domingo, 26 de janeiro de 2014

Angústia e Espiritismo

 Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. A Angústia segundo alguns Campos de Interesse: 4.1. Filosofia; 4.2. Psicologia; 4.3. Medicina. 5. Termos Relacionados com a Angústia: 5.1. O Nada; 5.2. O Medo; 5.3. A Ansiedade. 6. Angústia e Espiritismo: 6.1. Vida Futura; 6.2. Mundos Superiores; 6.3. Influência de Espíritos Inferiores. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O que se entende por angústia? Há diferença entre angústia e ansiedade? Que tipo de subsídios a filosofia nos oferece? E a psicologia? Como vê-la segundo a perspectiva do Espiritismo?

2. CONCEITO
Angústia. Do latim angustia, significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. Medo vago ou indeterminado, sem objeto real ou atual. É um medo intempestivo e invasor que nos sufoca (angere, em latim, significa apertar, estrangular) ou nos submerge.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A angústia não é fenômeno dos nossos dias. Ela acompanha a história da humanidade.

Platão, em sua “Alegoria da Caverna”, mesmo que indiretamente, já vislumbrava o problema da angústia, principalmente na sua distinção entre o mundo sensível e o mundo verdadeiro.
Na filosofia existencialista, a palavra "angústia" tomou sentido de "inquietação metafísica" em meio aos tormentos pessoais do homem.

Pela angústia o ser humano toma consciência, ao mesmo tempo, do nada de onde ele veio e do porvir no qual se engaja.

Para os existencialistas, a angústia não é lamentável nem condenável, porém simbólica, bastando-se por vezes a si mesma, o que explica o aspecto pessimista de muitas dessas correntes filosóficas.

Freud em seus estudos de psicanálise vê a angústia como castração, ou seja, ausência de objeto.

Lacan fala-nos que a angústia é um afeto que não engana.

O homem comum descreve a angústia como uma tragédia, uma coisa dentro de si, algo que aperta a sua garganta, mas não sabe o que é.

4. A ANGÚSTIA SEGUNDO ALGUNS CAMPOS DE INTERESSE

4.1. FILOSOFIA

Filosoficamente, a angústia é o sentimento do nada. Ela domina toda a temática da filosofia existencialista (Sartre e outros). Todos eles dão à angústia um valor exagerado, principalmente pelo enfrentamento do nada que se nos espera além-túmulo. Como não admitem que exista algo além da matéria, optam pela angústia, pelo desespero, pela aflição.

4.2. PSICOLOGIA

Psicologicamente, a angústia diz respeito ao futuro, à expectativa. É isso o que torna difícil vencê-la: como se precaver contra o que ainda não é, contra o que pode ser? Quer dizer, enquanto vivemos na expectativa, tanto o futuro quanto a serenidade estão fora de alcance. (Comte-Sponville, 2003)

4.3. MEDICINA

Para a medicina, a angústia, juntamente com a depressão, é a resposta do homem frente às diversas pressões do mundo contemporâneo. Os meios de comunicação, para expressá-la, usam os seguintes temos: estresse, tensão, síndrome do pânico, transtorno bipolar etc. (Leite, 2011, p. 17)

5. TERMOS RELACIONADOS COM A ANGÚSTIA

5.1. O NADA
O nada é um sentimento sem objeto. Como não há nada a combater, a angústia aparece. O angustiado tem medo do nada, contrariamente ao ansioso, que tem medo de tudo. Daí, a sensação de vazio ou de vagueza, que pode chegar ao sufocamento. “O angustiado tem falta de ser, como se tem falta de ar. O nada lhe dá medo, e isso é a própria angústia: sentimento apavorado do nada de seu objeto”. (Comte-Sponville, 2003)

5.2. O MEDO
Ter medo de um cachorro que rosna é menos angústia do que temor. Se o cachorro nos ataca, podemos correr ou enfrentá-lo com algum objeto. Se, porém, tivermos medo de ser atacado por um cachorro quando não há nenhum cachorro presente ou que o esteja ameaçando, é antes uma angústia. Contra ela estamos mais desarmados. O que podem a fuga ou o combate contra a ausência de um cachorro? Contra um perigo inexistente ou puramente imaginário?

5.3. A ANSIEDADE

Esta palavra é muitas vezes utilizada como sinônimo de angústia, especialmente na linguagem médica. No entanto, a ansiedade pende mais para o psicológico do que para a filosofia. “É muito mais um traço de caráter do que uma posição existencial, muito mais uma essência do que uma experiência, muito mais uma disposição patológica do que ontológica. O ansioso está sempre com o medo à frente. Ele verifica três vezes se fechou a porta, teme ser seguido ou agredido. Toma para si um arsenal de precauções que só fazem aumentar esse medo”. (Comte-Sponville, 2003)

6. ANGÚSTIA E ESPIRITISMO

6.1. VIDA FUTURA

Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona uma tremenda angústia. (Kardec, 1984, cap. 2, item 5)

6.2. MUNDOS SUPERIORES

Como em mundos mais evoluídos, os Espíritos pensam mais no bem do que no mal, a angústia é mínima ou quase inexistente, porque já compenetrados dos ensinamentos do Cristo, darão maior valor à vida espiritual do que à vida material. Nos mundos que atingiram um grau superior, a vida se apresenta muito diferente daquela da terra. “O corpo nada tem da materialidade terrestre, e não está, por conseguinte, sujeito nem às necessidades, nem às doenças, nem às deteriorações que engendram a predominância da matéria”, ou seja, tudo o que pode ser motivo de angústia. (Kardec, 1984, cap. 3, item 9)

6.3. INFLUÊNCIA DE ESPÍRITOS INFERIORES

Para vencer a angústia advinda da influência de Espíritos menos felizes, tenhamos em mente: 1) a prece é a primeira das armas; 2) depois, vem a fé, pois ela é o remédio seguro do sofrimento; 3) estejamos sempre em estudo, em comunicação constante com os Espíritos de luz.

7. CONCLUSÃO

Se permanecêssemos constantemente em contato com os Espíritos de luz, não eliminaríamos a angústia, mas a diminuiríamos enormemente, pois a influência desses Espíritos nos livraria de muitos males.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COMTE-SPONVILLE, André, André. Dicionário de Filosofia. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
LEITE, Sonia. Angústia. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 (Passo-a-passo, 92)

São Paulo, julho de 2011

Medo 1 - Hammed

Ao lançarmos mão de uma lanterna em uma noite escura e focalizarmos determinado lugar, vamos torná-lo evidente. Quando destacamos algo, convergimos todas as nossas percepções mais íntimas para o motivo de nossa atenção e, ao examiná-lo, estaremos estabelecendo profundas ligações mentais através de nosso olhar ligado a esse lugar específico.

Focalizar com a lanterna de nossas atenções os lugares, as pessoas, os fatos, os eventos e as coisas em geral significa que estaremos enfatizando, para nós mesmos, o que queremos que a vida nos mostre e nos forneça.

"O Espírito unicamente vê e ouve o que quer. Dizemos isto de um ponto de vista geral e, em particular, com referência aos Espíritos elevados (...)"

Questão 250 do Evangelho Segundo Espiritismo:

"Constituindo elas atributos próprios do Espírito, ser-lhe-à possível subtrair-se às percepções?
"O Espírito unicamente vê e ouve o que quer. Dizemos isto de um ponto de vista geral e, em particular, com referência aos Espíritos elevados, porquanto os imperfeitos muitas vezes ouvem e vêem, a seu mau grado, o que lhes possa ser útil ao aperfeiçoamento.

A percepção é um atributo do espírito. Quanto maior o estado de consciência do indivíduo, maior será sua capacidade de perceber a vida, ou seja, não se limita apenas ao fragmentos da realidade, mas sim à realidade plena.

Colocar nossa atenção nas coisas da vida é fator importante para o nosso desenvolvimento mental, emocional e espiritual, mas é necessário saber direcionar convenientemente nossa percepção e atenção no momento exato e para o lugar certo.

Quanto mais pensamos e voltamos nossa atenção para as calamidades e desastres  mas teremos a impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo.

Nas oportunidades de crescimento que nos oferecem nossas experiências, temos a possibilidade de validar e potencializar determinadas crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente, levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemos-nos de visualizar o restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente voltados para a opinião que adotamos como "única verdade", assustados e amedrontados entre constantes atmosferas de receio e apreensão.

Em muitas ocasiões, ficamos parados à margem do caminho, focalizando nossos conflitos, dificuldades e problemas, deixando a vida girar em torno deles. Colocamos nossos dilemas como peças centrais e, quando essas  forças conflitantes começam a nos ameaçar, sentimo-nos apavorados.

O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve.

Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar. Passamos, então, a não viver novas experiências, não receber novos pensamentos e não fazer novas amizades, estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso íntimo.

As sensações do medo sobrecarregam as energias dos "chakras" do plexo solar e do cardíaco (cabeça e coração), provocando, quase sempre, uma impressão de vácuo no estômago e um descontrole nas batidas do coração. Contudo, não seríamos afetados por nenhum acontecimento de maneira tão desgastante, se estivéssemos centrados em nós mesmos.

Nosso centro não é nossa mente, nem nossos sentimentos ou emoções, mas é, em verdade, nossa alma - a essência divina por meio do qual testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós.

Cada um vê o universo das coisas pelo que é. Vemos o mundo e as pessoas segundo o nível de desenvolvimento da consciência em que vivemos. Quanto maior esse nível, mais estaremos centrados e vivendo estáveis e tranquilos. quanto menor, mais teremos um juízo primário de tudo e uma estreita visão dos fatos e das pessoas.

Aprendendo a focalizar e desfocalizar nossas crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do cotidiano - dando-lhes a devida importância e regulando o tempo necessário, a fim de analisá-lo proveitosamente, teremos metas sempre adequadas e seguras que favorecerão nosso progresso espiritual. Não devemos jamais subestimá-los ou ignorá-los.

Lembremo-nos de que "a beleza não está somente nas flores do jardim, mas, antes de tudo, nos olhos de quem as admira".

Hammed - As dores da alma

Medo 2 - Hammed

Modela e forma a nossa "sombra" tudo aquilo que nós não admitimos ser, tudo o que não queremos descobrir dentro de nós, tudo o que não queremos experimentar e tudo o que não reconhecemos como verdadeiros em nosso próprio caráter. "Sombra" é um conceito junguiano para designar a soma dos lados rejeitados da realidade que a pessoa não quer admitir ou ver em si mesma, permanecendo, portanto, inconscientes nas profundezas da intimidade.

Por medo de sermos vistos como somos, nossas relações ficam limitadas a um nível superficial. Resguardamo-nos e fechamo-nos intimamente para sentir-nos emocionalmente seguros.

Presumimos que o "não ver" resulta em "não ter". Em verdade, não nos livramos de nosso lado recusado simplesmente porque fechamos os olhos para ele, mas porque mesmo assim continuará a existir na "sombra" de nossa estrutura mental. Incapaz de voar, o avestruz, embora seja uma das maiores aves, esconde a cabeça no primeiro buraco que encontra à sua frente, quando acuado e amedrontado. Esse comportamento do avestruz é uma metáfora adequada para demonstrar o que tentamos fazer conosco, quando negamos certas realidades de nossa natureza humana.

As coisas ignoradas geram mais medo do que as conhecidas.

Recusar-se a aceitar a diversidade de emoções e sentimentos de nosso mundo interior nos levará a viver sem o controle de nossa existência, sem ter nas mãos as rédeas de nosso destino.

Ao assumirmos que são elementos naturais de estrutura humana em evolução:
frieza/sensualidade,
avareza/desperdício,
egoísmo/desinteresse,
dominação/submissão,
lassidão/impetuosidade, aí começa nosso trabalho de autoconhecimento, a fim de que possamos descobrir onde erramos e, a partir de então, encontrar o meio termo, ou seja, não estar num extremo nem no outro.

Muitas pessoas têm medo de sim mesmas. Desvendar, gradativamente, nossa "geografia interna", nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança.

O ato de arrependimento nada mais é do que perceber nosso lado inadequado. É admitir para nós mesmos que identificamos nosso comportamento inconveniente e que precisamos mudar nossas atitudes diante das pessoas e do mundo. Arrependimento pode ser visto como a nossa tomada de consciência de certos elementos que negávamos consciente ou inconscientemente, projetando-os para fora ou reprimindo-os em nossa "sombra".

Arrependimento quer dizer pesar, ou mudança de opinião por alguma falta cometida, vocábulo de uso habitual nas lides religiosas. Tomar consciência é uma expressão moderna que significa discernimento da vida exterior e interior, acrescida da capacidade de julgar moralmente os atos. A nosso ver, ambos os termos nos levam à mesma causa.

O ato de arrependimento é um antídoto contra o medo. Quem se arrependeu é porque examinou suas profundezas e descobriu que seus desejos e tendências nada mais são que impulsos comuns a todos os seres humanos. Quem se arrependeu é porque aprendeu que é simplesmente humano, falível e nem melhor nem pior do que os outros.

Arrepender-se é o primeiro passo para melhorarmos e progredirmos espiritualmente.

O espírito de São Luís é taxativo quando diz que todos os espíritos se arrependerão um dia; "Há-os de arrependimento muito tardio; porém, pretender-se que nunca se melhorarão fora negar a lei do progresso e dizer que a criança não pode tornar-se homem".

As manifestações decorrentes de nossa "sombra" são projetadas por nós mesmos de forma anônima no mundo, sob o pretexto de que somos vítimas, porque temos medo de descobrir em nós a verdadeira fonte dos males que nos alcançamos dia-a-dia. Por acreditar que banimos de nossa intimidade determinado princípio que nos gera medo e baixa estima, é que fatalmente encontraremos, logo em seguida, esse mesmo princípio materializando-se no mundo exterior, amedrontando-nos e causando-nos desconforto.

Os chamados tiques nervosos nada mais são do que impulsos compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos, desenvolvida de forma inconsciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos emocionais que reprimimos e nossa "sombra". Os tiques são compulsões motoras para aliviar emoções e funcionam como verdadeiros "tapumes energéticos" para conter sentimentos emergentes. A técnica funciona da seguinte maneira: enquanto o indivíduo se distrai com o tique, não deixa vir à consciência o que reprimiu, por considerá-lo feio e pecaminoso.

O somatório dessas emoções negadas nos causa medos inexplicáveis que nos oprimem, afastando-nos do verdadeiro arrependimento e prejudicando o nosso crescimento interior. Muitos de nós continuamos, anos a fio, sentindo temores injustificáveis por tudo aquilo que reprimimos e por evitar que pensamentos, recordações ou impulsos cheguem ao consciente.

O medo indefinido provém da repressão de impulsos considerados inaceitáveis que existem dentro de nós, da ausência de contrição de nossas faltas, da não admissão de nossos erros, descompensando nosso corpo energicamente com o peso dos fardos do temor e do pânico.

Hammed - As dores da alma

Medo 3 - Hammed

Quando estamos envolvidos pelo temor, não conseguimos avançar. Deixamos de ter idéias inéditas, de viver experiências interessantes e conhecer novas pessoas. Dessa maneira, apesar de o "banquete da vida" sempre ser oferecido a todos de forma semelhante e harmônica, ele passa despercebido.

Referindo-se à vida social, esclarece-nos a obra basilar da Codificação: "Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação"

Uma das manifestações do medo mais problemática para as pessoas é a denominada fobia social ou agorafobia. Etimologicamente, agorafobia significa medo da praça (ágora = praça, palavra oriunda do grego). É o pavor de fazer o que quer que seja em público.

Conceituamos fobia como sendo um medo superlativo e desmedido transferido a indivíduos, lugares, objetos e situações que, naturalmente, não podem provocar mal algum. Quando a agorafobia se torna crônica, começa a atrapalhar a vida dos indivíduos em todas as áreas do relacionamento humano.

O fóbico social receia ser julgado e avaliado pelos outros, pois os comportamentos que mais temem são falar, comer e/ou beber diante de outras pessoas, frequentar cursos, palestras, festas, ou seja, qualquer atividade social em lugares movimentados.

Dentre as muitas dificuldades que envolvem a agorafobia, a mais grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de baixa estima que possuímos, herdadas muitas vezes na infância.

O sentimento de inferioridade é o grande dificultador dos relacionamentos seguros e sadios. Esse sentimento produz uma necessidade de estarmos sempre certos e sempre sendo aplaudidos pelos outros. Tememos mostrar-nos como somos e escondemos nossos erros, convencidos de que seremos desprestigiados perante nossos companheiros e amigos. Dissimulamos constantemente, fazemos pose e forçamos os outros a nos aceitar. Quanto mais o tempo passa e permanecemos nessa atitude íntima, mais a insegurança se avoluma, chegando a alcançar tamanha proporção que um dia passará a nos ameaçar.

Dessa forma, instala-se, gradativamente, a fobia social, ou seja, o medo que desenvolvemos pelos outros, por tanto representar papéis e "scripts" que não eram nossos.

Tabus, irrealidades, superstições  mitos, conceitos errôneos e preconceituosos que assimilamos de forma verbal ou pelos gestos, abrangendo os vários setores do conhecimento humano, como as regras sociais, as higiênicas, as alimentares e as religiosas, são propiciadores de futuras crises das mais variadas fobias.

Diversas matrizes do medo se fixaram na vida infantil. Os pais autoritários e rudes que estabeleceram um regine educacional duro e implacável, impondo normas ameaçadoras e punitivas, criaram na mente das crianças a necessidade de mentir e fantasiar constantemente  Dessa maneira, elas passaram a viver de forma a agradar a todos numa enorme necessidade de aprovação e numa atmosfera de insegurança. Tais crianças poderão desenvolver no futuro fobias, cujas causas são a doentia preocupação com o desempenho sexual, o exagerado cumprimento de obrigações impostas pela sociedade, uma megalomaníaca atuação profissional, a fanática observância a crenças religiosas perfeccionistas e o procedimento extremista de estar sempre correto em tudo que fala e faz.

O cortejo dos fenômenos poderá ser oriundo de conflitos herdados das existências passadas, dos sofrimentos expressivos vividos no plano astral e dos assédios de entidades ignorantes, mas a matriz onde tudo sempre se interliga e que deverá ser trabalhada e tratada é a consciência comprometida e limitada dos indivíduos em desajuste mental.

O medo será sempre a lente que aumentará o perigo. Segundo a excelência do pensamento de Tito Lívio, historiador latino nascido em 59 a.C., "quando menor o medo, tanto menor o perigo".

Hammed - As dores da alma

A Fé Vencida Pelo Medo

A Fé Vencida Pelo Medo

Um certo alpinista, que já tinha escalado várias montanhas no mundo, resolveu pela coragem e ousadia que tinha que escalar o Monte Everest. Pegou todo equipamento que possuía e foi de encontro ao grande desafio.

Chegando ao local iniciou a caminhada em sentido ao topo. Durante três horas e meia de escalada, resolveu parar para repousar. Antes que ele armasse a barraca, a noite caiu repentinamente, com uma breve chuva.

Tudo ficou extremamente tão escuro que não podia ver a palma da sua mão, tal experiência pensava... Nunca tinha vivido.

Em seguida uma forte tempestade começou a cercar todo aquele imenso monte ocasionando uma grande avalanche. Sem mais nenhuma segurança que o livrasse, pois juntamente com a neve e a chuva, despencava num quase infinito abismo.

Desde então, enquanto caía, ele começou a ver os flashes de sua vida, desde sua infância até a presente data, percebeu que estava preste a morrer, seu pensamento direcionou a uma breve conversa com DEUS, pois era o único e último recurso que lhe restava. Ele pedia na oração que DEUS o livrasse da morte. Em resposta a súplica sentiu a corda que estava ainda em sua cintura presa em alguma parte da montanha.

Percebendo a eficácia do livramento de DEUS acreditava que ainda poderia escapar com vida quando de repente, naquela terrível escuridão, uma brisa passava e juntamente soava uma voz que dizia: você crê que EU posso livrar-te da morte?

Ele respondeu: Sim eu creio que posso sair com vida. Novamente a voz perguntava: Você crê que eu posso livra-te da morte? E ele dizia, sim eu creio.

Dizia a voz: então solte a corda! Assustado e sem fé tamanha, não aceitou o desafio. Então aquela suave voz foi embora.

Dias depois, uma equipe de resgate, foi à procura do desaparecido alpinista e encontraram um homem que morrera congelado e estava pendurado a um metro do chão.

Você soltaria a corda?

Angústia e Espiritismo

Angústia e Espiritismo

 Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. A Angústia segundo alguns Campos de Interesse: 4.1. Filosofia; 4.2. Psicologia; 4.3. Medicina. 5. Termos Relacionados com a Angústia: 5.1. O Nada; 5.2. O Medo; 5.3. A Ansiedade. 6. Angústia e Espiritismo: 6.1. Vida Futura; 6.2. Mundos Superiores; 6.3. Influência de Espíritos Inferiores. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O que se entende por angústia? Há diferença entre angústia e ansiedade? Que tipo de subsídios a filosofia nos oferece? E a psicologia? Como vê-la segundo a perspectiva do Espiritismo?

2. CONCEITO
Angústia. Do latim angustia, significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. Medo vago ou indeterminado, sem objeto real ou atual. É um medo intempestivo e invasor que nos sufoca (angere, em latim, significa apertar, estrangular) ou nos submerge.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A angústia não é fenômeno dos nossos dias. Ela acompanha a história da humanidade.

Platão, em sua “Alegoria da Caverna”, mesmo que indiretamente, já vislumbrava o problema da angústia, principalmente na sua distinção entre o mundo sensível e o mundo verdadeiro.
Na filosofia existencialista, a palavra "angústia" tomou sentido de "inquietação metafísica" em meio aos tormentos pessoais do homem.

Pela angústia o ser humano toma consciência, ao mesmo tempo, do nada de onde ele veio e do porvir no qual se engaja.

Para os existencialistas, a angústia não é lamentável nem condenável, porém simbólica, bastando-se por vezes a si mesma, o que explica o aspecto pessimista de muitas dessas correntes filosóficas.

Freud em seus estudos de psicanálise vê a angústia como castração, ou seja, ausência de objeto.

Lacan fala-nos que a angústia é um afeto que não engana.

O homem comum descreve a angústia como uma tragédia, uma coisa dentro de si, algo que aperta a sua garganta, mas não sabe o que é.

4. A ANGÚSTIA SEGUNDO ALGUNS CAMPOS DE INTERESSE

4.1. FILOSOFIA

Filosoficamente, a angústia é o sentimento do nada. Ela domina toda a temática da filosofia existencialista (Sartre e outros). Todos eles dão à angústia um valor exagerado, principalmente pelo enfrentamento do nada que se nos espera além-túmulo. Como não admitem que exista algo além da matéria, optam pela angústia, pelo desespero, pela aflição.

4.2. PSICOLOGIA

Psicologicamente, a angústia diz respeito ao futuro, à expectativa. É isso o que torna difícil vencê-la: como se precaver contra o que ainda não é, contra o que pode ser? Quer dizer, enquanto vivemos na expectativa, tanto o futuro quanto a serenidade estão fora de alcance. (Comte-Sponville, 2003)

4.3. MEDICINA

Para a medicina, a angústia, juntamente com a depressão, é a resposta do homem frente às diversas pressões do mundo contemporâneo. Os meios de comunicação, para expressá-la, usam os seguintes temos: estresse, tensão, síndrome do pânico, transtorno bipolar etc. (Leite, 2011, p. 17)

5. TERMOS RELACIONADOS COM A ANGÚSTIA

5.1. O NADA
O nada é um sentimento sem objeto. Como não há nada a combater, a angústia aparece. O angustiado tem medo do nada, contrariamente ao ansioso, que tem medo de tudo. Daí, a sensação de vazio ou de vagueza, que pode chegar ao sufocamento. “O angustiado tem falta de ser, como se tem falta de ar. O nada lhe dá medo, e isso é a própria angústia: sentimento apavorado do nada de seu objeto”. (Comte-Sponville, 2003)

5.2. O MEDO
Ter medo de um cachorro que rosna é menos angústia do que temor. Se o cachorro nos ataca, podemos correr ou enfrentá-lo com algum objeto. Se, porém, tivermos medo de ser atacado por um cachorro quando não há nenhum cachorro presente ou que o esteja ameaçando, é antes uma angústia. Contra ela estamos mais desarmados. O que podem a fuga ou o combate contra a ausência de um cachorro? Contra um perigo inexistente ou puramente imaginário?

5.3. A ANSIEDADE

Esta palavra é muitas vezes utilizada como sinônimo de angústia, especialmente na linguagem médica. No entanto, a ansiedade pende mais para o psicológico do que para a filosofia. “É muito mais um traço de caráter do que uma posição existencial, muito mais uma essência do que uma experiência, muito mais uma disposição patológica do que ontológica. O ansioso está sempre com o medo à frente. Ele verifica três vezes se fechou a porta, teme ser seguido ou agredido. Toma para si um arsenal de precauções que só fazem aumentar esse medo”. (Comte-Sponville, 2003)

6. ANGÚSTIA E ESPIRITISMO

6.1. VIDA FUTURA

Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona uma tremenda angústia. (Kardec, 1984, cap. 2, item 5)

6.2. MUNDOS SUPERIORES

Como em mundos mais evoluídos, os Espíritos pensam mais no bem do que no mal, a angústia é mínima ou quase inexistente, porque já compenetrados dos ensinamentos do Cristo, darão maior valor à vida espiritual do que à vida material. Nos mundos que atingiram um grau superior, a vida se apresenta muito diferente daquela da terra. “O corpo nada tem da materialidade terrestre, e não está, por conseguinte, sujeito nem às necessidades, nem às doenças, nem às deteriorações que engendram a predominância da matéria”, ou seja, tudo o que pode ser motivo de angústia. (Kardec, 1984, cap. 3, item 9)

6.3. INFLUÊNCIA DE ESPÍRITOS INFERIORES

Para vencer a angústia advinda da influência de Espíritos menos felizes, tenhamos em mente: 1) a prece é a primeira das armas; 2) depois, vem a fé, pois ela é o remédio seguro do sofrimento; 3) estejamos sempre em estudo, em comunicação constante com os Espíritos de luz.

7. CONCLUSÃO

Se permanecêssemos constantemente em contato com os Espíritos de luz, não eliminaríamos a angústia, mas a diminuiríamos enormemente, pois a influência desses Espíritos nos livraria de muitos males.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COMTE-SPONVILLE, André, André. Dicionário de Filosofia. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
LEITE, Sonia. Angústia. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 (Passo-a-passo, 92)

São Paulo, julho de 2011

Reféns do medo

Na sala de aula, a professora perguntou aos seus alunos: Do que vocês têm mais medo?

Depois de um breve e tenso silêncio, um garoto respondeu, um tanto tímido: Eu tenho medo do escuro.

Outro, falou: Tenho muito medo do bicho-papão.

Medo da morte, medo de altura, medo de ser esquecido pelos pais na escola...

Vários medos foram confessados e anotados pela sábia professora, que desejava libertar os pequenos do sofrimento gerado pelo medo, através do uso da razão.

Por fim, uma garotinha disse, com ar de assustada: Tenho muito medo do malamém, que é um monstro muito perigoso...

E você já viu esse monstro? -  Perguntou, interessada, a professora.

Nunca vi, mas é um monstro tão perigoso que minha mãe pede todos os dias a Deus que nos livre dele, esclareceu a menina.

E concluiu: Minha mãe sempre pede a Deus no fim da sua oração: ...e livrai-nos do malamém.

Não é preciso refletir muito para entender a situação daquela criança com relação ao medo do monstro, criado pela sua imaginação.

O medo era tão tirano que ela nunca ousou confessá-lo à mãe.

Um medo terrível de algo que nunca existiu.

Mas será que somente as crianças têm medo do que desconhecem?

Certamente não.

A ignorância tem sido, desde todos os tempos, a grande responsável pelo terror imposto pelo medo.

O desconhecido gera medos inconfessáveis, em pessoas de todas as idades.

Mas como podemos ter tanto medo do desconhecido?

Isso ocorre justamente porque os monstros criados pela imaginação geralmente são mais terríveis do que os reais.

O medo da morte é um exemplo disso.

O medo do inferno também tem feito reféns.

O juízo final é outro tirano que atemoriza muita gente.

Todos esses temores são frutos da ignorância, não há dúvida.

Existem pessoas que têm medo do futuro, medo da solidão, medo de sentir medo, e por aí vai...

Enquanto a razão não lançar suas luzes sobre essas questões, o medo continuará a infelicitar os indivíduos, fazendo-os reféns da própria ignorância.

Jesus tinha razão ao afirmar que o conhecimento da verdade nos libertará.

O conhecimento é diferente de crença. A crença é sempre cega, vazia de certezas.

Para crer em algo não é preciso conhecer, basta acreditar. Mas a convicção só se adquire através do conhecimento.

Conhecimento que gera a fé inabalável. Fé que encara a razão face a face, sem hesitar, em todas as situações.

Assim sendo, vale a pena envidar esforços para libertar-nos dos medos, buscando lançar luz sobre o que a ignorância oculta.

Importante libertar nossas crianças, muitas delas reféns de monstros imaginários terríveis, dialogando com elas sobre seus medos.

É preciso considerar que o medo é o pior de todos os monstros, e precisa ser aniquilado com urgência.

É preciso clarear os caminhos escuros da ignorância com a luz do conhecimento, para que o medo bata em retirada...

Como asseverou o grande filósofo grego, Sócrates: Há apenas um bem: o conhecimento; e um mal: a ignorância.

Sócrates foi o precursor das ideias cristãs e, como Jesus, também foi vítima da ignorância de seus contemporâneos.

Pensemos nisso e busquemos, com vontade firme, conhecer as leis que regem a vida!

Só assim seremos verdadeiramente livres de todos os medos que tanto nos infelicitam.



Redação do Momento Espírita.
Em 18.04.2011.

Medos - Palestras


http://www.youtube.com/watch?v=xXWGOYF3Jms

http://www.youtube.com/watch?v=8CGKiwYAOjs

http://www.youtube.com/watch?v=nCPcH95xuaM

Espiritismo e o medo da vida - Morel Wilkon

O espiritismo, ao nos demonstrar a continuidade da vida e as inúmeras oportunidades de aprendizado e experiência que a vida nos oferece, transforma o medo da vida num sentimento irracional. Claro que o fato de se reconhecer um sentimento como irracional não acaba com ele, mas é um começo.

Você já existia antes de ser filho de sua mãe e de seu pai, e vai continuar existindo depois que seu corpo morrer. Vai continuar pra sempre, a individualidade não se perde jamais. Só a convicção deste fato já devia ser suficiente para percebermos que não há o que temer, que o medo é ilusório, que tudo tem nova chance, que tudo continua, se renova, se transforma. Nenhuma adversidade é permanente, sem contar que a maioria delas é meramente especulativa; tememos com antecedência.

Já dizia Jesus Cristo no maior ensinamento que já chegou à Terra, o Sermão da Montanha, que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã. Disse-nos o Mestre: “Olhem os lírios do campo; não trabalham nem fiam. No entanto, nem Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um deles. Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vocês, homens de pouca fé?” Isso é uma das coisas mais profundas que já nos foram ensinadas, e talvez justamente pela sua simplicidade, não recebe até hoje o devido valor.

O que ele está dizendo pra você? Pra parar de se preocupar com o que ainda não aconteceu, pra parar de sofrer por antecipação, pra parar de temer o dia de amanhã. O que você deve entender, o que nós todos devemos entender de uma vez por todas é que nós somos partículas Divinas, nós somos a parte de Deus que nos cabe, Deus se manifesta para você  através de você! Deus, que habita dentro de você, quer o seu melhor, sempre. Jamais culpe Deus. Jamais atribua a Deus as falhas que você cometeu. Sempre é bom lembrar que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Você colhe hoje o que plantou ontem. Colherá amanhã o que plantar hoje. Assim mesmo. Aprenda a assumir seus erros e pare de culpar Deus, o destino, a vida, os outros. Tudo o que lhe acontece é causado por você. Não adianta esbravejar. Se isso o aborrece, pare de ler imediatamente e vá ao banheiro pensar a respeito, depois continue.

 O medo da vida nasce da culpa. Culpa por ter feito algo errado, por não fazer o que devia ser feito, por não praticar o que sabe, por não assumir ser quem é. Não é fácil abandonar o medo. Não se abandona um hábito entranhado. É preciso substituí-lo. Substitua o medo pela confiança, pela coragem, pela força. Você consegue, desde que comece pelo começo. E o começo é reconhecer seus erros. Não é lindo quando uma criança confessa alguma travessura, encabulada ou chorosa? É lindo porque é verdadeiro, não por se tratar de uma criança. Nós precisamos reconhecer a responsabilidade que é nossa perante a vida. Esse é o caminho para trocar o medo pela confiança, pelo amor incondicional à vida. Claro que há dificuldades. Sempre haverá, neste planeta. Mas o medo atrai medo. As suas vibrações mentais de medo atraem as vibrações mentais de medo dos outros, encarnados e desencarnados. O contrário também acontece. As vibrações de confiança, fé, coragem, alegria, reconhecimento e gratidão à vida atraem vibrações semelhantes. Você decide o que quer para si. Nós decidimos o que queremos para nós. Querer é poder. Queiramos o certo. Façamos o bem.

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Medo - Joanna

“O Ser real é constituído de corpo, mente e espírito. Dessa forma, uma abordagem psicológica para ser verdadeiramente eficaz deve ter uma visão holística do ser, tratando de seu corpo (físico e periespirítico), de sua mente (consciente, inconsciente e subconsciente) e de seu espírito imortal que traz consigo uma bagagem de experiências anteriores à presente existência e está caminhando para a perfeição Divina.” Joanna de Ângelis
Medo


Texto de Joanna de Ângelis, do livro "O Ser Consciente", psicografado por Divaldo Franco.

Os mecanismos de evasão do ego mascaram a realidade do self, normalmente receoso de emergir e predominar, o que é a sua fatalidade.
Fatores ponderáveis, porém, respondem pelos estados fóbicos do ser, desde os distúrbios gerados pelo quimismo cerebral, responsáveis por desarmonias variadas, até os fenômenos de natureza psicológica, decorrentes dos conflitos vivenciados pela mãe gestante, reacionária à concepção, tensa ante a responsabilidade, amargurada pelas incertezas e os insucessos de parto, predominando os choques pós-natais quando o ser é retirado do aconchego intrauterino, onde se sente seguro, e colocado num meio hostil no qual tudo parece ameaçar-lhe a frágil existência.
Podem-se assinalar ainda outros fatores, quais os de natureza psicogênica, como de caráter preponderante na formação patológica dos comportamentos fóbicos.
A educação no lar, a mãe dominadora e o pai negligente ou reciprocamente, não raro esmagam a personalidade do educando durante o trânsito infantil.
São inumeráveis os fatores preponderantes como predisponentes nas psicopatologias do medo, responsáveis por estados lamentáveis na criatura humana.
Insinua-se o medo de forma sutil, aparentemente lógica, tomando conta das paisagens da psique, como insegurança tormentosa povoada de pesadelos hórridos, que levam a alucinações e impulsos incontroláveis de fuga até mediante o concurso da morte.
Com o tempo, alternam-se as condutas no paciente: apatia mórbida ou pavor contínuo, ambas de gravidade indiscutível.
Na psicogênese, porém, dos estados fóbicos em geral, não se pode descartar a anterioridade existencial do ser, em espírito, peregrino que é de inumeráveis reencarnações, cuja história traz escrita nas tecelagens intrincadas da própria estrutura espiritual.
Comportamentos irregulares, atividades lesadoras, ações perversas ocultas que não foram desveladas, inscrevem-se na consciência profunda como necessidade de reparação, que ressurgem desde a nova concepção, quando ocorrem os fatores que os despertam, permitindo-lhes a imersão do inconsciente, e passam a trabalhar o ser real, levando-o da insegurança inicial ao medo perturbador.
A reencarnação é método para o espírito aprender, agir, educar-se, recuperando-se quando erra, reparando quando se compromete negativamente.
Inevitável a sua ocorrência, ela funciona por automatismo da Vida, impondo as cargas de uma experiência na seguinte, em mecanismo natural de evolução.
Inscritos os códigos de justiça na consciência individual, representando a Consciência Cósmica, ninguém se lhe exime aos imperativos, por ser fenômeno automático e imediato.
A cada ação resulta uma reação semelhante, portadora da mesma intensidade vibratória. Quando recalcado o efeito, ele assoma, predominante, propiciando os estados de libertação ou sofrimento, conforme seja constituído o seu campo de energia.
O autodescobrimento é a terapia salutar para que sejam identificadas as causas geradoras e, ao mesmo tempo, a conscientização de quais recursos se pode utilizar para a liberação.
Conhecendo o fator responsável pelo medo, antepor-se-lhe-á a confiança nas causas positivas, que resultarão em futuros equilíbrios de fácil aquisição.
Ao lado das terapias acadêmicas, conforme a etiopatogenia do medo em cada criatura, a renovação pessoal pelo otimismo, a autoestima, o hábito das ideações elevadas, da oração, da meditação, constituem eficientes recursos curativos para o autoencontro, a paz interior.
O medo é inimigo mórbido, que deve ser enfrentado com naturalidade através do exercício da razão e da lógica.
Entre as várias expressões de medo ressalta o da morte, herança atávica dos arquétipos ancestrais, das religiões castradoras e temerárias, dos cultos bárbaros, das conjunturas do desconhecido, das imagens mitológicas que desenharam no tecido social as impressões do temor, das punições eternas para as consciências culpadas, dos horrores inomináveis que o ser humano não tem condições de digerir...
O pavor da morte, às vezes patológico, afigura-se tão grave, que a criatura se mata a fim de não aguardar a morte...
Compreensivelmente, desde o momento da concepção manifesta-se o fenômeno da transformação celular ou morte biológica. Nesse processo de transformações incessantes, chega o momento da parada final dos equipamentos biológicos, e tal ocorrência é perfeitamente natural, não podendo responder pelos medos e pavores que têm sido cultivados.
Não é a primeira vez que ocorre a morte do corpo, na vilegiatura da evolução dos seres. O esquecimento do fenômeno, de maneira alguma, pode ser considerado como desconhecido pelo espírito, que já o vivenciou antes.
Um aprofundamento mental demonstra que a morte não dói, não apavora, mas, o estado psicológico de cada um, em relação à mesma, transfere as impressões íntimas para o exterior, dando curso às manifestações aparvalhantes.
A Psicologia Transpessoal, lidando com o ser psíquico, o ser espiritual, sabe-o em processo de evolução, entrando no corpo — reencarnação — e dele saindo —desencarnação — da mesma forma que o corpo se utiliza de roupas, que lhe são necessárias e dispensáveis conforme as ocasiões.
O simples hábito de dormir, quando se mergulha na inconsciência relativa, é uma experiência de morte que deve servir de padrão comparativo para o fim do processo biológico.
Conforme o eu profundo considere a morte, povoando-a de incertezas, gênios do mal, regiões punitivas ou aniquilamento, dessa forma a enfrentará. O oposto igualmente se dá. Vestindo a morte de esperança de reencontros felizes, de aspirações enobrecidas, de agradável despertar, ocorrerá o milagre da vida.
O medo da morte decorre da ignorância da realidade espiritual e do apego ao transitório físico.
Freud afirmava que o instinto da morte é superior ao de conservação da vida, o que é perfeitamente natural, tendo-se em vista que o corpo é fenômeno, e este passa, permanecendo a causa, que é a energia, a vida em si mesma.
A psicoterapia preventiva, como curadora para o medo da morte, propõe uma conduta harmônica com os níveis superiores de consciência desperta, lúcida, avançando para a transcendência do eu, até culminar na identificação com a Cósmica.
Pensar e agir bem.
Amar e amar-se.
Servir, como forma de ser feliz.
Vincular-se à Fonte da Vida Perene, Causal e Terminal.
Meditar, beneficiando-se com o autodescobrimento e tornando-se um agente de esperança e de paz, eis como viver sem morrer e morrer para perpetuar a vida.

Medo e Autoconfiança

Rodrigo Machado Tavares

     “Da conquista da paciência, face à perseverança que a completa, passa-se à autoconfiança, à certeza das possibilidades existentes que podem ser aplicadas em favor dos anseios íntimos.”
      Todos nós, por sermos espíritos ainda imperfeitos, estamos numa “infância psicológica”. Esta realidade faz com que certos sentimentos ainda sejam muito latentes em nós.

O medo é um deles, que nos deixa em estado de alerta quando nos sentimos ameaçados, quer físico, quer no psicológico. O medo é um sentimento natural; contudo, a depender do nível em que se encontre desenvolvido em nós, pode prejudicar o nosso processo evolutivo.
Quando bem administrado, pode transformar-se em cautela; ao contrário, pode transformar-se em fobia.

     Segundo Joanna de Ângelis: “a coragem de manter contato com os próprios medos é recurso terapêutico muito valioso para a sua erradicação...”. É interessante observar que Carl Jung asseverava que “só aquilo que somos realmente tem o poder de curar-nos”. Em outras palavras, podemos afirmar que não devemos ter medo dos nossos medos; temos sim que identificá-los e dominá-los.  Assim sendo, começaremos a ter a segurança necessária para gerenciá-los.
       A Benfeitora Joanna de Ângelis ainda afirma que: “o amor é o antídoto eficaz para a superação do medo e a sua conseqüente eliminação”. E é justamente através do AMOR que passamos a ter AUTOCONFIANÇA; tão necessária para a nossa “maturidade psicológica”.

           
 

Rodrigo Machado Tavares é Engenheiro e pesquisador, residente em Londres. Colabora com diversos Grupos Espíritas.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 8 Janeiro e Fevereiro 2010
The Spiritist Psychological Society

Como vencer a depressão e o medo

Como vencer a depressão e o medo

José B. Campos

Você já reparou a quantidade de pessoas que se queixam de estarem deprimidas, nervosas, amedrontadas? Já reparou, também, como é grande o número de pessoas que se sentem frustradas profissionalmente ou inconformadas com a vida que levam? Já notou quantas vezes, num bate papo informal, alguém se lembra que fulano está na pior ou que sicrano está derrubado, e a conversa agradável descamba para as queixas e o cepticismo? Dizem ser a vida estressante. O mal da modernidade.

Conta uma lenda do budismo chinês que um homem de meia idade tinha duas esposas. Um dia, indo visitar a mais jovem, esta lhe disse: "Eu sou moça e vós sois velho; não gosto de morar convosco. Ide habitar com vossa esposa mais velha". Para poder ficar, o homem arrancou da cabeça os cabelos brancos. Mas, quando foi visitar a esposa mais velha, esta lhe disse: "Eu sou velha e tenho a cabeça branca; arrancai, pois, os cabelos pretos que tendes". Então o homem arrancou os cabelos pretos para ficar de cabeça branca. Como repetisse sem tréguas tal procedimento, a cabeça tornou-se-lhe inteiramente calva. A essa altura ambas as esposas acharam-no horrível e ambas o abandonaram.

Em tempos idos esse homem tinha sido um cão que vivia entre dois templos, um dos quais se erguia a leste e outro a oeste do rio. Ao ouvir soar a ganta (sineta de bronze utilizada na China durante as cerimônias religiosas), dirigia-se logo ao templo donde partia o som, para ali obter comida. Ora, um dia fizeram vibrar a placa sonora simultaneamente nos dois templos. O cão lançou-se a nadar para atravessar o rio; mas enquanto ia para oeste, veio-lhe o receio de que a comida do templo do leste fosse melhor; e, quando voltava em direção a leste, receou que a do templo do oeste fosse mais saborosa. Nessas hesitações, acabou perecendo afogado no meio do rio.

No mundo turbulento e imediatista de hoje, em que a busca desesperada pelos bens de ordem material prevalece sobre os valores morais, muita gente age como o homem da lenda budista: ora tentando agradar a uns e a outros, olvidando os sentimentos próprios; ora, afogando-se nas hesitações entre o desejo e o dever.

Esse desequilíbrio emocional tem contribuído decisivamente para que muitos vivam em constante sensação de fragilidade e insegurança.

Esse mal parece ser frondescente. Enrama-se com uma destreza extraordinária e uma policromia invejável. Galhos que se não quebram facilmente. E que se colorem de estresse, de ansiedade e de medo. Frutificando uma depressão amarga e dolorida.

Entre os fatores que concorrem para que se estabeleça essa situação infelicitadora, destacamos, como principais, os problemas: familiares, afetivos, sociais, financeiros e profissionais. E se estiver aliado ao de ordem espiritual, torna-se mais grave ainda.

Precisamos, no entanto, precavermo-nos contra os diagnósticos extemporâneos. Toda e qualquer terapêutica exige rigoroso acompanhamento da medicina tradicional.

Há pessoas, até mesmo espíritas, para as quais qualquer adversidade, qualquer doença ou qualquer atitude pusilânime que se pratique, é provocada por influência de algum espírito obsessor. Como se espírito obsessor fosse um ser abjeto predestinado ao mau.

Na maioria das vezes, esse é um processo de transferência de culpa. É bem mais fácil atribuir-se a outrem a causa das vicissitudes enfrentadas do que encarar o próprio desequilíbrio. Livrando-se, assim, das responsabilidades e dos conflitos íntimos.

Só para esclarecer, o espírito obsessor nada mais é que uma vítima do passado, que se acha no direito de cobrar do seu algoz, mediante a lei de talião: olho por olho, dente por dente. Necessitando do concurso fraterno, da palavra esclarecedora, e do amor, para alforriá-lo do cativeiro do ódio e transformá-lo no benfeitor do amanhã.

Lembra das estórias de terror, nas quais o vampiro só entra em uma casa quando convidado pelo dono dela? Pois bem, no processo obsessivo isto é uma realidade. Os pensamentos desequilibrados, as atitudes infelizes, a conduta nociva e até o desânimo são convites que permitem abramos a porta da nossa casa mental, nos vinculando às nossas vítimas do pretérito. Daí, a advertência do Cristo: "Orai e vigiai".

Somos todos espíritos. A nossa vida não começa no berço nem se acaba no túmulo. Preexistimos e sobrevivemos ao corpo físico. O berço e o túmulo são meras fronteiras impostas pelas matérias primárias do globo que nos abriga. A sede da personalidade humana reside, na verdade, na esfera psíquica do espírito, cujas desordens mentais e anormalidades psicológicas são manifestações das experiências do presente ou do pretérito, projetadas através do cérebro material. Sendo este, apenas, um instrumento passivo, exercendo suas funções mecânicas representadas pelos cinco sentidos da vida mental.

Todos nós, espíritos, no curso das reencarnações sucessivas, em nossa existência eterna, navegamos entre as diversas dimensões espirituais, etéreas e materiais, para aportarmos na perfeição moral, consoante a justiça amorosa de Deus. Nessa jornada evolutiva, conquistamos numerosos amigos e, não raro, infelicitamos outros corações, que se tornam nossos desafetos. Quando isso ocorre, somente o amor é capaz de vencer as barreiras do egoísmo e do orgulho de ambos, através do perdão mútuo, para que as mágoas não nos requisitem para reparações dolorosas.

Orar é um recurso eficaz para estarmos sempre em sintonia com o bem, protegidos e inspirados por Espíritos bons. Outro recurso eficaz é vigiar os nossos pensamentos, atitudes e conduta, para não nos afinizarmos com espíritos que se comprazem com o mal, ainda.

Está certo. Propomo-nos a orientá-lo(a) como vencer a depressão e o medo, que têm estreita ligação com o estresse. Então, que tal entendermos um pouco acerca dessa problemática complexa?

Estresse (forma aportuguesada do inglês "stress", palavra proposta pelo médico sueco H. Selye) é a soma das perturbações físicas ou psíquicas provocadas por traumas, emoções, choques cirúrgicos, intoxicações e fadigas. Quando essas perturbações se apresentam de modo súbito e agressivo, como mecanismo de defesa, o organismo reage produzindo hormônios como a adrenalina, aumentando o batimento cardíaco e acelerando a respiração.

Voltando ao seu funcionamento normal, logo depois de passada a situação. Todavia, quando o estresse é contínuo, pode-se desenvolver doenças como: insônia, tremores, fadiga constante, taquicardia, hipertensão e gastrite ou úlcera. Levando, inevitavelmente, à extrema ansiedade.

Ansiedade é a sensação injustificada de perigo iminente, insegurança e incerteza, provocada por transtornos afetivos e intelectuais. Deixando a pessoa apreensiva e angustiada. É natural, por exemplo, a ansiedade que se sente à medida que se aproxima o dia de se prestar exames do vestibular.

A ansiedade patológica, por sua vez, é aquela que deixa a pessoa com medo ou tensão por um período prolongado. Ela, a pessoa, vivencia os problemas sem desligar-se deles e imagina problemas inexistentes, provocando reações rápidas e enérgicas do organismo, causando dores de cabeça, náuseas, insônia, dores difusas, gastrite ou úlcera e problemas de ordem sexual. Gerando um medo excessivo e prejudicial.

O medo é um sentimento comum a todas as pessoas, frente a um perigo real e iminente, tais como: catástrofes, incêndios, panes, etc.

Já o medo patogênico não tem uma causa real e provoca uma aflição desmedida, caracterizada por fobias e crises de pânico.

Dentre as fobias, podemos destacar aquelas que se caracterizam por medo de espaços abertos, de multidões, de sair de casa, de viajar sozinho, de se sentir mal e não obter socorro (Agorafobia); o medo de falar em público, de freqüentar reuniões e festas, de comer em restaurantes e de crítica, por baixa auto-estima (Fobias sociais); e medos isolados e específicos, como o de animais (Zoofobia); de altura (Acrofobia); de trovões e relâmpagos (Astrofobia); de voar e de espaços fechados (Claustofobia); e de doenças (Nosofobia).

Quando o medo se torna intenso e incontrolável, a pessoa sofre o que se chama crise de pânico, que dura algum tempo, apresentando sensação de desmaio, tontura, falta de ar, tremores, dores no peito e um pavor descontrolado de que algo de ruim possa acontecer. Em se tornando repetitiva, essa crise, caracteriza-se a Síndrome do Pânico, ou Transtorno do Pânico (TP).

A palavra "pânico" tem origem no vocábulo grego "panikon" que significa susto ou pavor violento e repetitivo.

Segundo a mitologia grega, o Deus Pã, que possuía chifres e pés de bode, provocava com o seu aparecimento, horror nos pastores e camponeses. Em Atenas, na Acrópole, o templo ao Deus Pã ficava ao lado da Ágora, praça do mercado onde se reunia a assembléia popular para discutir os problemas da cidade. Sendo daí derivado o termo agorafobia, usado na psiquiatria.

O Transtorno do Pânico (TP) é motivado por ameaças endógenas (dentro da pessoa) e irreais, provocando palidez, boca seca, palpitações, sudorese, falta de ar e batimentos cardíacos acelerados. Em muitos casos, soma-se à depressão.

A Depressão caracteriza-se por extrema tristeza e desânimo, provocada por algum tipo de perda ou infortúnio, afetando os relacionamentos e as atividades, da pessoa. Apresenta-se com os seguintes sintomas: abatimento; alteração do sono; alterações do apetite; falta de interesse pelas atividades quotidianas; diminuição da capacidade de sentir prazer; dificuldade de concentração; fadiga manifesta; desinteresse sexual; perda da autoconfiança; sentimento de culpa; falta de esperança; crises de choro; angústia; problemas de comunicação; impaciência; irritabilidade; vontade de sumir; sensação de isolamento; enxaqueca ou perturbações digestivas; e os mais graves de todos: vontade de morrer e idéias de suicídio.

A perda de ente querido; as decepções em casa ou no trabalho; uma doença longa; e outros problemas fisiológicos, como a dependência do álcool ou de entorpecentes, e o consumo prolongado de tranqüilizantes e outras substâncias medicamentosas; são os fatores mais comuns que concorrem para a depressão.

A propósito, há alguns dias, quando já estávamos de saída do Centro Espírita, uma jovem senhora, aparentando um certo desequilíbrio emocional, puxando-nos pelo braço, rogou, em tom de desespero: "Sêo Campos, me salve!".

Fiquei tentado a dizer-lhe que se tivesse o poder da salvação, salvar-me-ia primeiro. Já que vivo em antiga pendenga com os homens lá do Alto. Per mea culpa, mea máxima culpa.

Felizmente, o bom senso foi mais ágil do que o humor. Ninguém que faça tão grave súplica merece tão despropositado gracejo.

Então, ouvindo-a fraternalmente, tomamos conhecimento de tratar-se de um processo depressivo, em estado patológico. Agravado pelo verdadeiro pavor que ela nutria de se ter tornado vítima de uma obsessão. Embora esse medo fosse infundado.

Se o drama dela era grande, o nosso se fez mais acentuado ainda. Para convencê-la de que lhe não havíamos chamado de maluca, por aconselhá-la procurar um psiquiatra.

Da mesma forma que pensam que sanatório é internato para "doido", as pessoas menos informadas acreditam, também, que psiquiatra é médico para "louco". E, se crêem, espalham a "desinformação" com uma velocidade incrível! Superando, em muito, o "The Flash".

Diz-se que alguém está "na pior", quando se apresenta com distúrbios emocionais; e que alguém está "derrubado", quando passa por momentos difíceis, de ordem moral ou material. Porém, quando alguém estagia em um desses processos, por período incomum, aí sim, devemos nos preocupar.

Certamente, você deve estar me perguntando: "E agora, José?”.

Agora? Agora, é deixarmos de tratar essa problemática, de modo tão simplório, como se fulano estivesse com "frescura" ou sicrano desejasse fazer chantagem emocional; e solucioná-la de forma racional, fazendo com que a vida volte ao seu normal, para aproveitar-se às benesses da modernidade.

Mas, afinal, como vencer a depressão e o medo?

Vamos lá, anote aí:

Nenhum(a) médium, espírita ou não, pode curar quem quer que seja. Qualquer um(a) que se aventure a recomendar banhos, benzeduras, "trabalhos", água fluidificada, passes e outras coisitas más, naturais das extravagâncias doutrinárias; não passa de embusteiro e irresponsável, que pratica a venda ilícita de bens espirituais, para receber dinheiro ou moedas deploráveis, cunhadas com o ouro tolo do aplauso das pessoas crédulas e incautas.

Apresentando-se algum dos sintomas característicos do estresse, da ansiedade, do medo ou da depressão, o caminho correto para a cura é o do consultório psicológico ou psiquiátrico. Até mesmo ao médico clinico só se deve ir quando encaminhado por um profissional da área da medicina comportamental: Psicólogo ou Psiquiatra.

Nesses casos, o papel do(a) médium deve ser o de auxiliar da terapia, através das palavras de bom ânimo e orientações acerca das questões espirituais, bem como outro esclarecimento sobre comportamento social que se fizer necessário. Pode, no entanto, aconselhar que o(a) paciente, além do tratamento médico, participe regularmente das reuniões doutrinárias, propiciando-lhe conhecer as verdades eternas do espírito.

Falar nisso, anote aí, também:

Espírito encarnado, ou Alma, é aquele que temporariamente utiliza o veículo físico para aprimorar-se moralmente, através das reencarnações. Assim, você pode chamar alguém de alma ou de espírito encarnado. Dá no mesmo.

Quando o espírito se retira do corpo físico, pela morte deste, você pode chamá-lo de espírito ou de espírito desencarnado. Também dá no mesmo.

Você não tem espírito, você é um Espírito. Portanto, não diga "meu espírito", diga "eu, espírito". E você, espírito, é eterno, imortal! Beleza, né?

Dois espíritos não podem habitar o mesmo corpo físico. Aí, você fica sabendo que não existem "incorporação" e "possessão". Se tranqüilize, pois. O corpo é todinho seu. E só você é quem manda nele e pode dispor dele. Mas, cuidado com os seus pensamentos, suas atitudes e sua conduta, porquanto estarão vinculados a espíritos afins: bons ou maus. Você é quem escolhe a companhia que mais lhe agrada.

Com a morte do corpo físico, o espírito retorna ao seu mundo "normal", que é o plano espiritual (o mundo físico poderia até deixar de existir, porque como seres etéreos podemos povoar as dimensões extracorpóreas). Portanto, quando um ente querido desencarna, apenas, perdemo-lo de vista, momentaneamente. Ele continua vivinho da silva! Podendo, até, comunicar-se conosco, através de um(a) médium. Lembre-se dele sempre com alegria. Porque, mais cedo ou mais tarde, você irá encontrá-lo. Uma prece amorosa, certamente, irá agradá-lo muito.

Sabendo que a morte é apenas um fenômeno do corpo material, e que não irá solucionar qualquer problema, você já sabe, também, que desejar morrer ou cometer suicídio é mera infantilidade, agravando ainda mais a situação. O Gonzaguinha tinha razão ao cantar: "A vida podia ser bem melhor. E será! Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita, e é bonita!”.

Agora, vamos ao feijão-com-arroz, do dia a dia:

Para se gostar verdadeiramente de alguém, é preciso, primeiro, gostar de si mesmo. A tristeza causada por rompimento de uma relação amorosa é sempre chata. Mas não podemos condicionar a nossa felicidade à presença de alguém que não nos ama. É bem melhor uma boa separação do que uma má convivência. Mesmo porque, o que não falta é quem nos queira bem. Vamos em frente, que atrás vem gente!

Ah, já ia esquecendo, vamos acabar com essa estória de ciúme doentio. Quando amamos alguém, devemos compartir a felicidade. Esqueçamos, de uma vez por todas, essa mania equivocada de posse. Cada um é dono do seu nariz. Nem mesmo com a desencarnação, perdemos a nossa individualidade. O relacionamento a dois deve ser alimentado com amor, carinho, tolerância, diálogo sincero e fraterno, amparo mútuo e, até mesmo, renúncia em favor do ser amado. Construir juntos deve ser a meta!

Quando falta dinheiro, o bicho pega! Ninguém se lembra de usar a criatividade ou de simplificar a vida. Ou de aproveitar, da melhor maneira, o que se tem ou o que se pode ter. Irrita-se. Fica-se de mau humor. Impacienta-se. Todavia, ninguém procura adequar o consumo ao orçamento. Se não pode ter o que deseja, valorize o que tem. Dias melhores virão!

Realmente, com essa alta taxa de desemprego, muita gente tem medo de demissão. No entanto, mesmo achando que está ganhando abaixo do que merece, o ideal é ser sempre dedicado(a) no trabalho, isto é, gostar do que faz. Cordialidade, educação, bom humor, solidariedade e responsabilidade não fazem mal a ninguém. Abrem, até, portas. Benfazejas, é claro!

Nada de desânimo ou de falta de confiança ao procurar emprego. Está difícil mas não impossível! Acorda-se bem disposto(a). Faz-se uma prece sincera. Toma-se um bom banho. Veste-se uma roupa simples mas de acordo com a função desejada. Força de vontade e perseverança, na frente! Nada de afirmar que o dia começou mal só porque não conseguiu na primeira tentativa. Se não der num dia, tenta-se em outro, mais outro, mais outro... Para quem luta, a vitória é sempre certa.

Apagar da tela mental, definitivamente, o medo, os pensamentos negativos e o hábito de criticar. Discriminar ou depreciar os outros, nem pensar! Ninguém suporta, por muito tempo, uma pessoa antipática e intolerante.

O egoísmo, o orgulho e a vaidade são que nem areia movediça, quem cai nela só faz afundar. Dizem que carroça vazia quanto mais vazia, mais barulho faz.

Atualizar-se. Boa música. Bom lazer. Assistir, ler ou ouvir os jornais. Bons livros. Um bate papo saudável.

Aliás, quem gosta de falar muito, deve ler muito e aprender muito, para se não tornar motivo de censura.

Um antídoto maravilhoso contra o veneno da solidão é o trabalho voluntário, em uma das incontáveis instituições que amenizam as desventuras dos irmãos aflitos.

Toda e qualquer doença é um tanto quanto traumática. Entretanto, enfrentá-la com altivez e fé ajuda, e muito, a suportá-la e auxilia no tratamento. Segundo estudos médicos atuais, o bom humor e a alegria têm sido um reforço inolvidável na cura das enfermidades.

No mais, é ser sempre uma pessoa agradável, sorridente, fraternal e alegre. Confiante na misericórdia infinita do nosso Pai Celestial.

Nenhum problema é insolúvel. E mal nenhum é eterno. Eterno só o é o nosso existir, rumo à felicidade perene.

Esperamos que o nosso comentário possa, de alguma forma, pelo menos, confortar o seu coração generoso e florir a sua estrada evolutiva.

Permaneçamos todos, na paz de Jesus, alívio de nossas dores e alimento divino de nossas almas.

Deus o(a) abençoe.

Vença o medo

Os dias tumultuosos do presente ensejam ansiedades, preocupações, insegurança, medo...

      Medo de ser assaltado, de contrair uma doença, medo que o dinheiro acabe, medo de falar em público, medo do relacionamento, medo de viver e de morrer, medo que algo ruim aconteça com alguém de nossa família, medo de perder o emprego... Ah! A lista é interminável, embora ninguém ouse negar que viver nos dias atuais é realmente um enorme desafio. Porém, o medo em nada ajuda. Só atrapalha.

      Se a prudência ajuda e é necessária, o medo em nada colabora.

      Inspiro-me para escrever o presente artigo no capítulo Dia de vencer o medo, do livro Para o dia nascer feliz, de autoria do amigo José Carlos de Lucca, com pequenas transcrições parciais.

      Aproveitando o pensamento do autor, consideremos que o medo paralisa as ações, neutraliza ideais. O autor chega a comentar um caso de pessoa conhecida que tinha tanto medo de ser assaltada que resolveu não mais sair de casa, nem de noite, nem de dia. Era aposentada. Fazia tudo por telefone, inclusive as compras.

      Mas morreu em casa, vítima de bala perdida que entrou pela janela do apartamento. Já imaginaram?

      Acabou sendo vítima daquilo que tanto temia: a violência. Esse é um dos efeitos do que o medo produz. Os leitores já reparam que as baratas e besouros voam direto para aqueles que mais os temem?

      É que o medo traz tudo aquilo que mais tememos, tudo o que queremos evitar. Ocorre que somos aquilo que pensamos e se nossos pensamentos são de medo, criamos em torno de nós uma ambientação energética de igual teor, atraindo, pela lei de afinidade vibratória, as situações que tanto tememos.

      Como vencer, pois, o medo?

      Esse sentimento cresce se o cultivarmos. Para início de conversa, não cultive o medo. Ao perceber um pensamento ou sentimento de medo, procuremos eliminá-lo imediatamente com sua substituição por pensamentos de coragem e fé. Para não ser vencido por ele...

      Todo mal sempre encerra um bem porque a vida nunca está contra nós. Só nos ocorre aquilo que for necessário, desde que não busquemos outros caminhos que somente a imprudência e falta do bom senso podem acarretar.

      Basta pensarmos que sempre estaremos nas mãos de Deus e se me reconheço indestrutível, temer o que? Nenhuma doença, nenhum infortúnio, nenhum problema conseguirá vencer-me se sinto-me um ser imortal. Tudo é uma questão de ponto de vista.

      Bons pensamentos, boas atitudes garantem uma vida de paz, sem medo.

      Diga para si mesmo: Sou uma pessoa corajosa e sempre estou protegido. E afasto de mim todo pensamento de medo. Sou forte, sou capaz. Tenho força para superar as adversidades.

OS MAIORES INIMIGOS

Os 5 Maiores Inimigos: O Medo, A Cólera, A Dureza, A Vaidade e a Maledicência



Certa feita, Simão Pedro perguntou a Jesus:
- Senhor, como saberei onde vivem nossos maiores inimigos? Quero combatê-los, a fim de trabalhar com eficiência pelo Reino de Deus.

Iam os dois de caminho entre Cafarnaum e Magdala, ao sol rutilante de perfumada manhã.
O Mestre ouviu e mergulhou-se em longa meditação.

Insistindo, porém, o discípulo, ele respondeu benevolamente:
- A experiência tudo revela no momento preciso.
- Oh! – exclamou Simão, impaciente – a experiência demora muitíssimo.

O Amigo Divino esclareceu, imperturbável:
- Para os que possuem “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”, uma hora, às vezes, basta ao aprendizado de inesquecíveis lições.

Pedro calou-se, desencantado.
***

-1  Antes que pudesse retornar às interrogações, notou que alguém se esgueirava por trás de velhas figueiras, erguidas à margem. O apóstolo empalideceu e obrigou o Mestre a interromper a marcha, declarando que o desconhecido era um fariseu que procurava assassiná-lo. Com palavras ásperas desafiou o viajante anônimo a afastar-se, ameaçando-o, sob forte irritação. E quando tentava agarrá-lo, à viva força, diamantina risada se fez ouvir. A suposição era injusta. Ao invés de um fariseu, foi André, o próprio irmão dele, quem surgiu sorridente, associando-se à pequena caravana.

Jesus endereçou expressivo gesto a Simão e obtemperou:
- Pedro, nunca te esqueças de que o medo é um adversário terrível.
***

-2  Recomposto o grupo, não haviam avançado muito, quando avistaram um levita que recitava passagens da Tora e lhes dirigiu a palavra, menos respeitoso.
Simão inchou-se de cólera. Reagiu e discutiu, longe das noções de tolerância fraterna, até que o interlocutor fugiu, amedrontado.

O Mestre, até então silencioso, fixou no aprendiz os olhos muito lúcidos e inquiriu:
- Pedro, qual é a primeira obrigação do homem que se candidata ao Reino Celeste?

A resposta veio clara e breve:
- Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

- Terás observado a regra sublime, neste conflito? – continuou o Cristo, serenamente – recorda que, antes de tudo, é indispensável nosso auxílio ao que ignora o verdadeiro bem e não olvides que a cólera é um perseguidor cruel.

-3  Mais alguns passos e encontraram Teofrasto, judeu grego dado à venda de perfumes, que informou sobre certo Zeconias, leproso curado pelo profeta nazareno e que fugira para Jerusalém, onde acusava o Messias com falsas alegações.

O pescador não se conteve. Gritou que Zeconias era um ingrato, relacionou os benefícios que Jesus lhe prestara e internou-se em longos e amargosos comentários, amaldiçoando-lhe o nome.

Terminando, o Cristo indagou-lhe:
- Pedro, quantas vezes perdoarás a teu irmão?
- Até setenta vezes sete – replicou o apóstolo, humilde.

O Amigo Celeste contemplou-o, calmo, e rematou:
- A dureza é um carrasco da alma.
***

-4  Não atravessaram grande distância e cruzaram com Rufo Grácus, velho romano semiparalítico, que lhes sorriu, desdenhoso, do alto da liteira sustentada pelos escravos fortes.

Marcando-lhe o gesto sarcástico, Simão falou sem rebuços:
- Desejaria curar aquele pecador impenitente, a fim de dobrar-lhe o coração para Deus.

Jesus, porém, afagou-lhe o ombro e ajuntou:
- Por que instituiríamos a violência no mundo, se o próprio Pai nunca se impôs a ninguém?
E, ante o companheiro desapontado, concluiu:
- A vaidade é um verdugo sutil.
***

-5  Daí a minutos, para repasto ligeiro, chegavam à hospedaria modesta de Aminadab, um seguidor das idéias novas.

        À mesa, um certo Zadias, liberto de Cesárea, se pôs a comentar os acontecimentos políticos da época. Indicou os erros e desmandos da Corte Imperial, ao que Simão correspondeu, colaborando na poda verbalística. Dignitários e filósofos, administradores e artistas de além-mar sofreram apontamentos ferinos. Tibério foi invocado com impiedosas recriminações.

Finda a animada palestra, Jesus perguntou ao discípulo se acaso estivera alguma vez em Roma.
O esclarecimento veio depressa:
- Nunca.

O Cristo sorriu e observou:
- Falaste com tamanha desenvoltura sobre o Imperador que me pareceu estar diante de alguém que com ele houvesse privado intimamente.

Em seguida, acrescentou:
- Estejamos convictos de que a maledicência é algoz terrível.
O pescador de Cafarnaum silenciou, desconcertado.
***

O Mestre contemplou a paisagem exterior, fitando a posição do astro do dia, como a consultar o tempo, e, voltando-se para o companheiro invigilante, acentuou, bondoso:
- Pedro, há precisamente uma hora procurava situar o domicilio de nossos maiores adversários. De então para cá, cinco apareceram, entre nós: o medo, a cólera, a dureza, a vaidade e a maledicência... Como reconheces, nossos piores inimigos moram em nosso próprio coração.

E, sorrindo, finalizou:
- Dentro de nós mesmos, será travada a guerra maior.

 
         (Obra: Luz Acima - Chico Xavier/Irmão X)

Administrando o medo


Recente pesquisa revelou que muitos brasileiros vivem dominados pelo medo. Medo que vai desde o de ser assaltado, perder um filho, descobrir que tem uma doença grave, não conseguir pagar as contas, a sofrer um acidente, ter um ataque cardíaco ou perder o parceiro.
Alguns dos entrevistados revelaram que nem saem de casa ou que, em casa, vivem em sobressalto, ao menor ruído estranho.
Naturalmente, vivemos num mundo onde há muita violência, maldade e dificuldades. Mas é importante que se pense um pouco, a fim de não se engrossar o rol dos que vivem sob a injunção do medo, perdendo anos
preciosos das próprias vidas. Assim, não sofra por antecipação. Algumas pessoas, sugestionáveis, assistem imagens violentas na TV e acham que fatos como aqueles poderão acontecer com alguém da sua família.
Tomar precauções é recomendável. A ninguém se pede que seja incauto, imprevidente. Mas daí a ficar pensando, a toda hora, que algo terrível vai acontecer, será o mesmo que desistir da vida desde agora. Pessoas que assim agem podem não se tornar vítimas de acidentes, de assaltos ou de doenças, mas do próprio medo. Medo que as manterá infelizes, isoladas.
Por isso, nunca deixe que o medo o paralise.
Faça o que tiver que fazer: ir à escola, às compras, ao templo religioso.
Se enfrentar medos e preocupações sozinho lhe parecer difícil, procure ajuda. Pode ser de um psicólogo, de grupos de pessoas
que sofrem problemas semelhantes ou de um bom amigo.
E, em vez de se torturar com uma infinidade de contas a pagar, pense mais antes de adquirir o novo eletrodoméstico, de realizar a viagem dos seus sonhos, comprar a roupa da moda.
Aprenda a viver de acordo com os recursos de que dispõe.
Dê um passo de cada vez. Planeje férias com antecedência.
Programe-se. Não gaste tudo que ganha.
E, muito menos, não gaste o que ainda não ganhou.
Não fique pensando em ganhar na loteria,
na sena, na loto, no programa televisivo.
Trabalhe e sinta orgulho de poder, com seu
próprio esforço, ir adquirindo o de que necessita.
Em vez de ficar pensando na possibilidade de se manifestar essa
ou aquela doença terrível, opte por fazer check-up anual.
Não espere para ir ao médico somente quando a dor o atormente,
um problema de saúde se manifeste.
Procure o médico para saber se está tudo bem com você. Faça exames. Pratique exercícios sob supervisão. Ande até a panificadora, em vez
de ir sempre de carro. Pratique jardinagem, lave o carro.
Pense, sobretudo, positivamente: "Deus protege a minha vida.
Sou abençoado por Deus. Sou filho de Deus."
Trabalhe com alegria, ganhando as horas.
Não transforme o seu ambiente profissional em um cárcere de torturas diárias. Sorria mais. Faça amigos. Converse com os amigos.
Estabeleçam, entre vocês, um cuidado mútuo.
Isso no que se refere a você, aos seus filhos, ao seu patrimônio.
Unidos seremos fortes.
Enfim, não tenha medo do medo. Ele é um legado saudável e protetor, mas se torna um problema quando fica exagerado ou irracional.
Mantenha sua confiança em Deus,
que governa o mundo e zela por sua vida.
De todos os medos, o que mais deve preocupá-lo é o de perder
a presente reencarnação, por comodismos e invigilância.
E para este, a melhor solução é realizar, a cada dia,
o melhor de si, entregando-se a Deus.

Redação do Momento Espírita

O ESPÍRITA ANTE À SINDROME DO MEDO

O ESPÍRITA ANTE À SINDROME DO MEDO
Jorge Hessen, domingo, 8 de maio de 2011

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Em uma situação de crise, seja de ordem econômica ou agravamento da insegurança pública, como sói ocorrer nos dias de hoje, as relações sociais, pessoais e familiares se alteram. Diante desse quadro, é perfeitamente normal que sintamos medo. Na verdade, sentir medo nos leva à imobilização, pois essa fobia aumenta, consideravelmente, a incerteza do que uma atitude poderá causar. Pensar que não conseguiremos enfrentar uma doença, nossos erros, a perda do emprego ou dos bens, a velhice, a solidão, a perda de um amor e assim por diante, amedronta-nos, causa-nos ansiedade e desconforto psicológico.
Se tivéssemos certeza do sucesso das atitudes a tomar, não teríamos medo de coisa alguma. Não devemos, pois, desconsiderar nossos medos, mas, antes, valorizá-los como fonte de transformações a serem realizadas dentro de nós mesmos. Quando usados como instrumento de coerção, controle e exercício do poder e de autoridade sobre os outros, compromete-se a consciência dos indivíduos, criando, neles, a necessidade de mentir. É quando professores e pais usam os medos e ameaças para limitarem seus alunos e filhos. Contos e histórias infantis, que podem ser usados como armas para amedrontar e controlar as crianças, estão ajudando a realizar a tarefa da antipedagogia. É o antiensino. É a deseducação.
André Luiz ensina que “o corajoso suporta as dificuldades, superando-as. O temerário afronta os perigos sem ponderá-los.” (1) É verdade!  Há  atitudes que, frente aos medos, podem ser fruto da nossa irresponsabilidade. Trata-se de um erro de percepção ou da nossa incapacidade de julgamento. Sem medir as conseqüências dos nossos atos, seja qual for a razão, enfrentamos a ameaça e o perigo, sem, antes, analisá-los. Somos, muitas vezes, inconseqüentes nos nossos atos, não avaliarmos a imprudência que cometemos. Exemplos comuns de irresponsabilidade são as atitudes impulsivas ou exibicionistas praticadas por quem não pensa em correr quaisquer riscos com tais atitudes. A morte e a vida lhe são indiferentes.
Por essas razões é preciso que aceitemos nossos próprios medos, a fim de darmos início ao nosso autoconhecimento. Consiste, isso, em admitir que temos medos. Admitir também que todos têm medos. É o primeiro e decisivo passo para iniciar o caminho que nos levará a superá-los e, conseqüentemente, a superação de si mesmo.
A instabilidade psíquica e emocional faz parte da rotina de todos. É necessário ter “nervos de aço” para sobreviver nas grandes cidades modernas. Embora o medo seja um sentimento natural, a drástica realidade do cotidiano está transformando, em patologia crônica, um sentimento que é fundamental para nossa sobrevivência. “Ninguém poderá dizer que toda enfermidade esteja vinculada aos processos de elaboração da vida mental, mas todos podem garantir que os processos de elaboração da vida mental guardam positiva influenciação sobre todas as doenças”. (2) O medo é normal quando é moderado. Quando excessivo, torna-se doença, passa a prejudicar a nossa vida.
“Toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engrenagem de máquina sensível, e toda aflição amimalhada é como ferrugem destruidora, prejudicando-lhe o funcionamento”.(3) O medo excessivo (fobias) é o mesmo que semear espinheiros magnéticos  e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, conseqüentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que Deus nos concede com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna.
Para Sigmund Freud, uma emoção como o medo, por exemplo, “é uma preparação para enfrentar o perigo. É um estado biologicamente útil, já que, sem ele, a pessoa se acharia exposta a conseqüências graves. Dele derivariam a fuga e a defesa ativa. Quando, porém, o desenvolvimento de certos estados vai além de determinados limites, passa a contrariar o objetivo biológico e dá lugar às formas patológicas”. (4)
Os ansiosos (estressados) visitam, cinco vezes mais, médicos que uma pessoa normal. O sintoma crônico do medo está gerando problemas físicos e emocionais, tais como infarto do miocárdio, úlcera e insônia. Essa  síndrome repercute no organismo de várias maneiras. No cérebro, pode provocar insônia e depressão. No coração, surgem as arritmias e a hipertensão. O sistema endócrino pode sofrer baixa taxa de açúcar no sangue e problemas com a tireóide; no sistema gastrointestinal, indigestão e colite. Portando, o stress(5) do medo desenvolve a úlcera, a ansiedade, as tristezas e os pânicos.  “O medo [patológico] é um dos piores inimigos da criatura, por alojar-se na cidadela da alma, atacando as forças mais profundas”.(6)
Para nós, estudiosos do Espiritismo, a solução para o medo é, sem dúvida, o exercício "da fé que remove montanhas” (7), mostrando-nos o rumo da vitória. É, igualmente, a certeza da reencarnação, a convicção de que a vida terrena não é mais do que um longo dia perante a eternidade real da vida do Espírito. Somos seres pensantes e imortais e, ante essas verdades, podemos enriquecer a nossa atividade mental, indefinidamente, rumo aos objetivos superiores. Podemos desenvolver recursos que nos conduzam a um relacionamento humano e social mais saudável, através do trabalho solidário e fraternal, aprendendo a entender as dores e angústias dos nossos companheiros, a ter compaixão, e, finalmente, "a amar o próximo como a nós mesmos”. (8)
Fundamentalmente, a fé deve apoiar-se na razão, para não ser cega. Por isso, fé não é um "dom" fornecido por Deus para alguém em especial, seja por essa ou aquela atitude exterior, mas sim o produto da nossa conquista pessoal na busca da compreensão do caminho correto, das verdades que permeiam a essência das nossas próprias vidas, por meio do conhecimento, da vivência da experiência, das reflexões pessoais e pelo esforço que fazemos em nos modificar para viver com mais amor, por entender que o amor é a causa da vida, e a vida é o efeito desse amor. Na mensagem do Mestre, aprendemos a lição da coragem, do otimismo vivo, fatores psicológicos, esses, capazes de renovar nossos pendores, obstando que o medo, a depressão e a angústia se apossem de nossa mente.

Jorge
Site http://jorgehessen.net
email jorgehessen@gmail.com

Emmanuel - Medo

“E, tendo medo, escondi na terra o teu talento.” — (Mateus, cap. 25, v. 25)

Na parábola dos talentos, o servo negligente atribui ao medo a causa do insucesso em que se infelicita.
Recebera mais reduzidas possibilidades de ganho.
Contara apenas com um talento e temera lutar para valorizá-lo.
Quanto aconteceu ao servidor invigilante da narrativa evangélica, há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejariam.
E recolhem-se à ociosidade, alegando o medo da ação.
Medo de trabalhar.
Medo de servir.
Medo de fazer amigos.
Medo de desapontar.
Medo de sofrer.
Medo da incompreensão.
Medo da alegria.
Medo da dor.
E alcançam o fim do corpo, como sensitivas humanas, sem o mínimo esforço para enriquecer a existência.
Na vida, agarram-se ao medo da morte.
Na morte, confessam o medo da vida.
E, a pretexto de serem menos favorecidos pelo destino, transformam-se, gradativamente, em campeões da inutilidade e da preguiça.
Se recebeste, pois, mais rude tarefa no mundo, não te atemorizes à frente dos outros e faze dela o teu caminho de progresso e renovação. Por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias, enriquece-a com a luz do teu esforço no bem, porque o medo não serviu como justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor.

(Fonte Viva, 132, F.C.Xavier, FEB)

O medo das crianças


São tão bonitas as nossas crianças! Desde recém-nascidas aprendemos a cultuar as nossas crianças como sendo as nossas jóias.

Nossas crianças de fato merecem essa assistência, esse carinho, essa atenção. Mas, é curioso perceber que, muitas vezes, desde cedo, muito cedo, elas apresentam os medos, os temores e, muito dificilmente, nós nos damos conta desses medos, desses temores, o porquê disso existir.

Por que é que nossas crianças têm medos? Medos dos mais variados. Há crianças que não ficam no quarto escuro de jeito nenhum. As mães precisam colocar aquelas lampadazinhas de baixa intensidade para que a criança tenha a segurança de que está num ambiente iluminado, ainda que parcamente. É muito interessante perceber isto, porque nas famílias são poucos os pais que dão atenção a esses medos infantis. Muitas vezes atribuem que seja falta de vergonha da criança, que seja mimo demais. Cada um diz uma coisa. Pode ser que haja mimo, pode ser que haja a sem-vergonhice da criança para ficar junto com a mãe. No entanto, é importantíssimo que olhemos os medos da criança com olhar mais psicológico.

Por que é que ela tem medo, se nunca lhe pusemos medo? Se nunca impusemos medo aos nossos filhos de onde é que vêm esses medos? Jamais lhe falamos alguma coisa que pudesse impor-lhe qualquer medo.

Vale a pena pensar que nossas crianças, nossos filhos são Espíritos. Sim, nossos filhos são Espíritos e como Espíritos eles agem, como Espíritos eles procedem. E porque nós somos espiritualistas e acreditamos que nossos filhos sejam Espíritos, muitas vezes é necessário entender que eles vieram de alguma região espiritual para a Terra, para o nosso encontro. São almas ligadas a nós, de passado próximo ou de passado remoto, ou que estão contato conosco pela primeira vez, mas são Espíritos. Muitas entidades espirituais ficam retidas nessas regiões do Além durante muito tempo. Algumas, atravessando dificuldades em função das vidas pretéritas; outras, com menos problemas, em função da vida passada.

Naturalmente, quando pensamos nisso, poderemos cogitar se esse medo expresso por nossa criança não vem dessas experiências no Além, antes de que chegasse à Terra. Desse modo, vale a pena que nós não imponhamos à criança essa resistência ao medo.

Se, por acaso, ela estiver apresentando medo de escuridão, não lhe obriguemos a ficar num lugar escuro. Poderemos criar-lhe traumas de difíceis conseqüências para o seu futuro. Será importantíssimo que nós trabalhemos para que ela fique bem e, como falamos, as mães colocarem uma lampadazinha de baixa intensidade para que a criança se sinta confortável.

Às vezes, ela acorda chorando e os pais imaginam que seja manha para ir para a cama do casal. Pode ser que seja, mas como não teremos certeza, enquanto esta certeza não tivermos, vamos atender a nossa criança. Não haverá nenhum problema que ela fique um pouco junto de nós e quando ela durma, quando ela se acalme, nós a levaremos para a sua caminha de novo.

Há muitas crianças que sofrem pesadelos tanto quanto os adultos sofremos pesadelos e, como elas não sabem dizer, elas poderão dizer que viram bichos, que viram monstros e nós, se não tivermos essa sensibilidade, estaremos criando um problema muito mais sério, muito mais grave para os nossos filhos do que se nós estivermos lhes.dando agasalho.

Medos em crianças precisam ser analisados porque, afinal de contas, nossos filhos são Espíritos e como Espíritos carregam as pressões do seu passado, de sua vida anterior a essa, ou de suas vidas anteriores a essa. E, por causa dessa pressão, tudo pode acontecer.

Antigos adversários que as acompanham, seres da família e que elas, não tendo consciência, poderão assustar-se ao vê-los, no seu desprendimento pelo sonho.

Daí, então, vamos conversar com a nossa criança, trabalhar para que se.lhe diminua a intensidade do medo, mostrar para ela que não há razão para ela ter medo. Por que? Porque ela está dentro de casa, junto do papai, junto da mamãe, junto aos irmãos. Mas não vamos menosprezar essa reação que a nossa criança possa apresentar de medo, de pavor em muitas ocasiões. Afinal de contas, nós precisamos agasalhar com carinho os nossos filhos.

* * *

Falamos, desse modo, desse cuidado com os nossos filhos, com as nossas crianças, exatamente pelas condições psicológicas dos nossos pequenos. É importante, porém, que não seja obra dos pais, ou dos adultos colocar medo nas crianças.

É muito comum, na tentativa de abolir determinado comportamento da criança, que os pais lhe imponham medos, medos do papão, do bicho papão, para fazê-la dormir.

Às vezes, as mães, com intenções as mais variadas, colocam nos seus filhos medos do velho, do guarda, da polícia, medo do preto, medo da mulher, medo completamente irracional.

As crianças não têm ainda condições de discernir, elas não conseguem ainda avaliar o que signifique isto que seus pais ou que um adulto lhes esteja dizendo. Ela então se perturba, se amofina, se apoquenta, sem saber como sair dessa situação.

Nós criamos, na mente infantil, esses quadros dantescos que, na imaginação criativa da criança, ganham uma forma inusitada, uma extensão inimaginável e uma intensidade brutal. Quantas e quantas vezes problemas sérios, que acompanharão a criatura até a idade adulta nasceram nesses medos na infância.

Dessa maneira, vale a pena ter muito cuidado com medos de nossas crianças. Por vezes, elas apresentam medos de determinados bichos, medo de aranha, medo de barata, bichos que aparecem em casa, medo da lagartixa. Tanto quanto seja possível, se seus pais não forem dotados deste mesmo medo, poderão mostrar para as crianças que esses são animais inofensivos. Deverão ensinar a elas a ter cuidados porque pode ser animal que traga algum tipo de enfermidade, pelos lugares por onde passeie. Como nós aprendemos a espantar as moscas porque elas pousam em qualquer lugar, os mosquitos, muitas vezes será necessário ensinar às crianças a respeito da questão higiênica: porque é que não temos determinados tipos de animais na nossa convivência, mas não porque elas devam ter medo, não porque os pequenos devam temer isso, mas o cuidado.

Ensinar. Sempre que ensinamos, nós libertamos a criança. Deixamos de ensinar, a criança fica escrava do medo irracional.

Quantos adultos inseguros não ficam em casa sozinhos jamais, não saem à rua sozinhos jamais, não viajam jamais a sós... E quando nós vamos buscar as razões disso, as raízes de tudo isso, as raízes se encontram nos medos que lhes foram inculcados na infância.

É tão importante uma vida sem medo, mas com cuidados. Não temos medo de escuridão, mas sabemos que não devemos passar por lugares inóspitos, escuros em determinados horários, porque há pessoas de má índole que, muitas vezes, querem pregar sustos ou criar problemas graves: um assalto, um furto.

Então, nós estamos raciocinando. Não é um medo do escuro pelo escuro; é a preocupação de que há criaturas que se valem da escuridão para causar transtorno a outras pessoas.

Não fugiremos de determinados insetos por causa do medo que tenhamos deles, mas por sabermos, conscientemente, o tipo de problemas que eles nos possam trazer. Com isso, a nossa criança se desenvolve, ela aprende, ela cresce e nós ficamos felizes por não criarmos filhos, por não influenciarmos crianças a partir do medo.

É tão bom a gente não ter medo. É tão bom termos coragem de fazer as coisas, de viver as circunstâncias, de enfrentar desafios novos. É tão importante, é tão bom. E vale lembrar Jesus quando, num momento em que os discípulos estavam apavorados, após a Sua crucificação, e ninguém sabia Dele, e todos sentiam falta Dele, ei-LO que surge! E, ao se dirigir aos discípulos os saúda dizendo: Sou Eu, não temais.

A partir dessa presença de Jesus em nossa vida não temos nada a temer. Vamos passar Jesus de todas as maneiras para as vidas das nossas crianças, para a vida dos nossos filhos. Foi Ele mesmo que nos propôs: Deixai que venham a Mim as crianças, não as detenhais.

É tão importante que, a partir da lucidez com que ensinamos as crianças a viver da nobreza, com que permitamos que os nossos pequenos cresçam, aproximá-los de Jesus, dos ensinos do Mestre.

A partir daí, teremos a certeza de que eles crescerão saudáveis, corajosos positivamente, audaciosos no Bem, criando doravante o mundo novo que todos nós aguardamos.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 97, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em agosto de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 1º de junho de 2008.
Em 04.08.2008.

A preocupação e o medo da morte


Quem em nosso mundo não pensou algum dia.

“Como será após a minha morte, será que tudo que se passou em minha vida vai ser perdido?”

Quantos seres humanos já morreram e deram a vida por causas da caridade como Madre Tereza, ou  quantas pessoas deram suas vidas para salvar outras pessoas.

Quantos Pais e Mães que passaram suas vidas com um único objetivo, trabalhar e sustentar seus filhos com dificuldade, não desistiram, foram até o fim.

Mulheres que se submeteram a várias humilhações durante suas vidas, acreditaram sempre em Deus e em Jesus Cristo, nunca reclamaram e nem se indagaram.

“Será que vale a pena este sofrimento?”

Todas estas vidas vividas não estão perdidas porque desencarnaram, seus projetos e pensamentos ficam estampados em seus espíritos, suas obras continuam, seus corpos podem ser enterrados em caixões de madeira, não importa se foram ricos ou pobres, o que importa são os frutos que deixaram na terra.

Mesmo assim há pessoas que se apavoram, passam horas e horas preocupadas com fortunas acumuladas.

"Quem vai cuidar do meu dinheiro, quem vai continuar na minha empresa, quem vai gastar o dinheiro que eu ganhei, quem vai ficar com os meus imóveis, será que vou ter conforto e poder lá no céu, será que todo o dinheiro que ganhei não me dá algum valor?"

A preocupação e o medo da morte são evidentes quando a pessoa não está apenas com o medo exatamente só da morte em si, mas sim de perder o status e o poder, perder o dinheiro, perder o cargo, diante de si está uma transformação que não se tem como passar um cartão de crédito e nem de se fazer um seguro de previdência que garanta o mesmo status após sua passagem para outro plano.

As obras que Deus dá valor em nossas vidas, que nos torna digno de sua benevolência, são obras do espírito e do coração.

Principalmente o amor deixado aqui, as caridades espirituais, palavras de conforto com amigos, amizades e bem querer, o amor ao próximo, coisas de Deus que fizemos na terra, o coração que temos em nosso peito, a sinceridade e a fé, são estas as obras que tem valor perante a Deus.

Não se sinta impotente contra a morte, saiba que você é único no universo, tenha sempre em mente que Deus olha por você, o medo da morte é um sentimento abstrato, na verdade nem sabemos do que exatamente que estamos com medo.

Na verdade temos medo do obscuro, da incerteza, a idade não nos importa, a morte pode acontecer a qualquer momento.

Nosso espírito sabe que estaremos conscientes após a nossa desencarnação, em nossa mente sempre teremos o medo do desconhecido isso é normal porque o desconhecido é incontrolável.

O ser humano tem o instinto de sobrevivência natural da evolução e este instinto torna ainda mais forte e consistente o medo de morrer.
Espiritualista

O medo na visão espírita - Morel

Você sabe que o medo é o seu pior inimigo, não sabe? É aquele que boicota as suas melhores intenções, aquele que atrapalha todos os seus passos, aquele que faz a sua jornada parecer difícil, aquele que faz você mentir pra si mesmo. Aquele que lhe faz passar vergonha, e lhe segura os pés, e lhe puxa para trás quando você teima em avançar. Não estou me referindo aos seus piores defeitos. Esses são o orgulho e o egoísmo, sempre. Falo do seu inimigo, que talvez lhe persiga há muitas reencarnações. O medo! O podre, covarde e horripilante medo!

O medo pode perseguir suas vítimas por muitos séculos. Vida após vida, encarnado ou desencarnado, o medo pode persegui-lo sem piedade. Tem aquela velha história de que o medo tem sua utilidade, que ele nos acompanha desde a pré-história, quando tínhamos que fugir das feras etc.  Conversa pra boi dormir.

Não estou negando a existência e conveniência dos instintos. Mas o medo já não é só instinto, é sentimento de inferioridade, é falta de confiança em si mesmo, é sensação de impotência perante a vida, as pessoas, o mundo, os fatos.

Quem sente medo se vê incapaz de realizar seus sonhos. Não confia em sua capacidade. Se acredita que é capaz, não confia em sua sorte. Quem é vítima do medo não desenvolve seus talentos, pois acha que não nasceu pra isso, que não tem as condições necessárias pra isso. A pessoa que sente medo nunca se expressa com perfeição, nunca tem coragem de se mostrar verdadeiramente como é, mesmo que seja uma ótima pessoa e tenha consciência disso. A pessoa perseguida pelo medo pode ser mais inteligente, mais bondosa, mais talentosa, mais forte, mais saudável e mais capaz que uma outra, mas essa outra está sempre à sua frente, pois não sente medo.

Não há pior inimigo. O medo é um padrão de pensamentos defeituoso. O medo deturpa a realidade. Toda informação que chega à mente de quem tem medo é distorcida pelo medo. Toda nova resolução, tudo o que a pessoa se propõe a fazer pra mudar a sua vida, é freado pelo medo. Nada deslancha. Nada anda. A vida passa, as oportunidades vão sendo desperdiçadas uma a uma, a confiança em si mesmo vai ficando cada vez menor, até que o conformismo tome conta. Então é um festival de mentiras pra si mesmo, mecanismos de defesa para disfarçar a própria incapacidade de lidar com a vida.

Mas o mal causado pelo medo não para por aí. O medo é contagiante, e muitas vezes hereditário. Quem é criado por pessoas medrosas sofre sua influência nefasta, e muito provavelmente vai acreditar que tudo é difícil, que tudo é uma porcaria que nunca dá certo. Quem convive cotidianamente com pessoas assoladas pelo medo tem que ser muito forte e seguro de si pra não se deixar contaminar.

Como se livrar do medo? Fácil! Não pense nele! Achou muito difícil? Sinto muito por desapontá-lo, mas se nem Jesus não evitou o medo de Pedro, que poderei fazer eu, pobre pecador que sou? Um dia, quando estavam pescando, Pedro viu Jesus caminhando sobre as águas e quis fazer o mesmo. Entusiasmado, conseguiu andar um pouco. Mas logo duvidou, teve medo, e começou a afundar…

Mas o medo é pensamento, só isso. E o rumo de seus pensamentos pode e deve ser controlado por você. O medo não é vencido de um dia para o outro. Um inimigo que pode estar no encalço de sua vítima há séculos não pode simplesmente ser mandado embora. É preciso tempo e perseverança. E ação. O método mais eficaz de se combater o medo é justamente fazer aquilo que dá medo. Depois de algumas tentativas nesse sentido, as novas experiências vão substituindo as velhas imagens do medo. Forme novos padrões de pensamento vitoriosos e mantenha-os em sua mente.

E não esqueça nunca que você é manifestação de Deus. Você é uma partícula divina com capacidade infinita. Permita que o seu melhor apareça, se mostre, se desenvolva. Seja mais racional e perceba que medo é burrice. Talvez você não se importe de ser considerado medroso, mas não aceitaria ser considerado burro. Não dê chance ao pensamento de medo. Não dê importância a ele. Você já deve ter provas suficientes de que as coisas que você teme são irreais, são ilusões, são doenças da imaginação. Seja inteligente para perceber e determinado para combater.

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