quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Afetividade 2 - Hammed

Amar não significa esperar que alguém nós satisfaça todos os anseios e necessidades que cabe só a nós satisfazer.

Das formas míticas poderemos retirar a sabedoria dos séculos, porquanto tais histórias promovem encontros com as figuras arquetípicas de nossa alma e com o caminho do desenvolvimento do amor. Da Antiga Grécia nasceu a ideia das metades eternas, que percorreu a vastidão dos tempos.

A mitologia grego-romana nos transmite, por meio de autiores da Antiguidade, a seguinte história: Em uma diferente civilização, os seres possuíam duas cabeças, quatro braços e pernas e dois corpos distintos – masculino e feminino – mas com apenas uma alma… Viviam em pleno amor e harmonia, e justamente esse equilíbrio provocou a inveja e a ira de alguns deuses do Olimpo. Enfurecidos, enviaram àquela civilização uma tormenta repleta de trovões e relâmpagos, que dividiram os corpos, separando a parte feminina da masculina e repartindo a alma ao meio…Diz a lenda que até hoje os seres lutam na busca de sua outra metade, a sua alma gêmea.”

Durante séculos, essa crença foi cultivada, e grande parte da humanidade e ainda procura ansiosamente encontrar sua “alma afim”. No entanto, com a Nova Revelação, vêm os Espíritos superiores esclarecer-nos a respeito do conceito das metades eternas, ensinando-nos que essa expressão é inexata e que não existe união particular e fatal entre duas almas.

Explicam-nos os Benfeitores que não há alianças predestinadas, e sim que, quanto mais iluminadas as almas, mais unidas serão pelos laços do amor real. Em vista disso, podemos entender perfeitamente o significado das palavras de Jesus Cristo: “Haverá um só rebanho, um só pastor”. João, 10:16

Um dia todos estaremos juntos, reunidos e plenificados uns com os outros em “um só rebanho”.

O Espiritismo vai mais além quando nos explica que a nossa mentalidade sobre as almas gêmeas é exclusivamente alicerçada sobre uma visão romântica de união afetiva; na realidade, antes de sermos homens e mulheres, somos Espíritos imortais vivendo temporariamente na Terra. Muitos possuem uma compreensão difusa e narcisista sobre o amor, o que faz com que interpretem sua afetividade somente abaixo da cintura, isto é, não conseguem desenvolver seus sentimentos, abandonando-os a um permanente estado embrionário.

“(…) não existe união particular e fatal entre duas almas. A união existe entre todos os Espíritos, mas em graus diferentes segundo a categoria que ocupam, quer dizer, segundo a perfeição que adquiriram; quanto mais perfeitos, mais unidos (…)” questão 298.

Estamos vivenciando inúmeras experiências terrenas com as mais diversas criaturas; conhecendo e, ao mesmo tempo, estreitando elos afetivos com outras tantas através de várias encarnações. Então, por que alimentarmos a ideia da busca ilusória de uma pessoa predeterminada, com a qual fatalmente viveríamos felizes pela eternidade juntamente com os outros tantos milhares de pares eternos que já se teriam encontrado anteriormente? Tudo isso mais se assemelha a um egotismo do amor. Contrário à fraternidade cristã, que nos ensina que um dia todos se amarão de forma incondicional.

Os aspectos do amor não podem ser vistos como se nosso “eu” seja o único referencial e que qualquer coisa que não se enquadre em nosso modo de ser seja rotulada de desamor ou de “não ser nossa metade eterna”.

Enquanto estivermos pensando dessa maneira, não amaremos verdadeiramente; estaremos, sim, criando uma “idealização amorosa”, na ânsia de que os outros jamais ousem discordar de nosso ponto de vista. Em outras palavras, se alguém divergir da nossa opinião, teremos a certeza de que não é nossa “alma gêmea” e, por consequência, nunca poderá nos proporcionar o amor real, o que será um grande equívoco.

Amar não significa esperar que alguém nos satisfaça todos os anseios e necessidades que cabe a nós satisfazer.


Afetividade

No futuro, a religião superior ou natural só será fundamentada na mais afetuosa fraternidade e professada individualmente pela criatura que superou o “ser religioso” e desenvolveu em si o “ser religiosidade”.

A vida é um processo evolutivo e todos somos “seres caminhantes” nesse processo. Ainda nos falta longo trajeto a percorrer para atingirmos o desenvolvimento total de nossas potencialidades inatas. As Mãos Divinas nos criaram perfectíveis, isto é, fomos concebidos potencialmente perfeitos. Já estamos pro9ntos concluídos; a Vida Providencial apenas espera nosso despertar, ou seja, agora só nos resta sair do sono da inconsciência de nós mesmos.

Na maioria das vezes, por ser tão vasto o campo do potencial humano, direcionamos nossa visão somente às informações, aos conceitos e às ideias pessoais e particulares.Não vemos claramente os processos interligados que fazem parte de uma mesma rede de relações invisíveis que ocorrem em nossos mundos interno e externo.

É oportuno recordarmos trecho do discurso do chefe indígena norte-americano Seattle: “Tudo o que acontece com a Terra acontece com os filhos da Terra. O homem não tece a teia da vida; ele é apenas um fio. Tudo o que faz à teia ele faz a si mesmo.”

Esse pequeno texto sintetiza os pilares do que podemos chamar de “ecologia divina”. Todo e qualquer ser vivo tem seu valor intrínseco, sendo os seres humanos somente um dos fios da imensa série de elos da vida. Essa foi a mais exata e essencial definição de fraternidade – como devemos nos relacionar no mundo.

É preciso termos uma “visão holística” (do grego holo: todo) de tudo o que nos rodeia. “O Criador está em tudo e em todos”, mas Ele não pode ser circunscrito a nada. Assim como assinatura do artista está em sua obra, Deus, igualmente, está presente nas suas criações através de suas leis divinas ou naturais. (questão 621 LE)

A fraternidade é o entrelaçamento sagrado entre as criaturas. Ela possui a condição de afetividade fecunda e frutífera; é a única e verdadeira forma de união humana.

Uma tomada d consciência dessa natureza exige de cada um de nós uma mudança radical quanto ao modo de encarar as criações e criaturas. Essa maneira de ver e perceber a existência produz uma profunda conscientização de religiosidade sobre a realidade de quem somos e de como vivemos.

Se nós, criaturas humanas, considerarmos que o Universo é uma imensa malha interligada e agirmos de conformidade com esse princípio, não estaremos fazendo nada mais do que reforçar e vivenciar a essência da palavra religião ( do latim religare; ligar novamente). Aliás, o Cristo veio ao mundo para religar os homens a Deus, e Ele assim se referiu à autêntica religião do porvir: “(…) Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade.” João, 4:24

No futuro, a religião superior ou natural só será fundamentada na mais afetuosa fraternidade e professada individualmente pela criatura que superou o “ser religioso” e desenvolveu em si “o ser religiosidade”.

O amadurecimento e o crescimento do indivíduo se fazem por meio da sucessão das existências corporais. Ela “estabelece entre os Espíritos laços que remontam às existências anteriores. Daí, muitas vezes, decorrem as causas da simpatia entre vós e certos Espíritos que vos parecem estranhos.”.

“Uma vez que temos tido várias existências, a parentela remonta além da nossa existência atual” (questão 204) e, como resultado, cada vez mais aumenta a afetividade entre as criaturas, sedimentando nelas os laços da fraternidade.

O que é fraternidade? É ter afeto por todos, considerando-os como irmãos; é o nome que se dá ao sentimento que une irmão a irmão. Palavra oriunda do latim, frater, tris – ´irmão pelo sangue ou por alianças”. Fraternizar, na real acepção da palavra, não é apenas comungar das mesmas ideias, dos mesmos ideais ou convicções, mas acima de tudo respeitá-los.

A convocação da nossa época é mais para “atos de fraternidade” do que para “atos de beneficência”. Se os primeiros existirem, com certeza os segundo serão mais naturais.

No “mundo ético”, a busca é a do bem comum e da fraternidade. No “mundo moralista” não há afetividade de irmãos; a busca é por se enquadrar nas leis sociais, que possuem um manto fictício de direitos humanos, mas que, quase sempre, constituem regras ou normas partidárias, cruéis e desumanas. A humanidade atual é mais moralista que ética.

Hoje, muitos indivíduos estão presos à “robotização dos costumes”. São excessivamente ajustados aos “hábitos impensados”; até realizam atos de caridade – colocam em prática os ensinos de Jesus – , sem perceber porém, qual é o verdadeiro significado do amor fraterno.

São criaturas que utilizam constantemente a palavra fraternidade, nomeando as pessoas de “queridos irmãos”. Todavia, não possuem a convicção real de que, quando um ser humano chama o outro de irmão, é porque já validou em si mesmo um senso de valor segundo o qual o bem coletivo e o progresso da humanidade estão acima da religião que professa.

Os seres que desenvolveram uma afetividade fraternal aprenderam que a humanidade inteira faz parte de um todo interligado, regido por uma só lei, natural ou divina. No entanto, nada os impede de cooperar fraternalmente com toda e qualquer pessoa do planeta, pois tem plena compreensão da maneira pela qual as raças e os povos vivem e entendem a religiosidade. Sabem que há inúmeros meios de ver a realidade – nós próprios, as outras pessoas, o Universo, a vida e Deus. Por isso, aceitam de forma pacífica as diferenças.

Reconheceram que cada um de nós vê parte da verdade diante do Universo, e que todos nós temos uma “visão de mundo” proporcionalmente reduzida ao tamanho da nossa cegueira espiritual ou distorção da realidade.

Na ética ou na fraternidade, a vida social do planeta se transforma numa melodia executada por muitos instrumentos afinados na mesma tonalidade; todos vibram em conjunto, embora uma só nota seja tocada.

Afetividade

Tudo o que existe tem sua origem no amor – essência fundamental de todas as coisas que vivem sobre a Terra. A busca do amor é o principal anseio de todo ser humano.

A história da vida de cada criatura é um relato sobre seus antecedentes vivenciais; o conjunto de suas experiências pretéritas somadas às de sua existência atual. Quando um indivíduo conta sua história pessoal e única, estamos apenas ouvindo sua própria interpretação, filtrada por suas crenças, valores, argumentos, pressuposições, cultura, elementos de que ele se utiliza para nos apresentar seu modo de pensar e de ver o mundo.

Podemos contar muitos fatos e ocorrências sobre nós, dando maior importância a alguns aspectos e ignorando outros, ou mesmo selecionando diferentes atos e comportamentos que tivemos nas mais diversas ocasiões. Sc, mos seletivos por natureza, e tudo o que falamos, pensamos ou fazemos tem certa relatividade quando comparado com outros momentos, situações ou fases evolutivas.

Cada um de nós possui uma individualidade original e exclusiva. Utilizando-nos de uma singela metáfora, podemos dizer: “Toda vez que Deus cria um Espírito, Ele quebra o molde”.

A alma passa por um grande número de encarnações no curso dos séculos, sendo diversificadas suas experiências na área da afetividade. Como resultado disso, adquire um conjunto peculiar de conhecimentos, pelas inúmeras situações e ocorrências que vivenciou.

Não somos o que pensamos, somos o que sentimos. A busca do amor é o principal anseio de todo ser humano. Ele é legítimo e saudável, e nos incentiva ao despertar da inteligência e dos talentos inatos, a fim de criarmos, renovarmos e crescermos, que no campo da religião, da filosofia, que no campo da ciência, da arte ne em outros tantos setores do conhecimento.

Tudo o que existe tem sua origem no amor – essência fundamental de todas as coisas que vivem sobre a Terra.

O ponto de partida das ações humanas é a alma – nosso mais profundo centro amoroso – , que transmite energeticamente a afetuosidade para nossos anseios físicos periféricos, para o nível físico-sensitivo.

A aspiração do amor causa em inúmeros indivíduos uma sensação de inadequação ou medo; por esse motivo, eles a reprimem, de modo inconsciente ou voluntário. No entanto, apesar de tentarem recalcar ou “apagar” a emoção, eles nunca conseguirão silenciar por muito tempo o sentimento amoroso que flui da intimidade da própria alma.

Nosso grande equivoco é acreditar que o desejo de amar é motivo de fraqueza, vergonha, submissão ou domínio. Esse anseio, quando reprimido, acarreta conseqüências angustiantes e desastrosas, tanto na área física como na psicológica.

“Os espíritos não têm sexo “(…) como entendeis, pois os sexos dependem do organismo. Entre eles há amor e simpatia baseados na identidade de sentimentos.” Questão 200

A soma de todos os atos de nossa história de vida poderia ser resumida unicamente no fato de que não somos nem santos nem vilões, apenas criaturas em busca do amor. Por certo, poderíamos dizer que, apesar dos mais diversificados “pontos de vista” e “modelos de mundo” que possuímos, o desejo de amar ou a “identidade de sentimentos”, repetimos, é o mais sublime propósito de todo ser humano.

Usamos mecanismos de evasão: por exemplo, a robotização – serviços automáticos sem prazer ou criatividade -, para compensar nossa insatisfação no amor, trabalhando incessantemente e exaustivamente. Em outras ocasiões, aspiramos à completa aprovação alheia de tudo que fazemos ou acreditamos, para preencher a sensação de falta e incompletude que toma conta de nosso universo afetivo.

Queremos ser compreendidos a qualquer preço, parecer perfeitos, importantes, impressionar as pessoas. A máscara é a vontade de ser aceito plenamente por todos; em última análise, querer forçar a nos aceitarem, custe o que custar. A atitude de compreender e de amar só pe satisfatória quando sincera e espontânea.

A concepção junguiana de sombra representa o modelo de tudo aquilo que não admitimos ser e que nos esforçamos por ocultar e\ou valores inconscientes e qualidades em potencial esquecidas nas profundezas de nossa intimidade, os quais precisamos despertar dentro de nós.

Nesse sentido, disse Lucas: “ Pois nada há de oculto que não se torne manifesto, e nada em segredo que não seja conhecido e venha aa luz do dia”. Lucas 8;17

Quando um indivíduo vai gradativamente tomando contato com os aspectos de sua sombra, ele se torna cada vez mais consciente de seus impulsos, emoções, sentimentos e atributos que ignorava ou negava em si mesmo. A partir daí, consegue perceber claramente nos outros os mesmos conteúdos inconscientes que não via ou não admitia em si mesmo. Afinal, pensa consigo mesmo: “ Não me importo, todos somos iguais. Possuímos a mesma estrutura humana, só precisamos aprender a achar o equilíbrio, pois a virtude estás no caminho do meio”.

No amor ou afetividade está incluída a habilidade de ver e reconhecer a relatividade da vida em toda a sua validade e perfeito equilíbrio. “Entre eles (espíritos) há amor e simpatia baseados na identidade de sentimentos.”

A dignidade da pessoa humana não está fundamentada em “parecer amar”, e sim em “amar verdadeiramente”. O verniz encobre o mal, mas não o suprime; um sepulcro continuará sendo um sepulcro.

O hipócrita dissimula ser o que não é, buscando no fingimento uma cobertura para continuar sendo aquilo que de fato quer parecer aos olhos do mundo.

No lugar em que o amor reina, há imposição e repressão; onde a imposição e a repressão prevalecem, o amor está ausente. A autêntica afetividade está assiciada a uma ampliação da consciência e a um amadurecimento espiritual. Quem a possui aprende a ser cuidadoso, generoso, benevolente, deixando os outros livres não apenas para errar, para aprender, para discordar, mas também para amar, reconhecendo que as fragilidades que muitas vezes recriminamos nos outros podem ser as nossa amanhã.

Afetividade 1 - Hammed

Tudo o que existe tem sua origem no amor
 - essência fundamental de todas as coisas
que vivem sobre a Terra.

A busca do amor é o principal anseio de todo ser humano.


A história da vida de cada pessoa é um relato sobre seus antecedentes vivenciais; o conjunto de suas experiências pretéritas somadas às de sua existência atual. Quando um indivíduo conta sua história pessoal e única, estamos ouvindo sua própria interpretação, filtrada por suas crenças, valores, argumentos, pressuposições, cultura, elementos de que ele se utiliza para nos apresentar seu modo de pensar e de ver o mundo.

Podemos contar muitos fatos e ocorrências sobre nós, dando maior importância a alguns aspectos e ignorando outros, ou mesmo selecionando diferentes atos e comportamentos que tivemos nas mais diversas ocasiões. Somos seletivos por natureza, e tudo o que falamos, pensamos ou fazemos tem certa relatividade quando comparado com outros momentos, situações ou fases evolutivas.

Cada um de nós possui uma individualidade original e exclusiva. Utilizando-nos de uma singela metáfora, podemos dizer: "Toda vez que Deus cria uma pessoa, Ele quebra o molde".

A alma passa por um grande número de encarnações no curso dos séculos, sendo diversificadas suas experiências na área da afetividade. Como resultado disso, o Espírito adquire, nesse processo, um conjunto peculiar de conhecimentos, ou seja, vive inúmeras situações e ocorrências na noite dos tempos.

Não somos o que pensamos, somos o que sentimos. A busca do amor é o principal anseio de todo ser humano. Ele é legítimo e saudável, e nos incentiva ao despertar da inteligência e dos talentos inatos, a fim de criarmos, renovarmos e crescermos, quer no campo da religião, da filosofia, quer no campo da ciência, da arte e em outros tantos setores do desenvolvimento humano.

Tudo o que existe tem sua origem no amor - essência fundamental de todas as coisas que vivem sobre a Terra.

O ponto de partida de todas as ações humanas é a alma - nosso mais profundo centro amoroso -, que transmite energeticamente a afetuosidade para nossos sentidos físicos periféricos, isto é, para o nível físico-sensitivo.

A aspiração do amor causa em inúmeros indivíduos uma sensação de inadequação ou medo; por esse motivo, eles a reprimem, de modo inconsciente ou voluntário. No entanto, apesar de tentarem recalcar ou "apagar" a emoção, eles nunca conseguirão silenciar por muito tempo o sentimento amoroso que flui da intimidade da própria alma.

Nosso grande equívoco é acreditar que o desejo de amar é motivo de fraqueza, vergonha, submissão ou domínio. Esse anseio, quando reprimido, acarreta consequências angustiantes e desastrosas, tanto na área física como na psicológica.

Os Espíritos não têm sexos "(...) como entendeis, pois os sexos dependem do organismo. Entre eles há amor e simpatia baseados na identidade de sentimentos".

A soma de todos os atos de nossa história de vida poderia ser resumida unicamente no fato de que não somos nem santos nem vilões, apenas pessoas em busca do amor. Por certo, poderíamos dizer que, apesar dos mais diversificados "pontos de vista" e "modelos de mundo" que possuímos, o desejo de amar ou a "identidade de sentimentos", é o mais sublime propósito da existência de todo ser humano.

Usamos mecanismos de evasão, por exemplo, a robotização - serviços automáticos sem prazer ou criatividade -, para compensar nossa insatisfação no amor, trabalhando incessante e exaustivamente. Em outras ocasiões, aspiramos à completa aprovação alheia de tudo que fazemos ou acreditamos para preencher a sensação de falta e incompletude que toma conta de nosso universo afetivo.

Queremos ser compreendidos a qualquer preço, parecer perfeitos, importantes, impressionar as pessoas. A máscara é a vontade de ser aceito plenamente por todos; em última análise, querer forçar as pessoas a nos aceitar, custe o que custar. A atitude de compreender e de amar só é satisfatória quando sincera e espontânea.

A concepção junguiana de sombra - modelo ou representação de tudo aquilo que não admitimos ser e que nos esforçamos por ocultar e/ou valores inconscientes e qualidades em potencial esquecidas nas profundezas de nossa intimidade que precisamos despertar dentro de nós.

Nesse sentido, disse Lucas: "Pois nada há de oculto que não se torne manifesto, e nada em segredo que não seja conhecido e venha à luz do dia".

Quando um indivíduo vai gradativamente tomando contato com os aspectos de sua sombra, ele se torna cada vez mais consciente de seus impulsos, emoções, sentimentos e atributos que ignorava ou negava em si mesmo. A partir daí, consegue perceber claramente nos outros os mesmos conteúdos inconscientes que não via ou não admitia em si mesmo. Afinal, pensa consigo mesmo: "Não me importo, todos somos iguais. Possuímos a mesma estrutura humana, só precisamos aprender a achar o equilíbrio, pois a virtude está no caminho do meio".

No amor ou afetividade está incluída a habilidade de ver e reconhecer a realtividade da vida, em toda a sua validade e seu perfeito equiíbrio. "Entre eles (os Espíritos) há amor e simpatia baseados na identidade de sentimentos".

A dignidade da pessoa humana não está fundamentada em "parecer amar", e sim em "amar verdadeiramente". O verniz encobre o mal, mas não o suprime; um sepulcro pintado de branco parecerá menos lúgubre, todavia continuará sendo um sepulcro.

O hipócrita dissimula ser o que não é, buscando nos fingimento uma cobertura para continuar sendo aquilo que de fato quer parecer aos olhos do mundo.

No lugar em que o amor reina, não há imposição e repressão; onde a imposição e a repressão prevalecem, o amor está ausente. A autêntica afetividade está associada a uma ampliação de consciência e a um amadurecimento espiritual. Quem a possui aprende a ser caridoso, generoso, benevolente, deixando os outros livres não apenas para errar, para aprender, para discordar, mas também para amar, reconhecendo que as fragilidades que muitas vezes recriminamos nos outros podem ser as nossas amanhã.

Hammed - Os prazeres da alma

Afetividade e conflitos

Todos nós, homens e mulheres, buscamos a afetividade. Até aí, não nos parece nada de estranho. Desde o nascimento, a criança necessita e busca o amor.

   Mas por que essa busca tem se apresentado como uma ansiosa necessidade? Ou ainda, por que essa afetividade muitas vezes se apresenta como conflito?

   A imaturidade em que se encontram os indivíduos muitas vezes gera a ilusão de que somente através de outra pessoa será possível experimentar a afeição. Dessa forma, as pessoas que se sentem solitárias entram em ansiosa busca, o que possivelmente aciona seus conflitos, pois acreditam que somente serão felizes e/ou encontrarão segurança quando estiverem com alguém.

   De imediato nos deparamos aí com um grave problema: espera-se que outra pessoa os complete, realize por eles o que somente eles podem realizar. Joanna de Ângelis afirma: "Um solitário quando se apoia em outro indivíduo que também tem necessidade afetiva, forma uma dupla de buscadores, esperando um do outro aquilo que não sabem ou não desejam oferecer". E sendo essa a busca, como podemos esperar que o relacionamento dê certo? Como não esperar que essa relação fique presa às sensações grosseiras do imediatismo?

   Apresenta-se outro grave problema: será que a busca nos relacionamentos não é uma busca egoísta? E sendo egoísta acaba por construir relações vazias que geram conflitos novos e reacendem feridas antigas, prendendo o indivíduo em um círculo vicioso de relações muitas vezes dolorosas e que não proporcionam crescimento para nenhuma das partes.

   Desejamos tanto o amor, mas realmente estamos disponíveis para a transformação necessária para sermos um instrumento do amor? Ou egoisticamente quero ser amado sem ao menos ter desenvolvimento a capacidade de amar a mim mesmo?

   Mas todo problema traz em si mesmo a solução, e como proposta da própria Mentora, "faz-se imprescindível desenvolver a capacidade de amar, porque o amor também é aprendido". Se os relacionamentos com os outros não vão bem, muito provavelmente o relacionamento do indivíduo consigo mesmo também não vai bem. E como não se podem mudar os outros, o trabalho que se tem a realizar é a própria mudança. E como nos lembra Joanna de Ângelis, na obra Diretrizes para o Êxito: "Ama sempre, mas não te permitas relacionamentos conflituosos sob a justificativa de que tens a missão de salvar o outro, porque ninguém é capaz de tornar feliz aquele que a si mesmo se recusa a alegria de ser pleno."

   A primeira lição que é preciso aprender na resolução do problema da afetividade é: Amar a si mesmo, pois sem o desenvolvimento do auto amor perde-se a genuína preocupação com o nosso bem-estar, o que pode favorecer a permanência em situações danosas à emoção e ao desenvolvimento do ser, além, é claro, da capacidade de respeitar-se. Só aquele que se respeitar em sua integridade humana é capaz de respeitar o outro, favorecendo assim que se busque ser melhor a cada dia, e permita ao outro ser o que naquele momento lhe apraz.

   O exercício do autoamor exige uma visão precisa de quem se é, isso significa que o trabalho de reconhecimento da sombra também nos ajuda na afetividade, porque não podemos amar só pela metade. Uma vez que se reconhece sombra e luz, deve-se apreciar as próprias conquistas, sem vaidades e excessos, e o mais importante, o autoamor, impulsiona para a busca de novas possibilidades para tornar-se um ser melhor a si mesmo, ao outro e ao mundo.

   O ser humano não cresce psicologicamente sem o enfrentamento dos problemas, e nesse sentido os conflitos devem ser percebidos como uma oportunidade de aprimoramento das emoções, principalmente na área da afetividade, pois como já dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade: " Amar se aprende amando".

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Texto baseado no cap. 11 do livro Atitudes Renovadas, Joanna de Ângelis.

Transtornos da afetividade - seminário com Divaldo


http://www.videosespiritas.com.br/palestras/divaldo-franco/transtornos-da-afetividade/

O poder do afeto

A falta de tato para resolver conflitos e tratar de assuntos com pessoas que têm idéias opostas tem sido responsável por muitos desentendimentos e dissabores nos relacionamentos.

Por vezes, um problema que poderia ser facilmente resolvido, cria sérios rompimentos por causa da falta de jeito dos antagonistas.

O afeto, usado com sabedoria é uma ferramenta poderosa, mas pouco usada pela maioria dos indivíduos.

O mais comum tem sido a violência, a agressividade, a intolerância.

Existem pessoas que não gostam de mostrar sua intimidade e se escondem sob um véu de sisudez, com ares de poucos amigos, na tentativa de evitar aproximações que deixem expostas suas fragilidades.

São como os caramujos, os tatus, as tartarugas e outros semelhantes.

Ao se sentirem ameaçados, escondem-se em suas carapaças naturais, e não deixam à mostra nenhuma de suas partes vulneráveis.

A propósito, você já tentou alguma vez retirar, à força, de seu esconderijo, um desses animaizinhos?

Seria uma tentativa fracassada, a menos que você não se importe em dilacerar o corpo do seu oponente.

No caso da tartaruga, por exemplo, quanto mais você tentar, com violência, retirá-la do casco, mais ela irá se encolher para sobreviver.

Mas, se você a colocar num lugar aconchegante, caloroso, que inspire confiança, ela sairá naturalmente.

Assim também acontece com os seres humanos. Se, em vez da força, se usar o afeto, o aconchego, a ternura, a pessoa naturalmente de desarma e se deixa envolver.

Às vezes a pessoa chega prevenida contra tudo e contra todos e se desarma ao simples contato com um sorriso franco ou um abraço afetuoso.

Mas, se ao invés disso encontra pessoas também predispostas à agressão, ao conflito, as coisas ficam ainda piores.

Como a convivência com outros indivíduos é uma realidade da qual não podemos fugir, precisamos aprender a lidar uns com os outros com sabedoria e sem desgastes.

A força nunca foi e nunca será a melhor alternativa, além de causar sérios prejuízos à vida de relação.

Portanto, criar relacionamentos harmônicos é uma arte que precisa ser cultivada e levada a sério.

Mas para isso é preciso que ao menos uma das partes o queira e o faça.

E se uma das partes quiser, por mais que a outra esteja revestida de uma proteção semelhante a de um porco-espinho, ninguém sairá ferido e o relacionamento terá êxito.

Basta lembrar dessa regra bem simples, mas eficaz: em vez da força, o afeto. E tudo se resolve sem desgastes.

*   *   *

De tudo o que fazemos na vida ficam apenas algumas lições:

A certeza de que estamos todos em processo de aprendizagem...

A convicção de que precisamos uns dos outros...

A certeza de que não podemos deter o passo...

A confiança no poder de renovação do ser humano.

Portanto, devemos aproveitar as adversidades para cultivar virtudes.

Fazer dos tropeços um passo de dança.

Do medo um desafio.

Dos opositores, amigos.

E retirar, de todas as circunstâncias, lições para ser feliz.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 10, ed. Fep.
Em 11.05.2009.

Sexualidade no espiritismo

http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2006/03/sexualidade_no.html

Leviandade Afetiva


Não exerças domínio psicológico sobre ninguém.
Nem submetas quem quer que seja aos teus caprichos.
A escravidão afetiva é um dos piores males que o homem pode causar ao seu semelhante.
Quem verdadeiramente ama trabalha pela independência da pessoa amada.
A leviandade com o sentimento daqueles que se te rendem às promessas não passa desapercebida da Lei.
O que fizeres aos outros, na mesma proporção, haverá de ser feito a ti.
O que hoje desdenhas amanhã suplicarás.
Trabalha pelo crescimento dos que Deus te confiou a guarda, e te farás admirado por eles.
Não os mantenha à mercê da tua vontade opressora como quem sempre os deseja em condição subalterna.

Bibliografia:
Do Livro: Vigiai e Orai
Psicografia de Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José.

NO CAMINHO DO AMOR

NO CAMINHO DO AMOR
Uma das coisas mais difíceis para o homem é conhecer, entender, aceitar e viver o amor. De uma forma geral a palavra amor é usada com o sentido da troca de sentimentos, de prazeres e de atenção entre as criaturas, que buscam receber do mundo aquilo que valorizam. Neste sentido, o amor é sempre fonte de egoísmo que pede atenção para dar atenção, que pede afeto para dar afeto, que pede compreensão para dar compreensão. Assim, o homem busca gostar de quem seja capaz de gostar dele numa preocupação constante pelo reconhecimento de sua importância. As pessoas aproximam-se umas das outras buscando conquistar atenção, afeto e amor, que julgam serem capazes de trazer os momentos de felicidade de que precisam.
Vendo o amor desse modo, a lei de Deus fica muito difícil de ser praticada, pois muda o sentido da ação passando a significar “ama o próximo como ele te ama”, ao invés de “ama o próximo como a ti mesmo”.
A evolução espiritual pede a ampliação da visão egocêntrica que o homem tem quando ainda se encontra na fase primitiva de seu crescimento. A maturidade afetiva é o começo de tudo, é necessária para que o homem vivencie a troca de sentimentos e sensações, mas não é suficiente para lhe dar a felicidade e a satisfação plena de suas necessidades.
O Espírito de Verdade nos orientou em O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Espírita amai-vos este é o primeiro ensinamento, instrui-vos, este é o segundo”.
Através do estudo, da reflexão, o homem consegue desenvolver a razão que o permite entender melhor as contingências de sua vida de relação e a diferenciar o bem do mal, o sofrimento da felicidade e as virtudes dos deveres. Por meio da razão o homem consegue superar sua tendência de se entregar às paixões, às falsas carências, criadas em sua mente primitiva pelos valores materiais a que se prende.
Apesar de ser um “ser social” o homem isola-se em si mesmo. Precisa viver com seus semelhantes, mas apesar disto, fecha-se em si mesmo, aguardando dos outros toda a atenção que julga merecer. Passa pelo mundo como alguém que sempre espera encontrar, e procura “no receber” a felicidade desejada. Parece um paradoxo, mas o egoísmo nos leva a pensar assim: “preciso de você para viver e por isto espero que você me dê o que preciso”.
Mas, na realidade, na essência, a lei que Deus nos impõe e o jugo a que nos submete são exatamente o inverso daquilo que praticamos. Não é preciso que alguém me dê algo para que eu lhe conceda o que necessita. Não, não é isso! É preciso que eu simplesmente lhe dê o que necessita sem impor condições. É servir ao invés de ser servido. É ser afetivo, fraterno diante da dor e do sofrimento alheio. É buscar a felicidade na entrega ao mundo, aprendendo nas experiências a valorizar a própria vida.
O caminho do amor, portanto, não é o caminho do aceitar e conceder, mas sim do dar para receber.
Não é fácil para nós compreendermos aquela afirmação que diz: “Ninguém pode receber o que não tem”. Entretanto, com alguma reflexão talvez consigamos perceber melhor o sentido desta verdade. Senão vejamos: não seremos capazes de receber amor se não tivermos a capacidade de amar; não seremos capazes de receber o conhecimento se não tivermos a capacidade e a vontade de adquiri-lo; não seremos capazes de adquirir a sabedoria se ainda não soubemos buscá-la e valorizá-la.
Selecionamos no livro Contos e Apólogos, do Espírito Irmão X, um conto intitulado “No Caminho do Amor”, que nos dá uma lição de Jesus sobre o sentido do amor incondicional.
Conta-nos assim o Irmão X.

Em Jerusalém, nos arredores do Templo, adornada mulher encontrou um nazareno, de olhos fascinantes e lúcidos, de cabelos delicados e melancólico sorriso, e fixou-o estranhamente.
Arrebatada na onda de simpatia a irradiar-se dele, corrigiu as dobras da túnica muito alva, colocou no olhar indizível expressão de doçura e, deixando perceber, nos meneios do corpo frágil, a visível paixão que possuíra de súbito, abeirou-se do desconhecido e falou, ciciante:
- Jovem, as flores de Séforis encheram-me a ânfora do coração com deliciosos perfumes. Tenho felicidade ao teu dispor, em minha loja de essências finas...
Indicou extensa vila, cercada de rosas, à sombra de arvoredo acolhedor, e ajuntou:
- Inúmeros peregrinos cansados me buscam à procura do repouso que reconforta. Em minha primavera juvenil, encontram o prazer que representa a coroa da vida. É que o lírio do vale não tem a carícia dos meus braços e a romã saborosa não possui o mel dos meus lábios. Vem e vê! Dar-te-ei leito macio, tapetes dourados e vinho capitoso...  Acariciar-te-ei a fronte abatida e curar-te-ei o cansaço da viagem longa! Descansarás teus pés em água de nardo e ouvirás, feliz, as harpas e os alaúdes de meu jardim. Tenho a meu serviço músicos e dançarinas, exercitados em palácios ilustres!...
Ante a incompreensível mudez do viajor, tornou, súplice, depois de leve pausa:
- Jovem, por que não me respondes? Descobri em teus olhos diferente chama e assim procedo por amar-te. Tenho sede de afeição que me complete a vida. Atende! Atende! ...
Ele parecia não perceber a vibração febril com que semelhantes palavras eram pronunciadas e, notando-lhe a expressão fisionômica indefinível, a vendedora de essências acrescentou uma tanto agastada:
- Não virás?
Constrangido por aquele olhar esfogueado, o forasteiro apenas murmurou:
- Agora, não. Depois, no entanto, quem sabe? ...
A mulher, ajaezada de enfeites, sentindo-se desprezada, prorrompeu em sarcasmos e partiu.
........................................................................................
Transcorridos dois anos, quando Jesus levantava paralíticos, ao pé do Tanque de Betesda, venerável anciã pediu-lhe socorro para infeliz criatura, atenazada de sofrimento.
O Mestre seguiu-a, sem hesitar.
Num pardieiro denegrido, um corpo chagado exalava gemidos angustiosos.
A disputada mercadora de aromas ali se encontrava carcomida de úlceras, de pele enegrecida e rosto disforme. Feridas sanguinolentas pontilhavam-lhe a carne, agora semelhante ao esterco da terra. Exceção dos olhos profundos e indagadores, nada mais lhe restava da feminilidade antiga. Era uma sombra leprosa, de quem ninguém ousava aproximar.
Fitou o Mestre e reconheceu-o.
Era o mesmo mancebo nazareno, de porte sublime e atraente expressão.
O Cristo estendeu-lhe os braços, tocado de intraduzível ternura e convidou:
- Vem a mim, tu que sofres! Na Casa de Meu Pai, nunca se extingue a esperança.
A interpelada quis recuar, conturbada de assombro, mas não conseguiu mover os próprios dedos, vencida de dor.
O Mestre, porém, transbordando compaixão, prosternou-se fraternal, e aconchegou-a, de manso... .
A infeliz reuniu todas as forças que lhe sobravam e perguntou, em voz reticenciosa e dorida:
- Tu?...O Messias nazareno?... O Profeta que cura, reanima e alivia?!...Que vieste fazer, junto de mulher tão miserável quanto eu?
Ele, contudo, sorriu benevolente, retrucando apenas:
- Agora, venho satisfazer-te os apelos.
E, recordando-lhe as palavras do primeiro encontro, acentuou, compassivo:
- Descubro em teus olhos diferente chama e assim procedo por amar-te.

Na solidão da vida, nos declaramos carentes de afeto, de compreensão, de reconhecimento. Buscamos adquirir companhias quando o mais correto seria buscarmos servir de companhia. Muitas vezes pagamos por momentos de companhia, como se conseguíssemos tirar desses momentos os valores da felicidade buscada. A frustração é a eterna companheira daquele que busca comprar e receber do mundo aquilo de que pensa necessitar.
Aquele que se sente carente diante da solidão devia antes perceber que se mantém isolado em si mesmo. A verdadeira carência não é aquela que pensamos experimentar. A verdadeira necessidade é vivermos fazendo diferença pelo serviço que prestamos, é amarmos como gostaríamos de sermos amado, e não o contrário. Somente nossas ações e doações serão capazes de vencer as angústias e as aflições da solidão. Só é solitário aquele que se esconde do mundo, que não age na vida, que não dá de si.
O nível de sofrimento que experimentamos está diretamente ligado ao valor que damos ao ato de receber do mundo. Quanto mais esperarmos receber, mais infelizes nos sentiremos, e mais responsabilizaremos os outros pelas nossas mazelas. Quanto mais nos dispusermos a dar, mais seremos capazes de compreender e menor será o sentimento de frustração, angústia e sofrimento diante  das experiências da vida.
“Dar para receber”.
“Amar para ser amado”.
“Compreender para ser compreendido”.
“Negar-se para ser reconhecido”
“Humilhar-se para ser exaltado”.
Todas estas afirmações são interpretações da Lei de Deus. Quando formos capazes de, usando nossa razão, vencer a emoção e a ilusão do orgulho e do egoísmo, aí teremos o progresso moral requerido, até nos tornarmos reais cidadãos do mundo e Filhos de Deus. Neste dia, quem sabe, poderemos dizer como Jesus: “Nós e o Pai somos um, pois sua vontade é a minha vontade”.
Assim, caro companheiro de ideal espírita, se hoje sentes carência de afeto, de compreensão, e te deixas levar pela tristeza, pela angústia, pela frustração e pela dor; se hoje não és capaz de ver o caminho da felicidade; medita nesta história que o Irmão X nos proporcionou.
Quando fores procurado e convidado a receber do mundo, imuniza-te, prepara-te para servir e coloca-te à disposição da vontade de Deus para dar de ti. Aí, caro amigo, caro irmão, encontrarás a felicidade que tanto procuras, pois estarás trilhando o verdadeiro caminho do amor.

Sexualidade e afeto

Queremos lembrar a nossos queridos leitores e leitoras, que a sexualidade é uma das mais belas e potentes fontes de energia realizadora de que o ser humano se vê dotado.

No entanto, não a sexualidade que é representada pelos órgãos físicos, localizada nos instrumentos biológicos, desenvolvidos pela evolução para a multiplicação da espécie.

A força e o poder criador se radicam na estrutura do psiquismo de cada ser, no qual as relações energéticas traçam as linhas da afetividade e que, por comandos diretos, estimulam os demais centros biológicos na produção das células responsáveis pelo processo da procriação.

As ações de tais órgãos e centros são extremamente mais mecânicas do que se supõe e, por isso, não é na região genésica que se radicam as fontes sublimes do potencial criador. Tal estrutura está vinculada à mente e ao sentimento das pessoas de tal maneira que, quando a vida, nos seus processos de reparação ou resgate impõe ao indivíduo a solidão como forma de experiência refazedora, a sexualidade e as forças que a representam podem ser transferidas da ação procriadora de corpos para a ação plasmadora de ideais, fecundada nas inspirações superiores da alma, a serviço da transformação do mundo e do reequilíbrio de si mesmo.

Assim, quando alguém se veja na condição compulsória de isolamento afetivo, atendendo aos imperativos da jornada evolutiva, isso não impede que se transforme em uma geradora ou um gerador de filhos, que não se representarão por seres corporais, mas, sim, por construções idealistas na área da arte, do saber, da ciência, do devotamento ao próximo, deixando fecundados não com o sêmen biológico, mas, sim, com a semente espiritual os caminhos por onde passou, pelo exemplo de dedicação e renúncia.

Dessa maneira, cada pessoa no mundo é um potencial transformador das estruturas emocionais, usando para tanto todas as forças que lhe estão disponíveis e, além daquelas que o próprio organismo físico concentra em suas células, as que lhe chegam através da ligação com a força cósmica do Universo, na absorção dos princípios regeneradores e abastecedores de que o Princípio Cósmico Universal é rico por excelência.

As pessoas que se veem compelidas a uma vida de solidão e isolamento no afeto poderão usar tais forças disponíveis para canalizá-las na realização de obras do bem nos diversos setores da vida, respeitando em seus semelhantes os compromissos afetivos já firmados, ao invés de criarem armadilhas para que eles se vejam enredados por sensações, interesses ou condutas que poderão complicar a vida de ambos, que é o que costuma acontecer.

Sem se conformarem com a condição solitária que a vida lhes assinalou com a sua concordância – concordância esta que corresponde, na verdade, à solicitação pessoal, antes do renascimento físico – muitas pessoas passam a se martirizar nos processos de busca desesperada por uma companhia, insatisfeitas com a lição solicitada que propiciaria um amadurecimento maior da questão da responsabilidade afetiva. E como as facilidades do mundo e a irresponsabilidade das relações têm promovido uma promiscuidade cada vez maior entre os seres humanos em busca de aventuras, sem nos referirmos, ainda, às pressões sociais que pesam sobre os que se mantêm solteiros, como que a fazê-los se sentir como seres extraterrestres ou problemáticos, aquilo que deveria ser aproveitado como uma experiência produtiva, acaba transformada pela pessoa em um martírio vergonhoso e insuportável, abrindo espaço em seus pensamentos mais secretos para as estratégias de conquista, a adoção de posturas sedutoras e perigosas, a repetição dos equívocos de outras vidas quando a sexualidade foi usada como armamento a atrair e destruir os sentimentos alheios.

Como o leitor pode perceber, muitas vezes, a causa da solidão em uma vida se radica na irresponsabilidade afetiva vivenciada em outras existências.

De tanto viciar o centro do afeto com aventuras superficiais do sentido ou da sexualidade depravada através de comportamentos que a aviltaram, homens e mulheres solicitam, em uma nova vida física, uma jornada desértica na afetividade, durante a qual, sentindo a falta de uma companhia, redirecionam o impulso primitivo para a esfera mais elevada dos sentimentos, reprogramando seu psiquismo para que a leviandade outrora experimentada não faça mais parte de suas opções naturais.

Mas, ao invés de se conduzirem por tal trajeto, com a opção de modificarem o mundo íntimo e o mundo ao seu redor com gestos de devotamento oferecidos a causas nobres, boa parte dos assim considerados exilados do afeto se perdem novamente, relembrando os antigos processos de sedução, saindo à cata de experiências envolventes e estimulantes, com as quais vão revivendo os antigos vícios, procurando companhias exatamente em lugares em que não encontrarão, senão, aproveitadores de suas carências, prontos a abusarem de seus sentimentos famintos e, logo depois, descartá-los no vazio de um prazer físico que acaba rapidamente e frustra aqueles que esperavam alguma coisa a mais do que isso.

Dessa forma, forçando a situação, muitas pessoas que poderiam estar se recuperando e se fazendo queridas de seus irmãos menos felizes, passam a se ajustarem processos dolorosos a homens levianos, a mulheres exigentes e caprichosas, a pessoas que jogarão com seus sentimentos, explorando suas forças para, logo a seguir, dificultar-lhes a vida com exigências sem fim, representando, dessa maneira, a triste, mas justa expiação que aquele indivíduo acabou impondo-se, quando poderia ter escolhido outro tipo de atividade criadora que, nas belezas do ideal realizado, o manteria livre para seguir pelos caminhos que melhor escolhesse.

A teoria que costuma imperar nos dias de hoje é aquela que, simplificada no ditado popular, inverte seus termos dizendo:
“Antes mal acompanhada (o) do que só”.

E se, de alguma sorte, é compreensível tal opção, isso não quer dizer que ela não venha a produzir seus malefícios próprios, dos quais aquela pessoa poderia estar livre se tivesse entendido o caminho que poderia desenvolver ao conduzir-se pela fórmula antiga do ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADA (O).



Por isso, seja na forma que for, todo aquele que, para se ver feliz, se aventura a produzir o rompimento de outras relações, se permite destruir as próprias relações com comportamentos levianos, desrespeita os compromissos do afeto assumidos livremente, se vale das carências dos outros para usá-las na conquista de bens materiais ou situações que ambicione, se aproveita da solidão alheia para desfrute do prazer sem compromisso, se relaciona de forma vil para compensar o vazio do coração, sem respeitar os sentimentos dos demais que utiliza como alimento sem lhe poder corresponder com sinceridade, não importa, seja qual for a forma pela qual alguém pretenda ser feliz às custas da dor de outro, isso produzirá os efeitos de sofrimento e de responsabilidade que o obrigarão a uma futura reparação, arcando cada um com a quota de deveres correspondentes aos sofrimentos que infringiu.

Daí, então, queridos leitores, serem muito graves, porque das mais tristes, as dores que podemos produzir com nossas condutas irresponsáveis, tanto na área do afeto quanto na área da sexualidade, uma vez que isso não se resumirá a uma relação física, com a contração muscular, com a expressão transitória de um prazer biológico, com a produção de hormônios. Isso representará uma ligação de Espírito a Espírito, com reflexos na estrutura da mente, na construção de sonhos, na criação de expectativas, na desestruturação de outras vidas e outras relações, que poderão, dependendo do grau a que chegarem, ser responsáveis pelo desajuste do equilíbrio da psique de alguém, a produzir processos obsessivos, ideias fixas, autodestruição moral e, até, suicídios, infelizes estradas não apenas para aqueles que escolheram ou se deixaram transitar por elas, mas, sobretudo, para aqueles que ajudaram a construí-las na vida de seus semelhantes.

Livro Despedindo-se da Terra, cap.11, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.

Em Matéria Afetiva

Em Matéria Afetiva

Sempre é forçoso muito cuidado no trato com os problemas afetivos dos outros, porque muitas vezes os outros, nem de leve, pensam naquilo que possamos pensar.

Os Espíritos adultos sabem que, por enquanto, na Terra, ninguém pode, em sã consciência, traçar a fronteira entre normalidade e anormalidade, nas questões afetivas de sentido profundo.

Os pregadores de moral rigorista, em assuntos de amor, raramente não caem nas situações que condenam.

Toda pessoa que lesa outra, nos compromissos do coração, está fatalmente lesando a si própria.

Respeite as ligações e as separações, entre as pessoas de seu mundo particular, sem estranheza ou censura, de vez que você não lhes conhece as razões e processos de origem.

As suas necessidades de alma, na essência, são muito diversas das necessidades alheias.

No que tange a sofrimentos do amor, só Deus sabe onde estão a queda ou a vitória.

Jamais brinque com os sentimentos do próximo.

Não assuma deveres afetivos que você não possa ou não queira sustentar.

Amor, em sua existência, será aquilo que você fizer dele.

Você receberá, de retorno, tudo o que der aos outros, segundo a lei que nos rege os destinos.

Ante os erros do amor, se você nunca errou por emoção, imaginação, intenção ou ação, atire a primeira pedra, conforme recomenda Jesus.

XAVIER, Francisco Cândido. Sinal Verde. Pelo Espírito André Luiz. CEC.

Jesus e a afetividade

Jesus e a afetividade
Escrito por Roberto Lúcio Vieira de Souza


A mensagem do Mestre Jesus baseia-se no afeto.

Jesus sempre foi, é e será o exemplo claro do que é ser afetivo, pois essa expressão envolve a capacidade de nos relacionar emocional e sentimentalmente às criaturas.

Portanto, devemos transcender as dificuldades encontradas com relação à afetividade e nos espelhar na vivência crítica Daquele que é "o caminho, a verdade e a vida"

Comentário de Ivete Tietz Granato

Jesus e a afetividade
Quando se propõe a falar de afetividade relacionada à figura do Mestre Jesus, nos deparamos na precariedade dos relatos evangélicos acerca dos mínimos gestos do Cristo em relação às criaturas que o abordavam. Precariedade provavelmente relacionada com a objetividade escolhida por Jerônimo, ao ser indicado, pelo Imperador Focas, para a montagem da Vulgata Latina, ou seja, a versão que se tornaria aceita pela Igreja Oficial sobre os textos até então reunidos sobre a vida de Jesus e seus principais seguidores. Ocupado com a necessidade de transmitir informações que compusessem o corpo doutrinário do Cristianismo, de forma clara e concisa, certamente abriu mão de relatos mais poéticos e, provavelmente, mais ricos no sentido da expressividade de Jesus em seus relacionamentos.

Nossa crítica, porém, não pretende denegrir ou negar os propósitos verdadeiros daquele sábio e mesmo querer negar que alguns fatos foram mantidos, registrando lições profundas da capacidade de Jesus para demonstrar os seus sentimentos para os que compartilhavam da sua presença.

Certamente os que conviveram com ele em sua intimidade tiveram a oportunidade de acompanhá-lo e com ele aprender as mais sublimes e sutis manifestações de afeto, não só no sentido de expressá-los, mas também de como recebê-los.

Afetividade
A palavra de origem latina está intimamente relacionada com o verbo fazer (agir, produzir, realizar), tendo como significados: qualidade ou caráter de quem é afetivo: conjunto de fenômenos psíquicos que são experimentados e vivenciados na forma de emoções e de sentimentos; tendência ou capacidade individual de reagir facilmente aos sentimentos e emoções, emocionalidade; e pode ser também sinônimo de meiguice.

Na prática, ela refere-se à capacidade que a criatura tem de reagir positiva ou negativamente em relação a alguém ou a alguma situação.

A expressão da afetividade é de fundamental importância na vida de relação e denota a habilidade emocional e sentimental da criatura, tanto quanto facilita as trocas entre as pessoas. Essa expressividade pode se fazer no sentido positivo quanto no negativo, e fazer-se presente por uma infinidade de formas de manifestação.

O homem, em sua prática diária, sempre conviveu com dificuldades várias relacionadas ao aspecto da expressão de sua afetividade. Culturalmente, sempre foram determinadas regras que permitem ou excluem formas de afeto, relacionadas com o local, o sexo, a idade, o status social e econômico das criaturas, provocando repressão e desvios dos mais variados, empobrecendo os relacionamentos.

Podemos exemplificar com as principais emoções e como elas são vivenciadas em nossa cultura.

Somos frutos de uma sociedade latino-americana, de princípios patriarcais, fortemente determinados pelas idéias judaicas e cristãs (entendendo as últimas mais como um ponto de vista sectário de uma visão dominante, do que dos princípios verdadeiramente cristãos). Nesta sociedade, os papéis foram claramente determinados tanto para homens quanto para mulheres e nas mais diversas camadas sociais e etárias; e os valores definidos, determinando uma falsa superioridade para a figura masculina e todas as funções determinadas para ela. Em geral, ao homem foi dada a responsabilidade de provedor e gestor, a ser vivida de maneira racional, onde essa racionalidade tem mais a ver com frieza do que com lógica; e, à mulher, o papel de procriadora e de subserviência, com um estímulo a vivência do afetivo, esse mascarado de sentimentalismo.

Para clarear tal situação, lembremo-nos das emoções básicas segundo a tradição chinesa: o medo, a raiva, a tristeza, a alegria e a preocupação.

As emoções, segundo a psicologia, seriam reações orgânicas de intensidade e duração variáveis, geralmente acompanhadas de alterações respiratória, circulatórias etc. e de grande excitação mental.

As emoções citadas acima seriam consideradas naturais, presentes em todas as criaturas e com objetivos específicos e fundamentais para a manutenção da vida, em todos os seus sentidos. No entanto, culturalmente, determinamos valores positivos ou negativos a tais manifestações psíquicas, permitindo a expressão ou não das mesmas em nossa vida.

Assim, o medo, emoção natural, fundamental para a preservação da vida, correlacionada com a experimentação do novo e que proporciona a noção dos limites, é vista em nossa cultura como algo de menor valor, cuja expressão é permitida àqueles considerados inferiores: crianças, mulheres, deficientes e fracos. Mesmo as crianças do sexo masculino, após determinada idade, são reprimidas na manifestação de tal emoção e as que desobedecem tal proibição são consideradas inferiores.

Entretanto, sabemos, hoje, pelos estudos da psicologia, que o medo é fundamental para o reconhecimento da própria força e, conseqüentemente, dos limites individuais; e para a conquista da coragem. Por não ser liberada para viver o medo, a grande maioria dos indivíduos do sexo masculino, em nossa cultura, transformam-se em valentes e não corajosos. Fazem-se fortes somente diante dos que lhe são física , cultural ou psiquicamente inferiores ou quando estão armados. Ao contrário, vamos encontrar no seio feminino os maiores exemplos de coragem. Prova disto, podemos observar na intimidade dos prontos-socorros: quando, geralmente, a criança doente ou ferida chega acompanhada pela mãe, esta mostra-se forte e auxiliar ao tratamento; caso a companhia seja masculina, o homem, na maioria das vezes, apresenta-se inseguro, incapaz de auxiliar e muitas vezes passa mal, precisando de assistência especializada.

Situação semelhante acontece com as outras emoções, as quais normalmente são reprimidas na nossa cultura, ficando a preocupação como a única socialmente aceita, gerando a grande quantidade de ansiosos e, por conseqüência, de doentes emocionais.

Jesus – O Terapeuta de nossas almas
O grande papel de Jesus, em sua passagem pelo orbe, foi mostrar ao homem, através de sua própria vivência, a supremacia do Amor como remédio para todos os males da humanidade.

Este Amor, no entanto, não é conquistado subitamente e nem é dado gratuitamente àqueles que se manifestam como crentes e fervorosos em relação ao Mestre Jesus. Sua presença, em nossas vidas, faz-se paulatinamente, através de um aprendizado que envolve um ensaio de acertos e erros.

A vida para se tornar plena exige-nos que alimentemo-nos do Amor e este só se faz presente através dos relacionamentos, que se iniciam em nós mesmos, passando pela inter-relação pessoal e conseqüente aprendizado do Amor a Deus.

Para tanto, Jesus, em sua vinda, apresentou-nos, em sua postura moral e emocional e através de seus ensinamentos, os verdadeiros caminhos da vivência amorosa.

Esta, porém, é precedida de uma vida afetuosa, pois diríamos que os gestos de afeto demonstrados e em sentido positivo são os construtores, as bases para a vivenciação do Amor.

É importante frisar que essas experiências na vida de Jesus faziam-se espontâneas, por expressarem a sua condição espiritual. Entretanto, a argumentação de muitos de que o que ele realizou não poderia ser repetido por nós, devido à diferença moral e espiritual, não se justifica, pois, certamente, num momento, o qual não podemos precisar, Jesus fez um aprendizado semelhante. Na verdade, somos essencialmente totipotentes, cabendo-nos fazer o despertamento das possibilidades, que habitam nossa intimidade, transformando-nos em verdadeiros “filhos de Deus”.

A Revelação de Amor, apresentada no Evangelho, é o grande mapa para as nossas maiores conquistas espirituais, fazendo-nos alcançar a Felicidade Eterna. Para isto, Jesus veio e preparou um grupo de discípulos, para que a Boa Nova se propagasse em todos os cantos da Terra, convidando-nos para a vivência desse Amor.

Jesus e a Afetividade
Em sua trajetória na Terra, em especial nos anos de seu messianato, o Mestre conviveu com homens das mais diversas classes sociais e culturais, aproveitando cada momento para oferecer-lhes um novo ensinamento que enfatizasse a supremacia da experiência amorosa como remédio para que as relações humanas fossem mais harmoniosas e felizes, levando a todos, por conseqüência, a um encontro íntimo com o seu Criador.

Embora desprezado e desonrado pelos seus contemporâneos, o Cristo Jesus, advindo de uma região de pouca importância (Nazaré) e de uma família socialmente desvalorizada, com um papel aparentemente apagado em seu momento histórico, transformou-se na figura mais importante do contexto da história, transformando a contagem cronológica em antes e após a sua vinda.

Certamente, seus ensinamentos foram o grande feito de sua pessoa, mas eles só permaneceram registrados na história pela força dos seus exemplos, que dignificavam a sua posição diante de toda a Humanidade.

O Evangelho não apresenta relatos de que Jesus tenha sorrido (dando a impressão a muitos de que ele desvalorizasse a alegria) ou mesmo informa-nos de gestos simples e afetuosos de sua pessoa, gerados na intimidade do seu lar ou nas residências em que se hospedou; no entanto, informa-nos, a todo momento, do seu cuidado com a pessoa humana, com a valorização da criatura independentemente do sexo, raça, cor ou estado social e enfatiza-nos a importância da disponibilidade íntima e do exercício de servir como regras para o bem viver.

Suas posturas diante das crianças, seus contatos com as mulheres, em especial, com aquelas consideradas de má conduta e de condição social inferior, os diálogos desenvolvidos com indivíduos de outras raças (atitude condenada entre os judeus), aos quais ajudava prontamente, demonstram a sua envergadura espiritual e apontam para a urgência da transformação moral de nossa humanidade, postando-nos afetuosamente diante de qualquer criatura.

Todos seus posicionamentos são lições vivas para o aprendizado do Amor, sem contudo significarem abandono de regras morais divinas e imutáveis. Seus gestos gentis e doces eram substituídos por posicionamentos firmes e incisivos, quando estes se faziam necessários. Seus sentimentos eram coadjuvados pela razão, mas, acima de tudo, seus atos eram a expressão mais pura da Vontade divina, vivência plena da Lei de Deus.

Alguns exemplos, retirados do Novo Testamento, que retratam os seus ensinamentos para o atendimento das criaturas em diferentes condições, fornece o remédio para uma vida mais sadia:

Para um bom relacionamento: “Fazei aos homens tudo o que queiras que eles vos façam, pois é nisto que consistem a Lei e os Profetas.” (Mt., 7:12)
Para quem se sente magoado: “Então Pedro, se aproximando, lhe disse: Senhor, quantas vezes perdoarei ao meu irmão, quando ele houver pecado contra mim? Será até sete vezes? Jesus lhe respondeu: Eu não vos digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” (Mt., 18:21-22)
Para quem não sabe perdoar: “Portanto, se estiveres para trazer a tua oferta ao altar, e ali lembrares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e depois virás apresentar a tua oferta. Assume logo uma atitude conciliadora com o teu adversário enquanto estás com ele no caminho...” (Mt., 5: 23-25)
Para aquele que não sabe como utilizar-se das palavras: “Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não; por que o que passa disto é de procedência maligna.”(Mt. 5:37)
“Eu vos digo que toda palavra inútil que os homens disserem darão contas no dia do Juízo. Pois por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” (Mt., 12: 36-37)
Para os sequiosos pela riqueza: “Observai os pássaros do céu: eles não semeiam e não colhem, e não amontoam nada nos celeiros, mas vosso Pai celestial os alimenta; não sois muito mais do que eles? (Mt., 6:26)
Para os coléricos: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra o seu irmão, terá de responder em juízo; aquele que chamar ao seu irmão: Cretino! Estará sujeito ao julgamento do Sinédrio;” (Mt., 5:22)
Para os ansiosos: “Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem com vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa?”   (Mt., 6:25)
Para os que vivem em plena juventude: “Que ninguém o despreze por ser jovem. Quanto a você mesmo, seja para os fiéis um modelo na palavra, na conduta, no amor, na fé, na pureza.” ( I Tim., 4: 12)
Para os temerosos: “E não temais os que matam o corpo, e que não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.” (Mt., 10: 28)
Para os que vivem atormentados pelos apelos sexuais: “Mas, se não são capazes de dominar os seus desejos, então se casem , pois é melhor casar-se do que abrasar-se” (I Cor., 7: 9)
“Fujam da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem comete, é exterior ao seu corpo; mas quem se entrega à imoralidade peca contra o seu próprio corpo.” (I Cor., 6: 18)
Para os que se encontram tristes: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei.” (Mt., 11: 28)
Para os orgulhosos: “Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.” (Mt., 18 : 4)
Diante dos sofredores: “E qualquer que tiver dado só que seja um copo d’água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” (Mt., 10: 42)
Diante do pecador: “Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.” (João, 8: 11)
Diante das convenções sociais: “Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará? Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por conseqüência, lícito fazer bem aos sábados.” (Mt., 12 : 11 e 12)
“Dai pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mc., 12 : 17).
Postado por Roberto Lúcio Vieira de Souza, na RIE-Revista Internacional de Espiritismo, em Julho/2004. O autor é médico, vice-presidente da AME-Brasil, escritor e conferencista conhecido em todo Brasil.

Carências

Sempre extraindo de obras importantes a inspiração para cada texto, hoje quero abordar um tema, claro, sempre de maneira muito sucinta, sobre o significado de carência, que todos nós, de alguma maneira, a experimentamos.
Primeiramente, poderíamos defini-la como um estado íntimo de manifestação que surge da privação de alguma necessidade pessoal, cujo principal reflexo é o sentimento de infelicidade.
Sob análise espiritual, poderia ser um fluxo energético de vibrações não compensadas reclamando o dinamismo da complementação para gerar bem-estar e equilíbrio na vida do ser.
Pelo lado afetivo, é um processo de desnutrição que pode ter se iniciado na infância ou até mesmo em outras reencarnações, como por exemplo, desejos recalcados, expectativas não colimadas, frustrações não superadas, dando azo a uma descompensação emocional pelas experiências traumáticas mal elaboradas, gerando episódios de conflitos e sofrimentos no automatismo da vida mental.
efetivo-abandono-afetivoDentre todas as carências, a maior é a de afeto e carinho, sem os quais ninguém se sente humanizado, levando a criatura à exteriorização de seus sentimentos mais primitivos que estimulam a ganância e a crueldade proveniente do instinto de conservação exacerbado, segundo bem preleciona Ermance Dufaux, em sua obra “Mereça Ser Feliz”. No estágio espiritual da Terra, a carência de afeto, quase sem exceções, está atrelada aos ditames da lei de retorno.
É importante ressaltar que nem tanto do amor alheio precisam os carentes, porque a carência não está somente nessa ausência de ser amado, mas, existem outros mecanismos bloqueadores, compostos por processos emocionais e psíquicos do Espírito, que, mesmo amado, tais mecanismos não permitem o reconhecimento.
Outra abordagem trazida por Ermance, que deve ser mencionada, diz respeito à origem, ou seja, as matrizes profundas da carência que podem ser encontradas no subconsciente, que é o vício milenar de exigir e esperar ser amado sem disposição altruísta suficiente para amar, resultante de uma construção lenta e gradual com bases no egoísmo. O carente, em verdade, é um doente que deseja ardentemente amar sem conseguir, e, não conseguindo, passa a exigir ser amado, criando situações complicadas e frágeis; é alguém à míngua do amor, um constante cultivador da esperança de ser compensado.
Assim, solidão, ciúme, dependência, escassa autoestima, complexo de inferioridade, depressões, patologias corporais e outros tantos quadros de sofrimento podem decorrer dessa tormentosa vivência da “prisão emocional”, reflexos fiéis de atitudes inconsequentes e levianas de outrora. E quem se encontra nos bastidores de toda essa tormenta? O “espírito carente” passando atestado de sua incapacidade de amar, exigindo atenção e cristalizando-se no apego ou alimentando o ciúme, em conflituosas crises de possessividade.
01151Por outro lado, também carências surgem como ilusões da vida moderna estimuladas pela mídia e pelos costumes, exigindo de cada um, verdadeiro processo de reeducação e controle para não se experimentar padecimentos desnecessários.
Infelizmente, observamos uma grande parcela das pessoas que não estão aceitando, em nenhuma hipótese, a possibilidade de fazer cada conquista a seu tempo. Querem tudo para já, custe o que custar, vivendo a filosofia do imediatismo, sem obediência alguma à prova da resistência moral pela paciência e perseverança. Consequentemente, em assim agindo, percorrem os caminhos largos da precipitação e da imprudência, estimulando ainda mais, o egoísmo feroz, que é o outro nome da carência.
Desse modo, com muito ainda a tecer de comentários sobre o assunto, o primeiro passo é buscar um controle emocional para aferirmos as nossas reais necessidades.

Enviado por nossa amiga, leitora e colaboradora Martha Triandafelides Capelotto – Divulgadora do Espiritismo.

Lesões Afetivas

Várias são as lesões que atingem o ser humano durante sua jornada terrena. Algumas leves, de fácil cicatrização, outras mais profundas e duradouras.

Dentre elas vamos encontrar as responsáveis por desatinos de variada ordem, que são as lesões afetivas.

Fruto do desrespeito que temos uns pelos outros, as lesões afetivas têm ocasionado homicídios, suicídios, abortos, injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, feridas no afeto que lhes alimentava as forças.

Quantas lágrimas de aflição, quantos crimes são cometidos na sombra, em nome dessas lesões provocadas nas profundezas da alma.

Esquecendo-nos de que cada criatura leva, em sua intimidade, caracteres próprios, não conseguimos medir suas resistências, nem suas reações diante de uma promessa não cumprida.

Usando a desculpa do amor livre e do sexo liberado, não temos atentado para as consequências amargas que resultam da nossa falta de respeito ao próximo.

Na ânsia de satisfazer os desejos carnais, não hesitamos em nos envolver levianamente com pessoas que sentem, tanto quanto nós mesmos, carências de afeto e sede de compreensão e carinho.

Quantas crianças nascem, fruto desses envolvimentos irresponsáveis, e amargam o abandono e a solidão como filhos rejeitados por um ou outro dos pais, ou pelos dois.

Quantos levam no coraçãozinho a tristeza de não poder pronunciar a doce palavra pai, porque aquele que o gerou não honrou o compromisso, deixando à companheira toda a responsabilidade pela condução da criança.

Quantos homens e mulheres que juram fidelidade, nos votos feitos por ocasião do matrimônio, e que levianamente os rompem, envolvendo-se com outras pessoas, provocando lesões afetivas inconsequentes.

Certamente muitos desses delitos não são catalogados pelas leis humanas, mas não passam despercebidos nas Leis de Deus, que exigem dos responsáveis a devida reparação, no momento oportuno.

É importante que reflitamos acerca desse assunto que nos diz respeito. É imprescindível que respeitemos os sentimentos alheios tanto quanto desejamos ter os nossos sentimentos respeitados.

Se não queremos ou não podemos manter um romance de carinho a dois, não o iniciemos.

Lembremos que, acima das leis humanas, existem as Leis Divinas, das quais não poderemos fugir, como seres imortais que somos.

Se as infringirmos, teremos que efetuar a devida reparação mais cedo ou mais tarde.

E se hoje a carência afetiva nos dilacera a alma, pode ser que estejamos reparando delitos cometidos anteriormente. É possível que Deus permita que soframos a falta do afeto que não soubemos valorizar quando tínhamos.

*   *   *

Muitos de nós estamos altamente compromissados com as Leis de Deus, em matéria de amor e sexo irresponsáveis.

Por esse motivo, mesmo estando casada, grande parte das criaturas sente falta de afeto e carinho, amargando as consequências dos delitos cometidos contra os semelhantes, na área da afetividade.

Dessa forma, vale a pena valorizarmos os sentimentos alheios, para que no futuro possamos ser merecedores do afeto e da fidelidade que tanto necessitamos.

Redação do Momento Espírita com base no cap. Lesões
 afetivas, do livro Momentos de ouro, por Espíritos diversos,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Geem.
Em 10.05.2010.

COMPROMISSO AFETIVO

COMPROMISSO AFETIVO

"O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes se mostra impotente diante dos sofismas da paixão. Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem; porém, como determiná-lo com exatidão? Onde começa ele? O dever principia sempre, para cada um de vós, do ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo; acaba no limite que não desejais ninguém transponha com relação a vós". (Item 7, no Cap. XVII, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".)
   
     A guerra efetivamente flagela a Humanidade, semeando terror e morticínio, entre as nações; entretanto, a afeição erradamente orientada, através do compromisso escarnecido, cobre o mundo de vítimas.
     Quem estude os conflitos do sexo, na atualidade da Terra, admitindo a civilização em decadência, tão-só examinando as absurdidades que se praticam em nome do amor, ainda não entendeu que os problemas do equilíbrio emotivo são, até agora, de todos os tempos, na vida planetária.
     As Leis do Universo esperar-nos-ão pelos milênios afora, mas terminarão por se inscreverem, a caracteres de luz, em nossas próprias consciências. E essas Leis determinam amemos os outros qual nos amamos.
     Para que não sejamos mutilados psíquicos, urge não mutilar o próximo.
     Em matéria de afetividade, no curso dos séculos, vezes inúmeras disparamos na direção do narcisismo e, estirados na volúpia do prazer estéril, espezinhamos sentimentos alheios, impelindo criaturas estimáveis e nobres a processos de angústia e criminalidade, depois de prendê-las a nós mesmos com o vínculo de promessas brilhantes, das quais nos descartamos em movimentação imponderada.
     Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade. Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse compromisso venha a ser efetuado. Criada a rotura no sistema de permuta das cargas magnéticas de manutenção, de alma para alma, o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na autodefensiva, entra em pânico, sem que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na delinqüência. Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutem no agressor, que partilhará das conseqüências desencadeadas por ele próprio, debitando-se-lhe ao caminho a sementeira partilhada de conflitos e frustrações que carreará para o futuro.
     Sabemos que a Justiça Humana comina punições para os atos de pilhagem na esfera das realidades objetivas, considerando a respeitabilidade dos interesses alheios; no entanto, os legisladores terrestres perceberão igualmente, um dia, que a Justiça Divina alcança também os contraventores da Lei do Amor e determina se lhes instale nas consciências os reflexos do saque afetivo que perpetram contra os outros.
     Daí procede a clara certeza do que não escaparemos das equações infelizes dos compromissos de ordem sentimental, injustamente menosprezados, que resgataremos em tempo hábil, parcela a parcela, pela contabilidade dos princípios de causa e efeito. Reencarnados que estaremos sempre, nesse sentido, até exonerar o próprio espírito das mutilações e conflitos hauridos no clima da irreflexão, aprenderemos no corpo de nossas próprias manifestações ou no ambiente da vivência pessoal, através da penalogia sem cárcere aparente, que nunca lesaremos a outrem sem lesar a nós. (Espírito Emmanuel - Vida e Sexo - Chico Xavier).

Tentações Afetivas

Tentações Afetivas

Esta sede insaciável de prazer renovado, leva-te ao desequilíbrio.
Essa busca irrefreável de afeto que te plenifique, conduz-te ao abismo da loucura.
Tal ansiedade por encontrar quem te compreenda e apóie, oferecendo-te segurança integral, empurra-te para os precipícios dos vícios dissolventes.
A pressa de encontrar quem esteja disposto a doar-te ternura, afasta os corações que pretendem ajudar-te, porque em faixa afetiva diferente eles se te afeiçoam em espírito, enquanto vibras outra forma de necessidade.
A insatisfação, face ao muito que desfrutas, gera em ti distúrbio lamentável de comportamento, que ameaça a tua vida.
O que falta, a qualquer pessoa, é resultado do seu mau uso em oportunidade transata.
Carência de hoje, foi desperdício de ontem.
Ninguém há, que se encontre, na Terra, completo e realizado.
Na área da afetividade, a cada momento defrontamos amores eternos que depois se convertem em pesadelos de ódio e crime.
Muitas promessas "para toda a vida", às vezes, duram uma emoção desgastante e frustradoras.
Sorrisos e abraços, júbilos infindos de um momento, tornam-se, sem motivo aparente, carantonhas de rancor, agressões violentas e amarguras sem nome.
Tudo, no mundo corporal, é transitório, forma de aprendizagem para vivências duradouras, posteriormente.
Assim, evita sonhar, acalentando esperanças absurdas, nas quais pretendes submeter os outros aos teus caprichos pessoais, que também passarão com rapidez.
O que agora te parece importante, mais tarde estará em condição secundária.
Ontem aspiraste determinada conquista que, lograda, hoje não te diz mais nada.
Se desejas o amor de plenitude, canaliza as tuas forças para a caridade, transformando as tuas ansiedades em bem-estar noutros muito mais necessitados do que tu.
Não desvies a tônica da tua afetividade, colocando sentimentos imediatistas, que te deixarão ressaibos de desgostos e travos de fel.
A outra, a pessoa que, por enquanto, consideras perfeita e capaz de completar-te, é tão necessitada quanto o és tu.
Na ilusão, adornas-lhe o caráter, para descobrir, mais tarde, o ledo engano.
Conserva puro o teu afeto em relação ao próximo e não te facultes sonhos e fantasias.
Aquilo que mereces e de que necessitas, chegará no seu momento próprio.
Reencarnaste para aprender e preparar o futuro, não para fruir e viver em felicidade que ainda não podes desfrutar.
Cuidado, portanto, com as aspirações-tentações, que se podem converter em sombras na mente e em sofrimentos incontáveis para o coração.

Afirmou Jesus, que os Seus "discípulos seriam conhecidos por muito se amarem", sem que convertessem esse sentimento-luz em grilhão-treva de paixão.


Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Do livro: Vigilância.

O APEGO AFETIVO

O APEGO AFETIVO
Francisco Cândido Xavier

Em carta, Chico Xavier explica-nos os antecedentes da mensagem referente ao apego afetivo no meio familial:

“Na noite anterior a uma de nossas reuniões públicas estivemos juntos, provavelmente umas cinquenta pessoas, num encontro amigo dedicado ao culto do Evangelho no lar. E o assunto dessa reunião doméstica foi a dificuldade para nos separarmos dos laços de família, quando os entes amados escolhem caminhos diversos dos nossos. Como era natural, o tema foi ardentemente debatido. E, na noite seguinte, antes da sessão pública, o assunto prosseguiu.

Iniciadas as nossas tarefas, O evangelho segundo o espiritismo nos ofereceu para estudo o item 9 do capítulo XIV, claramente colocado nas apreciações em foco. E, ao fim da reunião, o nosso abnegado Emmanuel nos deu a página intitulada Desvinculação, que envio ao caro amigo na esperança de que ela nos sirva aos estudos e reflexões habituais.”




DESVINCULAÇÃO
Emmanuel

Para muitos companheiros na Terra, a desvinculação no campo afetivo é prova difícil.

Desligamento do grupo familiar, distância da convivência.

Hora da diferenciação de alguém perante outro alguém.

*

Se te vês num momento assim, na posição de quem pode libertar associados de ideal e de afinidade, não hesites no bem por fazer.

Aqueles que anseiam por independência e mudança, depois de te compartilharem a vida, são pedintes de tranquilidade e renovação. Não precisam tanto de teu ouro e assistência, nome e prestígio. Rogam-te, acima de tudo, escoras de tolerância e bondade, a fim de que te possam deixar sem que o espinheiro da mágoa te nasça no coração.

*

Medita naquele que, um dia, igualmente largaste para tomar embarcações outras, diferentes do navio em que se te localizava a área doméstica, de modo a te fazeres ao mar profundo e vasto da experiência terrestre.

Familiares que te amavam a presença e amigos que te disputavam a companhia se viram, de instante para outro, apartados de ti por efeito de tuas próprias deliberações.

Assim nos expressamos porque, frequentemente, a harmonia na desvinculação depende daqueles que já amadureceram na vida física, aos quais se pede amparo e segurança, auxílio e aprovação.

Se alguém ao teu lado te solicita o cancelamento de compromissos e deveres assumidos para contigo, concede a paz a quem necessita de paz, a fim de atender a impositivos da vida em outros setores de evolução.

*

Realmente desejas que os descendentes se garantam para a felicidade, não queres que os filhos bem-amados atravessem tribulações e enganos que te amarguraram a infância ou a juventude; habituas-te a desaprovar as resoluções de amigos que se afastam para caminhos que já sabes estarem encharcados de lágrimas, nem concordas em que os entes queridos venham a transitar por estradas que já trilhaste entre pedras e aflições, entretanto, por mais nos doa ao coração – muitos daqueles que mais amamos chegaram à Terra exatamente para isso.

Diante dos companheiros que se te distanciam da convivência ou que te dizem adeus para te reencontrarem mais tarde, em outros e novos níveis de espaço e tempo, não lastimes nem condenes.

Bendize e auxilia sempre.

Os que partem ou se te separam da estrada, no dia a dia, esperam de ti, sobretudo, o patrocínio do amor e o refúgio da bênção.

Carência afetiva: Causas e soluções

Carência afetiva: Causas e soluções

Por Alexandre Castro de Moura Coelho (Psicólogo)



Todos somos profundamente beneficiados pelas oportunidades que as relações humanaS ofertam. Parcerias profissionais, experiência fraternas, trocas afetivas são frutos que pertencem a grande árvore dos relacionamentos humanos.
Mas em que ponto os relacionamentos se transformam em asas libertadoras ou em guilhões asfixiantes?

Os relacionamentos, assim como qualquer experiência “externa”, são apenas instrumentos que adquirem “cor e sabor” específicos de acordo com a nossa forma em administrá-los. Nossas predisposições internas é que darão o tom de qualidade ou de amargura a tudo aquilo que entramos em contato.

E como a carência emocional transforma os relacionamentos em verdadeiros tormentos afetivos. Nela o outro se transforma em depositário de nossas necessidades, o(a) “salvador(a)” que restituirá a percepção de que nossa vida tem valor por que é valorizada pelo olhar alheio.

Qual o preço que pagamos por transferir responsabilidades que nos pertencem aos outros?… O outro tendo um mundo psicológico singular, único, com seu ritmo próprio e muitas necessidades pessoais não resolvidas (como todos nós) jamais terá condições de se encaixar e preencher nossas expectativas pessoais de valorização, pois em algum momento o ritmo alheio, seu tom, irá entrar em contraposição com nossas anseios pessoais.

Por isso nós estamos encontrando nos relacionamentos o caminho de muitas frustrações, pois outro é elemento de troca e aprendizagem e nunca da nossa realização. Projetamos no outro a valorização que não estamos sabendo como construir em nossos corações.

A carência afetiva, tendo como causa pessoal diversas experiências dolorosas que o ser foi acumulando em seu desenvolvimento histórico, causando no mesmo uma baixa auto estima, transforma o outro na metade que falta para nossa integridade psicológica

Dominados pela carência, iremos realizar todo tipo de adaptação possível para os outros gostarem de nós e nos aceitarem. Porém, por baixo dos panos, estamos colocando o outro numa grande armadilha… a exigência que esse esforço de adaptação, o outro preencha nossa incompletude emocional.

Ninguém tem mais poder de preencher a lacuna emocional do que a própria pessoa que a carrega. Essa lacuna fala das nossas necessidades de amadurecimento afetivo, que o outro jamais terá a sensibilidade completa para compreender e preencher.

A cura verdadeira da carência emocional está no mergulho profundo no universo interior, realizada através do autoconhecimento, com o intuito de identificar as necessidades emocionais que deram origem a essa baixa auto-estima, e com reflexão e auto amor, convidar esses elementos internos ao amadurecimento.

Posteriormente, sentindo-se fortalecido na auto-relação, a criatura desenvolve o prazer de descobrir melhor a própria essência, sua autenticidade, encontrando realização na busca dos objetivos que falam intimamente ao próprio coração, aprendendo agora a preencher-se na AUTO REALIZAÇÃO e com isso, acalmando de vez as tormentas da carência emocional.

Auto-burilando-se e ampliando a integração psicológica, o outro volta a ocupar a posição que sempre teve, de parceria e troca, numa interação mais produtiva e harmônica. Com a consciência expandida entendemos que sempre buscamos apaixonadamente no outro aquilo que precisamos desenvolver na própria intimidade.

(DESENVOLVER-SER: PSICOLOGIA E CONSULTORIA)

Relacionamento Afetivo

Relacionamento Afetivo

Richard Simonetti

A força das Idéias – Ed O Clarim

1- Como explicar as dificuldades e obstáculos na vida amorosa, maiores para uns, menores para outros ?

Problemas amorosos, carência afetiva, solidão, decorrem geralmente da maneira como administramos nossas emoções e de nossa contribuição em favor de uma convivência ajustada para feliz.

2- O problema não pode estar relacionado com vidas anteriores ? .

As generalizações nos afastam da realidade. Há o chamado carma, mas na maior parte das vezes a origem está em nossa maneira de ser. Uma jovem extremamente possessiva, que controla todos os passos do namorado e exige atenção plena transforma-se num tormento para ele. Tenderá a ficar para "titia", não por destino alas por desatino.

3- O encontro de sua "metade", como sonham as jovens casadouras, não é dificultado pela falta de atrativos físicos?

A beleza física é mera carta de apresentação, logo relegada ao arquivo das coisas sem importância.

4- O que pesaria, então, favorecendo uma ligação afetiva?

O desempenho, a maneira como nos relacionamos com as pessoas e particularmente com possíveis parceiros de experiências afetivas.

5- Como fica a idéia de que o casamento é planejado na Espiritualidade?

Subordinado ao livre-arbítrio, casamento não é fatalidade. Tanto podem não se consumar os que foram planejados, quanto podem ocorrer sem planejamento algum.

6- Como o Espiritismo vê os trabalhos espirituais encomendados por pessoas no sentido de alcançar a felicidade de uma realização afetiva?

A felicidade não é uma mercadoria que se possa encomendar nesse mercado de ilusões que são os sortilégios de amor.

7- E quanto às práticas sugeridas nesses "consultórios do Além"?

Somente a ingenuidade humana pode alimentar a idéia de que a submissão a determinadas práticas ritualística ou cabalísticas vai resolver problemas cuja solução pede o concurso do tempo e a adesão aos valores do Bem.

8- Que dizer aqueles que, sem encontrar seu parceiro, sofrem solidão?

Será que podemos relacionar a solidão com a ausência de alguém? Não seria mais razoável relacioná-la com nossa ausência na vida social?

Perguntemos a uma Madre Tereza de Calcutá, a um Chico Xavier, a um Divaldo Franco, se se sentem solitários. Quem trabalha pelo semelhante, exercitando a suprema realização - doar- em favor dos aflitos e sofredores de todos os matizes - não tem espaço interior para a solidão.

Carência Afetiva


Somos seres tão carentes de afeto e de carinho que quando conhecemos uma pessoa já criamos em nossa mente atributos para ela, principalmente se estivermos falando de sentimento entre homem e mulher. Esses atributos são aqueles que, segundo nossa carência, nos fariam felizes. Desenvolvemos no nosso imaginário que aquela pessoa é tudo de bom: amigo, companheiro, fiel, amoroso, cuidadoso, sincero e o amor verdadeiro em nossa vida, ou seja, a perfeição. E é encima desse imaginário que construímos a relação. Isso representa uma grande responsabilidade para o outro, pois na verdade, ninguém tem tantos bons atributos conforme nossa imaginação enxerga. Depois de algum tempo, variando de relação a relação, começamos a descobrir que aquela pessoa não é tão perfeita como pensávamos. Os atributos vão "desaparecendo" um por um e nós vamos nos decepcionando com a pessoa. Como não temos maturidade para vivenciar e compreender tal situação, vamos deixando de "amar", começamos a sofrer e colocamos a culpa de tudo no outro que, coitado, nem sabia que tínhamos dele tais conceitos. Esse é um quadro muito comum nos relacionamentos amorosos em geral e é o que mais nos leva ao tal sofrimento por perda de um grande amor. Esse grande amor só existia na nossa imaginação tentando suprir a carência que temos de alguém que nos satisfaça nos nossos aspectos sentimentais e emocionais. Não estou dizendo que não existem grandes amores, até infinitos, existem sim. Mas são raros e sempre se iniciam dentro de um contexto mais maduro e mais realista do que esse que descrevi. Por isso mesmo, são tão raros e tão preciosos.


EUNICE GONDIM

Ciúmes e relacionamento afetivo


http://www.cvdee.org.br/est_educartexto.asp?id=151c

Vida sexual e afetiva


http://www.espiritoimortal.com.br/vida-sexual-e-afetiva-e-a-lei-de-atracao/

Carência Afetiva

A carência afetiva é um mal que atinge todas as faixas etárias, culturas e classes sociais. É pior que a gripe, que vem e vai embora, ou uma doença que mata de vez. É um mal que consome as pessoas devagarinho.

A indiferença da sociedade atual face aos problemas do mundo, faz com que as pessoas sintam-se sozinhas e carentes. Preferimos fechar os olhos ao que se passa ao nosso redor (e mesmo fora dele!) do que enfrentar a realidade da vida dos outros, dos seus problemas. Há cada vez mais pessoas solitárias enquanto a população cresce.
As pessoas têm sede de amor. O problema é que raramente querem ser fonte. E nessa engrenagem há muita gente infeliz. Então corre-se de um lado para o outro, alguns tentam achar compensação a nível profissional, outros em religiões, crenças e seitas.

A internet também faz parte desse mundo. Fecha-se aqui, procura-se amores, amizades e certezas de que alguma coisa ainda existe capaz de compensar a falta de afeto. E enganam-se. Engana-se os outros e a si mesmo.

Quando Jesus andou na terra, tenho certeza que não precisava de nada. Ele era auto-suficiente. Apesar disso, viveu tudo: Ele andou, trabalhou, se entristeceu, chorou, sentiu fome, angústia, dor, morreu e ressurgiu. E vivendo tudo isso, amou. Amou até o fim, até pedir perdão para os que o crucificaram. E tudo o que Ele viveu, foi para nos mostrar o exemplo. De nada serviria se Ele tivesse pregado e não vivido as próprias palavras. Como nós. Mais que falar, precisamos viver.

O dia que as pessoas compreenderem que a solução está dentro delas mesmas, então o mundo terá uma chance de sair desse caos. Se você quer ser amado, ame! Quer receber um sorriso? Sorria! Quer receber e-mails? Mande! Quer carinho? Dê ternura até não aguentar mais. Quer atenção? Seja atencioso!

Talvez não funcione imediatamente. É um remédio que precisa de um tempo para começar a fazer efeito. Mas, quando você estiver curado interiormente, vai ser outra pessoa, de maneira tal que será impossível não receber de volta a felicidade que espalhou. Temos a mania de querer comprar tudo. Mas muitas coisas da vida precisamos plantar, cuidar e colher com nossas próprias mãos. Nem tudo se vende e se compra e afeto faz parte dessas raras coisas.

Não amamos a Deus por que Ele nos amou primeiro? Então, vivamos de maneira que possamos ser os primeiros a dar afeto, amor, atenção. Sejamos os antídotos do ódio e da indiferença. Tudo o que virá após, será compensação. Estaremos contribuindo assim para uma sociedade mais humana, mais justa e mais equilibrada.

Letícia Thompson

Aspecto afetivo do homem

http://www.sbee.org.br/portal/textos-de-apoio/glossario/gloss%C3%A1rio/15-afetivo

Afeto e Espiritismo - Slides

http://pt.slideshare.net/jelarrat/mundo-afetivo-luz-do-espiritismo