domingo, 26 de fevereiro de 2012

Palestra sobre dramas existenciais

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Lesões Dermatológicas e Dramas Existenciais

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DRAMAS EXISTENCIAIS


DRAMAS EXISTENCIAIS


Viver é uma fascinante aventura. A vida é cheia de beleza, mas também é uma tragédia: isto está claro para quem quer que tenha suficiente inteligência e sensibilidade para percebê-lo.
Aliás, tive a oportunidade de ouvir um grande e renomado psiquiatra dizer: “A vida só é sempre alegre para os tolos”. Existem pessoas que têm grande inteligência, mas não têm grande sensibilidade, assim como a recíproca. Quando, porém, o homem é dono de grande inteligência e grande sensibilidade, pode ter momentos alegres, mas jamais deixará de ter no fundo de sua alma um traço de melancolia.
Isto, porém, não significa, absolutamente, que, independente de acontecimentos externos, o homem seja sempre feliz e tenha paz, porque estes sentimentos estão dentro do ser e dependem apenas da riqueza interior. Felicidade e paz não significam ausência de sofrimento. O sofrimento é contingência da vida. Ser feliz e ter paz, entretanto, é uma escolha e uma decisão, frutos de muito trabalho consigo mesmo e um verdadeiro autoconhecimento.
Os dramas existenciais sempre estarão presentes na vida do ser humano. O que não tira a beleza e o encantamento de viver.
Assim como grandes estudiosos, penso que a fé e o ideal apresentam um novo sentido definitivo para a vida, colocando-a como um projeto eterno e infinito.
A fé, para quem a tem, destrói a mentira do caráter, que obriga o homem a se envergonhar de suas fraquezas no plano social. Com a fé, o ser humano passa a abrir o seu coração para a vida e perceber o seu sentido maior.

JUVENTUDE E OS DRAMAS EXISTENCIAIS

"Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra." 

Sabemos que há problemas sociais horripilantes acontecendo, diariamente, na face da Terra e que nem nos chegam ao conhecimento. Ao contrário, quando, através da mídia, assistimos aos programas de telejornalismo, sentimo-nos extremamente aterrorizados diante dos dramas, das tragédias e das dores acérrimas que irmãos nossos vivenciam. Ao mesmo tempo, sentimo-nos impotentes, quanto a prestar solidariedade e socorro às vítimas, restando-nos rogar a Deus por eles. 

Constrangeu-nos ler a noticia,publicada no Jornal Correio Braziliense, de 28 de março de 2008, em que a mãe de uma adolescente fez denúncia sobre uma festa de orgia sexual, na qual sua filha, de apenas treze anos, aparece em cenas de plena atividade libidinosa, que foram filmadas e veiculadas na Internet. O ambiente era de absoluto primarismo moral, em ritmo de festa, embalada por música funk e regada a refrigerante e vodka. Isso aconteceu em horário escolar, na cidade de Luziânia, Município de Goiás, distante 58 km de Brasília. 

Conforme a reportagem, os envolvidos foram acusados de estupro presumido, porque a menina, embora tenha consentido, é menor de idade. Ela teria praticado atos sexuais com seis colegas num interregno de duas horas. Enquanto isso, outras três meninas, partícipes da festa, protagonizaram cenas de strip-tease. A agonia da mãe está expressa nos estertores verbais de seu desabafo: "Vamos embora deste lugar. Vejo hoje que nunca deveria ter saído da roça. Vejo tudo isso como uma oportunidade perdida de vencermos na vida. Agora acabou." 

Esse tétrico fato nos remete à filosofia do prazer que impulsiona a recondução do adolescente à era das cavernas, fazendo-o mergulhar nos subterrâneos das orgias e, aí, entregando-se à fuga da consciência e do raciocínio, pela busca do prazer alucinado do gozo imediato. 

Antes de comentarmos o fato, evoco uma frase de André Luiz:

"Se alguém errou na experiência sexual, consulte o próprio íntimo e verifique se você não teria incorrido no mesmo erro se tivesse oportunidade". 

Luziânia é um pequeno município de gente tradicional, pacífica por natureza, que, lamentavelmente, a modernidade e os meios de comunicação ajudaram a fragmentar os valores regionais e a introduzir uma cultura estranha e alienante, sem fronteiras. Valores como o amor, a liberdade, a justiça e a fraternidade, na prática, perderam o conteúdo essencial, deslustrando as conquistas sociológicas deste século. 

A juventude está muito atônita, sem alicerces morais fortes, iludida, com influências muito sensualistas. Nos anais da História, jamais um jovem teve contato tão intenso com mensagens erotizantes, como nos dias atuais, graças à Internet. Em face disso, perambula sem norte, perdido, confundindo a palavra liberdade com liberalidade ou libertinagem, rebaixando o verdadeiro sentido do amor. 

Assim, aos poucos, esses jovens vão se afastando do seu equilíbrio e de sua paz interior. Como resultante desse fenômeno, de ausência de amor e carinho verdadeiros, cresce, assustadoramente, os distúrbios psicológicos da juventude contemporânea, o que explica, em parte, o crescente índice de prostituição e de abortos provocados, pelo fato de se acharem donos de seus corpos.

O período da puberdade, que, normalmente vai dos doze aos catorze anos, é cheio de surpresas. 

O corpo sofre modificações hormonais muito rápidas, o que pode deixar alguns jovens à beira do pânico. Em o livro Missionários da Luz, André Luiz narra: "a epífise é a glândula da vida mental. Aos catorze anos, aproximadamente, torna-se de posição estacionária quanto a ação inibidora sexual, dando agora passagem para o desenvolvimento da sexualidade e das glândulas genitais. Ela acorda no organismo, na puberdade, as forças criadoras mentais e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. 

As glândulas genitais segregam os hormônios do sexo, mas a glândula pineal segrega "hormônios psíquicos" ou "unidades-força" que vão atuar, de maneira positiva, nas energias geradoras. A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. 

Ela preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais ligam as existências umas às outras, na seqüência de lutas, pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras de que a criatura se acha investida.
O adolescente precisa entender que a mudança repentina que ocorre na sua organização íntima e, conseqüentemente, no seu corpo físico, especialmente no que diz respeito à função sexual, é a Natureza ensaiando os primeiros passos para o seu autoconhecimento, para, em seguida, desenvolver a energia viva do amor consciente. 

Precisa encarar essa experiência com muita seriedade, para não desencadear os agentes depressivos de quem busca, apenas, o prazer imediato, pois, na adolescência, as emoções se confundem, havendo significativas alternâncias de humor e sentimentos.

É nessa fase que o Espírito reassume sua verdadeira condição, apresentando, a partir daí, todos os seus defeitos e virtudes. É o Espírito que retoma sua natureza e se mostra como ele era. Euforia e tristeza se alternam sem razões aparentes que justifiquem o fato. Pode-se amar profundamente alguém, num dia, e passar a detestá-lo, na semana seguinte, por razões que a própria razão desconhece.

Emmanuel, na obra Vida e Sexo, explica que na adolescência, a energia sexual, que é uma energia criadora, pode ser extravasada, ainda que parcialmente, através de outras atividades, já que não convém ao jovem assumir uma vida sexual plena, nessa fase de sua existência. Isso devido a fatores sociais, econômicos, éticos e psicoemocionais "As atividades esportivas, artísticas e culturais de um modo geral podem contribuir positivamente para equilibrar os impulsos sexuais do adolescente. 

A energia sexual nos seres primitivos, situados nos primeiros degraus da emoção e do raciocínio, e, ainda, em todas as criaturas que se demoram voluntariamente no nível dos brutos, a descarga de semelhante energia se opera inconsideradamente. Isso, porém, lhes custa resultados angustiosos a lhes lastrearem longo tempo de fixação em existências menos felizes, nas quais a vida, muito a pouco e pouco, ensina a cada um que ninguém abusa de alguém sem carrear prejuízo a si mesmo. porém, que criatura alguma, no plano da razão, se utilizará dela, nas relações com outra criatura, sem conseqüências felizes ou infelizes, construtivas ou destrutivas, conforme a orientação que se lhe der."

É, ainda, Emmanuel que nos alerta: 

"conferir pretensa legitimidade às relações sexuais irresponsáveis seria tratar "consciências" qual se fossem "coisas", e se as próprias coisas, na condição de objetos, reclamam respeito, que se dirá do acatamento devido à consciência de cada um?" A natureza não autoriza, a quem quer que seja, estabelecer liberdade indiscriminada para as relações sexuais, porque isso resultaria, unicamente, em licença ou devassidão. 

Como já referimos , existe o mundo sexual dos Espíritos de evolução primária, inçado de ligações irresponsáveis, homens e mulheres, psiquicamente, não muito distantes da selva, remanescentes próximos da convivência com os brutos, que devem evitar arrastamentos no terreno da aventura, em matéria de sexo, sob pena de lesões n'alma e de difícil tratamento.

André Luiz admoesta: 

"Não julgue os supostos desajustamentos ou falhas reconhecidas do sexo e sim respeite as manifestações sexuais do próximo, tanto quanto você pede respeito para aquelas que lhe caracterizam a existência, considerando que a comunhão sexual é sempre assunto íntimo". 

É óbvio que é importante que o jovem exercite a viagem para dentro de si mesmo, a fim de que possa aprender a se conhecer e, em se conhecendo, aprender a se amar respeitosamente. 

Um jovem sem Deus, que não concebe a importância da religiosidade e que não dá valor à família, fica muito vulnerável às sugestões do mal, e, conseqüentemente, desperdiça tempo valioso quanto ao seu crescimento espiritual. 

Quaisquer que sejam as investidas na recondução do bem, se não aprender a administrar seus conflitos no seio da família, dificilmente saberá se ajustar na sociedade que o cerca.

Por essas razões, resta-nos orar pelas mães, cujos filhos se encontram em desalinho, comprometidos com a ignorância e com a ilusão do sexo sem consciência. Possam os adolescentes decifrar suas incógnitas íntimas, para, por fim, liberar o deus interno que existe em cada um deles, assim como, em cada um de nós. 

Jorge Luiz Hessen.

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