Momento Espírita com base nos cap. 6 e 9 do livro
 Iluminação interior, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 29.07.2009.

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/a-verdadeira-coragem/?PHPSESSID=53cc25d7b926833bcf2bb6d79baeccc5#ixzz3gvrSRjSB

Coragem e responsabilidade

Coragem e responsabilidade


Quando o ser humano descobre o Espiritismo é tomado por especial alegria de viver, passando a compreender as razões lógicas da sua existência, os mecanismos que trabalham em favor da felicidade, experimentando grande euforia emocional.



Quando o Espiritismo penetra na mente e no sentimento do ser humano, opera-se-lhe uma natural transformação intelecto-moral para melhor, propondo-lhe radical alteração no comportamento que enseja a conquista de metas elevadas e libertadoras.



Quando o indivíduo mantém os primeiros contatos com a Doutrina Espírita, vê-se diante de um mundo maravilhoso, rico de bênçãos que pretende fruir, deixando-se fascinar pelas propostas iluminativas de que é objeto.



Quando o Espiritismo encontra guarida no indivíduo, logo se lhe despertam os conceitos de responsabilidade, coragem e fidelidade à nova conquista.



Nem todos, porém, alteram a conduta convencional a que se acostumaram. Ao entusiasmo exagerado sucede o convencionalismo do conhecimento sem a sua vivência diária, aguardando recolher conveniências e soluções para os problemas afligentes, sem maior esforço pela transformação moral. Não se afeiçoando ao estudo correto dos postulados espíritas e neles reflexionando, detêm-se nas exterioridades das informações que recolhem, nem sempre verdadeiras, tornando-se apenas beneficiários dos milagres que esperam lhes aconteçam a partir do momento da sua adesão.



Com o tempo e a frequência às reuniões, acomodam-se ao novo ritualismo da participação sem realizações edificantes, ou entregam-se à parte da assistência social, procurando negociar com Deus o futuro espiritual em razão do bem e da caridade que acreditam estar realizando.



O conhecimento do Espiritismo de forma natural e consciente desperta os valores enobrecidos da responsabilidade e da coragem indispensáveis à existência ditosa.



Todo conhecimento nobre liberta o ser humano da ignorância, apresentando-lhe a realidade desvestida dos formalismos e das ilusões, na sua fase mais bela e significativa, por ensejar a conquista dos valores legítimos que devem ser cultivados.



O homem livre da superstição e dos complexos mecanismos da tradição da fé imposta redescobre-se e exulta por compreender que é o autor de todas as ocorrências que lhe sucedem, exceção ao nascimento e à desencarnação, e mesmo essa, dependendo muito do seu comportamento durante a vilegiatura física, podendo antecipá-la ou postergá-la.



Adquire a responsabilidade moral pelos atos, não mais se apoiando nas bengalas psicológicas de transferir para os outros a razão dos insucessos que lhe ocorrem, dando lugar aos sofrimentos e suas inevitáveis consequências.



Compreende que uma excelente filosofia não basta para proporcionar uma existência feliz, mas sim a vivência dos seus ensinamentos, que se tornam responsáveis pelo que venha a ocorrer-lhe na área do seu comportamento moral.



É comum a esses adeptos precipitados, passado algum tempo, apresentarem-se decepcionados e tristes, informando que esperavam muito mais do Espiritismo e que encontraram pessoas confusas e perversas, insensatas e desequilibradas no seu Movimento.



Da alegria exagerada passam à crítica contumaz, à maledicência, ao azedume.



Afinal, essa responsabilidade não é do Espiritismo, mas daqueles que o visitam levianamente e não incorporam à vida espiritual os ensinamentos excepcionais de que se constitui a sã doutrina.



De igual maneira que esses neófitos não se preocuparam em conseguir a autoiluminação o mesmo sucedeu com outros adeptos que os precederam, acostumados que estavam ao ócio espiritual, à leviandade religiosa, aguardando sempre receber sem a menor preocupação em contribuir.



O Movimento Espírita não é o Espiritismo. O primeiro é constituído pelos indivíduos, bons e maus, conhecedores e ignorantes das verdades do mundo espiritual, ativos ou ociosos, que se deveriam integrar de corpo e alma ao serviço de renovação interior e da divulgação pelo exemplo. No entanto, para esse cometimento é necessária a coragem da fé, essa robustez de ânimo que enfrenta as dificuldades de maneira lúcida e clara, com destemor e espírito de ação, para remover-lhes os obstáculos e alcançar os patamares mais elevados de harmonia e de bem-estar.



Em muitos, que permanecem na irresponsabilidade do comportamento e na falta de coragem para arrostar as consequências da sua conversão ao Espiritismo, demorando-se na dubiedade, nas incertezas que procuram não esclarecer, receando os impositivos da fidelidade pessoal à doutrina, instalam-se as justificativas infantis para prosseguirem sem alteração, esperando que os Espíritos realizem as tarefas que lhes dizem respeito.



Outros ainda, viciados na conduta da inutilidade, esperam ter resolvido todos os problemas de saúde, família, economia, surpreendendo-se, quando convocados aos fenômenos existenciais das enfermidades, dos desafios domésticos e financeiros, sociais e profissionais, que desejavam não lhes ocorressem em decorrência da sua adesão ao Espiritismo...



Só mesmo a mente insensata pode elaborar conceito dessa magnetiude: a adesão a uma doutrina feliz basta para que tudo lhe ocorra a partir de entãso, de maneira especial e magnífica!



O Espiritismo enseja a compreensão dos fatores existenciais, dos compromissos que a cada qual dizem respeito, do esforço que deve ser envidado em favor da construção do próprio futuro. Elucida as situações dolorosas, explicando as suas causas e oferecendo os instrumentos para a sua erradicação, com a consequente construção dos dias felizes do porvir.



Eis por que se impõe, logo após a adesão aos seus postulados, de par com a responsabilidade da conduta, a coragem para as mudanças interiores que devem acontecer ao largo do tempo, com a vigilância indispensável à produção de fatores elevados para o desenvolvimento intelecto-moral que aguarda o candidato às suas fileiras.



Tomando como modelar a conduta de Jesus, o Espiritismo trá-Lo de volta, desmistificado das fábulas com que O envolveram através dos tempos, real e companheiro de todos os momentos, ensinando sempre pelo exemplo de que as Suas palavras se revestem.



O espírita sincero, que se redescobre através do conhecimento doutrinário, transforma-se em verdadeiro cristão, conforme os padrões estabelecidos pelo Mestre galileu.



Não se permite justificativas infantis após os insucessos, levanta-se dos erros e recomeça as atividades tantas vezes quantas ocorram, tem a coragem para o autoenfrentamento libertando-se dos inimigos de fora para vencer aqueles de natureza interna, sempre disposto a servir e a amar.



Evocando os mártires do Cristianismo primitivo, enfrenta hoje valores decadentes da ética e da moral, graves problemas sociais e morais, que lhe exigem sacrifício para uma existência honorável sem os conchavos com a indignidade, a traição e o furto legalizado.



Torna-se alguém intitulado como portador de comportamento excêntrico, porque tem a coragem de manter a vida saudável, mantendo-se digno em todas as circunstâncias, responsável pelos pensamentos, palavras e atos, incompreendido e, não poucas vezes, perseguido, mesmo nos locais em que labora doutrinariamente, em face da conduta doentia dos acostumados à leviandade e ao ócio.



Sem qualquer dúvida, a adesão ao Espiritismo impõe a consciência de responsabilidade e de coragem, para tornar-se verdadeiramente espírita todo aquele que lhe sinta a sublime atração.


Vianna de Carvalho
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 10 de agosto de 2009, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.
Retirado do site http://www.divaldofranco.com/

Força e coragem

Você se considera uma pessoa de coragem?

E, se tem coragem, também tem força o bastante para suportar os desafios da caminhada?

Em muitas ocasiões da vida, não sabemos avaliar o que realmente necessitamos: se de força ou de coragem.

E há momentos em que precisamos das duas virtudes conjugadas.

Há situações que nos exigem muita força, mas existem horas em que a coragem se faz mais necessária.

Eis aqui alguns exemplos.

É preciso ter força para ser firme, mas é preciso coragem para ser gentil.

É preciso ter força para se defender, mas é preciso coragem para não revidar.

É preciso ter força para ganhar uma guerra, mas é preciso coragem para se render.

É preciso ter força para estar certo, mas é preciso coragem para admitir a dúvida ou o erro.

É preciso ter força para manter-se em forma, mas é preciso coragem para ficar de pé.

É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, mas é preciso coragem para sentir as próprias dores.

É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los.

É preciso ter força para suportar o abuso, mas é preciso coragem para fazê-lo parar.

É preciso ter força para fazer tudo sozinho, mas é preciso coragem para pedir apoio.

É preciso força para enfrentar os desafios que a vida oferece, mas é preciso coragem para admitir as próprias fraquezas.

É preciso força para buscar o conhecimento, mas é preciso coragem para reconhecer a própria ignorância.

É preciso força para lutar contra a desonestidade, mas é preciso coragem para resistir às suas investidas.

É preciso força para enfrentar as tentações, e é preciso coragem para não cair nas suas armadilhas.

É preciso ter força para gritar contra a injustiça, mas é preciso muita coragem para ser justo.

É preciso força para pregar a verdade, mas é preciso coragem para ser verdadeiro.

É preciso força para levantar a bandeira da paz, mas é preciso coragem para construí-la na própria intimidade.

É preciso ter força para falar, mas é preciso coragem para se calar.

É preciso força para lutar contra a insensatez, mas é preciso coragem para ser sensato.

É preciso ter força para defender os bens materiais, mas é preciso coragem para preservar o patrimônio moral.

É preciso ter força para amar, mas é preciso coragem para ser amado.

É preciso ter força para sobreviver, mas é preciso coragem para aprender a viver.

Enfim, é preciso ter muita força para enfrentar as batalhas do dia-a-dia, mas é preciso muita coragem moral, para vencer a si mesmo.

Força e coragem: duas virtudes com as quais podemos conquistar grandes vitórias. E a maior delas é a vitória sobre as próprias imperfeições.

*   *   *

A coragem de vencer-se antes que pretender vencer o próximo, de desculpar antes que esperar ser desculpado e de amar, apesar das decepções e desencantos, revela o verdadeiro cristão, o legítimo homem de valor.

Por essa razão a coragem é calma, segura, fonte geradora de equilíbrio que alimenta a vida e eleva o ser aos altos cumes da glória e da felicidade total.



Redação do Momento Espírita
Em 18.10.2010.

A Coragem da Fé - ESE

https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-24-nao-por-a-candeia-debaixo-do-alqueire/a-coragem-da-fe/

Tem Coragem

Tem Coragem

Nas contingências afligentes do cotidiano e ao largo das horas que parecem estacionadas sob a injunção de dores íntimas, extenuantes, que se prolongam, não te deixes estremunhar, nem te arrebentes em blasfêmias alucinadas, com que mais complicarás a situação.
Tempestade alguma, devastadora quão demorada, que não cesse.
Alegria nenhuma, repletada de bênçãos e glórias, que se não acabe.
A saúde perfeita passa; a juventude louçã desaparece; o sorriso largo termina; a algaravia de festa silencia...

Da mesma forma, o aguilhão do infortúnio se arrebenta; a enfermidade se extingue; a miséria muda de lugar; a morte abre as portas da vida em triunfo...

Tudo quanto sucede ao homem constitui-lhe precioso acervo, que o acompanhará na condição de tesouro que poderá investir, conforme as circunstâncias que lhe cumpre enfrentar, ao processo da evolução.
Os que aspiram a fortunas alegam, intimamente, que se as possuíssem mudariam a situação dos que sofrem escassez. No entanto, os grandes magnatas que açambarcam o poder e usufruem da abundância, alucinam-se com os bens, enregelando os sentimentos em relação ao próximo...
Quantos anelam pela saúde, afirmam, no silêncio do coração, as disposições de aplicá-la a benefício geral. Não obstante, os que a desfrutam, quase sempre malbaratam-na nos excessos e leviandades com que a comprometem, desastrados...

O bem deve ser feito como e onde cada qual se encontre.
Em razão disso, as situações e acontecimentos de que se não é responsável, no momento, devem ser enfrentados com serenidade e moderação de atos, por fazerem parte do contexto da vida, a que cada criatura se vincula.

A vida são o conteúdo superior que dela se deve extrair e a forma levada com que se pode retirar-lhe os benefícios.
Um dia sucede o outro, conduzindo as experiências de que se reveste, formando um todo de valores, que programam as futuras injunções para o ser.

Recorre, as situações diversas, aos recursos positivos de que dispões, e aguarda os resultados desse atitude.

Jesus é sempre o exemplo.
Poderia haver liberado todos os enfermos que encontrou pela senda; mas não o fez.
Se quisesse, teria modificado as ocorrências infelizes, que o levaram às supremas humilhações e à cruz; todavia, sequer o intentou.
Conferiria fortuna à pobreza, à mole esfaimada que O buscava, continuamente; todavia, não se preocupou com essa alternativa.
Elegeria para o Seu labor somente homens que O compreendessem e Lhe fossem fiéis, sem temores, nem fraquezas; porém optou pelo grupo de que se cercou.
Modificaria as estruturas sociais e culturais da Sua época; sem embargo, viveu-a em toda a plenitude, demonstrando a importância primacial da experiência interior e não dos valores externos, transitórios.
Apresentar-se-ia em triunfo social, submetendo o reizete que Lhe decidiu a sorte; apesar disso, facultou-se viver sob as condições do momento em plena aridez de sentimentos e escassez de amor entre as criaturas...

Jesus, no entanto, conhecia as razões fundamentais de todos os problemas humanos e a metodologia lenta da evolução; identificava que a emulação pela dor é mais significativa e escutada do que a do amor, sempre preterido; sabia do valor das conquistas superiores do Espírito, em detrimentos das falazes aquisições que se deterioram no túmulo e dissociam os tesouros da alma.
Tem, portanto, coragem e faze como Ele, ante dificuldades e problemas que passarão, armando-te hoje de esperança para o teu amanhã venturoso.




Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Alerta

CORAGEM - A FORÇA DO BEM

CORAGEM - A FORÇA DO BEM


Itair Ferreira

Muitas vezes interpretada como valentia, agressividade ou violência, devido à predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual, a coragem é uma energia moral que, disciplinada, transforma-se em força de vontade. Quando somos impulsionados pela coragem, reagimos às dificuldades e às dores inevitáveis do mundo e controlamos o medo nos instantes mais assustadores, desobstruindo nosso caminho.

Ter coragem não é estar isento de medo, porque o medo é uma das maiores emoções da alma. Ser corajoso é não nos deixarmos comandar por ele; é idealizar nosso sonho e não desanimar até que ele se concretize, sem nos importarmos com os obstáculos. Corajoso é ser feliz neste mundo de expiações e provas, que nos pede a evolução por meio do reajuste e a erosão de nossas mazelas.

Ao nascermos, trazemos esta inscrição na consciência: para frente e para o alto. É a lei do progresso. Com dificuldade para entender essa diretriz divina, acabamos nos perdendo nos desvãos do caminho, como a Alice, personagem de Lewis Carroll, em Alice no País das Maravilhas, que indaga ao gato de Cheshire qual o caminho a seguir em uma bifurcação. Ao que ele lhe responde com outra pergunta: Para onde você quer ir? Ela diz: Não sei! Então o gato retruca: Se você não sabe aonde quer ir, qualquer caminho serve.

Assim somos nós: ficamos perdidos, sem coragem e sem saber para onde ir. Idealizar, planejar e realizar é o roteiro do sucesso. Querer, saber e amar são as palavras-chave para a nossa felicidade. Mas nessa ordem. Em primeiro lugar, o querer, pois ele determina nossa escolha; o saber é muito importante, porque sem ele não podemos construir nossos passos, e o amor é o mandamento maior, que nos conduz ao caminho do bem.

A coragem, ao ser estruturada pela disciplina em vontade, adquire o poder de decisão, que é o querer. Coragem também é fé, pois a fé é a vontade de querer. São três palavras importantes em uma só.

Coragem têm os cientistas, que repetem centenas, milhares de vezes, uma experiência, na certeza de que chegarão à descoberta benéfica para a humanidade. Thomas Edison tentou mais de mil vezes a invenção da lâmpada incandescente. Quantas noites sem dormir e quantos dias sem comer, até iluminar a Terra e nos legar 1.093 inventos patenteados, e tornar-se o maior inventor de todos os tempos!

Louis Pasteur, que revolucionou a ciência com a descoberta das doenças microbianas, trabalhava para identificar as bactérias causadoras de doenças, quando sua querida filha Raquel adoeceu. Deixou-a no leito e foi para o laboratório continuar as pesquisas. Ao receber a notícia de sua morte, respondeu: Se ela morreu, que posso fazer? Preciso continuar trabalhando para aqueles que estão vivos.

Coragem tiveram os grandes vultos da ciência, da filosofia, da religião e de todas as áreas do conhecimento humano, para trazer-nos o progresso. Seria dispendioso e até impossível identificá-los, porque muitos ficaram anônimos, passaram despercebidos pela história da humanidade.

Exemplo disso é Joana de Cusa, velha discípula de Jesus, a respeito de quem o Espírito Humberto de Campos nos fala, no livro Boa Nova, psicografado por Francisco Cândido Xavier. Por ser cristã, foi amarrada ao poste do martírio no circo romano, no ano 68 d.C., para ser queimada viva, juntamente com seu filho, que, desesperado, lhe dizia, entre lágrimas: “Repudia a Jesus, minha mãe!... Não vês que nos perdemos?! Abjura!... por mim, que sou teu filho!...” Possuída de força sobre-humana, a viúva de Cusa contemplou o filho ensanguentado e, fixando no jovem um olhar profundo e inexprimível, na sua dor e na sua ternura, exclamou firmemente: “Cala-te meu filho! Jesus era puro e não desdenhou o sacrifício...” Em poucos instantes, as labaredas lamberam-lhe o corpo envelhecido e o de seu filho.

Joana de Cusa hoje é o Espírito Joanna de Ângelis, que tem a sublime missão no Espiritismo como mentora de Divaldo Pereira Franco, esse grande apóstolo de Jesus. Juntos, divulgam o Espiritismo em todos os continentes do nosso planeta, em um trabalho de amor e de coragem.

Emmanuel relata, no livro Ave, Cristo!, vários casos de coragem de Espíritos que, apesar de passarem anonimamente pela Terra, contribuíram para a implantação do cristianismo. O escravo cristão de nome Rufo servia em uma chácara cujo senhor, Taciano, era adepto da deusa Cíbele, mãe dos deuses romanos, e por isso foi obrigado a renegar Jesus e a render graças à Divina Cíbele. Rufo não aceitou. Foi açoitado, preso e, amarrado no rabo de um potro selvagem, teve seu corpo despedaçado, diante da mulher e das filhas, que imploravam para que ele se salvasse. Posteriormente, no dia 1º de maio de 1880, reencarnava em Sacramento, Minas Gerais, como Eurípedes Barsanulfo, o Apóstolo da Caridade.

Jesus, o Maior Intérprete da Coragem, nosso guia e modelo, que, sem precisar e sem merecer, deixou-se imolar na cruz do sofrimento, ao ser interrogado por Anás, foi esbofeteado por um dos guardas e reagiu dizendo: “Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se falei bem, por que me feres?” Em outro momento, convidando-nos à coragem, disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo: eu venci o mundo.”

Muita paz!

Coragem para Mudar - Joanna

Muitos dos conflitos que afligem o ser humano decorrem dos padrões de comportamento que ele próprio adota em sua jornada terrestre.

É comum que se copiem modelos do mundo, que entusiasmam por pouco tempo, sem que se analisem as conseqüências que esses modos comportamentais podem acarretar.

Não se tem dado a devida importância ao crescimento e ao progresso individual dos seres.

Alguns crêem que os próprios equívocos são menores do que os erros dos outros.

Outros supõem que, embora o tempo passe para todos, não passará do mesmo modo para eles.

Iludem-se no sentido de que a severidade das leis da consciência atingirá somente os outros.

Embriagados pelo orgulho e pelo egoísmo deixam-se levar pelos desvarios da multidão sem refletir a respeito do que é necessário realmente buscar-se.

É chegado o momento em que nós, espíritos em estágio de progresso na Terra, devemos procurar superar, de forma verdadeira, o disfarçado egoísmo, em busca da inadiável renovação.

Provocados pela perversidade que campeia, ajamos em silêncio, por meio da oração que nos resguarda a tranqüilidade.

Gastemos nossas energias excedentes na atividade fraternal e voltada à verdadeira caridade.

Cultivemos a paciência e aguardemos a benção do tempo que tudo vence.

Prossigamos no compromisso abraçado, sem desânimo, sem vãs ilusões, confiando sempre no valor do bem.

É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores.

Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, passados os primeiros momentos.

Aprendamos a controlar nossas más inclinações e lograremos vencer se perseverarmos no bom combate.

Convertamos sombras em luz.

Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareçam mais fáceis de serem derrotados.

Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer.

Geremos o momento útil e aproveitemo-lo.

Não nos cabe aguardar pelas realizações grandiosas, e tampouco podemos esperar glorificação pelos nossos acertos.

O maior reconhecimento que se pode ter por fazer o que é certo é a consciência tranqüila.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício, enquanto toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalhemos nossa própria intimidade, vencendo limites e obstáculos impostos, muitas vezes, por nó mesmos.

Valorizemos nossas conquistas, sem nos deixarmos embevecer e iludir por essas vitórias.

Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e muitos caminhos a trilhar.
Somente a reforma íntima nos concederá a paz e a felicidade que almejamos.

A mudança para melhor é urgente, mas compete a cada um de nós, corajosa e individualmente, decidir a partir de quando e como ela se dará..

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Aprender a lidar com a culpa: um aprendizado fundamental para sua paz

http://wanderleyoliveira.com.br/aprender-a-lidar-com-a-culpa-um-aprendizado-fundamental-para-sua-paz/#prettyPhoto

Wanderley Oliveira

A culpa é um sentimento que pode ser útil e ter uma função libertadora, mas para que isso aconteça é necessária uma orientação emocional e, em alguns casos, acompanhada de ajuda terapêutica em consultório. É uma ginástica para os “músculos afetivos” que exige algumas etapas para que os resultados não lesem o paciente, que ainda não está com seu condicionamento mental e emocional em dia. Enquanto não se aprende qual a função luminosa e terapêutica da culpa, é só sofrimento mesmo. O nome disso é remorso.

Culpa não é um sentimento apenas para indicar que fizemos algo errado ou transgredimos alguma regra. Ela é, também, uma indicadora de crenças, valores e princípios de vida que não te servem mais e estão pedindo reciclagem.

Em meu trabalho, quando alguém chega e diz estar sofrendo muito com a culpa, eu digo: que ótimo! Você está sendo chamado a um novo caminho que vai lhe fazer muito feliz. O que essa culpa quer lhe mostrar pode ser muito bom para você. Vou lhe ajudar a perceber isso.

A partir é construída uma radiografia da anatomia emocional do paciente, para entender a respeito de que é essa culpa e que revisão ela está sinalizando. Em seguida é só traçar os exercícios para renovação de conduta e modo de entender o que ela quer mostrar. O alívio é imediato.

A culpa se transforma em mudança e a pessoa quase não acredita que ela pudesse promover algo tão transformador em sua vida. Isso se chama educação emocional, parte integrante de um processo terapêutico libertador e formador de qualidade de vida.

Além da estrutura emocional, é necessário examinar também os efeitos energéticos desse sentimento que costuma causar muitas doenças e problemas orgânicos, quando perdura muito tempo na vida psíquica.

A culpa tóxica é uma das maiores produtoras de matéria astral adoecida. Chamo de culpa tóxica, aquela que é seguida de autopunição, de uma profunda sensação de mau estar consigo mesmo, o remorso.

Essa matéria mental bloqueia alguns chacras por onde deveria circular livremente os campos de energia da saúde, criando uma pane na aura e no duplo etérico (corpo energético). O chacra frontal (no meio da testa) e esplênico (localizado no baço) são profundamente agredidos em suas funções por essa matéria astral pegajosa, de cor verde musgo.

Essa pane energética, com o tempo, pode ser sentida através da angústia, o sintoma claro da desorganização interior, afetando, por fim, o chacra cardíaco (no coração). A rotação desse chacra é diminuída e cria a sensação de opressão e angústia, dor no peito.

Em nível físico, os reflexos mais identificáveis desse quadro de desequilíbrio energéticos é: desvitalização cujos efeitos são fadiga, preguiça e indisposição para movimentar-se; prisão de ventre; problemas respiratórios; enxaqueca, tristeza persistente sem aparente causa; dores cervicais e lombares; alergias; entre outras dores físicas e emocionais.

Aprender a lidar com a culpa é conquistar uma parte essencial de sua sombra e caminho para uma vida mais leve e feliz.

Minha Culpa

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mea_culpa

terça-feira, 21 de julho de 2015

AS NOVAS CONSTITUIÇÕES FAMILIARES E SEUS DESAFIOS

http://claudiagelernter.blogspot.com.br/

"É de notar-se que, em todas as épocas da história, as grandes crises sociais foram seguidas de uma era de progresso". (Allan Kardec, 1868).


Antes de iniciarmos uma abordagem sobre a complexa e instigante questão da família, cabe-nos dizer que ela, mais que qualquer outra instituição, participa da ambiguidade inerente à condição humana, que nos faz simultaneamente bons e maus, dentro do atual estagio evolutivo no qual transitamos.

O psicologo Ken Wilber, famoso pensador e criador da Psicologia Integral, em seu livro Éden, Queda ou Ascenção, esforça-se por esboçar a curva da história humana, para embasar sua teoria de que viemos das feras, mas tendemos aos deuses. Wilber afirma que o futuro do gênero humano é a consciência de Deus. Porém, devido ao fato de estarmos acima dos animais e ainda a caminho do divino, somos ‘figuras trágicas’, pois estamos equilibrados entre dois extremos, sujeitos aos mais variados conflitos, justamente por não sermos mais os ‘completos ignorantes’, e, por outro lado, por não conseguirmos atingir, no momento, a tão almejada sabedoria, que nos colocaria em situação de paz, mesmo em meio às tormentas. (WILBER, 2010).

Vivemos a dificuldade do mal que habita em nós enquanto a consciencia se amplia, dia-a-dia, para o bem que precisamos aprender a realizar.

Com isso, obviamente [e tragicamente] corremos sérios riscos de errarmos o ponto da receita, experimentando situações e vivências que nos levam a uma possivel piora social [e familiar] antes de atingirmos um estado de equilíbrio, efetivamente.

Já sabemos que seguimos rumo a uma perfeição relativa, porém o tempo que levaremos para atingir nosso principal objetivo, assim como a intensidade e quantidade de dor e sofrimento que experimentaremos durante este processo, dependerá principalmente do esforço que fizermos na realização daquilo que os grandes mestres já nos ensinaram, ao longo dos séculos. Até lá, e enquanto tais ensinamentos não fazem total sentido em nossas almas, seguiremos pelo mundo, caindo e nos reerguendo, lutando e aprendendo [talvez por mais tempo que o necessário] o que os sábios já compreendem tão bem.

Dentro deste cenário, a família, célula principal da sociedade humana, coexiste com dilemas fundamentais que a envolvem, fruto do atual momento histórico. Vem sofrendo aceleradas mudanças tanto em sua forma como em seu modo de existir e dialogar com o mundo, devido às alterações sociais, pós-globalização. Mudanças estas que são impulsionadas pelo sistema capitalista, que dita regras em prol do consumo e da alienação como parte do processo, rumo à lucratiividade de alguns. A este respeito,
Leonardo Boff explica que:

“A família padece pesadamente das influências da cultura dominante, hoje mundializada. Esta se caracteriza por processos sociais que colocam a economia como eixo estruturador de tudo. Esta economia e seu maior instrumento, o mercado, se regem por uma feroz competição deixando totalmente à margem a cooperação e os valores da solidariedade, fundamentais para a vida humana e para a família.” (BOFF, pg. 02, 2014).

Sendo ela parte de um meio maior, é altamente influenciada por esta cultura, em tempos de pós-modernidade. Atualmente, os laços estão frágeis, os dias estão curtos, a angústia se faz presente em mil situações. E então, e até por conta do próprio sistema, surgem ofertas tentadoras de psicotrópicos, no sentido de minimizar tais angustias sem que se possa refletir sobre elas.

A medicalização da vida - processo no qual um problema não médico começa a ser definido e tratado como uma questão médica, geralmente através de doenças, transtornos e síndromes - surge para enquadrar, moldar as personalidades que estão se desviando das exigências do sistema. É, em ultima instancia, um processo pelo qual a medicina se apropria do modo de viver da sociedade e que aparece neste momento como recurso eficaz, pois de um lado proporciona lucros exorbitantes à indústria farmacêutica e, de outro, dopa o individuo, negando a ele a possibilidade de aprofundar-se nas questões subjetivas e também objetivas .

Dentro deste cenário, temos as famílias - pequenos agrupamentos de pessoas unidas pelos laços sanguíneos ou de simpatia (ou ambos) - tentando se adequar às novas situações e, ao mesmo tempo, buscando sobreviver aos dilemas que aparecem diuturnamente dentro de seu ambiente.

Dora Incontri, educadora, jornalista e escritora, em seu texto Educação, Espiritualidade e Transformação Social, também comenta sobre as dificuldades do nosso tempo:
“A complexidade do mundo contemporâneo mergulha os mais conscientes em perplexidade e empurra os mais alienados às distrações para se esquecerem dos graves problemas que atormentam o ser humano, nesses tempos líquidos, para usar uma expressão cara ao sociólogo polonês Zygmunt Bauman.” (INCONTRI, p. 01, 2014)

Reconhecemos que, mais que dopar a sociedade, busca-se distraí-la das mais variadas formas, principalmente através da mídia massificante, além de enquadrá-la nos moldes apropriados, usando, para isso, das escolas e de outras tantas instituições. Até mesmo a ciência passa a servir ao deus chamado mercado, trabalhando em prol de suas necessidades e dos sujeitos dito “privilegiados”. Isso pode ser percebido [para citar apenas um exemplo] no empenho gigantesco que existe dentro do meio cientifico para se descobrir a cura da aids ou mesmo do câncer, uma vez que tais doenças podem acometer pessoas de alto poder aquisitivo, enquanto que estudos em prol de vacinas simples, como a que viria para erradicar a tuberculose do mundo, são deixadas de lado, por tratar-se de um mal que atinge muito mais os pobres, em situação de vulnerabilidade social.

Diante disso tudo surgem algumas questões: Qual o formato, o objetivo e o caráter essencial [e ideal] da família, nos dias atuais?

Segundo dados do IBGE (2012), a formação clássica ‘casal com filhos’ já deixou de ser maioria no Brasil. Ela representa 49,9% dos domicílios, enquanto outros tipos de famílias já somam 50,1%. Por outro lado, os recasamentos, com o aumento dos divórcios, fizeram surgir as famílias recompostas. “Os teus, os meus, os nossos” - frase que serviu como titulo de um filme, retratando uma das novas conformações familiares, passou a ser algo bastante comum. Os lares mosaicos, com casais que se separaram e filhos que passam a ter novos parentes, nascidos de novas escolhas dos progenitores, têm crescido de forma considerável, na atualidade.

As Famílias Unipessoais, idem. A busca por privacidade e a maior longevidade fazem com que 12,2% dos lares brasileiros sejam habitados por apenas uma pessoa. Além disso, o IBGE também já detectou 60 mil famílias homoafetivas pelo Brasil. A maioria, 53,8%, é formada por mulheres, mas o órgão governamental admite que tais números provavelmente são maiores, pois nem todos declaram viver neste formato, devido ao preconceito que ainda existe, apesar das constantes discussões a respeito.
Temos também as mães e pais que valem por dois em cerca de 10 milhões de lares pelo Brasil afora. Seja por opção — no caso da adoção - por divórcio e até por instinto, crescem os casos de filhos sob a guarda de só um.

O que nos causa maior espanto é que, segundo o IBGE, crianças e adolescentes já são chefes de família em 130 mil lares brasileiros! Eis um reflexo da problemática enfrentada nos dias atuais em nosso país, com uma riqueza pessimamente distribuída, além de uma educação deficiente e desigual.

Sob posse destes dados, cabe-nos, antes de alguma crítica, uma busca por entendimento, por compreensão dos fenômenos que emergem.

A verdade é que, seja como for sua nova configuração, a família continua sendo um local de proteção, de socialização, de estabelecimento de vínculos.

Independentemente da forma e do tempo de duração, deverá ser o local ideal para a educação de almas – um núcleo voltado ao crescimento, quando verificadas as bases saudáveis de relação entre seus pares.

Entretanto, se a velocidade das mudanças vem aumentando assustadoramente, não é menos verdadeiro que a sensação de desamparo, de despreparo, de desconforto tem aumentado, na mesma proporção.

O ambiente da clinica psicológica tem-nos oferecido dados consistentes a este respeito, pois vemos surgir no setting terapêutico, pais, mães e filhos deslocados de seus papéis, confusos e adoentados, perplexos com os dramas que passam a experimentar, não conseguindo explicar, tampouco compreender, em qual momento tudo deixou de fazer sentido.

Após breve entrevista, seguida de alguns poucos atendimentos, percebemos o despreparo de muitos para darem conta do estado atual das coisas. Pais saem de seus lares em busca de um sustento que já não visa apenas o essencial, mas principalmente o supérfluo, que se tornou, através dos meios acima citados, a meta existencial de seus componentes. Porém, e até mesmo devido a própria natureza humana, tal meta é inconsistente, pois parte de uma premissa falsa: a de que a felicidade está nas coisas que possuímos ou que desejamos possuir.

Dentro desta busca frenética, pais e mães gastam suas horas, dias e anos tentando amealhar recursos e passam a acreditar que os filhos precisam se formar para a tal vitória econômica, colocando-os, quando possível, em escolas que oferecem aquilo que pensam ser primordial para a formação destes, com “conteúdos essenciais”, visando a aprovação no vestibular das melhores universidades.

Estes filhos, por sua vez, quando dentro do obsoleto e alienante sistema educacional, vão sendo arrastados para o que o sistema maior exige, tendo decepadas suas tendências, suas possibilidades íntimas. Assim como fazia Procusto, o verdugo cruel da mitologia grega, com seu leito deformante e criminoso, a escola segue os dias podando as potencialidades e possibilidades dos indivíduos e também enxertando nas crianças e adolescentes aquilo que melhor lhe convém. Sobre isso, buscamos novamente as lúcidas palavras de Dora Incontri:

As crianças adentram o mundo escolar com intenso brilho nos olhos, cheias de perguntas, curiosidades, sensíveis ao ambiente, capazes de observar uma formiga ou admirar-se com uma estrela, capazes de se revoltar com uma injustiça e de se interessar pela dor do outro. E saem da escola, anos depois, esvaziadas, de olhar vago, desinteressadas, entediadas, em sua maioria, detestando o aprender. Sem nenhum preparo para a vida de verdade, sem nenhuma crítica ao mundo em que vão habitar, sem nenhum ideal à vista… Elas devem estar prontas para um mercado de trabalho desumano, em que elas serão peças descartáveis. (INCONTRI, p. 02, 2014).

Cabe-nos ainda dizer que o pai que chega ao consultório por vezes sequer reconhece que papel deve desempenhar no ambiente familiar. O mesmo se dá com as esposas e, consequentemente, com seus filhos. Todos estão sendo levados pela ideologia vigente, aparentemente sem forças para alterar os rumos.

O casal, que deveria estar à frente da educação de seus filhos, auxiliando-os, com seu amor e presença, têm terceirizado sua missão essencial, usando do serviço de babás, professores e cuidadores, muita vez negligentes e despreparados, enquanto que os filhos, que deveriam ser amados e bem direcionados, cientes de sua posição nesta configuração, ampliando os próprios horizontes psíquicos e espirituais através das orientações lúcidas e pontuais dos responsáveis, encontram-se perdidos, por vezes tomando a posição de ‘amigos’ dos pais, e, em outros momentos, transitando para o comando nas situações de cotidiano, sem condições emocionais e mesmo morais para isso.

Afirma Leonardo Boff que os “Estudos transculturais revelaram que a quantidade e a qualidade de tempo em que os membros da família passam juntos vivendo relações de afeto e de pertença são determinantes para os comportamentos individuais e para as opções sociais que serão tomadas.” (BOFF, p. 06, 2014).

Porém, não é o que se vê nos dias atuais. Sendo a mulher importante peça neste sistema, com sua força de trabalho para maior consumo, seu filho passa a ser um impedimento, um problema que deve ser resolvido rapidamente, de preferência logo aos seis meses de vida, devendo ser depositado em creche ou escolinha de período integral, muita vez vivendo experiências de privação, devido o despreparo dos profissionais e mesmo pelo fato destes não darem conta da demanda, que excede suas possibilidades, precisando cuidar de muitas crianças, por longo espaço de tempo, contando apenas com uma ou duas auxiliares.

As mães e pais que conhecem todas as necessidades de um filho, sabem que esta conta não se fecha, se levamos em conta tais números.

Mas, e as novas constituições familiares, afinal? Seriam elas melhores ou piores, sob o ponto de vista social ou mesmo espiritual?

A verdade é que estamos exatamente no olho do furacão. Compreender tudo o que está acontecendo com total clareza, sendo nós os atores desta peça atualíssima, é tarefa hercúlea, ou melhor, impossível.

O que podemos inferir é que as famílias estão se reconfigurando de acordo com a
facilidade nos processos do divórcio, devido a um afrouxamento das cordas sociais que antes pressionavam aqueles que gostariam de sair de casa, para formar uma nova família, de acordo com seus desejos, suas aspirações e formas de ver o mundo.  Os homossexuais já lutam pelo reconhecimento de seus sentimentos, de sua opção sexual, com certa representatividade, podendo inclusive oficializar as uniões perante a sociedade civil. As mulheres, antes confinadas somente no espaço doméstico, buscam mostrar seu valor em uma sociedade predominantemente machista, saindo de seus lares para as universidades e mercado de trabalho, etc.

Neste caldeirão de situações variadas e complexas, estamos todos nós, personagens pós-modernos em plena praça de experimentações.

Tomando a lente espirita como instrumento de análise, podemos afirmar que as “regras” existentes na Lei Divina, pautada e vivenciada no amor, justiça e caridade, são as mesmas para todos os seres, em todas as situações.

Então, o que vale para os heterossexuais, cabe também para os homossexuais, para os casados, amasiados, solteiros, etc.

O lar não é apenas a casa que protege os seres das intempéries, mas os laços que unem as pessoas que decidem viver neste ambiente, a dinâmica que constroem juntos, com seus dilemas, suas alegrias, lutas e desilusões.

Apesar das enormes dificuldades enfrentadas nos dias atuais, com a erotização dos meios midiáticos, com a expansão do darwinismo social, com os apelos de consumo desenfreado, deve o sujeito buscar refletir sobre o mundo, a vida, tentando entender qual o verdadeiro sentido existencial, para além do proposto pela cultura vigente.

Entender qual a forma de existir do circulo familiar, para formular as devidas e intransferíveis intervenções.

Famílias nucleares, famílias mosaico, famílias estendidas, compostas ou homoafetivas devem manter relações interpessoais de qualidade superior, orientando e apoiando crianças, sob a égide do respeito, do amor, da segurança, do cuidado suficientemente bom, como já teorizava Winicott, promovendo sua autonomia, com pleno desenvolvimento de suas capacidades físicas, psíquicas, sociais e espirituais.

Os parceiros de jornada, sejam eles de qualquer gênero, idade ou condição social, devem construir uma relação de cumplicidade, de entendimento e perseverança, mantendo o foco no SER e não no TER.

Dentro desta busca, imperioso repensar, discutir e trabalhar pela causa social, sustentada nos pilares da educação.

É ainda Dora Incontri, quem nos alerta que “Se a educação não incorporar em suas práticas um horizonte de transformação do mundo e ao mesmo tempo uma volta a valores imanentes na consciência humana, dificilmente poderemos sair do niilismo paralisante em que estamos estacionados.” (INCONTRI, p. 03, 2014).

Entendemos, então, que a questão é de extrema urgência, pedindo-nos muito mais que reflexões, mas empenho, com ações lúcidas e repetidas,

Através de novos e constantes esforços, buscar uma melhor compreensão sobre os fenômenos que nos atingem e nos constituem enquanto seres reencarnados em um planeta que passa pelo delicado momento de transição. Momento este caracterizado por grandes crises de ordem mundial, como nos explica Allan Kardec, na obra "A Gênese":

"Nesse tempo não se tratará mais de uma mudança parcial, de uma revolução limitada a uma região, a um povo, a uma raça; mas um movimento universal que se opera no sentido do progresso moral." (KARDEC, p. 355, 1992).

O codificador da Doutrina dos Espíritos, após levantar os dados enviados pelos Benfeitores da Espiritualidade, concluiu que, para que ocorra a transformação planetária preciso será que uma nova ordem de Espíritos surja no cenário ou mesmo que os que aqui estão amadureçam no sentido moral. Neste processo, cabe-nos contribuir positivamente, para que tal transição aconteça com menor sofrimento.

Ademais, tais crises, que nos parecem caóticas e insolúveis, são, em verdade, janelas para novas perspectivas que surgem para todos.
Já sabemos que quando um novo paradigma [melhor, mais justo e espiritualizado] quer surgir no mundo, o antigo luta com forças para se manter em vigência.

Portanto, e a partir do que construímos até aqui, tendo em vista um futuro mais harmonioso, mais feliz, trabalhemos!

Claudia Gelernter
claudiagelernter@uol.com.br



REFERÊNCIAS:


BOFF, L.; A família entre utopia e realidade: uma reflexão teológica, artigo disponível no site http://leonardoboff.wordpress.com/2014/03/14/a-familia-entre-utopia-e-realidadeuma-reflexao-teologica/, acessado em 05 de abril de 2014.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: resultados preliminares - São Paulo. Rio de Janeiro, 2012.
INCONTRI, D; Educação, Espiritualidade e Transformação Social; São Paulo, SP, Comenius, 2014.
KARDEC, A.; A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo; Os Tempos São Chegados, cap. XVIII, FEB, Rio de Janeiro, 1 edição; 1992.
WILBER, K; Éden, Queda ou Ascenção?: uma visão transpessoal da evolução humana, Campinas, SP, Verus, 2010
WINNICOTT, D. W. O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.


POR CLAUDIA GELERNTER

terça-feira, 14 de julho de 2015

COMPAIXÃO EM FAMÍLIA

COMPAIXÃO EM FAMÍLIA

"Mas se alguém não tem cuidado dos seus e, principalmente dos da sua família, negou a fé..." Paulo. (I Timóteo, 5:8.)

São muitos assim:

Descarregam primorosa mensagem nas assembleias, exortando o povo à compaixão; bordam conceitos e citações, a fim de que a brandura seja lembrada; entretanto, no instituto doméstico, são carrascos de sorriso na boca.

Traçam páginas de subido valor, em honra da virtude, comovendo multidões; mas não gravam a mínima gentileza nos corações que os cercam entre as paredes familiares.

Promovem subscrições de auxílio público, em socorro das vítimas de calamidades ocorridas em outros continentes, transformando-se em titulares da grande benemerência; contudo, negam simples olhar de carinho ao servidor que lhes pões a mesa.

Incitam a comunidade aos rasgos de heroísmo econômico, no levantamento de albergues e hospitais, disputando créditos publicitários em torno do próprio nome; entretanto, não hesitam exportar, no rumo do asilo, o avô menos feliz que a provação expôs à caducidade.

Não seremos nós quem lhes vá censurar semelhante procedimento.

Toda migalha de amor está registrada na lei, em favor de quem a emite.

Mais vale fazer bem aos que vivem longe, que não fazer bem algum.

Ajudemos, sim, ajudemos aos outros, quanto nos seja possível; entretanto, sejamos igualmente bons para com aqueles que respiram em nosso hálito.

Devedores de muitos séculos, temos em casa, no trabalho, no caminho, no ideal ou na parentela, as nossas principais testemunhas de quitação.

Livro: Palavras de Vida Eterna, lição 107 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

Grandeza da compaixão


Algumas das mais lindas histórias da Humanidade podem ser
encontradas na literatura da velha Índia.
A que você vai conhecer agora está no poema épico Mahabharata.
Uma grande batalha estava prestes a ocorrer: os Kurus e seus primos Pandavas se enfrentariam, dentro de poucas horas.
Mas, instantes antes do início da batalha, os olhos do príncipe Krishna pousaram sobre uma avezinha que estremecia diante dos ruídos da guerra. Era uma ventoinha que havia feito seu ninho em meio à grama alta.
Logo, os elefantes e cavalos da guerra esmagariam os ovinhos que abrigavam os filhotes.
Os olhos claros de Krishna se encheram de compaixão.
Desceu da carruagem e aproximou-se.
Viu a avezinha que se recusava a abandonar o ninho indefeso.
Ouviu seus pios desesperados. Observou como ela se debatia, aflita, adivinhando o perigo iminente. Comoveu-se.
Mãezinha – disse Krishna – que bela é a devoção que tens à tua família! Que elevada forma de amor há em teu coração.
Com um pesado sino de bronze, cuidadosamente, cobriu a mãe e o ninho.
Conta a História que a batalha foi terrível, mas, quando terminou,
a família de passarinhos estava a salvo.
Os milênios se passaram e aquele campo de batalha ainda existe na Índia. E nele se pode ouvir os pios das ventoinhas que ali fazem seus ninhos,
a lembrança viva do gentil Krishna e de sua compaixão pelos seres vivos.

Que lição temos nesta história singela!
E como podemos estendê-la às nossas vidas.
Compaixão é enxergar o sofrimento do outro, mesmo quando estamos
em meio aos nossos próprios problemas.
Compaixão é uma doce palavra, que torna o coração sensível e está muito além de somente comover-se com o sofrimento material de alguém.
É claro que fome, pobreza e doença sensibilizam a alma, mas a compaixão também pode ser traduzida pelo sentimento de compreensão perante as pessoas difíceis, pelo perdão a quem nos ofende e maltrata.
Diga-se, a mais difícil forma de compaixão é tolerar aqueles que são desagradáveis ou causam prejuízos.
Como amar os que nos humilham sem nos tornarmos covardes?
A resposta foi dada por Jesus: Seja o teu dizer sim, sim; não, não.
Isto é: sinceridade, transparência sempre.
Mas tudo isso dulcificado pela compaixão.
Não se trata de achar que o outro é um coitado ou um medíocre.
Quem pensa assim está desprezando a outra pessoa.
O estado de compaixão compreende o próximo verdadeiramente.
Não se põe em posição superior a ele. Não o humilha.
A verdadeira compaixão é generosa.
Ela entende o momento e as razões da outra pessoa.
Um exemplo de gesto de compaixão está em Jesus: no alto da cruz, fustigado por fome e sede, traído pelos amigos, torturado pelos homens, ele ergueu os olhos para o Céu.
E pediu simplesmente ao Pai Celeste:
Perdoa-os, Pai, pois não sabem o que fazem.
Não lhes enumerou os erros, mas suplicou para eles o perdão Divino.
Certamente cada um dos que feriram Jesus carregou, durante anos a fio,
o peso do remorso. A Lei Divina não deixou de agir neles.
Mas, enquanto Seus algozes permaneciam na Terra, açoitados pela
própria consciência, o Cristo seguia adiante, em paz consigo mesmo.
Hoje - pelo menos hoje - pense na grandeza desse gesto e imite Jesus.

Redação do Momento Espírita

COMPAIXÃO E NÓS


“Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”. – Jesus – Mateus, 5 : 7.
Comumente referimo-nos à compaixão em termos que se reportem à semelhante bênção de nós para com os outros, entretanto, a fim de que o orgulho não se nos infiltre no coração sob o nome de virtude, vale recordar a compaixão que tantas vezes procede dos outros em socorro de nós.
De quando em quando, pelo menos, rememoremos as demonstrações de paciência e bondade dos irmão que nos suportam sem queixa a teimosia e a inconseqüência nos dias de imaturidade ou irritação; o apoio das criaturas que prosseguiram trabalhando em nosso favor, mesmo cientes de que as combatíamos sem apreender-lhes os elevados intuitos; o amparo de benfeitores que continuaram a servir-nos ainda quando depois de se conscientizarem quanto aos gestos de frieza ou ingratidão com que lhe ferimos o espírito; a tolerância dos companheiros que, mesmo em nos sabendo desequilibrados nos dias de erro, não nos sonegaram a bênção da amizade e da confiança, aguardando-nos os reajustes espirituais; e o auxílio dos irmãos que nos perdoaram ofensas e agravos, auxiliando-nos sem pausa, além das dificuldades e empeços com que lhes espancamos o carinho e a abnegação para conosco.
Reflitamos a imensidão da piedade que nos sustenta a vida até agora e observaremos que sem isso provavelmente a maioria de nós outros teria mergulhado indefinidamente nas correntes da prova criadas por nós mesmos, com a nossa própria negligência.
Meditemos nisso e saibamos exercer a compaixão para com todos, particularmente para com aqueles que nos firam e reconheceremos resgatar os nossos débitos de amor para com o próximo, a perceber, por fim, que todos nós para viver, conviver e sobreviver, precisamos, em qualquer parte e em qualquer circunstância, da bondade e da compaixão de Deus.
EMMANUEL - DO LIVRO "TOCANDO O BARCO" - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

MISERICÓRDIA

MISERICÓRDIA

Bem-aventurados os que são misericordiosos porque obterão misericórdia. (Mateus, 5:7)

Misericórdia é compartilhar do sofrimento alheio. É aquela dor que sentimos no coração diante do sofrimento do outro. É o mesmo que compaixão, piedade, dó, ter pena. O oposto de misericórdia é indiferença, dureza de coração.
A misericórdia é obrigação de todos. Todos sofremos e precisamos que Deus nos ampare e que as outras pessoas nos ajudem. Não é justo pedir a misericórdia de Deus se não nos dispomos a agir da mesma forma para com o próximo. Como esperar a compaixão alheia se não nos condoemos dos outros? É dando que se recebe.
A compaixão leva à benevolência. Temos a obrigação de auxiliar a todos, na medida de nossas possibilidades. Quando nos condoemos do próximo fica mais fácil tomar a iniciativa de ser útil. A compaixão é a virtude dos grandes heróis da caridade. Tocados em seus corações foram ao encontro dos sofredores. É o sentimento que levou o bom samaritano a ajudar o homem caído à beira da estrada.
A compaixão ajuda-nos a ser indulgentes com as imperfeições alheias. Toda imperfeição leva a algum sofrimento. Devemos nos lembrar de como nossas imperfeições nos fazem sofrer e como é difícil libertarmos delas.
A compaixão ajuda a perdoar. Saber perdoar é fundamental para a conquista da felicidade. O agressor está plantando sofrimento para o futuro. Está em pior situação do que o ofendido. É uma pessoa doente, digna de piedade.
A prática da misericórdia evita muito sofrimento. Muitas vezes precisamos passar por dificuldades para amolecer nosso coração. Quem já desenvolveu a misericórdia não necessita mais da dor para aprender a lição.
Para desenvolver a misericórdia lembremos de que todos sofrem. Independente da condição social, econômica ou de saúde todos sofrem. Todos têm suas dores, mesmo que os outros não vejam. Este é um planeta de expiação e provas. Estamos resgatando débitos e lutando com nossas imperfeições. O sofrimento é condição natural do planeta. Quando compreendemos que somos companheiros de dor vemos a vida com outros olhos. Deixamos de ser tão rigorosos com as outras pessoas e enxergamos todos com compaixão.
Para desenvolver a compaixão devemos nos colocar no lugar de quem sofre. Devemos pensar: e se fosse comigo? Deus nos fez com a mesma sensibilidade para a dor. Podemos avaliar o sofrimento alheio a partir de nossas experiências.
Podemos lembrar de nossos familiares e afetos para desenvolver a compaixão. Sofremos com as dores daqueles que amamos e mesmo quando erram não os abandonamos. Podemos perguntar: e se fosse meu filho, minha mãe, minha esposa ou meu amigo?
A prece é um importante exercício para desenvolver a compaixão. A prece aproxima-nos de Deus e de nossos irmãos. Devemos orar por todos e lembrar-nos de seus sofrimentos. Devemos orar por aqueles com as quais não simpatizamos ou que nos prejudicaram. Jesus ensina a orar pelos inimigos.
A misericórdia prepara nosso coração para outros sentimentos. Abre as portas para a prática da caridade. Os Espíritos ensinam que caridade é benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.

Relação: O Evangelho segundo o Espiritismo – Capítulo X

O credor incompassivo - Bíblia do Caminho

http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T2P2M3R5.htm

Compaixão

Compaixão

Marcus De Mario*

Na famosa Parábola do Bom Samaritano, registrada pelo evangelista Lucas no capítulo 10, versículos 25 a 37 de seu Evangelho, o Mestre Jesus, ao citar a ação do samaritano, faz um destaque muito importante:
“(...) Mas um samaritano, que ia a seu caminho, chegou perto dele, e quando o viu, foi tocado de compaixão por ele: (...)”.
Antes de acudir o viajante que havia sido assaltado e estava ferido à beira da estrada, o samaritano foi tocado pela compaixão. Que, segundo as definições dos dicionários, significa “sentimento de simpatia e identificação com quem sofre ou tem dificuldade”. A compaixão é igualmente identificada com a piedade. Portanto, é preciso ter uma espécie de identificação com o problema que o outro está enfrentando; é preciso sentir a angústia e a dor que invadem o próximo, o que então nos predispõe para o auxílio, para o ato da caridade a benefício do sofredor. Foi o que aconteceu com o bom samaritano.
O benfeitor espiritual Emmanuel nos oferta belíssima página sobre o tema, psicografada pelo médium Chico Xavier, e que se encontra no livro Ceifa de Luz, da qual retiramos para nosso estudo o seguinte trecho:
“Se quisermos que a piedade nos ilumine, é imperioso exercitar a compreensão. E compreensão não vem a nós sem que façamos esforço para isso”.
Temos aqui duas advertências. Primeiro, que diante de toda dor, de todo sofrimento, de toda miséria, de toda injustiça, enfim, precisamos compreender que nada acontece por acaso, que há uma lei divina tudo regendo, e que somos irmãos, portanto, compreender antes que julgar. Segundo, que a compreensão não cai dos céus, ela é desenvolvida pela própria pessoa, espírito imortal a caminho da evolução, portanto, requer esforço íntimo para sua aquisição ao inalienável patrimônio psíquico. Conquista-se a compreensão através de exercícios constantes na convivência.
Ao final de seu texto, Emmanuel enfatiza:
“Compaixão é a porta que se nos abre no sentimento para a luz do verdadeiro amor, entretanto, notemos: ninguém adquire a piedade sem construí-la”.
Ele volta a lembrar da necessidade de adquirirmos a compaixão, ou piedade, com o próprio esforço, acenando que essa conquista, através de paciente trabalho íntimo, é que nos faz descortinar e sentir o verdadeiro amor ao próximo, é a porta, na sua expressão, que abre o sentir, ou seja, o sentimento, tirando-nos do egoísmo e da indiferença.
Também a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis nos brinda com belo texto sobre a compaixão, encontrado no livro Responsabilidade, psicografia do médium Divaldo Franco. Ela nos informa que:
“(A compaixão) é o primeiro passo para a vigência ativa das virtudes morais, abrindo espaços para a paz e o bem-estar pessoal”.
Decerto o bom samaritano sentiu paz e bem-estar ao realizar todos os esforços para socorrer aquele irmão vitimado por um infortúnio, dando de si tudo o que podia, preocupando-se, de coração, com o viajante anônimo necessitado de auxílio. Quem age de coração, não mede esforços, nem cogita de recompensas, apenas realiza a caridade como um dever de solidariedade.
Ainda a benfeitora espiritual nos alerta:
“Desenvolve esse sentimento de compaixão para com o teu próximo, o mundo, e, compadecendo-te das suas limitações e deficiências, cresce em ação no rumo do Grande Poder”.
É preciso nos ligarmos a Deus, nosso Pai e Criador, que nos criou iguais, simples e ignorantes e com o mesmo potencial. A caminhada evolutiva é feita por cada um, utilizando o livre-arbítrio, e, se somos frágeis, cheios de limitações e deficiências, sendo necessitados do auxílio divino e de nossos irmãos que estão na mesma caminhada, os outros também possuem essa mesma necessidade, assim, com essa compreensão, seremos capazes de, mais e mais, exercitarmos a compaixão.
Por fim, convidamos o leitor amigo a conhecer a saborosa, instrutiva e meditativa história narrada pelo espírito Irmão X, com o título “O Ferreiro Intransigente”, e que se encontra no livro Contos Desta e Doutra Vida, na psicografia de Chico Xavier. É um conto que faz pensar, e do qual transcrevemos as palavras finais, como um convite à compaixão:
“Somente a compaixão pode salvar-nos, soerguendo-nos do abismo de nossas próprias faltas. (…) Os laços que armarmos contra o próximo serão inevitável flagelo para nós mesmos”.
* Marcus De Mario é Educador, Escritor e Consultor Editorial.

Compaixão

Compaixão

I

Compadece-te da terra.
Ela produz o pão que te sustenta.
Não lhe poluas a grandeza,
Nem a deixes maltratada.

II

Compadece-te da mata.
Não lhe ateies fogo inútil.
Ela é a fábrica generosa
Do oxigênio que respiras.

III

Compadece-te da árvore
Ela te alimenta com seus frutos
Dos quais não se serve
E nunca se aproveita.


IV

Compadece-te da fonte
Não lhe atires pedra ou lama.
Ela te extingue a sede
Sem nada pedir em troca.

V

Compadece-te da erva.
Não lhe pises a vida.
Provavelmente amanhã
Dela virá o remédio que te cure.

VI

Compadece-te dos animais
Eles te auxiliam a viver.
A abelha faz o mel.
A vaca oferta o leite.

VII

Compadece-te da lavoura
Que te enriquece de grãos.
Ela se arregimenta
A fim de servir-te.

VIII

Compadece-te da estrada.
Não lhe cries obstáculos
Como sejam pedras ou espinhos.
Ela é companheira do trânsito que precisas.

IX

Compadece-te da própria família,
Ainda mesmo que encontres junto aos entes amados
Aqueles que não se afinam contigo.
A família é o grupo em que nascestes para auxiliar a ser auxiliado.

X

Compadece-te de tua habitação
Não a estragues.
Seja de mármore ou de taipa
É o recanto que Deus te concedeu para morar.

XI

Compadece-te da lâmpada
Na estrutura de bojo para a luz elétrica,
Na condição de tocha, lamparina, lampião ou vela
É recurso que te livra da escuridão.

XII

Compadece-te de teu corpo.
Não faças dele instrumento para qualquer abuso.
Ele é o engenho aperfeiçoado que te serve
Ao próprio Espírito para que te aprimores.

XIII

Compadece-te do jardim.
Não lhe tolhas as flores sem necessidade.
Elas te embelezam a casa
E te perfumam o ambiente.

XIV

Compadece-te do teu vizinho
Talvez não te seja amigo íntimo,
No entanto, conforme a necessidade
Agirá junto de ti, qual se te fosse um parente próximo.

XV

Compadece-te de teu pai.
Se souberes amá-lo.
Ser-te-á na Terra o melhor amigo.
Ama-o sempre. Ele te deu o corpo.

XVI

Compadece-te de tua mãe.
Ainda que ela não possa ser como desejarias,
Ei-la na condição de valente heroína
Pelas dificuldades e obstáculos que venceu para trazer-te à luz!

XVII

Compadece-te de teu filho.
Hoje ele é teu enlevo e tua esperança,
Amanhã será o fruto de teus ensinos
E o retrato de teus exemplos.

XVIII

Compadece-te de tua filha.
Por traumas de passadas existências
É possível que ela te dê problema e preocupação.
Abençoa-lhe a presença.
Ela vem de Deus.

XIX

Compadece-te dos jovens.
Muitos deles, por inexperiência ou ingenuidade, poderão entrar
Em perigosos enganos, reclamando-te paciência e tolerância.
De qualquer modo, recorda que a vida cuidará deles.

XX

Compadece-te de teus irmãos.
Perante a Divina Providência, todos somos irmãos.
Entretanto, temos aqueles da consangüinidade.
Justo sabermos viver em paz uns com os outros.
Se alguns deles, porém, fugirem à lealdade fraternal, desculpa-lhes a fraqueza e entrega-os a Deus.

XXI

Compadece-te da criança.
Seja ela dessa ou daquela procedência,
Dá-lhe bondade, instrução e conforto.
No futuro, ele será o que lhe deres.

XXII

Compadece-te do amigo.
Guarda profunda estima por aqueles que te conquistou a amizade.
Em certo momento ele falhou para contigo;
Perdoa e esquece. Estamos muito longe da perfeição.

XXIII

Compadece-te do doente.
Provavelmente estará ele impaciente e nervoso.
Auxilia-o com entendimento e compreensão.
Não sabes se amanhã serás o enfermo com necessidades semelhantes.

XXIV

Compadece-te do estrangeiro.
Ele estará chegando de terras remotas,
Não sabe falar em teu idioma, nem te conhece os costumes.
Lembra-te, porém, que, diante de Deus, todos somos irmãos.

XXV

Compadece-te dos idosos.
Auxilia aos idosos, sejam teus parentes ou não.
Eles fizeram longa jornada no tempo
A fim de fazerem as experiências
Das quais te aproveitas.

XXVI

Compadece-te do chefe
Quem te mantém o trabalho para que não falte o pão de cada dia.
Espera a tua lealdade e o teu respeito.
Ainda mesmo quando errado merece a tua estima e consideração.

XXVII

Compadece-te do empregado.
Não lhe sobrecarregues com cargas e encargos superiores às suas forças.
Trata-o com atenção e dá-lhe instruções com bondade.
Ele te pede trabalho sem escravidão.

XXVIII

Compadece-te dos errados.
Guarda a certeza de que Deus te permite errar
A fim de que reconheças a tua fraqueza e imperfeição.
Nem todos os errados possuem consciência do que fazem.
Lembra-te dos momentos em que te desequilibras sem querer.

XXIX

Compadece-te dos bons.
Auxilia-os para que prossigam fiéis a eles mesmos.
Na comunidade humana não existem criaturas infalíveis.
Somente Jesus Cristo e alguns raros heróis da fé viveram sem cair.

XXX

Compadece-te dos maus.
Na Terra não existem os totalmente bons, nem os totalmente maus.
Os maus são vítimas de delírios, cuja origem eles próprios desconhecem.
Ante as faltas de qualquer delinqüente, seja ele quem for, compadece-te.

XAVIER, Francisco Cândido. Compaixão. Pelo Espírito Emmanuel. IDE.

A COMPAIXÃO INDISPENSÁVEL

A COMPAIXÃO INDISPENSÁVEL
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A busca pelo bem-estar é inerente à natureza humana.

O desejo do homem de livrar-se do sofrimento propiciou notáveis descobertas em todos os sectores do conhecimento.

Analgésicos e anestésicos podem ser citados como conquistas humanas na procura de bem-estar.

Ar condicionado, colchões ortopédicos e mesmo a singela água encanada também compõem o espectro de invenções destinadas a tornar a vida confortável.

Na busca de conforto e tranquilidade, um dia o homem voltará sua atenção para os problemas morais que a sociedade enfrenta.

Então compreenderá que o egoísmo é a causa de todas as desgraças sociais.

Ele é que permite a um homem investir sobre o património, a honra e a vida de outro, qual uma fera selvagem.

O egoísmo é a matriz de todos os vícios.

Quando ele for combatido, todos os seus desdobramentos, como vaidade, ganância, maledicência e corrupção, perderão a força.

A disseminação das idéias espíritas é um poderoso elemento de combate ao egoísmo.

O Espiritismo deixa claro que todo vício gera dor e que a Lei de Causa e Efeito rege a vida.

Todo mal feito ao semelhante é uma semeadura de dor no próprio caminho.

Quem quer ser feliz deve tratar o próximo com todo o respeito e generosidade com que desejaria ser tratado.

A vinculação da própria felicidade à felicidade que se proporciona torna evidente o quanto é tolo ser egoísta.

Ao buscar seu interesse, em detrimento ao do próximo, o egoísta apenas se candidata a vivenciar grandes dores.

Ao se conscientizar da inexorabilidade da Lei de Causa e Efeito, a Humanidade reverá seus valores e prioridades.

Entretanto, é preciso reconhecer que uma idéia nem sempre é fácil de ser posta em prática.

Provavelmente você já se conscientizou de que a Justiça Divina é infalível.

Mas ainda titubeia em sua caminhada e por vezes comete leviandades em prejuízo do próximo.

Uma boa táctica de renovação moral é parar de apenas pensar e começar a sentir.

Raciocinar é necessário, mas amar é imprescindível.

O melhor caminho para o genuíno amor fraterno é a compaixão.

Compaixão é a tristeza que se sente com a infelicidade alheia.

Mas também é o desejo de livrar o próximo do sofrimento.

Para desenvolver esse nobre sentimento, deixe de fugir ao espetáculo das misérias humanas.

Permita-se conviver com os doentes e os viciados do corpo e da alma, conforme fez o Cristo.

Faça-se companheiro e amigo de idosos e enfermos.

Visite asilos, orfanatos, hospitais e presídios.

A título de preservar sua paz, não cultive a indiferença.

Deixe que seu coração se enterneça com a dor alheia.

A compaixão impede que um homem siga satisfeito em meio à tragédia que devasta a vida do outro.

Ela possui um certo encanto melancólico, pois nasce ao lado da dor e da desolação.

Contudo, constitui a mais eficiente forma de cura das ilusões e paixões humanas.

A compaixão desperta as fibras mais íntimas da alma e a prepara para as experiências sublimes do devotamento e da caridade.

Não receie sofrer ao se tornar compassivo.

Ao avançar nesse caminho, você logo se tomará do ideal de aliviar a dor do semelhante e começará a agir.

Então, a tristeza inicial se converterá no júbilo de quem amorosamente socorre e ampara os desprotegidos do Mundo.

A alegria de ser útil e bondoso iluminará sua vida e o acompanhará pela eternidade.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/artigos-espiritas/a-compaixao-indispensavel/?PHPSESSID=e2cf3865a8d3839b0a923a1cf0c377af#ixzz3fv7lsuu1

A compaixão - palestra

https://www.youtube.com/watch?v=W7vGv0n9b18

Compaixão em palestra

Compaixão em palestra


Livro do IDE (1993), onde Emmanuel afirma que “O amor é vida.
E a compaixão é o primeiro degrau de acesso ao amor que Jesus nos legou.
“(…) Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. (…)” Espírito de Verdade (Paris – 1860) Cap. VI, item 5

“O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servidores. – Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. – Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe pertencesse, para pagamento da dívida. – O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo: “Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” – Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. – Esse servidor, porém, ao sair encontrando um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulá-lo dizia: “Paga o que me deves.” – O companheiro, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo: “Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo: – Mas o outro não quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, para tê-lo preso até pagar o que lhe devia.
Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se passava, foram, extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que acontecera. – Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele servidor, lhe disse: “Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias, porque mo pediste. – Não estavas desde então no dever de também ter piedade do teu companheiro, como eu tivera de ti?” E o senhor, tomado de cólera, o entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia.
É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós. (S. MATEUS, 18:23 a 35.)” – Parábola dos credores e dos devedores, Cap. XI, item 3

“ Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? – Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que lês nela? – Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. – Disse-lhe Jesus: Respondeste muito bem; faze isso e viverás.
Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo? – Jesus, tomando a palavra, lhe diz:
Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. – Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. – Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. – Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. – Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. – No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? – O doutor respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. – Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (S. LUCAS, 10:25 a 37.)” – Parábola do bom samaritano – Cap. XV, item 2.

——————————————

As passagens acima estão em “O Evangelho segundo o Espiritismo” e tocam no tema “Compaixão“, que será abordado pelo Luciano Klein Filho, na quinta-feira 22/nov/2012, às 20h, em nossa reunião pública.

A base de sua palestra é a mensagem “A piedade“, de autoria do Espírito Miguel, trazida na cidade de Bordeaux, em 1862 e conta no cap. XIII, item 17, de O Evangelho… e da qual extraio alguns trechos:

“(…) A piedade, a piedade bem sentida é amor; amor é devotamento; devotamento é o olvido de si mesmo e esse olvido, essa abnegação em favor dos desgraçados, é a virtude por excelência, a que em toda a sua vida praticou o divino Messias e ensinou na sua doutrina tão santa e tão sublime. (…)”

“(…) O sentimento mais apropriado a fazer que progridais, domando em vós o egoísmo e o orgulho, aquele que dispõe vossa alma à humildade, à beneficência e ao amor do próximo, é a piedade! piedade que vos comove até às entranhas à vista dos sofrimentos de vossos irmãos, que vos impele a lhes estender a mão para socorrê-los e vos arranca lágrimas de simpatia. Nunca, portanto, abafeis nos vossos corações essas emoções celestes (…)”

Compaixão - Palestra

http://tvmundomaior.com.br/videos/espiritismo-lar-compaixao-com-claudia-eliane/

Hammed - Compaixão

Hammed - Compaixão

Ter compaixão é possuir um entendimento maior das fragilidades humanas. É quando nos tornamos mais realistas, menos exigentes e mais flexíveis com as dificuldades alheias.

Compaixão — manifestação de um coração aberto.

“Há mais felicidade em dar que em receber” *1. De bem-aventurado vem a palavra beato — do latim beatus, que significa “feliz”. Beatificar alguém é declará-lo na plenitude da felicidade; por isso é que chamamos comumente de venturosas as pessoas felizes.

Cristo usava com frequência essa forma literária em seus discursos: “Bem-aventurados são aqueles que...”. Essas bem-aventuranças eram e são a fórmula que o Mestre Jesus recomendava para conquistar a verdadeira felicidade ou para alcançar uma vida plena.

Ter compaixão é possuir um entendimento maior das fragilidades humanas. É quando nos tornamos mais realistas, menos exigentes e mais flexíveis com as dificuldades alheias.

Se quisermos a paz do mundo, sejamos pessoas felizes. O bem-aventurado é um agente da paz, pois as criaturas maduras possuem uma compassiva “noção de vida”. Por isso, afirmam os Espíritos Benevolentes: “(...) aquele que vê claramente as coisas tem uma ideia mais justa do que o cego. Os Espíritos veem o que não vedes; eles julgam, pois, de outro modo que vós, mas ainda uma vez, isto depende da sua elevação”*2.

Ao abrirmos o coração para alguém, vivenciamos uma forma de empatia — sentimos o que ele sentiria caso estivéssemos vivenciando a sua situação. Isso é uma questão de ressonância. Só podemos apoiar e cooperar se nossos estados interiores forem sensibilizados; apenas podemos compartilhar a alegria ou a tristeza de alguém se elas também nos tocarem. Se não nos permitimos sentir medo, amor, tristeza ou alegria, não podemos reagir a esses sentimentos diante das pessoas e podemos até duvidar de que elas os estejam experimentando.

Compaixão está associado a empatia. Perde o bom senso quem não estabelece limites nos bens que vai dar ou receber. Alguns de nós fazemos favores ou concedemos benefícios aos outros sem critério ou fundamentação alguma.

No entanto, empatia não é medir ou julgar alguém por nós. Não é nos colocarmos no lugar da criatura e ficarmos ilusoriamente imaginando seu sofrimento. Empatia é o contato direto do nosso coração com o coração de outro ser humano.

A ajuda verdadeiramente sapiencial é aquela que permite que as pessoas à nossa volta aprendam a se desenvolver, solucionando suas dificuldades por si mesmas.

O ser compassivo não invade a vida alheia. Os indivíduos só mudam quando estão prontos para mudar.

Algumas religiões podem distorcer nossa concepção de mundo, utilizando a culpa ou o fanatismo como forma de nos controlar ou de nos forçar a dar coisas. A viseira do emocionalismo pode nos levar à frustração e ao desapontamento. Podemos ser coagidos a conceder benefícios ou participar de doações materiais, usando uma forma distorcida de compaixão. Muitos de nós nos doamos porque esperamos receber em troca atenção e respeito de outras pessoas. Isso não é ajuda real nem mesmo está unido ao amor; mais se assemelha a uma forma de barganha, seguida de eterna cobranças.

Para que possamos cooperar efetivamente com alguém, é preciso abrirmos mão de nossa arrogância salvacionista, ou seja, acreditar que a redenção das almas que amamos depende, única e exclusivamente, de nosso desempenho e de nossa dedicação. Cada pessoa é uma obra-prima de Deus e, quando subestimamos a força divina que há no outro, nossos relacionamentos ficam anêmicos e áridos. A compaixão salvaguarda a liberdade de sentir, pensar e agir.

Os bem-aventurados aos quais se referia Jesus são felizes porque reconheceram que não devem viver de forma ególatra; devem viver, sim, uma existência de auxílio a si mesmo e ao bem comum. Compaixão é o desenvolvimento do sentimento de fraternidade que move o ser fraterno a ter uma noção ética com vistas à integração e à solidariedade entre pessoas.

*1. Atos, 20:35.

*2. Questão 241 (O Livro dos Espíritos). Os Espíritos tem do presente uma ideia mais precisa e mais justa que nós? “Do mesmo modo que aquele que vê claramente as coisas tem uma ideia mais justa do que o cego. Os Espíritos vem o que não vedes: eles julgam, pois, de outro modo que vós, mas ainda uma vez, isto depende da sua elevação.”

(De “Os prazeres da alma”, Francisco do Espírito Santo Neto)