terça-feira, 29 de outubro de 2013

Intrigas e acusações


Quanto possível, abstém-te de assuntos infelizes.
Muitas vezes, quem te fala contra os outros pode trazer a imaginação doente ou superexcitada.
Quando alguém, porventura, se te faça veículo de alguma intriga,
tanto é digna de compaixão a pessoa que te trouxe essa bomba verbal, quanto a outra que a teria criado.
Uma frase mal ouvida será sempre uma frase mal interpretada.
A criatura que se precipita em julgamentos errôneos, a teu respeito,
talvez seja vítima de lastimável engano.
Muitas pessoas de hábitos cristalizados em comentários descaridosos,
em torno da vida alheia, estão a caminho de tratamentos médicos,
dos mais graves.
Se tens a consciência tranquila, opiniões negativas não te alcançam.
Diante de críticas recebidas, observa até que ponto são verídicas e aceitáveis, para que venhamos a retificar em nós aquilo que
nos desagrada nos outros.
Conhecendo algum desiquilíbrio em andamento, auxilia em silêncio naquilo em que possas cooperar sem alarde, sem referir a ninguém, quanto ao esforço de reajuste que seja capaz de desenvolver.
Compadece-te dos acusadores e ora em favor deles, rogando a Deus para que sejam favorecidos com a benção de paz que desejamos para nós.

Emmanuel

Acusações e Acusadores

Acusações e Acusadores

Quando o estudante da Boa Nova se adentrou pela senda luminosa do esclarecimento renovador, sentiu-se dominado por ignota emoção, permitindo-se arrastar por aspirações superiores, planejando programas abençoados a favor da própria paz e em volta dos passos que pretendia imprimir pela rota.
Tudo sorriam flores, ofertando largas dádivas de alegrias: amigos gentis, esclarecedores, de segura aparência interior, como se se encontrassem realmente forjados nos altos fornos do sofrimento e da abnegação; tarefas múltiplas favoráveis, em clima de fraternidade convidativa; oportunidades felizes de exercitar as lições vivas do Mestre no convívio comunitário...
Entusiasmo singular dominou-o com as mais agradáveis impressões que se convertiam em convites à doação total.
Legitimamente concitado à construção dos postulados formosos no dia-adia das lutas, envidou esforços e entregou-se ao labor.
A princípio, incipiente, era dirigido pelos companheiros mais experimentados, desconhecendo a escolha de serviços e a todos se entregando com alto espírito de abnegação.
Passou a despertar interêsse e granjeou simpatias, inspirando respeito A ociosidade que estava à espreita, vigilante, bradou por uma bôca malsã: "Tudo no comêço é fácil. Vejamos daqui a alguns anos".
Não obstante a decepção sofrida, o candidato ao bem afervorou-se mais e insistiu na realização dos serviços nobres.
A maledicência que lhe seguia os passos, almejando ensejo, não aguardou mais tempo e blasonou:
"Parece o dono da Casa, e apenas chegou ontem. Presunçoso e fingido, dará o golpe, quando menos se espere".
O estudante da lição evangélica anotou o apontamento soez e, embora sofrendo, superou os próprios melindres, laborando Infatigável.
A inveja que lhe não perdoava a ação elevada, surpreendeu-o através dos companheiros de trabalho e destilou veneno: "Interesseiro e falso que é. Será que pretende tomar todo o trabalho nas suas mãos? Não pergunta nada a ninguém e crê-se auto-suficiente. Merece desprezo e expulsão antes que seja tarde demais".
O servidor da gleba, coração ralado, asfixiou as lágrimas e, orando pelos ofensores, prosseguiu confiante.
A viciação segura das vitórias incessantes a que se acostumara nas continuas investidas à fraqueza humana, fez cerrado sitio e requisitou a seu serviço a sensualidade, que após os primeiros cometimentos foi rechaçada.
Ferida no brio, convocou a vaidade que envolveu o lidador no incenso da palavra vã, esparzindo os fluídos do egoísmo em forma de ardilosas insinuações que redundaram Inoperantes. O suborno pelo dinheiro foi, então, estimulado, e como não conseguisse desligar da órbita dos deveres o discípulo afervorado, êste, com os recursos de que dispunha, passou a engendrar dificuldades, multiplicando óbices e malquerenças onde medrava o despeito e campeava a disputa das cogitações inferiores.
Embrulhado, todavia, nas vibrações da prece, o seareiro da luz insistiu no serviço edificante, apesar da dor que o trespassava interiormente.
Nesse ínterim, porém, a calúnia resolveu comparecer ao campo das ações variadas, e, afrontosa, se impôs o compromisso de cravar as garras nas carnes da alma do operário incansável, O ácido da acusação indébita, produzindo a impiedade, desvelou os inimigos que jaziam ocultos e o fel do descrédito cobriu-lhe as pegadas; o enfado antecipou-lhe o avanço e malquerença, abraçada à ignorância, armou áspera e alta muralha; todavia, cansado e humilhado, o servo do Cristo se negou saltá-la, deixando-se abater, então, pelos ardis da calúnia habilmente manejada pelas mãos da mentira que, confundindo os frívolos e os vãos, estabeleceu primado, transformando o antes verde campo de esperança em caos de dor e reduto de animalidade...
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Entrega-te a Deus, Nosso Pai, e deixa-te conduzir por Ele docilmente, confiantemente, até o momento da tua libertação...
Eles, também, os teus acusadores experimentarão em breve o trânsito para a própria libertação. Perdoa-os, e insiste no bem, haja o que haja, certo de que Jesus, a Quem amas, continuará com êles, mas contigo também.
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"Não te envolvas na questão dêste Justo". Mateus: capítulo 27º, versículo 19.
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"O Senhor apôs o seu sêlo em todos os que nêle crêem. O Cristo vos disse que com a fé se transportam montanhas e eu vos digo que aquêle que sofre, e tem a fé por amparo, ficará sob a sua égide e não mais sofrerá. Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 5º - Item 19 parágrafo 4.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

Reflexões sobre a calúnia

Reflexões sobre a calúnia

Ninguém passa pela jornada terrestre sem experimentar o cerco da ignorância e da imperfeição humana.



Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição da consciência.



Herdando as experiências transatas nos seus conteúdos bons e maus, por um largo período predominam aqueles de natureza primitiva, por estarem mais fixados nos painéis dos hábitos morais, mantendo os instintos agressivos-defensivos que se vão transformando em emoções, prioritamente egoicas, em contínuos conflitos com o Si-mesmo e com todos aqueles que fazem parte do grupo social onde se movimentam. Inevitalmente, as imposições inferiores são muito mais fortes do que aquelas que proporcionam a ascensão espiritual, liberando o orgulho, a inveja, o ressentimento, a agressividade, o despotismo, a perseguição, a mentira, a calúnia e outros perversos comportamentos que defluem do ego atormentado.



Toda vez, quando o indivíduo se sente ameaçado na sua fortaleza de egotismo pelos valores dignificantes do próximo, é dominado pela inveja e investe furibundo, atacando aquele que supõe seu adversário.



Porque ainda se compraz na situação deplorável em que se estorcega, não deseja permitir que outros rompam as barreiras que imobilizam as emoções dignas e os esforços de desenvolvimento espiritual, assacando calúnias contra o inimigo, gerando dificuldades ao seu trabalho, criando desentendimentos em sua volta, produzindo campanhas difamatórias, em mecanismos de preservação da própria inferioridade.



Recusando-se, consciente ou inconscientemente, a crescer e igualar-se àqueles que estão conquistando os tesouros do discernimento, da verdade, do bem, transforma-se, na ociosidade mental e moral em que permanece, em seu cruel perseguidor, não lhe dando trégua e retroalimentando-se com a própria insânia.



Torna-se revel e não aceita esclarecimento, não admitindo que outrem se encontre em melhor situação emocional do que ele, que se autovaloriza e se autopromove, comprazendo-se em persegui-lo e em malsiná-lo.



Ninguém consegue realizar algo de enobrecido e dignificante na Terra sem sofrer-lhe a sanha, liberando a inveja e o ciúme que experimenta quando confrontado com as pessoas ricas de amor e de bondade, de conhecimentos e de realizações edificantes.



A calúnia é a arma poderosa de que se utilizam esses enfermos da alma, que a esgrimem de maneira covarde para tisnar a reputação do seu próximo, a quem não conseguem equiparar-se, optando pelo seu rebaixamento, quando seria muito mais fácil a própria ascensão no rumo da felicidade.



A calúnia, desse modo, é instrumento perverso que a crueldade dissemina com um sorriso e certo ar de vitória, valendo-se das imperfeições de outros cômpares que a ampliam, sombreando a estrada dos conquistadores do futuro.



Nada obstante, a calúnia é também uma névoa que o sol da verdade dilui, não conseguindo ir além da sombra que dificulta a marcha e das acusações aleivosas que afligem a quem lhe ofereça consideração e perca tempo em contestá-la.



* * *



Nunca te permitas afligir, quando tomes conhecimento das acusações mentirosas que se divulgam a teu respeito, assim como de tudo quanto fazes.



Evita envenenar-te com os seus conteúdos doentios, não reservando espaço mental ou emocional para que se te fixem, levando-te a reflexões e análises que atormentam pela sua injustiça e maldade.



Se alguém tem algo contra ti, que se te acerque e exponha, caso seja honesto.



Se cometeste algum erro ou equívoco que te coloque em situação penosa e outrem o percebe, sendo uma pessoa digna, que se dirija diretamente a ti, solicitando esclarecimentos ou oferecendo ajuda, a fim de que demonstre a lisura do seu comportamento.



Se ages de maneira incorreta em relação a outrem e esse experimenta mal-estar e desagrado, tratando-se de alguém responsável, que te procure e mantenha um diálogo esclarecedor.



Quando, porém, surgem na imprensa ou nas correspondências, nas comunicações verbais ou nos veículos da mídia, acusações graves contra ti,sem que antes haja havido a possibilidade de um esclarecimento de tua parte, permanece tranquilo, porque esse adversário não deseja informações cabíveis, mas mantém o interesse subalterno de projetar a própria imagem, utilizando-se de ti...



Quando consultado pelos iracundos donos da verdade e policiais da conduta alheia com a arrogância com que se comportam, exigindo-te defesas e testemunhos, não lhes dês importância, porque o valor que se atribuem, somente eles mesmos se permitem...



Não vives a soldo de ninguém e o teu é o trabalho de iluminação de consciências, de desenvolvimento intelecto-moral, de fraternidade e de amor em nome de Jesus, não te encontrando sob o comando de quem quer que seja. Em razão disso, faculta-te a liberdade de agir e de pensar conforme te aprouver, sem solicitar licença ou permissão de outrem.



Desde que o teu labor não agride a sociedade, não fere a ninguém, antes, pelo contrário, é de socorro a todos quantos padecem carência, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência.



Desmente a calúnia mediante os atos de bondade e de perseverança no ideal superior do Bem.



Somente acreditam em maledicências, aqueles que se alimentam da fantasia e da mentira.



Alegra-te, de certo modo, porque te encontras sob a alça-de-mira dos contumazes inimigos do progresso



Todos aqueles que edificaram a sociedade sob qualquer ângulo examinado, padeceram a crueza desses Espíritos infelizes, invejosos e insensatos.



Criando leis absurdas para aplicarem-nas contra os outros, estabelecendo dogmas e sistemas de dominação, programando condutas arbitrárias e organizando tribunais perversos, esses instrumentos do mal, telementalizados pelas forças tiranizantes da erraticidade inferior, tornaram-se em todas as épocas inimigos do progresso, da fraternidade que odeiam, do amor contra o qual vivem armados...



Apiada-te, portanto, de todo aquele que se transforme em teu algoz, que te crie embaraços às realizações edificantes com Jesus, que gere ciúmes e cizânia em referência às tuas atividades, orando por eles e envolvendo-te na lã do Cordeiro de Deus, sedo compassivo e misericordioso, nunca revidando-lhes mal por mal, nem acusação por acusação...



A força do ideal que abraças, dar-te-á coragem e valor para o prosseguimento do serviço a que te dedicas, e quanto mais ferido, mais caluniado, certamente mais convicto da excelência dos teus propósitos, da tua vinculação com o Sumo Bem.



* * *



Como puderam, aqueles que conviveram com Jesus, recusar-Lhe o apoio, a misericórdia, a orientação?



Após receberem ajuda para as mazelas que os martirizavam, como é possível compreender que, dentre dez leprosos, somente um voltou para agradecer-Lhe?



Como foi possível a Pedro, que era Seu amigo, que O recebia no seu lar, que convivia em intimidade com Ele, negá-lO, não uma vez, mas três vezes sucessivas?!



...E Judas, que O amava, vendê-lO e beijá-lO a fim de que fosse identificado pelos Seus inimigos naquela noite de horror?!



Sucede que o véu da carne obnubila o discernimento mesmo em alguns Espíritos nobres, e as injunções sociais, culturais, emocionais, neles produzem atitudes desconcertantes, em antagonismos terríveis às convicções mantidas na mente e no coração.



Todos os seres humanos são frágeis e podem tornar-se vítimas de situações penosas.



Assim, não julgues a ninguém, entregando-te em totalidade Àquele que nunca Se enganou, jamais tergiversou, e deu-Se em absoluta renúncia do ego, para demonstrar que é o Caminho da Verdade e da Vida.







Joanna de Angelis.



Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco,na manhã de 29 de outubro de 2010, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia

Estudar a estratégia dos dragões: desconfiança uns nos outros.

Estudar a estratégia dos dragões: desconfiança uns nos outros.

Wanderley Oliveira

Na introdução de “Quem Perdoa Liberta”, Maria Modesto escreve: “Cientes do nosso hábito infeliz de criticar, julgar e maldizer, torna-se imprescindível uma literatura que investigue uma das mais destrutivas doenças da con¬vivência em grupo: a desconfiança. A desconfiança é o resultado emocional dos julgamentos crônicos.”
Essa desconfiança citada por dona Modesta faz parte da estratégia de ação da falange mais agressiva de inimigos do bem, “Os Dragões”. Em sua estrutura de manipulação psicológica eles insuflam e/ou exploram o adoecimento das relações, através da desconfiança.
Essa desconfiança surge exatamente quando permitimos a atitude de crescente destaque à sombra alheia. Por isso, a obra “Quem Perdoa Liberta” teve como foco central de suas reflexões a ação de misericórdia, ou seja, o destaque dos aspectos luminosos uns dos outros, como fonte de segurança e bem-estar na convivência. Investigando e ressaltando o valor de alguns cuidados quando o assunto é valorizar o próximo, mesmo quando percebemos suas imperfeições e limites. É preciso que se diga que essa ação das falanges organizadas no mal visa intoxicar os grupos criando um clima de desvalor até atingir a descrença.
Na medida em que são disseminados e fortalecidos os aspectos mais problemáticos de um relacionamento, ele se deteriora porque a mente cria clichês muito pessimistas e desgastantes, que impedem a formação de um ambiente saudável e agradável para trabalhar, aprender ou mesmo divertir. Essa metamorfose dos sentimentos de uns para com os outros é lenta e vai passando pelo desgosto, pela decepção, pela antipatia e por fim pela rejeição.
O conceito de perdoar no livro tem essa conotação de aceitar. Quem aceita está perdoando, porque a mágoa não acontece somente quando alguém nos ofende. Ela é um estado emocional que caracteriza a sensação ou sentimento de lesão, injustiça, inconformação ou defesa diante de alguma ameaça, mas o assunto é tão sutil que alguém ser do jeito que é pode ser ameaçador para a nossa estrutura psíquica, exigindo, portanto, perdão. Nesse caso, perdão por ela não ser como gostaríamos que fosse.
Pode parecer que está é uma realidade distante da nossa vida, entretanto, não tenho dúvida em afirmar que esse aspecto do relacionamento está mais presente que podemos supor na convivência humana.
Os Dragões sabem disso e, quando querem atingir objetivos destrutivos, exploram esse comportamento na criação desse estado de desconfiança, em muitos casos anulando as chances de entendimento e harmonia.
Sempre gosto de lembrar que essa atuação dos espíritos é sempre possível por conta dos sentimentos que nutrimos e desenvolvemos em nossa forma de conviver. Os Dragões apenas exploram algo que já foi gerado a partir de nós mesmos. Não são responsáveis pela desconfiança, apenas a insuflam, a alimentam, quando nós, em nossos descuidos de conduta permitimos abrigar na vida mental, a pior parte das pessoas com as quais tecemos relações.
Ao escrever sobre o assunto, no livro “Quem Perdoa Liberta”, encontramos uma contribuição do autor José Mario, que nos alerta para essa ocorrência ensinando-nos o que fazer diante de tal quadro emocional.
Seria muito útil que os grupos espíritas estudassem os livros da trilogia “Desafios da Convivência no Centro Espírita”. Muitos estão fazendo isso e colhendo ótimos resultados na busca de um clima mais agradável e motivador em suas casas doutrinárias.
Que fique claro: ficar responsabilizando espíritos por situações que são criadas por nós é no mínimo um ato de fuga e irresponsabilidade.
Quero terminar recordando mais um trecho inspirado de dona Modesta na introdução do livro: “Eis o princípio das relações sadias e libertadoras: a seletividade mental para a luz e a beleza exuberan¬te que cada criatura carrega em si mesma. Somente assim expandimos nosso próprio potencial de qua¬lidades e nos envolvemos na agradável psicosfera da bondade, que é a filha primogênita da misericórdia.”    

Vigiar não é desconfiar

  Neste mundo existem muitas armadilhas pelos caminhos, logo, vigiar é necessário. A melhor vigilância a ser empregada? Educar os seus pensamentos com coisas positivas e belas, assim, atraímos os bons espíritos, que nos ajudam na jornada aqui na Terra. O Espírito ANDRÉ LUIZ nos ensina: "Vigiar não é desconfiar. É acender a própria luz, ajudando os que se encontram nas sombras".

Desconfiança


Nos nossos dias, impelidos pelos instintos e pelos estímulos da matéria que nos envolve, sem nos darmos conta, vamos, pouco a pouco, colocando em nossos corações, a dúvida, a incerteza, fazendo com que a desconfiança passe gradativamente a nortear os nossos passos.

O nosso olhar, sutilmente passa a ser encoberto pela bruma obscurecida da desatenção, da falta de condescendência e compreensão e, às vezes, até mesmo do desrespeito e desconsideração, externando a desconfiança nítida que continuamente faz morada em nossa alma.

Nossos olhos, nossos ouvidos, nossa mente atentos vão adquirindo o lastro negregoso que nos torna especialistas em detectar os deslizes, as falhas, os equívocos e, portanto, as fragilidades daqueles que nos dão a caridade da sua companhia para deles nos valermos em benefício próprio.

Assim agindo, vamos fazendo com que nossas palavras, gestos, atitudes e mesmo nosso silêncio sejam cobertos pelo tênue verniz da superficialidade, excluindo o tesouro da sinceridade, simplesmente para nos precavermos de eventuais riscos futuros que, muitas vezes, amalgamamos nas nossas mentes como escudos a nos proteger de inimigos que somente nossa alma, em desequilíbrio, supõe existir.

Olvidamo-nos, porém, de que, ao desconfiarmos, o maior equívoco está em nós mesmos, pois, egoisticamente, somente levamos em conta o que pensamos, o que deduzimos, sem nos atermos a que o nosso interlocutor também é um ser humano possuidor de riquezas que não estamos sabendo auferir e que, conseqüentemente, nos fariam crescer.

Assim sendo, nossos olhos perdem a candura, nossas palavras, a sinceridade, nossos ouvidos, a paciência e, como conseqüência, todo o nosso ser vai se tornando impermeável às belezas do mundo, enregelando-nos interiormente.

Nosso coração passa a exteriorizar o amor, somente para aqueles que amamos, para aqueles que compactuam com nossos interesses, aptidões e pensamentos, negando aos demais o doce perfume da fraternidade.

Por isto, aproveitemos todos os momentos que a vida generosamente nos concede para fazer da sinceridade a nossa bandeira, externando-a com segurança, a todos aqueles que o Pai da Vida faz cruzar os nossos caminhos.

Entretanto se, em alguns momentos da nossa jornada, alguns corações não compreenderem a pureza das nossas palavras, atitudes e pensamentos, não nos decepcionemos, não nos entristeçamos, tendo sempre em mente que cada um oferece o que tem e nós, amorosamente, fizemos a nossa parte ofertando ao próximo o tesouro da sinceridade, sem exigir ou mesmo esperar que façam o mesmo para conosco.

Para que nos sintamos cada vez mais motivados a assim agir, torna-se necessário que tenhamos bem nítido em nossa mente o testemunho legado há quase dois mil anos pelo Divino Amigo quando, mesmo martirizado no madeiro infamante pôs em evidência para toda a humanidade a doçura e a sinceridade do seu amor, que se encontram latentes em nossos corações.

Desconfiança - o machado


Refletindo sobre desconfiança, percebi que agindo assim, sem darmos conta, vamos deixando a dúvida e a incerteza tapar nossos olhos, nossos ouvidos e obscurecer nossa mente, a ponto de perdemos o respeito, a compreensão e a caridade pelo próximo. Ao desconfiarmos de algúem passamos a ser egoistas, pois somente levamos em consideração a nossa própria opinião, sem nos atermos que podemos estar cometendo equívocos ou injustiças .
A seguir escolhi um texto do livro “Histórias para pais, filhos e netos” de Paulo Coelho, que ilustra muito bem esse sentimento:

O folclore alemão conta a história de um homem que, ao acordar, reparou que seu machado desaparecera. Furioso, acreditando que seu vizinho o tivesse roubado passou o resto do dia a observá-lo. Viu que o vizinho tinha jeito de ladrão, andava furtivamente como ladrão e sussurrava como um ladrão que deseja esconder seu roubo. Estava tão certo de sua suspeita que resolveu entrar em casa, trocar de roupa e ir até a delegacia dar queixa.
Porém, assim que entrou em casa encontrou o machado, que a mulher havia colocado em outro lugar.
O homem então, tornou a sair, examinou de novo o vizinho, e percebeu que ele andava, falava e se comportava como qualquer outra pessoa.


Que possamos aproveitar a oportunidade que  o Pai generosamente nos concede, para agirmos com fraternidade para com todas as pessoas que cruzam nossos caminhos.   Beijão! ♥♥

Desconfiança - Joanna

Desconfiança

Certamente, um coração que pulsa com equilíbrio é resultado de uma consciência pacificada.
Para que tal ocorra é indispensável que o homem adquira a sabedoria da confiança.
Graças a ela, goza de tranqüilidade íntima, agindo com inteireza moral e sem qualquer prevenção.
A confiança deflui de uma atitude sempre positiva em relação à vida, à criatura em si mesma e ao próximo.
Educando-se a vontade e corrigindo-se a óptica para melhor observar os acontecimentos, logra-se adquirir a confiança pessoal que é uma forma de segurança de conduta, elegendo o que fazer, como realizá-lo e para que executá-lo.
*
A desconfiança grassa entre os homens com ou sem motivo que a justifique.
Gera desconforto e mal-estar, armando indivíduos uns contra os outros, dando margem a suspeitas infundadas e a ódios que se instalam, prejudiciais.
Quem padece o mal da desconfiança, apresenta-se instável, arredio, caindo em alienações que estiolam a alegria de viver.
*
Se alguém age mal em relação a ti, ele é quem deve estar inquieto.
Se outrem te prejudica, propositadamente, o drama deve ser dele.
Em qualquer situação, espanca a desconfiança da tua agenda de atividade, permanecendo tranqüilo e feliz.
FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 15.

Suspeita

Suspeita

Livro: Celeiro de Bênçãos
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco



Suspeita é a "crença desfavorável, acompanhada de desconfiança", referente a alguma coisa ou a alguém. Mau juízo decorrente de idéia vaga, sem apoio legítimo, que, no entanto, se transforma em urze calamitosa, espraiando-se no campo mental e culminando por asfixiar os nobres ideais em que se devem sustentar as aspirações humanas.

De maleável contextura, a suspeita, semelhante ao miasma sutil, se adensa e se avoluma, logrando vencer quem a cultiva.

Normalmente, reflete o estado espiritual daquele que a agasalha.

A consciência reta não lhe dá guarida, enquanto o sentimento atormentado padece-lhe a constrição, o estigma.

Necessário cercear-lhe o avanço, porquanto, de fácil aceitação corrói as melhores estruturas, conseguindo exteriorizar-se em maledicência vinagrosa, que numa frase decepa uma existência digna e, num sorriso de mofa, ceifa as mais elevadas expressões de jovialidade e de progresso.

A suspeita é a genitora do ciúme, que dela se nutre, passando de simples idéia leviana a obsessão tormentosa, geradora de alucinação e impulsionadora de crimes.


* * *


Ninguém está imune à suspeita do próximo.

Cada um vê uma paisagem conforme a cor das lentes que tem sobre os olhos. Assim, muitos fatos parecem o que melhor convém aos espectadores ou às suas personagens.

Coarctado pela insidiosa suspeita dos levianos e maliciosos, não sintonizes os teus com os seus pensamentos enfermos.

Insiste na perseverança das realizações a que te vinculas, sem permitir-te diminuir a intensidade que lhe conferes.

Muitas vezes o que parece ser, verdadeiramente tem outra significação, que não pode ser apreendida de relance. Mesmo em acurada observação, fatos e coisas se expressam mais de acordo com o observador do que com a sua própria estrutura.

Abre, assim, o espírito à tranqüilidade e não estaciones nos degraus da mágoa que a suspeita dos outros coloca à tua frente, nem te facultes a leviandade de suspeitar de ninguém.

Quem erra, faz-se escravo do gravame que comete.

O culpado, embora se disfarce, conhece a face do engano ou do crime perpetrado.

Ninguém se evade da província da consciência culpada, antes de conseguiu o ônus da auto-recuperação.


* * *


Não poucas vezes, no Colégio Galileu, quando medravam suspeitas e maledicências, o Mestre Irrepreensível conclamou ao amor integral e à confiança ilimitada.

Por essa razão, toda a mensagem da Boa Nova está estruturada no perdão e na humildade, com que o cristão deve pavimentar o caminho da sua ascensão espiritual.

... E apesar de seguir sob a perniciosa suspeita de quase todos que O cercavam, Jesus permaneceu integérrimo, edificando o Reino de Deus, até mesmo quando traído e sacrificado, atestando do alto da Cruz ser o símbolo perene da suprema vitória do Espírito ilibado, como estímulo para os caminhantes da retaguarda, que somos todos nós.

Guarda-te, portanto, na paz, sem suspeitar de ninguém.


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/suspeita/#ixzz2jA9t3SIn

SUSPEITAS INFUNDADAS

SUSPEITAS INFUNDADAS

Amor Imbatível Amor - Joanna de Angelis


O indivíduo, assinalado por consciência de culpa decorrente dos atos passados, que não soube ou não os quis regularizar quando do périplo carnal, renasce pos­suído por conflitos que procura ocultar, não conseguin­do superá-los no mundo íntimo.
Assim sendo, projeta no comportamento suspei­tas infundadas em relação às pessoas com quem con­vive, sempre temendo ser identificado pelos erros, desmascarado e trazido à realidade da reparação.
Essa conduta aflige e corrói os valores morais, trabalhando-o de maneira negativa e perturbadora, de tal forma que o torna arredio, agressivo e infeliz, levando-o, não poucas vezes, a situações vexatórias, neuróticas, por encontrar inimigos hipotéticos em toda parte, assim experimentando o fardo da culpa, que o anatematiza e procura manter oculta.
Toda vez que se encontra no grupo social, e duas ou mais pessoas dialogam, sorriem ou se tornam aus­teras, logo lhe surge a idéia infeliz, a suspeita tor­mentosa, de que se referem à sua pessoa, que co­mentam negativamente o seu comportamento, ou in­vejosas, inferiores, comprazem-se em persegui-lo e malsinar as suas horas.
Tal conduta patológica, torna-se um cruel ver­dugo para o paciente, que se afasta do meio social, sentindo-se rejeitado, de alguma forma detendo-se em conflito persecutório ou de ambição exagerada de grandeza, através de raciocínios lógicos, tomban­do num quadro paranóico.
Nesse estado torna-se refratário a qualquer aju­da, em considerando-se bem, sem apresentar neces­sidade de alguma espécie, ao que sobrepõe o ego doentio, que se supõe superior.
O ser humano é essencialmente sua conduta pre­gressa. Em cada etapa existencial adquire compro­missos que se transformam em asas de libertação ou algemas vigorosas, passando a sofrer as conseqüên­cias que se transferem de uma para outra existência física, do que lhe decorrem inevitáveis efeitos mo­rais. Ninguém, portanto, no grande périplo da evo­lução, que possa atravessar o processo de crescimento evadindo-se das responsabilidades estatuídas pelos Supremos Códigos e impressas na Lei natural, vi­gente em toda parte, que é o amor.
Toda e qualquer agressão a essa realidade trans­forma-se em contingente aflitivo, que atormenta até romper o elo retentor. Por outro lado, todas as con­quistas se transformam em mapas de elevação, apon­tando rumos para o Infinito e a Plenitude.
Uma análise, portanto, do ser integral, impõe a visão reencarnacionista, propiciadora dos valores de engrandecimento, estruturando-o, fortalecendo-o.
Recupera em uma etapa o que perdeu na ante­rior, não necessariamente na última experiência, se­não naquela que permanece como peso na economia da evolução, aguardando ressarcimento.
Está, portanto, no passado do Espírito, próximo ou remoto, a causa de qualquer transtorno psicoló­gico, psíquico e orgânico, por constituir alicerce pro­fundo do inconsciente, no qual se apoiam as novas conquistas e surgem os comportamentos decorren­tes.
A psicoterapia desempenha um papel relevante ao lado dos portadores de suspeitas infundadas, au­xiliando-os no autodescobrimento e na valorização da sua realidade, não das supostas qualidades que não existem, assim como das acusações que supõem lhes são feitas, e totalmente destituídas de funda­mento.
Nesse contubérnio de inquietação, mentes de­sassociadas do corpo, que deambulam no Mundo Causal, utilizam-se do conflito e passam a obsidiar o paciente, enviando-lhe mensagens telepáticas mais infelizes, que se tornam uma forma de autopensa­mento, tão freqüentes e contínuas se lhes fazem, que dão surgimento a processos alienantes muito graves e de conseqüências imprevisíveis.
Eis porque o Evangelho desempenha um papel fundamental como terapêutica em processos de tal envergadura como noutros, auxiliando o paciente a libertar-se das suspeições atordoantes e avassalado­ras.
Sob tal orientação, a da saúde espiritual, surgem as possibilidades de praxiterapias valiosas, que se sustentam na ação do bem ao próximo, na caridade para com ele, resultando em caridade para com a pessoa mesma.
Lentamente se vão instalando novos raciocínios, visão mais dilatada da realidade que se apresenta e a recuperação do distúrbio faz-se com segurança, pro­piciando equilíbrio e bem-estar.


Joana de Ângelis - Psicografado por Divaldo franco

Julgamentos precipitados

Julgamentos precipitados

Havia numa aldeia um velho muito pobre, mas até reis o invejavam,
pois ele tinha um lindo cavalo branco...
Reis ofereciam quantias fabulosas pelo cavalo, mas o homem dizia:
- Este cavalo não é um cavalo para mim, é uma pessoa.
E como se pode vender uma pessoa, um amigo ?
Mesmo pobre, ele jamais vendeu o cavalo.
Certa manhã, descobriu que o cavalo não estava na cocheira.
A aldeia inteira se reuniu, e lhe disseram: - Seu velho estúpido!
Sabíamos que um dia o cavalo seria roubado.
Teria sido melhor vendê-lo. Que desgraça!
O velho disse: - Não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está na cocheira. Este é o fato, o resto é julgamento.
Se é uma desgraça ou uma benção, não sei, porque este é apenas um julgamento. Quem pode saber o que vai se seguir?
As pessoas riram do velho.
Elas sempre souberam que ele era um pouco louco.
Mas, quinze dias depois, de repente, numa noite, o cavalo voltou.
Ele não havia sido roubado, ele havia fugido para a floresta.
E não apenas isso, ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo.
Novamente, as pessoas se reuniram e disseram: -Velho, você estava certo. Não se trata de uma desgraça, provou ser uma benção.
O velho disse: -Vocês estão se adiantando mais uma vez. Apenas digam que o cavalo está de volta... Quem poderá saber se é uma benção ou não ? Este é apenas um fragmento. Se você lê uma única palavra
de uma frase, como poderá julgar todo o livro?
Desta vez, as pessoas não podiam dizer muito, mas sabiam que ele estava errado. Afinal doze lindos cavalos tinham vindo...
O velho tinha um único filho, que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um cavalo
e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, julgaram. Elas disseram: - Você tinha razão novamente. Foi uma desgraça. Seu único filho perdeu o uso das pernas, e na sua velhice ele era seu único amparo. Agora você está mais pobre do que nunca.
O velho disse: - Vocês estão obcecados por julgamento.
Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe se isso é uma desgraça ou uma benção.
A vida vem em fragmentos; mais que isso, nunca é dado.
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra,
e todos os jovens da aldeia foram forçados a se alistar. Somente o filho do velho foi deixado para trás, pois recuperava-se das fraturas.
A cidade inteira estava chorando, lamentando-se porque aquela era uma luta perdida e sabiam que a maior parte dos jovens jamais voltaria.
Elas vieram até o velho e disseram:
- Você tinha razão, velho. Aquilo se revelou uma benção.
Seu filho pode estar aleijado, mas ainda está com você.
Nossos filhos foram-se para sempre.
O velho disse: - Vocês continuam julgando. Ninguém sabe!
Digam apenas que seus filhos foram forçados a entrar para
o exército e que meu filho não foi. Mas somente Deus sabe
se isso é uma benção ou uma desgraça.


Não julguem, porque dessa maneira jamais se tornarão uno com a totalidade. Na verdade, a jornada nunca chega ao fim.
Um caminho termina e outro começa: uma porta fecha, outra abre.
Aqueles que não julgam estão satisfeitos simplesmente em viver o momento presente e nele crescer...
Somente eles são capazes de caminhar com Deus.
Na próxima vez que você for tirar alguma conclusão apressada
sobre algum assunto ou pessoa, lembre-se desta mensagem!

Julgamento alheio



Famosos são os julgamentos da História. O de Nuremberg, que o mundo todo acompanhou, opinando pela punição dos que, barbaramente, durante a Segunda Guerra Mundial, haviam torturado e matado seres humanos.

O de Jesus, em que se verifica a injustiça gritando alto e superando o bom senso da justiça e da verdade.

Julgamentos de pessoas famosas que cometeram atos criminosos ou desabonadores.

Julgamentos de criminosos que, de alguma forma, envolveram pessoas famosas, como o caso do raptor do filho de Lindenberg.

Em tais processos, sempre a opinião pública se inflama e, de alguma forma, influencia os próprios jurados, de maneira a que esses condenem ou absolvam.

Desde as primeiras idades, quando a chama tênue do pensamento de justiça acendeu no homem, ele começou a julgar os seus irmãos.

Muitas vezes, o sentimento de justiça ficou empanado pelas paixões e interesses mesquinhos, levando o homem a cometer erros, punindo seu semelhante com o cerceamento da liberdade, o confisco de bens e a morte.

Nos dias atuais, prosseguimos a julgar o semelhante com todo rigor, sem estabelecer critérios e princípios básicos.

Afoitos, opinamos e damos a nossa sentença tão logo a imprensa torne pública a conduta dessa ou daquela criatura, embora desconhecendo detalhes e razões.

E não tememos aumentar um pouco a intensidade da falta cometida, mesmo para justificar a impiedade com que julgamos e a sentença que proferimos.

Por vezes, a inveja por não ter conseguido alcançar a posição social, o cargo ou a função do julgado, nos incita ainda mais ao julgamento arbitrário.

E, mesmo assim, prosseguimos a nos afirmar cristãos. Seguidores de Jesus que ensinou:

Não julgueis para não serdes julgados, porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros.

Há necessidade de cultivarmos a indulgência e a empatia. A indulgência para olharmos os que erram com olhos de quem sabe que o equivocado é sempre um Espírito enfermo.

Não necessita do nosso frio julgamento, mas do nosso auxílio para superar sua problemática.

A empatia, a fim de nos situarmos no lugar daquele que julgamos e nos indagarmos se fôssemos nós os julgados, como nos sentiríamos?

Fosse nosso filho o julgado, como estaria o nosso coração?

A questão do julgamento nos parece fácil, porque os que são trazidos à barra pública do Tribunal não passam de números. Sequer nos recordamos que são seres humanos.

Mas são Espíritos imortais, exatamente como nós, e merecem receber justiça, não impiedade ou a carga das nossas frustrações.

*   *   *

A autoridade para censurar está na razão direta da moralidade daquele que censura.

Aos olhos de Deus, a única autoridade legítima é a que se apoia no exemplo do bem.

A base da Justiça Divina se assenta na misericórdia de nosso Pai Criador.

É por esse motivo que Ele nos concede a reencarnação como bendita oportunidade de reparação de nossas faltas, ao tempo que nos faculta crescer e produzir no bem.




Redação do Momento Espírita.
Em 16.11.2011.

"Não Julgues Teu Irmão"

"Não Julgues Teu Irmão"


Amigo,


Examina o trabalho que desempenhas.


Analisa a própria conduta.


Observa os atos que te definem.


Vigia as palavras que proferes.


Aprimora os pensamentos que emites.


Pondera as responsabilidades que recebeste.


Aperfeiçoa os próprios sentimentos.


Relaciona as faltas em que, porventura, incorreste.


Arrola os pontos fracos da própria personalidade.


Inventaria os débitos em que te inseriste.


Sê o investigador de ti mesmo, o defensor do próprio coração, o guarda de tua mente.


Mas, se não deténs contigo a função do juiz, chamado à cura das chagas sociais, não julgues o irmão do caminho, porque não existem dois problemas, absolutamente iguais, e cada espírito possui um campo de manifestações particulares.


Cada criatura tem o seu drama, a sua aflição, a sua dificuldade e a sua dor.


Antes de julgar, busca entender o próximo e compadece-te, para que a tua palavra seja uma luz de fraternidade no incentivo do bem.


E, acima de tudo, lembra-te de que amanhã, outros olhos pousarão sobre ti, assim como agora a tua visão se demora sobre os outros.


Então, serás julgado pelos teus julgamentos e medido, segundo as medidas que aplicas aos que te seguem.


ANDRÉ LUIZ
(De “Comandos do Amor”, de Francisco Cândido Xavier)

Responsabilidade adquirida sobre o julgamento ao próximo..

Responsabilidade adquirida sobre o julgamento ao próximo..

Iremos refletir sobre como nossas palavras influenciam negativa ou positivamente dentro de uma casa espirita esqueçamos a questão doutrinaria um pouco e busquemos uma abordagem intra e interpessoal.

Como lideres supostamente religiosos dentro de uma casa Espirita ( sim .....sim..... exatamente o que você leu caro leitor LIDERES RELIGIOSOS pois é assim que a maioria dos dirigentes de casas espiritas são vistos e muitas vezes fazem questão pseudo inconsciente de se manter nesta posição ).Pois bem , como lideres ou como devíamos ser ao menos, pessoas comuns dentro de um Núcleo social,pecamos quando nossa língua é mais rápida em relação as falhas alheias do que nossas próprias e ao longo destes oito anos dentro das casas espiritas disse muitas besteiras devido a personalidade inflada e também já ouvi todos os variados tipos de barbaridades seja em palestras ou comentários feitos em corredores ( haaaa corredores ,se estes falassem!).

Bem, sobre a responsabilidade das palavras relatarei uma ocorrência entre milhares que acontecem no dia a dia com nomes fictícios e vícios usados de forma generalizada que serão necessários para não ferir novamente suscetibilidades.

É necessário que aqueles que estejam a frente das casas espiritas entrem em alerta urgente sobre a responsabilidade do controle dos resultados obtidos em tratamentos diversos seja com Atendimento Fraterno , Cursos Regulares e esporádicos e principalmente se não formam consultas baseados em personalismo....

Vamos ao caso em questão : Maria participava de um curso de especialização mediúnica numa de nossas casas co irmãs em Carapicuíba e ao chegar em casa apos o termino do dia de curso iniciou-se uma discussão com o marido e essa pessoa acabou também por devolver a agressividade.Ao chegar na semana seguinte no curso comentou sobre a situação com o instrutor e esse disse enfaticamente que tudo ocorrerá devido ao seu vicio particular e que enquanto ela não o abandona-se tudo seria desta forma devido a influenciação espiritual que isto atraia e que suas atividades nas casas espiritas estariam comprometidas não possuindo segurança para trabalhar devido ao vicio.A chamada a bronca publica ate que não abalou a pessoa.

Ela analisou da seguinte forma << bem se não ha segurança para os trabalhos devido a influência ,é obvio que não devo trabalhar em Passes , Psicografias , Mediúnicos na Evangelização e por fim optou por um trabalho administrativo , finalmente envolvida pelo desanimo da CULPA a que foi exposta , sucumbiu ao desânimo e parou de frequentar a casa ,parou o evangelho no lar e ate seu trabalho começou a se comprometer.>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<< (minuto de silêncio)

Neste ponto algumas pessoas estarão dizendo `` Horas mas isso é culpa dela , o desânimo e a desistência´´ e isso é um fato que concordo plenamente o que não concordo é a forma como foi exposta em turma a sua própria culpa e principalmente por não ter nada a ver apontar um vicio alheio como causa direta de uma serie de impossibilidades.
Após ficar em silêncio durante durante longos 15 segundos fiz uma pergunta: Então quer dizer que EU por ser arrogante,orgulhoso,ciumento, autoritário,descrente ,desinteressado, etc etc etc , deva parar o processo de crescimento moral e a oportunidade de interação e doação pessoal  por que alguém que não enxerga seus próprios defeitos aponta os meus se colocando como ÍCONE MORAL????????

Oras meus amigos , esse é o tipo de fato que deveríamos combater dentro de nossas casas Espiritas e isso seria simples se fosse disposto tempo e energia para formar trabalhadores para averiguar resultados sem preconcebimento de fatos , conversando com as pessoas pós tratamento e analisando suas necessidades `` caso tenha ficado alguma duvida´´ ou ouvindo talvez reclamações sobre abordagens ou apontamentos.

Infelizmente esse tipo de ocorrência tem relativa reincidência pois pessoas que agem costumeiramente desta forma sabem o terreno que pisam e invariavelmente suas vitimas conscientemente ou não são pessoas que ou simples no modo de reagir ou ignorantes doutrinários que se escondem devido a incompreensão do que ouvem e sua melhor maneira de lidar com a situação é assumir culpas e medos impostos por pessoas que se julgam pedagogos Espirituais.

Por fim antes de abrir olhos alheios, olhemos mais nosso intimo.

O JULGAMENTO

O JULGAMENTO


Uma lei tão simples em seus princípios quanto admirável em seus efeitos preside à classificação das almas no espaço.
Quanto mais sutis e rarefeitas são as moléculas constitutivas do perispírito tanto mais rápida é a desencarnação, tanto mais vastos são os horizontes que se rasgam ao espírito. Devido ao seu peso fluídico e às suas afinidades, ele se eleva para grupos espirituais que lhe são similares. Sua natureza e seu grau de depuração determinam-lhe nível e classe no meio que lhe é próprio.
O espírito é dotado de liberdade e não estando imobilizado em nenhum ponto, pode, dentro de certos limites, deslocar-se e percorrer os paramos etéreos.
Pode, em qualquer tempo, modificar suas tendências, transformar-se pelo trabalho e pelas provas, e, conseguintemente, elevar-se à vontade na escala dos seres.
É, pois, uma lei natural, análoga às leis da atração e da gravidade, a que fixa a sorte das almas depois da morte. O espírito impuro, acabrunhado pela densidade de seus fluidos materiais, confina-se nas camadas inferiores da atmosfera, enquanto a alma virtuosa, de envoltório depurado e sutil, arremessa-se, alegre, rápida como o pensamento, pelo azul infinito.
É também em si mesmo, em sua própria consciência que o espírito encontra sua recompensa ou seu castigo. Ele é seu próprio juiz. Caído o vestuário de carne, a luz penetra-o e sua alma aparece nua, deixando ver o quadro vivo de seus atos, de suas vontades, de seus desejos. Momento solene, exame cheio de angústia e de desilusão. As recordações despertam em tropel e a vida inteira desenrola-se com seu cortejo de faltas, de fraquezas, de miséria. Da infância à morte, tudo, pensamentos, palavras, ações, tudo sai da sombra, reaparece à luz, anima-se e revive. O ser contempla-se a si mesmo, revê, uma a uma, através dos tempos, suas existências passadas, suas quedas, suas ascensões,suas fases inumeráveis. Conta os estágios franqueados, mede o caminho percorrido, compara o bem e o mal realizados. Do fundo do passado obscuro, surgem, a seu apelo, como outros tantos fantasmas, as formas que vestiu através das vidas sucessivas. Reconhece a causa dos processos executados, das expiações sofridas, o motivo de sua posição atual. Eis para o espírito a hora da verdadeira tortura moral. Essa evocação do passado traz-lhe a sentença temível, a increpação da sua própria consciência, espécie de julgamento de Deus. Por mais lacerante que seja, esse exame é necessário porque pode ser o ponto de partida de resoluções salutares e da reabilitação.
O grau de depuração do espírito, a posição que ocupa no espaço representam a soma de seus progressos realizados e dão a medida do seu valor moral. È nisto que consiste a sentença infalível que lhe decide a sorte, sem apelo. Simplicidade maravilhosa que as instituições humanas não poderiam reproduzir; o princípio de afinidade regula todas as coisas e fixa a cada qual o seu lugar. Nada de julgamento, nada de tribunal, apenas existe a lei imutável executando-se por si própria, pelo jogo natural das forças espirituais e segundo o emprego que delas faz a alma livre e responsável. Todo pensamento tem uma forma, e essa forma, criada pela vontade, fotografa-se em nós como em um espelho onde as imagens se gravam por si mesmas. Nosso envoltório fluídico reflete e guarda, como em um registro, todos os fatos da nossa existência. Esse registro está fechado durante a vida, porque a carne é a espessa capa que nos oculta o seu conteúdo. Mas, por ocasião da morte, ele abre-se repentinamente e as suas páginas distendem-se aos nossos olhos.
O espírito desencarnado traz, portanto, em si, visível para todos, seu céu ou seu inferno. A prova irrecusável da sua elevação ou da sua inferioridade está inscrita em seu corpo fluídico.
Para distrair-se dos cuidados, das preocupações morais, o homem tem o trabalho, o estudo, o sono. Para o espírito não há mais esses recursos. Desprendido dos laços corporais, acha-se incessantemente em face do quadro fiel e vivo do seu passado. Assim, os amargores e pesares contínuos, que então decorrem, despertam-lhe, na maior parte dos casos, o desejo de, em breve, tomar um corpo carnal para combater, sofrer e resgatar esse passado acusador.

Do livro: Depois da Morte – Léon Denis

Julgamentos

Julgamentos

Amigo, você nos solicita algumas notas, mesmo ligeiras, sobre os julgamentos precipitados e trago à memória um fato simples, no entanto, capaz de acordar para a sensatez, com relação à análise de atitudes alheias.

Acompanhei, certa feita, dois amigos que deliberaram participar de um leilão beneficente.

Em praça enorme, adensava-se pequena multidão, interessada na aquisição fácil de prendas, muitas delas valiosas, que se expunham numa espécie de coreto, no qual o leiloeiro anunciava a peça e o preço provável que essa mesma peça atingiria na oferta de quem desejasse adquiri-la.

Os dois amigos, aos quais me referi, tentavam colher o melhor do extenso material, ali depositado pela generosidade popular, quando notaram que certa senhora oferecia sempre um preço muito alto e obtinha os brindes que brilhavam ante a curiosidade dos circunstantes.

Bastava que o leiloeiro apresentasse o elemento a ser disputado, para que a dama, evidentemente muito pobre, ofertasse uma importância difícil de ser superada por algum dos presentes, recebendo os objetos arrematados, ao lado de um rapazinho que a seguia de perto. Considerando que ela já havia gasto verdadeira fortuna, em pleno leilão, os amigos aos quais me reporto passaram ao diálogo em torno do que viam:

- Não entendo que uma senhora vestida de trapos, possa apresentar parcelas de um capital assim tão valioso – comentou um deles.

Atalhou o outro:

- Penso que se trata de uma vigarista. Naturalmente se traja mostrando penúria, a fim de aproveitar o empreendimento que se realiza, de modo a transformar-se no socorro a mendigos em necessidade e desvalimento.

- Sem dúvida, estamos à frente de mulher estranha, tão pobremente trajada e esnobando finança gorda.

Os dois, então, resolveram interpelá-la.

Um deles, principiou, afirmando-lhe matreiro:

- A senhora nos surpreende, conquistando os seus brindes a preço tão elevado. Acaso, trabalha para alguma casa de quinquilharias?

Ela replicou, humilde:

- Esse leilão de hoje se verifica uma só vez por ano e guardo todos os recursos que me sobram das despesas pessoais, de maneira a incentivar esta obra que se destina a socorrer aleijados e velhinhos doentes, mães sofredoras e acidentados sem ninguém que os ampare. Penso neles e faço o possível para prestigiar a festa de que os necessitados recebem preciosas migalhas...

O amigo prosseguiu, indagando:

- Mas a senhora não tem ligação com o comércio varejista, ao qual a senhora entregará todos esses brindes, com vasta margem de lucro?

Com grande surpresa para os meus companheiros, ela apenas respondeu:

- Meu senhor, eu também sou cega e, por isso mesmo, devo compreender a necessidade dos outros...

O assunto foi encerrado e todos nós que assistimos ao curioso diálogo, em grande silêncio, conseguimos entesourar a valiosa lição.

Transtorno de Personalidade Paranóide:


Indivíduos desconfiados, que se sentem enganados pelos outros, com dúvidas a respeito da lealdade dos outros, interpretando ações ou observações dos outros como ameaçadoras. São rancorosos e percebem ataques a seu caráter ou reputação, muitas vezes ciumentos e com desconfianças infundadas sobre a fidelidade dos seus parceiros e amigos.

Paranóia - Wiki

http://pt.wikipedia.org/wiki/Paranoia

PROJEÇÃO

PROJEÇÃO

É também chamada transferência. Mecanismo de defesa que leva o indivíduo a interpretar os pensamentos, sentimentos e as atitudes de outras pessoas em função de suas próprias tendências.
O ego reprime os seus conflitos de personalidade, projetando-os em outras pessoas, fugindo da aceitação de seus próprios erros e da responsabilidade por eles.
A projeção dos sentimentos interiores no mundo exterior, comumente significa ver no outro, aquilo de que não se gosta em si mesmo.
Toda vez que alguém acusa com veemência, determinadas características negativas dos outros, está, na realidade, projetando-se nele, transferindo as negatividades do ego que o indivíduo não deseja reconhecer em si mesmo, para outra pessoa. Há uma necessidade de combater no outro, o que ele gostaria de ocultar em si mesmo.
Uma das formas mais comuns de projeção é a necessidade de culpar os outros pólas próprias atitudes, transferindo para outrem a responsabilidade sobre si mesmo.
A única forma de se libertar da projeção é interromper esse mecanismo de transferência, aceitando os seus defeitos e responsabilizando-se pelos seus erros e acertos e, com isso, tornar-se uma pessoa melhor.

Do livro: PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho

A trave e o argueiro - Do Redação ME


Buscando sempre nas palavras de Jesus ensinamentos úteis para as nossas vidas, lembramos de um caso singular.

Ao final do dia, o trabalhador dialogava com a esposa, sobre diversos temas, quando enveredou pela crítica aos colegas de trabalho que, segundo ele, praticavam erros abomináveis.

Lamentava-se dizendo que não aguentava mais aquele pessoal da empresa.

A esposa, que ouvia atenta, perguntou-lhe:

O que foi desta vez?

Ao ouvir estas palavras ficou preocupado, pois teve a impressão de reincidência no mau hábito de criticar.

Todavia continuou: Sabe o que é? Lá na seção existe uma cadeira vazia que serve para o usuário se sentar quando vem falar conosco.

Pois bem, quando eles se retiram, não colocam a cadeira de volta no lugar de origem, o que já é um desrespeito.

E mais: os colegas não movem uma palha para colocá-la no lugar correto. Eu é que faço isso sempre, já que a cadeira fora do lugar atrapalha o trânsito.

A esposa, que até então ouvia sem dizer uma palavra, comentou: É engraçado!

O quê? Indagou o esposo curioso.

É engraçado tudo isso que você disse.

Por quê?

Você comenta sobre os colegas que não colocam uma cadeira no lugar, desrespeitando o ambiente de trabalho, quando você faz o mesmo dentro de sua própria casa.

Como assim? Perguntou com o coração em sobressalto, pela surpreendente revelação.

Você termina de almoçar, ou jantar, levanta-se, a cadeira vai parar distante da mesa, quase no meio da sala.

Seus filhos e eu observamos seu caminhar satisfeito até o sofá, atirando o corpo saciado nele, voltando em seguida o olhar sonolento para a televisão ou o jornal.

Enquanto isso, eu recolho os talheres e, ao final, recoloco a cadeira no lugar, antes que você mesmo tropece e reclame por ela estar fora de sua posição original.

Eu faço isso? Indagou assustado.

Há oito anos, respondeu a esposa.

Esse era o tempo que viviam juntos.

*   *   *

Jesus, em Sua sabedoria questiona:

Por que olhas para o cisco que está no olho de teu irmão e não notas a trave no teu olho?

Assim procedemos muitos de nós. Reprovamos os defeitos dos outros e esquecemos de dar uma olhada no nosso modo de ser.

Criticamos nos outros o que costumamos fazer habitualmente, sem nos darmos conta.

Jesus, após o questionamento, recomenda:

Tira primeiro a trave do teu olho, e então verás para tirar o cisco do olho do teu irmão.

*   *   *

Antes de levantar a voz para criticar quem quer que seja, voltemos o olhar para nossa própria situação.

Observemo-nos constantemente para não cairmos no mesmo equívoco do esposo que deixava a cadeira fora do lugar e criticava esse comportamento nos colegas.

Como podemos perceber, os ensinos de Jesus são sempre oportunos e atuais, basta que saibamos entendê­-los.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 3, ed. FEP.
Em 26.6.2013.

O “cisco” e a “trave” - Hammed

uma mensagem que consta do livro “Renovando atitudes“, do Espírito Hammed, psicografado pelo médium Fco. Espírito Santo Neto.

O “cisco” e a “trave”

"Por que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, vós que não vedes uma trave no vosso olho? Ou como dizeis ao vosso irmão: Deixe-me tirar um argueiro do vosso olho, vós que tendes uma trave no vosso? Hipócritas, tirai primeiramente a trave do vosso olho, e então vereis como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão." (ESE - Cap. X, Item 9)

Os indivíduos em plenitude não negam suas emoções; permitem que elas venham à tona, e, como elas estão sob seu controle, reconhecem o que estão lhes mostrando sobre seus sentimentos, suas inclinações e suas relações com as pessoas.

As emoções devem ser "integradas", ou seja, primeiramente, devemos nos permitir "senti-las"; logo após, devemos julgá-las e "pensar" sobre nossas necessidades ou desejos; e, a partir disso "agir" com nosso livre-arbítrio, executando ou não, conforme nossa vontade achar conveniente.

O mecanismo de nos "consentir", de "raciocinar" e de "integrar" emoções determinará nossos êxitos ou nossas derrotas nas estradas de nossa existência.

Emoções são muito importantes. Através delas é que nos individualizamos e nos diferenciamos uns dos outros. Ninguém sente, pois, exatamente igual, isto é, com a mesma potencia e intensidade, seja no entusiasmo em uma situação prazerosa, seja na frustração ao observar uma meta perdida. Podemos penar igual aos outros, mas para um mesmo pensamento criaturas diversas têm múltiplas reações emocionais.

Assim considerando, emoções não são certas ou erradas, boas ou impróprias, mas apenas energias que dependem do direcionamento que dermos a elas.

Reconhecê-las ou admiti-las não significa, de modo algum, que vamos sempre agir de acordo com elas.

Em face dessa conjuntura, quando negadas ou reprimidas, não desaparecem como por encanto; ao contrário, sendo energias, elas se alojarão em determinados órgãos e congestionarão as entranhas mais íntimas da estrutura psicossomática dos indivíduos.

Ao abafarmos as emoções, podemos gerar uma grande variedade de doenças auto destrutivas. Abafá-las pode também nos levar a reações muito exacerbadas ou à completa ausência de reações, a apatia.

Portanto, quando tomamos amplo contato com nosso lado emocional, começamos a reconhecer vestígios a respeito de nós mesmos, que nos proporcionarão auto descoberta, auto preservação, segurança íntima e crescimento pessoal.

Ora, se o Poder Divino, através de sua criação, pelo próprio mecanismo da Natureza, delegou as emoções, não poderemos simplesmente negá-las, como se não servissem para nada. Tristeza, alegria, raiva ou medo são emoções básicas e deveremos usá-las como bússolas que nos nortearão os caminhos da vida.

Elas estão conectadas a nosso sistema de pensamento "cognitivo" – atividades psicológicas superiores, tais como: a percepção, a intuição, a memória, a linguagem, a atenção e os demais processos intelectuais e espirituais.

Ao ignorarmos nossas reações emocionais, não investigando sua origem em nós mesmos, teremos sempre a tendência de projetá-las nos outros. Além do que, seremos seres psicologicamente claudicantes, por não integrarmos nossas emoções aos nossos cinco sentidos, que nos facilitam a análise das pessoas e de nós mesmos.

A tendência que certos indivíduos têm de atribuir falhas e erros a outras pessoas ou coisas, não enxergando e não admitindo como sendo suas, denomina-se "projeção".

Às vezes, tentamos fazer nossas emoções desaparecer, porque as tememos. Reconhecer o que realmente sentimos exigiria ação, mudança e decisão de nossa parte, e muitas vezes seríamos colocados face a face com verdades inadmissíveis e inconcebíveis por nós mesmos; e assim, tentamos projetá-las como sendo emoções não nossas, mas dos outros.

"Não sinta isso, é feio" - essa é uma das muitas velhas mensagens que ecoam em nossa mente desde a mais tenra infância; com o passar do tempo, julgamos não mais senti-las, porque as escondemos da recriminação dos adultos.

Em razão disso, certos indivíduos condenam com veemência os "ciscos" nos outros, pois vêem em tudo luxúria e perversão, desonestidade ou ambição. É possível que esses mesmos indivíduos estejam reprimindo o reconhecimento de que eles próprios trazem consigo emoções sexuais e perversidades mal resolvidas, ou, em outros casos, emoções desmedidas de fama e de dinheiro projetadas sobre todos os que são por eles denominados ambiciosos e desonestos.

Na indagação "ou como dizeis ao vosso irmão: deixai-me tirar um argueiro do vosso olho, vós que tendes uma trave no vosso?", Jesus reconhecia a universalidade desse processo psicológico, "a projeção", e, como sempre, asseverava a necessidade da busca de si mesmo, para não transferirmos nossos traços de personalidade desconhecidos às coisas, às situações e aos outros.

O Mestre nos inspirava ao mergulho em nossa própria intimidade, a fim de que pudéssemos enxergar o "lado obscuro" de nossa personalidade. Ao tomarmos esse contato imprescindível com nossas "sombras", a consciência se torna mais lúcida, crítica e responsável, descortinando amplos e novos horizontes para o seu desenvolvimento e plenitude espiritual.

Finalizando, atentemos para a análise: “as condutas alheias que mais nos irritam são aquelas que não admitimos estar em nós mesmos” “os outros nos servem de espelho, para que realmente possamos nos reconhecer”.

o argueiro e a trave - Slides

http://ivanquoos.blogspot.com.br/2012/07/palestra-espirita-o-argueiro-e-trave-no.html

O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO - Leda

 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – ALLAN KARDEC
CAPÍTULO X : BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
ITENS 9 E 10 : O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO


             “Porque vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou, como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mateus, VII: 3 a 5)


             A palavra argueiro significa partícula leve, cisco; por extensão: coisa insignificante.
             Trave significa viga; pedaço de madeira ou de outro material utilizado para sustentar ou reforçar uma estrutura.

             Os orgulhosos e os pseudo-sábios sorriem á vista da descrição dessa situação inverossímil.

             Mas, esse é mais um exemplo da preocupação de Jesus em usar de coisas simples e chamativas, às vezes pela situação absurda, a fim de que suas palavras não se perdessem e se fixassem na memória dos que o ouviam, porque ele sabia da necessidade de um longo tempo de desenvolvimento espiritual para que grande parte da humanidade entendesse seus ensinos.

             As palavras ficaram, foram entendidas por muitos, mas, muitos mais, somente agora, estão percebendo seu real significado e sua importância, e outros muitos, nem chegaram até aí.

             Quanto mais se estuda os Evangelhos, mais Jesus se agiganta, se eleva, se sublima aos nossos olhos, à nossa ainda imperfeita capacidade de compreensão e entendimento, e seus ensinos de mais de dois mil anos, mostram-se atuais e cada vez mais necessários a toda humanidade da Terra.

             Nessas palavras, citadas por Mateus, Jesus destaca a facilidade que o homem tem em perceber os erros alheios e a dificuldade que tem em perceber os seus.

             “Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço?”

             Admirável Kardec, com sua sabedoria de tornar sua escrita acessível a todos, escrevendo de maneira simples sobre coisas difíceis de serem entendidas e vividas!

             Olhar-se para si mesmo, como se outra pessoa fosse, é a maneira melhor, talvez a única, de conhecer-se a si próprio, idéia já conhecida desde antes de Sócrates, que a divulgou há mais de trezentos anos antes de Cristo nascer.

             Isso é possível ao homem, observando, perseverantemente, as suas reações aos acontecimentos, às situações da vida e às pessoas com as quais se relaciona ou convive.

             Analisando essas reações com objetividade, sem complacência, nem justificativas, como se outra pessoa fosse, vai - se conhecendo a si próprio.

             A partir desse hábito, fica mais fácil, conhecer suas qualidades em desenvolvimento, as que estão quais novas plantinhas, ainda frágeis, requerendo cuidados e atenções especiais, suas imperfeições e suas qualificações negativas.

             Aceitá-las todas, as boas e as más, na compreensão de ser um Espírito em evolução, portanto, sujeito a erros, equívocos e omissões, é um novo passo.

             Não parar aí, a fim de que o progresso, que é inevitável, não precise ser feito através de dores e sofrimentos.

             Querer progredir no bem, pelo bem e para o bem, no cumprimento das leis divinas, exige que se combata, até eliminá-lo, o mal que existe dentro do ser, criado por ele mesmo, ao mesmo tempo em que se esforce, o mais possível, para desenvolver as virtudes por brotar, as já plantinhas novas e as mais crescidinhas.

             Essa é a tarefa maior dos habitantes da Terra, a finalidade das inúmeras reencarnações.

             Nas descobertas sobre si mesmo, o homem vai perceber que o orgulho que o leva a sentir-se ofendido e o impede de perdoar, também está presente na dificuldade que tem de ver-se como é, no disfarce dos “seus próprios defeitos, tanto morais quanto físicos”.

             É o orgulho que o leva a perceber e destacar no outro o mal que se recusa a ver em si. Isso é falta de caridade, porque ressaltando o defeito alheio é como se dissesse: “Eu não faço isso, sou melhor do que ele”.

             Querendo que os outros o vejam como ele pensa que é ou deseja parecer ser, destacando os defeitos alheios, pensa que esconde os seus, desviando a atenção.

             Por isso Kardec afirma que “o orgulho, além de ser a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso, que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.”

             Assim, o orgulhoso não é ou tem dificuldade em ser caridoso, indulgente, tolerante, generoso, paciente, obediente, resignado, manso, pacífico...

             Busquemos, todos nós, que consideramos Jesus como nosso Guia e Modelo, procurar ver e destacar o bem que existe nos outros, sendo benevolentes com suas faltas, tanto quanto desejamos que os outros o sejam para conosco.

             Deixemos o rigor e a exigência para conosco, na luta contra nossas imperfeições morais, com a certeza de que todos nós trazemos em nós a perfectibilidade, ou seja, a capacidade de tornarmo-nos perfeitos.


Bibliografia:


KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Agosto / 2008

O Argueiro e a Trave No Olho - IRC

O Argueiro e a Trave No Olho

“O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo X, itens 9 e 10.”

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositora: Vera Oliveira
Rio de Janeiro
29/05/2002

Dirigente do Estudo:

Márcio Duarte

Mensagem Introdutória:

NÃO CENSURES

Não censures. Onde o mal apareça, retifiquemos amando, empreendendo semelhante trabalho a partir de nós mesmos.

O cirurgião ampara o corpo enfermo, empregando atenção e carinho, com bisturis adequados.

O artista afeiçoa a pedra ao próprio sonho, aformoseando-lhe a estrutura com paciência e vagar.

Ninguém desfaz a treva sem luz.

E reconhecendo-se que a luz nasce da força que se desgasta, em louvor da cooperação e do benefício, o amor procede do coração que se entrega ao trabalho para compreender e auxiliar.

Quando estiveres a ponto de desanimar ante os empeços do mundo, de espírito inclinado à acusação e à amargura, lembra-te de Deus cuja presença fulge nas faixas mais simples da natureza.

A divina sabedoria apoia a semente para que a semente germine, propiciando-lhe recursos imprescindíveis à existência; nutre-lhe os rebentos, doando-lhes condições precisas para que se desenvolvam, e, convertida a planta em árvore benfeitora, assegura-lhe a seiva e aguarda-lhe ocasião justa para a colheita dos frutos de que enriquecerá o celeiro.

Em toda a parte da Terra, surpreendemos a esperança de Deus, em função ativa, seja na pedra que se erguerá em utilidade, no carvão que se fará diamante, no espinheiral que se metamorfoseará em ninho de flores, na gleba inculta que se transfigurará em jardim.

Deus opera com tempo igual para todos.

E a própria sabedoria divina nos auxilia a todos indistintamente, agindo, criando, renovando e sublimando com apoio nas horas; sempre que nos vejamos defrontados por dificuldades e incompreensões, saibamos servir com paciência e aprenderemos que, à frente dos problemas da vida, sejam eles quais forem, não existem razões para que venhamos a esmorecer ou desesperar.

Oração Inicial:

<Moderador_> Senhor, nosso Mestre e Irmão maior, queremos nos reunir, Senhor, em Teu nome, para falarmos de Tua palavra, que nos foi trazida há dois mil anos. Que possamos aproveitar bem este tempo e esta oportunidade de estudar o Teu evangelho. Pedimos a assistência dos bons espíritos, que orientam este trabalho. Que eles nos inspirem e inspirem a nossa companheira, Vera Oliveira, na sua exposição. Pedimos, Senhor, que seja em Teu nome, e em nome de Deus, que possamos dar por iniciado o Estudo sobre o Evangelho Segundo o Espiritismo.

Que assim Seja!

Exposição:

<Vera_Oliveira> Meus queridos companheiros, que Jesus nos abençoe a noite de estudos e que nos conduza ao que tiver de melhor no tema de hoje, para que juntos possamos refletir em lições tão valiosas para as nossas almas.

Recordemos o Capítulo VII - Bem aventurados os pobres de espírito, do Evangelho Segundo o Espiritismo, quando Kardec nos esclarece que o orgulho é a catarata que tolda a visão.

Interessante esse esclarecimento de Kardec. Se o orgulho é a catarata que tolda a visão, certamente nos deixa um desconhecimento de nós mesmos. E isso significa que olhamos mais o que acontece fora de nós, e, mesmo assim , ainda ficamos sem bases para direcionar e discernir aquilo que identificamos no outro, segundo os nossos conceitos, os nossos padrões e o nosso sentimento. Por isso, devemos refletir profundamente na necessidade intransferível de identificarmos e trabalharmos esse grande obstáculo do nosso progresso, que é o orgulho.

E por que nós estamos falando disso nesse item?

Justamente, porque é no item 10 que Kardec nos diz : "Se o orgulho é o pai de muitos vícios é também a negação de muitas virtudes e pode-se encontrá-lo na base e como motivo de quase todas as nossas ações".

Foi por isso que Jesus se interessou em combatê-lo como principal obstáculo ao nosso progresso. Se a Lei é de Progresso para o espírito imortal, faz-se imprescindível retirar os obstáculos do nosso caminho.

Em quê o orgulho dificulta a nossa relação com o outro?

Achamos que somos melhores em muitas situações. Isso, muitas vezes, nos distancia da possibilidade de desenvolvermos uma relação amorosa com o outro.

Sentimos medo de ser ofendido por alguma coisa que o outro nos faça. Nos sentimos enciumados quando descobrimos que o outro tem outros afetos. Enfim, são muitas as dificuldades que o nosso orgulho cria na intimidade do nosso ser, nos trazendo insegurança, insatisfação e desentendimento, nos nossos relacionamentos.

Quando apontamos defeitos nos outros, não podemos esquecer que o outro, necessariamente, não tem o defeito que dizemos que ele tem. Atribuímos um determinado defeito a alguém, segundo a nossa opinião. É a forma que vemos as coisas, daí a necessidade termos muito cuidado.

Analisamos o semelhante segundo os nossos conceitos que, muitas vezes, estão baseados em preconceitos e equívocos, que não condizem com a realidade do nosso companheiro. Jesus nos ensinou o grande método de viver bem com o outro, o que geralmente, achamos ser impossível exercitar , porque o catalogamos como ensino de santificação. Por outro lado, sabemos não ser real este sentimento. Trata-se apenas de uma forma de viver melhor, de viver bem, de crescer, de aprender com o outro, de trocarmos experiências. Mas só poderemos crescer nesse sentido, se nos sentirmos livres dessas mesquinharias que nos fazem tão pequenos quando podemos ser grandes nos sentimentos, nas emoções de amor e consequentemente nos sentirmos felizes.

Olhe para o outro e tente senti-lo em sua melhor forma, pois todos nós temos o nosso lado bom. Podemos, ainda, esquecer seu lado negativo , que não cabe a nenhum de nós analisar por não termos competência para tal. Jesus nos ensina : "Atira a primeira pedra, aquele que tiver sem pecado." Estava aí o Mestre, indiscutivelmente, dizendo da nossa incompetência em julgar o outro.

Ao olharmos o lado bom, poderemos nos descobrir e nos relacionar com nossos semelhantes pelo lado positivo. Experimente, tente descobrir, estimule esse lado bom. Incentive-o. Arranque de dentro do outro, os sentimentos nobres e você verá, nós veremos, que a relação se torna mais fácil, mais compensadora, enfim, nos trará valores que nem imaginávamos.

Em O Livro dos Espíritos, na parte que fala das Leis Morais - Lei de Liberdade, nos dizem os espíritos, que nós fazemos os hipócritas porque não aceitamos a sua forma de pensar. Ou seja, quando alguém percebe que não aceitamos a forma com que ele pensa, não se mostra como é. No entanto, prosseguem os espíritos dizendo, que todo ser é livre para pensar. Imagine que, se Deus deu ao homem a liberdade de pensar, quem somos nós para aceitar, ou não, o que outro pensa. Quando refletimos sobre esse esclarecimento dos espíritos, percebemos quanto é grande a nossa infantilidade.

E por que nós recorremos a essa pergunta?

Justamente porque no item 9, que estamos estudando, Jesus conclui a abordagem evangélica, dizendo: "Hipócritas. Tirai primeiro a trave do vosso olho, e então vereis como podereis tirar a palha do olho do vosso irmão."

Eis aí a grande direção que o Mestre nos dá, nos convocando a cuidar, primeiro de nós mesmos, no sentido de trabalhar nossos defeitos.

E, quando falamos em olhar para o nosso interior, não podemos esquecer, e nem deixar de citar Joanna de Angelis, através da sua valiosa obra, onde aborda aspectos psicológicos e doutrinários, nos auxiliando a detectar sempre o que precisamos modificar em nossos espíritos para o processo da renovação.

Tentemos, na noite de hoje, refletir na questão do orgulho.

Somos orgulhosos? Por que somos? Do quê temos orgulho?

Para quê temos orgulho? Aonde chegaremos com orgulho?

O que ele nos trará de bom para a nossa felicidade?

Eis aí questões que se desdobram em nossa mente e, certamente, as nossas emoções também se movimentam no sentido de avaliarmos e reavaliarmos o nosso próprio conteúdo.

E nessa reflexão, busquemos nesse momento nossos amigos espirituais, que tudo fazem para o nosso progresso moral, para que eles nos ajudem, nos direcionem nesta noite, quando sairmos dos nossos corpos físicos, para uma das muitas salas de estudos no plano espiritual, para que possamos fazer um curso rápido sobre a humildade, a chave do progresso individual.

E, para concluirmos, vamos recordar uma resposta de Baltazar, um dos diretores espirituais do Centro Espírita Léon Denis.

Perguntou-lhe, o médium Altivo, o que ele fazia para trabalhar conosco encarnados, já que tínhamos tantas dificuldades? Como ele fazia para administrar as nossas dificuldades.

E Baltazar respondeu:

- Para trabalhar com vocês, fiz um curso, na espiritualidade, de bom ânimo!

O princípio é o mesmo. Roguemos a Jesus, que nos conceda a oportunidade de fazermos pequenos cursos, para voltarmos aos nossos corpos mais animados, mais capazes de superar os nossos limites e as nossas dificuldades.

Um espírita nunca deverá crer que não vencerá uma dificuldade, porque ele sabe que, diante das dificuldades, a providência sempre enviará os recursos.

Oração Final:

<Moderador_> Façamos a nossa prece de encerramento, unindo nossos corações e pensando em Jesus.

Mestre amigo e nosso irmão Jesus. Queremos Te agradecer a oportunidade do estudo, na noite de hoje. Te agradecemos pela Doutrina Espírita, que vem nos consolar e nos ensinar e ir ao Teu encontro, em nosso caminho da evolução. Fique conosco, Senhor, nos abençoe e abençoe a nossa amiga Vera, que nos trouxe a Tua palavra, em uma bela exposição. É em Teu nome, Senhor, e em nome de Deus que pedimos para encerrar o Estudo de Hoje.

Que assim seja!

Bem-aventurados os misericordiosos: “O argueiro e a trave no olho”.

ARTIGO DE AUTORIA DE ANA BLUME

Bem-aventurados os misericordiosos: “O argueiro e a trave no olho”.

É bem conhecida a analogia que fez Jesus, ao nos explicar um dos mais profundos males da humanidade.

Por que vês o argueiro no olho do teu irmão?

Temos conosco, em razão de nosso grau inferior de evolução, a tendência de julgar duramente os outros por seus erros, ao passo que, em relação a nossos próprios erros, somos poços de indulgência.

Onde está nisso a caridade e o perdão?

Por tantas vezes já ouvimos sobre os benefícios infinitos do perdão, da humildade e da misericórdia; ainda assim, a mensagem já decorada pelo cérebro pouco afeta o coração.

Continuamos reproduzindo, apesar de nossas boas intenções, os erros originados no orgulho e na arrogância. E até mesmo nossa formação espírita pode se tornar uma armadilha e fazer com que nos acreditemos mais importantes, mais informados ou até mesmo, de certa forma, superiores àqueles que seguem outras doutrinas ou que não seguem doutrina alguma.

Tal conduta só serve para mostrar a nós mesmos nossa própria insegurança, que tem por origem a sensação de inferioridade natural que sentimos por termos nos afastado do Criador, caindo nas fileiras da maldade.

Assim, uma das melhores formas de reconstruir as pontes que nos ligam a Deus é exatamente a autoaceitação, o reconhecimento de nossas fraquezas, a misericórdia com os outros, a alegria sincera pelo sucesso alheio, a tomada da responsabilidade por nós mesmos. Tudo isso tem apenas um nome: o autoamor.

Quando nos aceitamos e nos amamos, não temos necessidade de procurar o mal em outrem para nos envaidecermos. Sabemos quem somos, compreendemos os limites que nos impõe nosso grau de evolução e, em contato com o outro, buscamos nele o melhor, perdoando-o por suas próprias limitações.

É esta uma das formas mais belas de caridade.

Procuremos, através da reforma íntima e do autoconhecimento, a retirada da trave de nossos olhos, através da aceitação e do amor a nós mesmos; é esta a única forma de amarmos também ao próximo.

Ana Blume é estudante de Sociologia e espírita desde os 7 anos – Idealizadora do blog “O Evangelho Segundo o Espiritismo Simplificado”

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O Argueiro e a Trave no Olho - ESE


            9 – Por que vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeira a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão. (Mateus, VII: 3-5).



            10 – Um dos caprichos da humanidade é ver cada qual o mal alheio antes do próprio. Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço? É o orgulho, incontestavelmente, o que leva o homem a disfarçar os seus próprios defeitos, tanto morais como físicos. Esse capricho é essencialmente contrário à caridade, pois a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. A caridade orgulhosa é um contra senso, pois esses dois sentimentos se neutralizam mutuamente. Como, de fato, um homem bastante fútil para crer na importância de sua personalidade e na supremacia de suas qualidades, poderia ter ao mesmo tempo, bastante abnegação para ressaltar nos outros o bem que poderia eclipsá-lo, em lugar do mal que poderia pô-lo em destaque? Se o orgulho é a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

15 coisas que você precisa abandonar para ser feliz

16 DE AGOSTO DE 2013 BY CLAIRE DUMAS

Essa lista é uma tradução, o texto original e em inglês é do World Observer Online

1. Desista da sua necessidade de estar sempre certo

Há tantos de nós que não podem suportar a ideia de estarem errados – querem ter sempre razão – mesmo correndo o risco de acabar com grandes relacionamentos ou causar estresse e dor, para nós e para os outros. E não vale a pena, mesmo. Sempre que você sentir essa necessidade “urgente” de começar uma briga sobre quem está certo e quem está errado, pergunte a si mesmo: “Eu prefiro estar certo ou ser gentil?” (Wayne Dyer) Que diferença fará? Seu ego é mesmo tão grande assim?

2. Desista da sua necessidade de controle

Estar disposto a abandonar a sua necessidade de estar sempre no controle de tudo o que acontece a você e ao seu redor – situações, eventos, pessoas, etc. Sendo eles entes queridos, colegas de trabalho ou apenas estranhos que você conheceu na rua – deixe que eles sejam. Deixe que tudo e todos sejam exatamente o que são e você verá como isso irá o fazer se sentir melhor.

“Ao abrir mão, tudo é feito. O mundo é ganho por quem se desapega, mas é necessário você tentar e tentar. O mundo está além da vitória.” Lao Tzu

3. Pare de culpar os outros

Desista desse desejo de culpar as outras pessoas pelo que você tem ou não, pelo que você sente ou deixa de sentir. Pare de abrir mão do seu poder e comece a se responsabilizar pela sua vida.

4. Abandone as conversinhas auto-destrutivas

Quantas pessoas estão se machucando por causa da sua mentalidade negativa, poluída e repetidamente derrotista? Não acredite em tudo o que a sua mente está te dizendo – especialmente, se é algo pessimista. Você é melhor do que isso.

“A mente é um instrumento soberbo, se usado corretamente. Usado de forma errada, contudo, torna-se muito destrutiva.” Eckhart Tolle

5. Deixe de lado as crenças limitadoras sobre quem você pode ou não ser, sobre o que é possível e o que é impossível. De agora em diante, não está mais permitido deixar que as suas crenças restritivas te deixem empacado no lugar errado. Abra as asas e voe!

“Uma crença não é uma ideia realizada pela mente, é uma ideia que segura a mente.” Elly Roselle

6. Pare de reclamar

Desista da sua necessidade constante de reclamar daquelas várias, várias, váaaarias coisas – pessoas, momentos, situações que te deixam infeliz ou depressivo. Ninguém pode te deixar infeliz, nenhuma situação pode te deixar triste ou na pior, a não ser que você permita. Não é a situação que libera esses sentimentos em você, mas como você escolhe encará-la. Nunca subestime o poder do pensamento positivo.

7. Esqueça o luxo de criticar

Desista do hábito de criticar coisas, eventos ou pessoas que são diferentes de você. Nós somos todos diferentes e, ainda assim, somos todos iguais. Todos nós queremos ser felizes, queremos amar e ser amados e ser sempre entendidos. Nós todos queremos algo e algo é desejado por todos nós.

8. Desista da sua necessidade de impressionar os outros

Pare de tentar tanto ser algo que você não é só para que os outros gostem de você. Não funciona dessa maneira. No momento em que você pára de tentar com tanto afinco ser algo que você não é, no instante em que você tira todas as máscaras e aceita quem realmente é, vai descobrir que as pessoas serão atraídas por você – sem esforço algum.

9. Abra mão da sua resistência à mudança

Mudar é bom. Mudar é o que vai te ajudar a ir de A a B. Mudar vai melhorar a sua vida e também as vidas de quem vive ao seu redor. Siga a sua felicidade, abrace a mudança – não resista a ela.

“Siga a sua felicidade e o mundo abrirá portas para você onde antes só havia paredes” Joseph Campbell

10. Esqueça os rótulos

Pare de rotular aquelas pessoas, coisas e situações que você não entende como se fossem esquisitas ou diferentes e tente abrir a sua mente, pouco a pouco. Mentes só funcionam quando abertas.

“A mais extrema forma da ignorância é quando você rejeita algo sobre o que você não sabe nada” Wayne Dyer

11. Abandone os seus medos

Medo é só uma ilusão, não existe – você que inventou. Está tudo em sua cabeça. Corrija o seu interior e, no exterior, as coisas vão se encaixar.

“A única coisa de que você deve ter medo é do próprio medo” Franklin D. Roosevelt

12. Desista de suas desculpas

Mande que arrumem as malas e diga que estão demitidas. Você não precisa mais delas. Muitas vezes nos limitamos por causa das muitas desculpas que usamos. Ao invés de crescer e trabalhar para melhorar a nós mesmos e nossas vidas, ficamos presos, mentindo para nós mesmos, usando todo tipo de desculpas – desculpas que, 99,9% das vezes, não são nem reais.

13. Deixe o passado no passado

Eu sei, eu sei. É difícil. Especialmente quando o passado parece bem melhor do que o presente e o futuro parece tão assustador, mas você tem que levar em consideração o fato de que o presente é tudo que você tem e tudo o que você vai ter. O passado que você está desejando – o passado com o qual você agora sonha – foi ignorado por você quando era presente. Pare de se iludir. Esteja presente em tudo que você faz e aproveite a vida. Afinal, a vida é uma viagem e não um destino. Enxergue o futuro com clareza, prepare-se, mas sempre esteja presente no agora.

14. Desapegue do apego

Este é um conceito que, para a maioria de nós é bem difícil de entender. E eu tenho que confessar que para mim também era – ainda é -, mas não é algo impossível. Você melhora a cada dia com tempo e prática. No momento em que você se desapegar de todas as coisas, (e isso não significa desistir do seu amor por elas – afinal, o amor e o apego não têm nada a ver um com o outro; o apego vem de um lugar de medo, enquanto o amor… bem, o verdadeiro amor é puro, gentil e altruísta, onde há amor não pode haver medo e, por causa disso, o apego e o amor não podem coexistir), você irá se acalmar e se virá a se tornar tolerante, amável e sereno… Você vai alcançar um estado que te permita compreender todas as coisas, sem sequer tentar. Um estado além das palavras.

15. Pare de viver a sua vida segundo as expectativas das outras pessoas

Pessoas demais estão vivendo uma vida que não é delas. Elas vivem suas vidas de acordo com o que outras pessoas pensam que é o melhor para elas, elas vivem as próprias vidas de acordo com o que os pais pensam que é o melhor para elas, ou o que seus amigos, inimigos, professores, o governo e até a mídia pensa que é o melhor para elas. Elas ignoram suas vozes interiores, suas intuições. Estão tão ocupadas agradando todo mundo, vivendo as suas expectativas, que perdem o controle das próprias vidas. Isso faz com que esqueçam o que as faz feliz, o que elas querem e o que precisam – e, um dia, esquecem também delas mesmas. Você tem a sua vida – essa vida agora – você deve vivê-la, dominá-la e, especialmente, não deixar que as opiniões dos outros te distraiam do seu caminho.

Fonte: Guia Ingresse

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

EM RELACIONAMENTOS QUE VALEM A PENA VOCÊ ENCONTRA ESPAÇO PARA SER QUEM É

Wanderley Oliveira

EM RELACIONAMENTOS QUE VALEM A PENA VOCÊ ENCONTRA ESPAÇO PARA SER QUEM É
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Relacionamentos tóxicos são aqueles que o abuso, o desrespeito e a manipulação tomaram conta. Neles existe o amor, com a maior certeza. Onde não existe afeto não existe a possibilidade dessa toxicidade. Entretanto, esse amor está sufocado debaixo de muitos escombros como se a relação tivesse passado, depois de algum tempo, por um destrutivo terremoto.
Um dos fatores mais presentes nessas relações é a ausência de limites. Isso acontece porque você não aprendeu a se proteger, a dizer NÃO, a falar o que pensa sobre quem ama e também porque se coloca muito disponível na convivência.
Onde existe muita disponibilidade no relacionamento, aumentam as chances de mágoa, traição, conflitos, acomodação e desajustes.
Seja você em seus relacionamentos. Imponha-se. Diga o que quer e o que não quer. Deixe de fazer o que compete ao outro fazer. Pare de carregar a relação nas costas, isso da uma tremenda dor de coluna.
Se você não sabe como fazer isso, comece tomando duas atitudes: pare de esperar a mudança de seus amores e busque tratamento para aprender a valorizar você mesmo.
Relacionamento que vale a pena você cresce, amadure e não perece.
Em relacionamentos que valem a pena você encontra espaço para ser quem é, com tudo de bom e tudo de pior que pertence à sua individualidade, afim de cada vez mais deixar florir o que existe de melhor em você à luz do amor.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Com a medida que medirdes, sereis medidos

Você entende o que Jesus quis nos ensinar quando disse que “com a medida que medirdes sereis medidos?” Você faz coisas que não gostaria que outras pessoas soubessem que você faz? Você fala coisas que comprometem a imagem e a credibilidade de alguém? Você sabe que isso não fica em segredo, não sabe? Mesmo que ninguém descubra, sua consciência está registrando tudo. Sua consciência registra e sua mente subconsciente ativa a Lei de causa e efeito atraindo para você o que você faz, o que você fala.

A maneira como você se porta para com os outros é a maneira como a Vida irá se portar com você. Se você for duro e julgador, a Vida também será dura e julgadora com você. Se você for compreensivo e bom, a Vida também será compreensiva e boa com você. Com a medida que medirdes, sereis medidos.

Estamos falando de ações e de palavras. Mas as ações e as palavras, antes de serem ações e palavras, foram pensamentos. É com o pensamento que tudo começa. O seu pensamento determina o que será feito da sua vida. É você quem constrói a sua vida, dia após dia, pensamento após pensamento. Tudo o que você pensa, o tempo todo, é o que você atrai para você. O seu sistema de crenças faz a sua vida ser como é.

Você está permanentemente interagindo com outros espíritos, encarnados ou desencarnados; está o tempo todo trocando energias, participando do pedaço de Universo em que você está inserido. Seus pensamentos são coisas. Quando você pensa com força, quando há emoção abastecendo o seu pensamento, ele cria forma, ele pode ser visto pelos espíritos desencarnados ou pelos encarnados com clarividência bem desenvolvida. O que você imagina (imaginação: imagem + ação), o pensamento que você mantém com o auxílio de imagens está criando estas imagens. Estas imagens podem ser vistas e sentidas.

Quando você imagina que está lutando fisicamente, o seu corpo astral  realiza os movimentos violentos e sente toda a emoção de uma luta real. Quando você mantém uma discussão mental, imaginando tudo o que diria para algum desafeto e o modo como diria, o seu corpo astral gesticula, se inquieta, se agita, como se a discussão estivesse ocorrendo no plano físico. Quando você fantasia sexualmente, seja se masturbando ou se relacionando com alguém, suas fantasias tomam forma, podem ser vistas e sentidas.

Em todos esses casos, o pensamento, quando suficientemente forte e contínuo, pode atrair o espírito visado ou outros espíritos que se afinizem com essas situações. Você pode estar lutando, discutindo ou se relacionando sexualmente com espíritos que comunguem com você essas emoções descontroladas.

Sempre que você estiver descontrolado emocionalmente, sempre que você perder o domínio dos seus pensamentos, você está à mercê de companhias espirituais provavelmente indesejadas. Se você pudesse ver com clareza o que os seus pensamentos causam, o que você atrai com os seus pensamentos soltos e descontrolados, você subitamente iria desenvolver maior domínio sobre si mesmo.

Nós não costumamos levar muito a sério os assuntos relacionados com espiritualidade e com a importância do pensamento porque não vemos as suas consequências de imediato. É pena que a maior parte das pessoas começa a cogitar da possibilidade de isso tudo ser verdade, e uma verdade mais simples e compreensível do que se imagina, quando os estragos já são grandes e comprometedores.

Uma mudança de padrão de pensamentos pode mudar a sua vida. É através do pensamento que praticamos o nosso poder creador herdado de Deus. Pelo pensamento nos fazemos co-creadores com Deus. Somos partículas divinas com o poder de manifestar a grandiosidade de Deus através de nossos pensamentos, palavras e ações.

Mude o rumo dos seus pensamentos sempre que eles estiverem focados em coisas negativas. Cuide o que você pensa, fala e faz, em relação a si mesmo e em relação aos outros. O mesmo critério que você usa nas suas relações pessoais, profissionais, familiares, é o critério que a Vida irá usar com você. A Vida lhe devolve o que você oferecer a ela. Com a medida que medirdes, sereis medidos.

Morel Wilkon

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O argueiro e a trave

O argueiro e a trave

Paulo Antonio Ferreira

" Como é que vedes um argueiro no olho de vosso irmão,
quando não vedes uma trave no vosso olho? - Ou, como
é que dizeis ao vosso irmão: Deixa - me tirar um argueiro
do teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? - Hipócritas,
tirai primeiro a trave do vosso olho e depois então, vede
como podereis tirar o argueiro do olho de vosso irmão."
(Mateus, cap VII, vv. 3 a 5)

Devemos ou não criticar os maus atos de nosso próximo? Será que, sem a crítica, nosso próximo pararia para repensar os procedimentos errôneos que tem praticado? Ou será que a crítica apenas desperta o ódio que existe escondido no interior de cada um? Já existe crítica demais nos livros espíritas, e poucas lições do verdadeiro amor?

Receber uma crítica dói, dói mais quando vem dos amigos e dói muito mais quando é injusta. Mas devemos lembrar que o que parece injusto para o criticado parece justo para quem critica. Como devemos receber uma crítica? Segundo André Luiz1, a crítica estimula:

"Interprete o adversário como portador de equilíbrio; se precisamos de amigos que nos estimulem, necessitamos igualmente de alguém que indique os nossos erros."

Quando Sócrates respondeu ao rapaz (que lhe trazia um novo caso para contar), se o que estava fazendo tinha passado pelo teste das três peneiras, VERDADE, BONDADE e NECESSIDADE, não seria porque já conhecia bastante o discípulo para saber do baixo nível de suas estorinhas? As críticas não deveriam também passar por este teste? Jesus teria passado sua ação pela peneira da BONDADE quando secou a figueira em vez de fazê-la produzir frutos em abundância? É óbvio que todos conhecemos a interpretação que o Mestre quis dar de que somos julgados pelos frutos que produzimos, mas todos sabemos também de sua infinita bondade e misericórdia. Não estaríamos nós enganados sobre o que entendemos por bondade? Se Jesus o fez, sendo perfeito, então o teste da Bondade não seria absoluto, mas dependeria das circunstâncias.

Quando Jesus nos falou do argueiro no olho, com certeza estava se referindo à tendência da maioria, principalmente daqueles que não seguem seus ensinamentos, de ver o mal dos outros de forma habitual, isto é, como hábito que adquiriram. Até mesmo nesta frase do argueiro estaríamos vendo o mal na pessoa que criticou primeiro. Jesus poderia fazê-lo porque era perfeito, mas nós deveríamos nos preocupar mais em corrigir os nosso próprios erros. Jesus poderia dizê-lo, mas nenhum de nós, imperfeitos como somos, teríamos autoridade para fazê-lo. No entanto todos ficam repetindo essa frase como se não fossem capazes de cometer o mesmo erro, como se estivessem isentos de imperfeições, e na verdade ao proferir a frase já o estariam fazendo. Isso é um raciocínio fácil de se chegar, e muitos abandonam as religiões por causa dessas incoerências, desses raciocínios sem fundamento lógico, que vem sendo repetidos há séculos pelas igrejas.

Para se adotar uma atitude realmente cristã essa frase do argueiro não deveria ser uma resposta a críticas como soe ser. O criticado deveria antes parar para refletir e, se mereceu a crítica, corrigir seus procedimentos para que ela não se repita. Se não a mereceu, deve compreender que todos à sua volta, que conhecem seu trabalho, sabem também que foi imerecida e que cabe a Deus o julgamento final, encerrando aí a questão. Mas se responde repetindo a frase de Jesus, estaria recusando a crítica e devolvendo outra, numa atitude de orgulho, que não se justifica em um espírita que já tenha avançado um pouco nos estudos.

Mas essa prática já está tão difundida que até quando se comenta o Evangelho, em reuniões com essa finalidade, onde se pretende que pela diversidade dos comentários individuais se chegue a uma compreensão melhor, existe sempre alguém que veste a carapuça e repete a frase do argueiro. Se o que se entendeu como crítica foi uma mera interpretação do Evangelho, então esse irmão deve achar que o próprio Evangelho está errado, o que parece ilógico já que ele freqüenta o Centro. É claro que cabe à dirigente dessas reuniões orientar a todos os presentes, ditando as normas de comportamento que todos devem seguir neste tipo de reunião, mantendo sempre a disciplina, e usando para isso de tato e experiência toda especial, que deve ser uma das qualidades de quem assume esse cargo.

Será repreensível observar as imperfeições dos outros, quando disso não puder resultar nenhum proveito para eles, mesmo que não as divulguemos? Esta pergunta é respondida por São Luís2:

"Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é proibido ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda parte só o bem. Semelhante ilusão prejudica o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o sem necessidade, na opinião geral."

Nada mais claro. Aqui não há nenhuma parábola de difícil compreensão, o que se está dizendo é que é natural observarmos os erros alheios, sem comentários, de modo que o próximo não seja com isso prejudicado.

Mas ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito de repreender o próximo? É ainda São Luís2, no item 19, quem responde:

"Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi confiada. Mas, por isso mesmo deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil e, não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ao demais, a censura que alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a terá merecido."

Assim não fica nenhuma dúvida de que podemos comentar o Evangelho se não estamos citando nomes ou citando algum caso tirado do cotidiano do Centro que pudesse facilmente permitir identificar o faltoso. A crítica feita citando o Evangelho tem sempre a característica de ser aplicável a todos e inclusive pode ser usada pelos espíritos mentores que, ou nos inspiram a abrir uma página ao acaso, onde estaria a frase que alguém ou todos no grupo precisam ouvir, ou que sabendo a lição a ser lida na seqüência, permite que certos fatos aconteçam para mostrar onde estamos errando.

Mas não estariam essas palavras de São Luís em contradição com a mensagem da Indulgência que nos deixou o espírito de José3 ?

(...) "sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso. A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los."

Existem pessoas que criticam sistematicamente a todos, procurando sempre os erros de cada um, fazendo maledicência e faltando assim com a indulgência. Esta crítica é sempre um sinal de desamor e ao fazê-la estamos faltando com a indulgência. A crítica a que se referiu São Luís é de outro tipo, refere-se mais aos defeitos gerais da personalidade do homem neste planeta e tem por intenção o bem geral e a Reforma Íntima de cada um. Esta crítica é um ato de amor. Uma crítica aos problemas do Espiritismo, na tentativa de alertar para que surjam soluções, demonstrando confiar na competência dos responsáveis pelas mudanças e de entender que o julgamento desses dirigentes podem também ser válidos, mesmo quando contrariem as sugestões feitas, estaria também a favor do progresso. Mas uma crítica feita com a intenção de acusar dirigentes mostrando pretensos erros que estariam sendo cometidos por teimosia ou falta de visão, seria injusta e em si mesma já trás o argumento para considerá-la não espírita, e os sintomas do vírus do orgulho e do personalismo.

De fato já existem críticas demais nos livros espíritas, mas é a crítica boa, geral, que nos faz refletir sem ofender. O cuidado que devemos ter portanto é o de não confundirmos um tipo de crítica com o outro, de não generalizarmos o que se diz da crítica útil para justificar a crítica danosa, de não nos ofendermos com a crítica geral, querendo dar a entender que nos foi feita diretamente, com o intuito de ofender, numa espécie de chantagem emocional para podermos aparecer como vítima, enfim, de não coibirmos a crítica útil por causa da crítica fútil.

Passando a crítica útil pelo teste das peneiras vemos que ao enfatizar um ponto do Evangelho, que mesmo sem o sabermos coincide com a falta de algum irmão presente, podemos dizer que é uma NECESSIDADE fazê-lo para que se corrijam, que é uma BONDADE a algum irmãos que estariam sendo prejudicados. E por fim, isto tudo é uma VERDADE que todos já conhecem, então por que escondê-la? Quem erra, normalmente já sabe que está errando mas não tem força de dominar os seus hábitos. Ouvindo a crítica geral poderá fazer uma reflexão e se corrigirá. Da mesma forma devemos verificar se também nós podemos nela estar incluídos. Quando não for verdadeira e parecer dirigida a nós, compreendamos as razões de quem criticou, mesmo quando seja por vingança, e peçamos a Jesus para iluminar esse irmão para que não perca a oportunidade de corrigir-se.

Evidentemente não cabe a ninguém julgar estas questões, somente a Deus cabe o julgamento. Vivemos num mundo imperfeito e, quando somos ofendidos, ainda reagimos. Estamos longe de nos comparar aos Espíritos de Luz. Isso não impede que tentemos nos melhorar e, ao fazê-lo, precisamos definir sempre o que é certo ou errado, pois esse é o aprendizado pelo qual estamos passando. Portanto todos estão certos desde que não haja exageros, desde que a crítica seja impessoal, quando não ocorram radicalizações, e todos mantenham a mente aberta. O resultado nesta situação será o progresso geral.

O oposto dessa situação ideal é quando todos os irmãos de um Centro se omitem com medo de parecer estar vendo os argueiros e não as traves. Não há então reflexão profunda, nem progresso, embora todos aparentem uma evolução que não existe, até que se lhe pisem nos calos. É mais fácil viver desse modo, sem opinar, sem ter que defender pontos de vista, sem ter que estudar muito, fazendo críticas na surdina com os mais chegados, justificando seus erros com os erros alheios, sem combater o bom combate em seu interior. Aos poucos todos estarão sem rumo, aceitando as determinações do 'líder do grupo', sem entender onde está o certo e o errado em seus atos. Essa atitude hipócrita de santo não leva à evolução espiritual. Seria melhor adotarmos uma atitude mais natural, sem forçarmos uma evolução que ainda não possuímos porque após a morte, o verdadeiro estado evolutivo de cada um sempre se tornará claro. A verdadeira evolução só vem com a compreensão, e esta só se consolida com a experiência de nossos erros e do esforço que fazemos para corrigí-los. Não tolhamos portanto nossas iniciativas, com medo de errar invonlutariamente.

Resumindo, podemos citar as palavras de Jesus? Podemos comentar seus ensinamentos para melhor compreendê-los?

Sim, podemos. O que não podemos é recusar ver nossos próprios erros. O que vem de Jesus e dos Espíritos de Luz é perfeito, mas a interpretação que damos pode não ser a correta. Além disso, o que nos parece certo hoje poderá deixar de ser assim no futuro, quando nossa compreensão for maior. O que não podemos, ainda, é usar as palavras de Jesus para fugir à auto-análise dos nossos erros, para evitar responder uma questão, para evitar de ter que aceitar uma crítica e então encetar a mudança interior necessária. Não podemos principalmente ser grosseiros ao fazer a crítica, nem particularizá-la, com ironias, nem faltar com a educação devida, nem polemizar pelo prazer de polemizar. O que não podemos fazer também é acreditar que toda crítica é válida e cair na maledicência, tentando denegrir a reputação das pessoas que não pensam como nós. Finalmente devemos ficar vigilantes para não formarmos o hábito da crítica contumaz, esquecendo o que existe de bom e de belo na vida e nas pessoas.

Rio de Janeiro, 7 de Setembro de 1999.

1 - Agenda Cristã - André Luiz - psicografado por Francisco Cândido Xavier. FEB 30ª Ed. 1948.

2 - "Evangelho Segundo o Espiritismo"- Allan Kardec - Cap.X. item 20 FEB.

3 - " O Evangelho Segundo o Espiritismo" - Allan Kardec - CapX, item 16 da FEB.

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