sexta-feira, 27 de maio de 2011

Melindre e Personalismo

Do livro Laços de Afeto Caminho do Amor na Convivência – Cap 21 – Melindres nos Centros Espíritas
Página ditada pelo Espírito Ermance Dufaux

Melindres nos Centros Espíritas

“Os antagonismos, que não são mais do que efeitos de orgulho superexcitado, fornecendo armas aos detratores, só poderão prejudicar a causa, que uns e outros pretendem defender”.
O Livro dos Médiuns – Cap XXIX – item 348


Costuma-se asseverar que ele é a doença pertinaz de nossos meios espíritas. Somente a criatura abnegada nos serviços do bem não padece suas injunções a ponto de se agrilhoar. É o melindre – reação de apego doentio às nossas criações.

No campo moral podemos concebe-lo com as seguintes facetas:
- Personalismo magoado.
- Indicador de nosso contágio pelo egocentrismo.
- Rebeldia do orgulho.

Surge com mais assiduidade nos relacionamentos de pouca profundidade afetiva, nos quais escasseiam os valores da sinceridade, do diálogo e do bem-querer. Sua faina consiste em minar as energias através da mágoa crescente, expressada em complexos mecanismos de tristeza, decepção, desânimo e revolta. E depois de alcançar as fibras mais sensíveis do sentimento, promove um “campo de guerra” nos pensamentos que penetra as faixas da fantasia e da obsessão.

Analisando por um prisma psicopatológico, o estágio agudo do melindre, processado em cólera muda ou
manifesta, corresponde a uma fuga momentânea da realidade para uma incursão alienante em  “quadro
esquizofrênico” de rápida duração, no qual a mente raia  pelos campos delirantes e persecutórios.
Há pessoas propensas a se melindrarem graças à posição íntima de se colocarem como vítimas da vida.
Assediadas por “culpas de outras vidas”, que mais não são que seus desvarios de autopiedade e pieguismo, elaboram  um sensível sistema psíquico que as predispõe a se sentirem perseguidas pela “má sorte”, pelos “obsessores” e pela e pela indiferença dos outros em relação a elas.  No fundo são vítimas de si mesmas. São casos de desajustes reencarnatório em base de rebeldia e inconformação com a sua atual existência, promovendo uma insatisfação persistente com tudo e com todos, em lamentável egocentrismo de opiniões  e interesses onde quer que se movimentem.

A atitude de suscetibilidade é a responsável pela grande maioria dos litígios, cismas, agastamentos e das
querelas do relacionamento dentro das nossas casas espíritas. Nisso encontramos mais uma  forte razão para o urgente investimento na melhora emocional das relações interpessoais dos integrantes de nossas agremiações de amor. O melindre é a respostas irracional da emoção demonstrando plena ausência de inteligência intrapessoal. As criaturas educadas emocionalmente têm sempre respostas adequadas ao teste do melindre. Reagir com equilíbrio, elaborar soluções criativas aos impasses e agir com espontâneo amor são respostas de quem é dotado de farta inteligência emotiva, lograda em refrega nas vivências do Espírito que amadureceu para a vida. O melindre é a pobre resposta do sentimento agredido.

As casas espíritas compostas por relacionamentos de conteúdo moral elevado tais como a assertividade, a empatia, o conhecimento mútuo, a amizade favorecem uma convivência saudável e harmoniosa que ensejam defesas contra o “vírus” contagiante do orgulho ofendido.

Por longo tempo ainda estagiaremos sob o alvitre do amor próprio ferido, já que ainda não guardamos a
suficiente abnegação e humildade para superá-lo integralmente. Nada mais natural que recebermos seus
reflexos. Contudo, se já temos em nós a luz do Evangelho e do Espiritismo para guiar nossos passos,  compete-nos empreender árdua luta para não permanecermos por tempo demasiado sob a sua influência
perniciosa, a fim de não permitirmos os dolorosos trâmites da subjugação e da perda energética seguida de doenças variadas, sobretudo, no sistema circulatório. Enredados em suas malhas, procuremos meditar e orar, estudemos suas origens em nós e afastemos tudo quanto possa dar-lhe guarida por mais tempo.

Empreendamos nossos melhores esforços pela casa espírita mais fraterna e de relações honestas, sinceras, onde encontremos o clima desejável de confiança e afeto para dirimirmos as dúvidas naturais de nossa convivência, que também se encontra em aperfeiçoamento e aprendizado, não permitindo as brechas das imaginações doentias que são campo arado para a ofensa e a desavença.

Lembremos, por fim, que o futuro trabalhador do movimento espírita é, quase sempre, originado das
experiências cotidianas de nossas Casas, onde muito experienciou  nas sendas da suscetibilidade ferida.
Ante esse fato, ficam para nós as indagações: qual terá sido o recurso de superação adotado pelo
trabalhador nas questões melindrosas?  Terá ele desenvolvido habilidade emocionais inteligentes para lidar harmoniosamente com tal imperfeição, ou apenas adquiriu o hábito de se insensibilizar e tornar imune às agressões? Precisamos dessas respostas, pois elas explicam e geram muitos fatos!!

Do livro Laços de Afeto Caminho do Amor na Convivência
Página ditada pelo Espírito Ermance Dufaux

Vícios de Prestígio

“O choque, que o homem experimenta, do egoísmo dos outros é o que muitas vezes o faz egoísta, por sentir a necessidade de colocar-se na defensiva. Notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros. Sirva de base às instituições sociais, às relações legais de povo a povo e de homem a homem o princípio da caridade e da fraternidade e cada um pensará menos na sua pessoa, assim veja que outros nela pensaram. Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do contato. Em fase do atual extravasamento de egoísmo, grande virtude é verdadeiramente necessária, para que alguém renuncie à sua personalidade em proveito dos outros, que, de ordinário, absolutamente lhes não agradecem  ”.
O Livro dos Espíritos – Questão 917 - Fenelon

Acostumamos enunciar nos meios espíritas que somos orgulhosos. Admitimos essa imperfeição, mas temos que reconhecer que ainda somos inaptos para detectar seus traços em nossa personalidade. Façamos então uma singela análise em uma de suas mais variadas manifestações sutis. Escolhamos a esfera da vaidade!

O perfil  moral dos habitantes da Terra guarda uma feição comum que é a necessidade de valorização e
reconhecimento pessoal, o que seria muito natural não fosse nossa paixão no egoísmo. No entanto essa
necessidade tem constituído uma tormenta social: considerando que todos querem ser prestigiados, quem ficará para prestigiar?

Pouquíssimos são os que se encontram sensibilizados para a arte da alteridade, dispostos a destacar
conquistas e valores no outro. Esse é o choque do egoísmo a que se refere Fénelon: cada um querendo que o outro pense nele sem se preocupar com os demais, oferecendo motivações para o descaso e o
egocentrismo.

Observe o amigo da Terra um exemplo. Se você iniciar uma narrativa que destaque seus valores individuais ou algum episódio de êxito na sua existência, quem estiver lhe ouvindo logo iniciará um processo similar, sem sequer ocupar-se em ouvir sua história ou dela tirar algum proveito.  É como diz Fénelon: “notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros.”

O vício de prestígio consome a criatura em disputas inglórias e imaginárias por apreço e consideração. O
mundo mental desses viciados desgasta-se em busca da aprovação de todos, e quando alguém não lhe
rende as homenagens e tributos esperados, é considerado um opositor ou indiferente. Seu principal malefício é essa espera de aceitação e consideração incondicionais, como se todas as pessoas tivessem a obrigação de enaltecê-lo.

Como é portador de muita suscetibilidade, pequenas desatenções e discordâncias são recebidas pelo viciado com revolta e mágoa suficientes para instalar um “pânico de revolta íntima”, como se mentalmente indagasse: “por que esse súdito não me homenageou?”

Assim como existe a dependência química de tóxicos, existe a dependência psíquica de evidência e
reconhecimento individual. Esse tipo de viciado é escravo da auto-imagem exacerbada que faz de si mesmo. As causas desse vício podemos verificar na infância, quando a criança é levada a níveis abusivos de repressão no lar, dependendo de aprovação para tudo, tornando-se insegura, sem autoconfiança, crescendo como adulto frustrado; outro tanto, de forma mais intensa ainda, verificamos as raízes desse mal nas pregressas existências, quando a alma acostumou-se aos faustosos títulos sociais e às honras individualistas que sempre lhe alimentavam o ego insaciável, na sedimentação da “cultura do melhor em tudo”.

A educação na sociedade moderna destina-se ao aplauso, ao êxito, e raramente educa-se para saber perder ou  lidar bem com as derrotas e críticas.  Treina-se para a passarela do sucesso e a necessidade de
aprovação e reconhecimento social, sem se preparar para o auto-amor. O vício de prestigio é um sintoma claro de que não nos plenificamos conosco próprio, de ausência de auto-realização, de amor a si próprio. Se nos amássemos, não teríamos tanta dependência de opiniões e atitudes alheias. O que impulsiona esse vício, mais que a necessidade de ser aceito, é o medo da rejeição: um dos sentimentos mais camuflados e  comuns na humanidade, que pode ser estimulado pelas causas acima citadas.

Esse cenário moral é um convite imperioso para que trabalhemos pela formação de um “perímetro”  de
relações sinceras, onde se possa forjar o caráter objetivando a aquisição dos hábitos altruístas e o
desprendimento dessas neuróticas necessidades de tributos personalísticos. Recordemos a oportuna
recomendação de Jesus para convidarmos coxos e estropiados quando dermos um banquete... (1)
Tal quadro de indigência espiritual e afetiva  induz-nos a grave reflexão: estariam nossos círculos de
Espiritismo Cristão atendendo a essa construção do ambiente regenerativo de nossas almas? Ou será que, mesmo nas frentes de serviços com Jesus, estaríamos cultivando as amizades de conveniência que nos garantam a “nutrição da bajulação”, mantendo os feudos de glórias pessoais?
O momento de transição da humanidade é instante de árduas comoções. O egoísmo precisa ser extirpado e para isso somos todos convidados, de uma ou de outra forma, a descer dos “tronos” da falsa superioridade ou sair da “cabeceira” das decisões individualistas. É tempo de abnegação e renúncia!

Convenhamos: nossa parcela de personalismo é enorme, mesmo nas lições de amor às quais nos
afeiçoamos juntos aos labores doutrinários. Anotemos assim algumas de suas rotineiras formas de se
apresentar, a fim de matricularmo-nos numa auto-avaliação sobre a possibilidade de ainda nos encontrarmos prazerosos com o vício do prestígio pessoal:

- Aversão a crítica.
- Mendicância de reverência
- Gosto pela pompa.
- Imposição de pontos de vista.
- Melindre nas discordâncias.
- Magoa alimentada.
- Importância conferida ao nosso nome.
- Apego a tarefa.
- Vício do elogio.

Com todo o respeito que devemos uns aos outros, não podemos deixar de assinalar que entre nós, os
devotos da causa espírita, encontram-se lamentáveis episódios de vaidade. Alguns corações, mais doentes que mal intencionados, não conseguiriam “manter-se espíritas” sem a reverência coletiva!!!...
Contudo, a “vitrine da fama” não foi feita para os discípulos do Cristo, e nossa maior conquista espiritual é o poder de negar a si mesmo. O trabalhador em busca de reconhecimento pessoal efetivamente não serve à causa de Jesus.

Fénelon refere-se  à força moralizadora do exemplo como forma de renovar as relações de homem a homem. Certamente essa indicativa é admirável receita para nossa recuperação frente ao descontrolado vício de ser valorizado. E para iniciarmos um processo educativo nesse sentido, deixemos uma dica preciosa na mudança dos nossos hábitos: comecemos a falar menos de nós e estejamos mais atentos em prestigiar o outro...


Do Livro Laços de Afeto – Caminhos do Amor na Convivência.
Ditado pelo Espírito Ermance Dufaux - Psicografia de Wanderley S. de Oliveira - Parte II - Capítulo 19
Nos leitos da Caridade

“Como a caridade é o mais forte antídoto desse veneno, o sentimento da caridade é o que eles mais procuram abafar. Não se deve, portanto, esperar que o mal se haja tornado incurável, para remediá-lo; não se deve, sequer, esperar que os primeiros sintomas se manifestem; o de que se deve cuidar; acima de tudo, é de preveni-lo”.
O Livro dos Médiuns – Cap XXIX – item 340

Uma sutilidade da convivência humana tem se tornado muito habitual: a falta de gratificação nos
relacionamentos. O efeito imediato dessa indesejável situação é a ausência de motivos para  recriar os encontros, já desgastados, com aqueles que compartilhamos os deveres na órbita doutrinária, levando-nos a acalentar o distanciamento proposital, escolhido.

No educandário das provas sociais, onde crescemos à custa do trabalho-obrigação, é compreensível que tal quadro se desenvolva. Não podemos afirmar o mesmo quando se trata dos encontros e desencontros nas frentes de crescimento com Jesus.
Simpatias, antipatias, admiração e aversão nessa perspectiva são fatores reeducacionais de aprendizagem
dos quais jamais devemos desertar, a pretexto de estabelecer somente relações felizes e que sejam
agradáveis.
Quando nominamos o centro espírita com educandário do afeto é porque nele percebemos a imensa clareira de oportunidades para a aquisição dos valores morais e emocionais, que somente serão hauridos na vida relacional ajustada a uma proposta de transformação pelas vias da educação.
Uma das causas dessa desistência de conviver podemos encontrar na sobrecarga que muitas vezes
costumamos colocar sobre os irmãos de ideal, em razão das elevadas expectativas que nutrimos sobre o seu proceder, aguardando deles finuras e gentilezas constantes como atestado de autenticidade espírita.  Com isso esquecemos das nossas limitações e carências, passando a cobrar dos outros o que ainda não temos condições de realizar. É salutar aguardar o melhor dos amigos, contudo, evitemos a rigidez ante suas escorregadelas, porque senão estaremos, em verdade, acariciando a intransigência disfarçada de decepção. Elevadas expectativas devemos tê-las para conosco mesmo, embora ainda assim tenhamos de usar de paciência e autoperdão constantes.

Temos muitas barreiras de comunicação nas relações, e isso tem impingido uma carga por demais pesada no favorecimento do entendimento e da afetividade. O tempero do afeto, contudo, facultaria o encanto e o bem-estar à convivência, estimulando a continuidade de elos imprescindíveis para a elaboração de projetos e labores de fundamental significado nas leiras do serviço espiritual.

Ações intransigentes, se dotadas de afeto, tornar-se-iam determinação construtivas. Palavras enérgicas, embaladas na ternura da voz, seriam alertas promissores. Normas rígidas, se externadas com carinho, concitariam à reflexão. Vigiemos, portanto esse distanciamento por opção e transformemos nossas relações. Reflitamos um pouco mais: deslocamos quilômetros para servir em caridade àqueles penalizados na pobreza, nos cárceres, nos hospitais, nas creches ou nas sombras da obsessão, todavia, quase sempre, descuidamos daquele coração que está ao nosso lado nas tarefas junto à agremiação doutrinária, com o qual nem sempre nutrimos as melhores expressões de afinidade e simpatia.
Estejamos assim mais atentos aos leitos de dor e penúria que se encontram, também, no âmbito de nossas próprias relações doutrinárias, acrescendo-lhes amor e amparo, proximidade e afeição.

Afeto no ato de ouvir é a caridade da atenção. Quantos se sentem menosprezados e submissos aos leitos da escassa auto-estima, chamado por um minuto de prestígio?
Afeto na atitude de valorizar o esforço alheio é a caridade do incentivo. Quantos se encontram desanimados e estirados aos leitos do descomprometimento por faltarem-lhe apreço a sua colaboração?
Afeto na saudação é a caridade da cordialidade. Quantos são aqueles que ente um gesto de bondade
decidem levantar-se do leito da aversão?
Afeto na prontidão é a caridade da cooperação. Milhares de criaturas, sob a influência contagiante da atitude da disponibilidade alheia, libertam-se dos leitos da preguiça seguindo-lhes os exemplos.
Afeto na delegação é a caridade da confiança. Será que imaginamos quantos são os corações sensíveis e
bem intencionados que se entregam aos leitos da desistência simplesmente por não serem convocados a
realizar?
Afeto na disciplina, caridade da tolerância. A ausência de ternura na aplicação de regras tombam muito nos leitos da insatisfação e da inveja.
Afeto na palavra, caridade da brandura. A rigidez do verbo tem agredido a muitos que se aferram
propositadamente aos leitos da suscetibilidade.
Afeto na tolerância, caridade da indulgência. E quantos são os que padecem o arrefecimento do ideal em
razão de serem entregues aos leitos da recriminação, ante suas intenções e projetos de ousadia nas
mudanças?
Atenção, incentivo, cordialidade, cooperação, confiança, tolerância, brandura e indulgência são as “caridades de casa”, pródigas fontes formadoras do espírito familiar que deve enlaçar os grupamentos  erguidos em nome de Jesus e Kardec.
Caridade no grupo é obtenção de paz, alívio de culpas, restauração do afeto pela compensação em dar,
exercícios de Amor pela didática da solidariedade, revitalização energética, recomposição consciencial,
desarticulação dos reflexos da educação infantil, desvinculação obsessiva, lenitivo, conforto e alívio para caminhar.

Estudemos mais sobre a caridade relacional e compreendamos melhor os benefícios da vivência do afeto em favor de nosso futuro espiritual, porque então  descobriremos, pelo estudo e pela convivência, que amar é vigoroso preventivo que elimina grande parte de nossas dores provacionais na escola da convivência.

Como enxergar o personalismo

Paulo Beduschi

O que é o personalismo? Visão egocênctrica da vida, visão exacerbada de si próprio. Crença em sua onipotência, comportando-se de formas típicas como intolerância, indiferença ante as opiniões alheias, incapacidade de mudar ante os alvitres da vida, etc.
Personalismo é a imposição de si mesmo sobre os outros, inaceitação do outro como veículo de novas riquezas para si mesmo.
Existe muito personalismo em todos os setores da humanidade, mas no meio religioso ele se agiganta e impede o avanço das pessoas.
Atitudes desmotivadoras diante de novidades, ortodoxia nas crenças, desdém ou desqualificação de quem busca inovar para melhorar, são impecilhos encontrados onde deveria haver aceitação e tolerância entre todos.
Allan Kardec foi um homem que lutou por um ideal nobre e verdadeiro, e para isso teve que lutar contra os preconceitos da época. Foi um inovador e por isso foi combatido e perseguido e até caluniado.
O movimento espírita está seguindo Allan Kardec? Ou estão paralizando esta doutrina de amor, mas sobretudo progressista e inovadora?
Será que rotulando a doutrina e criando balizas que delimitam limites doutrinários é recomendação de seu codificador? Claro que não, mas aí entra o personalismo asfixiante que traduz o orgulho daqueles que "defendem Kardec"  mas não se sabe do quê. A doutrina é livre como movimento e todos tem direito à experiência sem que seja execrado na indiferença e desprezadoo pelos companheiros.
Vamos ver no poema do filho pródigo na sua visão metafísica o que significa o filho mais velho.
A estagnação lhe revela apenas uma ego-consciência baseada em recompensas imerecidas e que lhe restou o amargor da inveja a lhe corroer os sentimentos.
Vamos melhorar nossa condição de espíritas. Somos maiores daquilo que estamos vivenciando dentro dela. Vamos abrir nossos corações para que a mente do preconceito e do personalismo não enterre o  talento que temos o dever de multiplicar.
Abraço

PERSONALISMO


 Quanto mais impessoal a obra de um homem, mais ela se aproximará da luz da Verdade; quanto mais pessoal, mais restrita, limitada e sujeita a equívocos. (Do Livro “O Espírito de Chico Xavier, por Carlos A. Baccelli).
      O culto ao personalismo existe de forma abundante no seio da Humanidade.  As pessoas gostam de “aparecer” e fazem de tudo para que isso aconteça. É o orgulho e a vaidade, agindo na alma das pessoas, que ainda não entenderam que esses dois defeitos do ser humano, são provas de inferioridade espiritual.
      O certo mesmo é seguirmos em frente, fazendo todo o bem possível, sem ficar preocupado em“aparecer” para o Mundo. Como disse Chico Xavier no início dessa mensagem, “quanto mais impessoal a obra, mais ela se aprovima da luz da Verdade”. O culto à personalidade é prejudicial a nossa própria evolução aqui na Terra.
      Muito pior é o personalismo no seio das religiões. Hoje em dia tem proprietário de igreja protestante oferecendo até a ressurreição de pessoas que já morreram. Alguns preocupam-se em construir templos gigantescos e suntuosos, exigindo grande sacrifício dos seus seguidores, para efetivarem suas ansias de personalismo. Graças a Deus esse tipo de coisa não chegou no meio do Espiritismo, embora haja alguns irmãos que parecem verdadeiras “estrelas”, sempre aparecendo na mídia televisiva pelo Brasil a fora, o que demonstra vaidade.
      Sobre esse personalismo de caráter religioso, nos fala Carlos A. Baccelli, no Livro “O Espírito de Chico Xavier”:
      O personalismo de caráter religioso é um dos entraves mais sérios à evolução do espírito. O Espiritismo não prega sectarismo de qualquer espécie. Não nos esqueçamos das palavras que o Senhor dirigiu aos apóstolos, quando se havia estabelecido discussão acerca de quem, dentre eles, no Reino dos Céus se sentaria à sua direita e à sua esquerda: “Sabeis que os príncipes das nações dominam os seus vassalos e que os maiores exercitam sobre eles o seu poder. Não será assim entre vós; mas aquele que quiser ser o maior, esse seja o vosso servidor...” (Site de Marcos Andrade:www.guia.heu.nom.br). (Romeu Wagner, Belém, Pará).

A Humanização do Centro Espírita

Grupo de Estudo e Pesquisa Espírita

Documento elaborado pelo
GEPE – Grupo de Estudo e Pesquisa Espírita
2003
Distribuição Gratuita.

Projeto Humanizar

Justificativa

“Que se comece pelo ardor, logo o amor, preparando-se pela qualificação para servir bem. Comecemos a sentir o problema do próximo, e a melhor maneira de senti-lo é colocar-se no seu lugar, fazendo por ele o que gostaria que lhe fosse feito. Com esse exercício nasce uma onda de ternura, um sentimento de solidariedade e, a partir daí, começa-se a dizer: “Meu Deus, eu sou gente, eu sou uma célula do organismo universal; a sociedade caminha na minha vida”.(Divaldo Pereira Franco, em “Novos Rumos para o Centro Espírita”, Editora Leal, 1999).

Finalidades

  1. Promover a fraternidade, o estudo doutrinário e a interação entre os Centros Espíritas.
  2. Organizar eventos doutrinários e confraternativos para o aprofundamento do conhecimento espírita e a melhor convivência.
  3. Reunir, como um organismo vivo, os espíritas para a troca de idéias e ideais, em clima de ampla fraternidade, comunhão de pensamentos e união de esforços em torno do Espiritismo.

Objetivos

  1. Espiritualizar o ser humano e promover o bem.
  2. Intensificar o intercâmbio entre os grupos espíritas.
  3. Auxiliar instituições beneficentes em seus programas de amparo ao próximo.
  4. Elaborar para o movimento espírita e os Centros Espíritas sugestões práticas de dinamização de suas atividades.

Visão

“Projeto Humanizar” é uma confraternização social dos espíritas, nos legítimos laços do amor cristão, constituindo um organismo vivo onde todos participam.

Lema

Conviver para promover a fraternidade.

Público Alvo (Clientela)

Dirigentes, trabalhadores e freqüentadores dos Centros Espíritas.

Metodologia de Desenvolvimento

  • Fóruns de Debate.
  • Seminários.
  • Oficinas de Vivências.
  • Elaboração de Documentos Teórico-Práticos.

Introdução

Temos observado no movimento espírita várias questões ligadas ao personalismo de dirigentes, à falta de estudo doutrinário de coordenadores e trabalhadores, e também questões de anti-fraternismo como dissidências, fofocas, relações estremecidas, tudo isso revelando que na prática os espíritas estão com dificuldades para agir de acordo com a teoria. Igualmente observamos os Centros Espíritas, exceções à parte, cristalizados numa formatação burocrática, há anos realizando as mesmas reuniões, sempre do mesmo jeito, faltando dinamismo, criatividade. Por todos esses motivos o espírito Joanna de Ângelis, através do médium Divaldo Pereira Franco, lançou a proposta “Espiritizar, Qualificar, Humanizar”, e, a partir dessa proposta, o GEPE – Grupo de Estudo e Pesquisa Espírita está desenvolvendo o “Projeto Humanizar”, com o objetivo de trabalhar a confraternização, as vivências de afetividade e o relacionamento interpessoal entre os espíritas, apresentando sugestões práticas de desenvolvimento de atividades para o Centro Espírita.
Allan Kardec, o insigne codificador da Doutrina Espírita, inseriu na Constituição do Espiritismo em seu item VIII, do livro “Obras Póstumas”, que para que haja uma condição absoluta de vitalidade para toda reunião ou associação é necessário a existência da homogeneidade, a qual dispôs em três diretrizes:
  1. Unidade de Vistas.
  2. Unidade de Princípios.
  3. Unidade de Sentimentos.
Sempre preocupado com os rumos que o homem poderia dar ao Espiritismo através de suas ações particulares e coletivas, o codificador estabeleceu uma proposta indicando o Trabalho, a Solidariedade e a Tolerância como pontos essenciais para o desenvolvimento do Movimento Espírita.
Os Centros Espíritas e o Movimento Espírita como um todo, devem se preocupar em vivenciar o sentimento puro da fraternidade, da tolerância, da solidariedade, e porque não dizer, em grau maior o sentimento mais nobre: o Amor.
O Espiritismo é Cristianismo redivivo, não temos disso a menor dúvida, portanto, sob esta característica a vivência do amor se torna imprescindível.
A proposta feita pelo espírito Joanna de Ângelis, salienta o desenvolvimento natural das propostas do próprio codificador. Quando a mentora Joanna de Ângellis afirma a necessidade de se realizar um trabalho de “Espiritização, Qualificação e Humanização” dentro do Centro Espírita, está reafirmando as propostas de Allan Kardec, numa visão real, abrangente, profunda e atual, dentro de uma dialética contemporânea, diante das necessidades atuais do Movimento Espírita.

Humanizar

Segundo as definições encontradas nos dicionários, a palavra “humanizar” pode ser entendida em quatro aspectos:
  1. Tornar humano.
  2. Tornar benévolo.
  3. Tornar afável.
  4. Tornar tratável.
Todos esses aspectos relacionados ao ser humano. Mas como fazer com que o ser humano torne-se humano, benévolo, afável e tratável? Só existe um caminho, apontado pela própria Doutrina Espírita: a educação, pois a finalidade maior do Espiritismo é tornar a todos nós homens de bem.
A educação, por ser formadora do caráter e não apenas instrutora do conhecimento, combate o personalismo, a vaidade, o egoísmo, o orgulho, cabendo ao Centro Espírita relevante papel pois é nele onde a aplicação da educação moral do ser deve ter prioridade. Como afirma Allan Kardec em “O Livro dos Médiuns”, primeira parte, capítulo 3, item 19, devemos antes tornar o ser humano espiritualista, ou seja, que ele acredite que em si mesmo há algo mais do que o corpo biológico, ou seja, devemos fazer com que ele coloque em ação a auto-educação, a chave preconizada pelos filósofos gregos: “Conhece-te a ti mesmo”.
Conhecendo a si mesmo como alma, o ser humano estará predisposto a mudar seus rumos na vida, ou seja, ele terá a força de vontade que ainda lhe falta, o querer. Entretanto não basta querer, é preciso saber como, e o apoio do Centro Espírita é fundamental, pois nele o ser humano encontra, ou deveria encontrar, a plenitude do Espiritismo como filosofia estruturada em argumentos científicos e de vastas conseqüências morais.
Estará o Centro Espírita adequado a essa realidade e atendendo convenientemente aquele que o procura?

Bastará o Centro Espírita abrir suas portas ao público para que neste entre quem desejar?

Allan Kardec faz a seguinte declaração em sua “Viagem Espírita de 1862”: “Coloco em primeira instância o consolo que é preciso oferecer aos que sofrem, erguer a coragem dos caídos, arrancar um homem de suas paixões, do desespero, do suicídio, detê-lo talvez no limiar do crime, não vale isto mais que os lambris dourados?”
Todas estas ações requerem sentimentos nobres que só podem ser doados e oferecidos por aqueles que verdadeiramente os vivem.
A humanização dentro do Centro Espírita é a pura revivência do sentimento cristão, é processo definitivo de revitalização do compromisso com Jesus, com a Doutrina e com o próprio Centro Espírita.
Na proposta de Joanna de Ângelis a implantação da “Qualificação” e da “Espiritização” assumem valor incalculável, porém o triângulo de ação proposto pela generosa mentora somente se torna completo com a “Humanização”.

O Centro Espírita

“O progresso geral é a resultante de todos os progressos individuais” (Allan Kardec – Obras Póstumas).
Ao longo do tempo temos podido constatar um grande distanciamento entre as instituições espíritas, que se fecham em torno delas mesmas, quando na verdade deveriam estar realizando um trabalho contínuo de aproximação mútua, tendo como objetivo a dinamização do inter-relacionamento, através da troca de informações e experiências, permutando conhecimento administrativo e doutrinário, buscando agir em conjunto nas atividades viáveis de serem realizadas entre os Centros Espíritas.
É comum verificarmos instituições que estão situadas bem próximas umas das outras, porém mal se conhecem, atuam dentro de um mesmo bairro e não possuem conhecimento das atividades desenvolvidas pelas outras instituições, seus dirigentes e trabalhadores não se relacionam, se desconhecendo por completo; esta situação é bem mais comum do que se possa pensar.
Centros Espíritas que vivenciam as mesmas dificuldades operacionais nos seus diferentes campos de atuação, poderiam ter essas dificuldades mais rapidamente solucionadas se houvesse uma relação de ajuda e incentivo mais dinâmico entre os Centros Espíritas. Instituições Espíritas há que realizam os mesmos trabalhos sem alcançarem o objetivo desejado, quando em conjunto poderiam estar alcançando resultados ideais ou bem mais satisfatórios, sem que com isto percam sua individualidade ou identificação.
“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos ponto de vista. Juntos alcançaremos a realização de nossos propósitos”(Bezerra de Menezes).
Esta colocação feita por Bezerra de Menezes é demais atual e nos remete a uma outra assertiva deste mesmo orientador espiritual, quando nos diz:“Unificação paulatina, união imediata, trabalho incessante.”
Lembramos da necessidade de se buscar a unificação, a qual somente poderá ser verdadeiramente possível e viável através de uma união realizada por meio do entendimento amplo, profundo, com implementação do trabalho constante, a realização da vivência sincera do real cristianismo dentro dos propósitos da Doutrina Espírita, tendo todos a consciência do que representa a Doutrina na construção de uma nova era no planeta, que nos serve de lar e escola, mas para isto é essencial entender um pouco mais e melhor a respeito do Centro Espírita.
Ainda em “O Livro dos Médiuns”, no capítulo 30 da segunda parte, no regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, lemos em seu artigo 1º: “A Sociedade tem por fim o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e sua aplicação às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas”.
A amplitude da visão de Allan Kardec ainda nos surpreende, quando insere como finalidade do Centro Espírita a aplicação do conhecimento espírita na área das ciências. Traduzindo essa visão, podemos dizer que a finalidade do Centro Espírita é:
“Dar ao homem condições de estudar o Espiritismo e aplicá-lo a si mesmo e ao próximo, quer no comportamento individual como nas relações sociais, atuando no processo dinâmico do saber com esse conhecimento”.
Podemos agora indicar três posturas básicas do Centro Espírita:
  1. O Centro Espírita é uma escola de almas com uma estrutura de fraternidade, diálogo, entendimento e dinamismo.
  2. O Centro Espírita reflete a doutrina que lhe dá nome: a Doutrina Espírita ou Espiritismo.
  3. O Centro Espírita tem por base sólida de sua estrutura a codificação kardequiana.
As posturas estão no afirmativo porque o Centro Espírita não pode desenvolver outras posturas sem que elas estejam firmemente estruturadas nessas três posturas básicas.
Estando claro as finalidades, ou os fins do Centro Espírita, podemos vislumbrar seus objetivos, já que o Espiritismo deve renovar moralmente o mundo através da reforma moral dos indivíduos, fazendo do homem no mundo, um homem de bem. São, pois, três objetivos essenciais:
  1. A caridade, pois fora dela não há salvação.
  2. A fraternidade, pois o primeiro mandamento é o “amai-vos”.
  3. O esclarecimento, pois o segundo mandamento é o “instruí-vos”.
Resta-nos entender o processo de humanização que levará fatalmente o Centro Espírita e os espíritas a cumprirem os fins e objetivos aqui apresentados e, na seqüência, propor algumas práticas dinamizadoras dessa humanização.

Humanização do Centro Espírita

“O ideal espírita é de fraternidade, e possui força incalculável de trabalho em prol do progresso e felicidade do homem.”
Esta frase acima é do irmão Orson Peter Carrara, extraído do periódico “Dirigente Espírita”, e retrata bem o ideal que deve nortear as ações do Movimento Espírita: a fraternidade, conseqüência natural do processo de humanização.
O eminente escritor J. Herculano Pires, declara no seu livro “O Centro Espírita”, que “não basta semear idéias fraternistas entre os homens, é necessário concretizá-las em atos pessoais e sinceros.”
Portanto é imperioso que no Centro Espírita, local de convergência dos Espíritos, onde se prega o amor e o entendimento, o perdão e a tolerância, a fraternidade e o respeito, haja a vivência destes sentimentos, buscando a concretização dos ideais espíritas dentro do seu principal núcleo constituído: o Centro Espírita.
“Que se comece pelo ardor, logo o amor, preparando-se pela qualificação para servir bem. Comecemos a sentir o problema do próximo, e a melhor maneira de senti-lo é colocar-se no seu lugar, fazendo por ele o que gostaria que lhe fosse feito. Com esse exercício nasce uma onda de ternura, um sentimento de solidariedade e, a partir daí, começa-se a dizer: “Meu Deus, eu sou gente, eu sou uma célula do organismo universal; a sociedade caminha na minha vida”(Divaldo Pereira Franco, em “Novos Rumos para o Centro Espírita”, Editora Leal, 1999).
Com essas palavras Divaldo Franco interpreta o “humanizar” proposto por Joanna de Ângelis, ou seja, tudo realizar com amor, com sentimento, colocando-se no lugar do outro para sentir seus dramas e suas alegrias.
É o término das fofocas, das intrigas, dos ciúmes, dos personalismos, dos achismos, da centralização do poder, dos melindres e tantos outros males que fazem estragos consideráveis na seara espírita.
Humanizar o Centro Espírita. Trabalhar as relações interpessoais mergulhando-as no amor para vivenciar-se a fraternidade. Saber conviver com as diferenças através do diálogo construtivo.
Como? Colocando em prática as sugestões a seguir.

Propostas de Dinamização das Atividades do Centro Espírita

1. Atendimento Fraterno
Que o Centro Espírita, através de sua equipe de trabalhadores voluntários, procure realizar o “Atendimento Fraterno” todos os dias da semana, por plantão, ou, quando isso não for possível, nos horários de funcionamento do Centro, tanto nas reuniões públicas como outras, pois o sofrimento, a dor e a procura por orientação não esperam dia e hora.
2. Reuniões Públicas
Na medida do possível, que o Centro Espírita disponibilize “Reuniões Públicas” com palestra e passe nos períodos da manhã, tarde e noite, para atender o maior número possível de pessoas, estabelecendo alternativas para o público durante a semana.
3. Desobsessão
Aumentar o número de grupos mediúnicos de desobsessão, disponibilizando novos dias e horários para esses grupos trabalharem no atendimento aos encarnados e desencarnados, possibilitando assim também o ensejo de trabalho aos diversos médiuns e doutrinadores em desenvolvimento (ou educação mediúnica).
4. Salas Temáticas
Através do uso do salão principal e outras salas menores, criar nas reuniões públicas as “Salas Temáticas”, ou seja, cada uma com um tema específico a ser desenvolvido pelo expositor, podendo o público escolher livremente o tema de sua preferência para assistir ao estudo.
5. Grupos (ou Ciclos) de Estudo
Nos moldes de um curso, o Centro Espírita deve implantar os “Grupos de Estudo da Doutrina Espírita”, favorecendo tanto os que iniciam seu conhecimento do Espiritismo, como aqueles que procuram aprofundamento doutrinário. Os “Grupos de Estudo” devem ter a duração mínima de três meses (cursos introdutórios) e um ano (cursos de aprofundamento), além do “Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita” com duração mínima de quatro anos.
6. Perguntas e Respostas
Nas reuniões públicas reservar de quinze a trinta minutos para o expositor responder perguntas do público sobre o tema apresentado, ensejando interação público/expositor e assim dinamizando a reunião, melhor atingindo os interesses dos que se dirigiram ao Centro Espírita.
7. Livraria
O Centro Espírita deve instalar a “Livraria Espírita” preferencialmente junto à entrada do Centro, permitindo livre acesso, divulgando a doutrina através do livro.
8. Biblioteca
Manter uma “Biblioteca” acessível ao público, com o empréstimo de livros por um período de até quinze dias, renovável por mais quinze. A cultura espírita é fator de progresso intelectual e moral do ser humano, e o serviço de empréstimo facilita aqueles que não possuem renda para se servir da Livraria.
9. Pesquisa
Realizar pesquisa, periodicamente, junto ao público freqüentador e também junto aos trabalhadores, sobre suas necessidades e os temas preferenciais para estudo. Conhecer o horizonte sócio-cultural daqueles que procuram o Centro Espírita é fundamental para direcionar com sensatez e objetividade as atividades da casa.
10. Diálogo
Nas “Reuniões Públicas”, nas “Salas Temáticas” e nos “Grupos de Estudo”, favorecer a exposição dialogada, utilizar recursos áudio-visuais e realizar atividades dinâmicas, sempre que possível, provocando o “pensar” e a formação de consciências.
11. Acolhimento
Acolher com simplicidade e fraternidade todos aqueles que chegam ao Centro Espírita, atendendo-lhes as necessidades e encaminhando-os para os diversos serviços oferecidos. Uma boa equipe de “Recepção”, dialogando com amor, é cartão postal que marca o ensejo do próximo encontro.
12. Encontro de Trabalhadores
Integrar, harmonizar, socializar os diversos trabalhadores do Centro Espírita, periodicamente, em reuniões confraternativas e de estudo, possibilitando a troca de idéias e de experiências.
13. Comissões Visitadoras
Que as Casas Espíritas criem pequenas comissões com a finalidade de visitarem-se mutuamente, pelo menos dentro de uma mesma região, com a finalidade de estreitarem os laços de convivência, trocarem informações, realizando uma aproximação, participando algumas vezes como frequentadores nas reuniões das Instituições vizinhas.
14. Colegiado
Para melhor dinamização de sua administração, sugerimos que o Centro Espírita utilize a direção colegiada, privilegiando as prioridades doutrinárias, permitindo decisões e execuções de tarefas em grupo, com diálogo, troca de idéias e deliberações em conjunto. O colegiado permite a formação de equipes em todas as áreas e se opõe ao personalismo e a centralização administrativa/doutrinária.
15. A Família no Centro Espírita
Todo Centro Espírita deverá criar um Departamento que trate exclusivamente da família, tendo um enfoque da mesma como um todo, desde a criança que participa da evangelização até o idoso que comparece ao Centro. Este Departamento deverá trabalhar em sintonia com os outros Departamentos: de Infância e Juventude, Assistência Social, Doutrinário e outros, procurando promover o bem estar da família no Centro Espírita, estimulando sua vinda ao Centro, promovendo atividades em dia e horário que possa toda a família comparecer. Estas atividades deverão ter característica de aproximar a família do Centro Espírita e melhorar as relações de convivência familiar. O Centro Espírita deverá passar a ser visto como um ponto convergente de toda a família espírita, e não como um local de “obrigações” religiosas, mas um local agradável e disponível.

O Relacionamento Interpessoal

Ao desenvolver a fraternidade, o estudo doutrinário e a interação entre os Centros Espíritas, o “Projeto Humanizar” pressupõe o trabalho de promoção do relacionamento interpessoal entre os espíritas, sejam dirigentes, trabalhadores e frequentadores de um mesmo Centro Espírita, seja entre os espíritas de forma geral.
Não é possível discursar sobre fraternidade e solidariedade sem o esforço de colocar essas virtudes em prática.
O relacionamento interpessoal exige a utilização das ferramentas do diálogo, da tolerância, da compreensão e do auxílio, todas elas envoltas pelo sentimento do amor, exemplificado por Jesus e constante nos diversos ensinos dos Espíritos Superiores na codificação. Cada uma dessas ferramentas pode e deve ser utilizada constantemente, no exercício salutar da boa convivência:
Diálogo – É saber ouvir, saber ponderar o que se ouve e saber falar sem imposição da idéia pessoal. Ao ouvir, se for o caso, mudar de idéia ou atitude, reconhecendo o erro, ou falha. O diálogo deve existir para a melhor convivência do grupo, o melhor entendimento doutrinário e a melhor dinamização das atividades.
Tolerância – É o exercício de conviver com as diferenças individuais – de personalidade, de caráter, de cultura, etc. – e aproveitar o que de melhor cada componente do grupo possa dar de si mesmo.. Antes de criticar o outro, olhar para si mesmo. Não significa deixar tudo acontecer, pois a tolerância respeita o livre-arbítrio mas requer limites
Compreensão – O esforço em compreender o pensamento e as atitudes daquele que convive conosco beneficia.o estabelecimento do equilíbrio, da paz, do trabalho produtivo. Compreendendo que cada um possui limites, vamos exercitar a boa vontade de colaborar para o bem comum.
Auxílio – Não diga: “como a tarefa não é minha, nada tenho com isso”. Se alguém, escalado como responsável, não fez, por que você não pode fazer, a título de auxílio e contribuição? Antes de julgar as razões da falha do outro, julgamento que na verdade pertence a Deus, devemos estar sempre prontos a auxiliar, não esperando recompensas e nem fazendo cobranças.

Benefícios para o Movimento de Unificação

O processo de Unificação concorre para a aproximação dos espíritas através da confraternização; com a troca de experiências e conhecimentos promove o progresso natural das Instituições Espíritas e o fortalecimento do Movimento Espírita que tende a se tornar cada vez mais estável, homogêneo, eficaz e eficiente; concorre para o desaparecimento do personalismo individual e institucional dentro do meio espírita, preserva a pureza doutrinária e permite que o Movimento Espírita se fortaleça no meio social em que atua.
Os exemplos acima são apenas alguns benefícios que a Unificação pode trazer ao Movimento Espírita quando bem compreendida. Para isso desenvolvemos o “Projeto Humanizar” e o processo de humanização do Centro Espírita.
Mas não esqueçamos, ao finalizar este documento, que o Movimento Espírita somente alcançará a plenitude em se tratando de unificação quando os espíritas, de forma individual e coletiva, vivenciarem a união sem fronteiras, sem paralelismos, sem qualquer tipo de sectarismo, de melindres, agindo dentro da fraternidade sincera, numa integração verdadeira, com todos trabalhando pela Causa Espírita, que ultrapassa nossos interesses pessoais.
Para encerrarmos vamos passar a palavra ao próprio Allan Kardec, destacando as suas citações no capítulo XXIX de “O Livro dos Médiuns”, item 335, que fala sobre as Sociedades Espíritas:
“Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã”.
Ainda em “O Livro dos Médiuns”, capítulo XXIX, em seu item 348que abre o sub-tema “Rivalidade entre as Sociedades”,declara Kardec: “Todos devem concorrer, ainda que por vias diferentes, para o objetivo comum, que é a pesquisa e a propaganda da verdade. Os antagonismos, que não são mais do que efeito de orgulho superexcitado, só poderão prejudicar a causa, que uns e outros pretendem defender”.
E no item 349 nos diz: “As (sociedades espíritas) que pretendam estar exclusivamente com a verdade terão que o provar, tomando por divisa: Amor e Caridade, que é a de todo verdadeiro espírita.”
Vamos agora transcrever trechos do capítulo XXXI, também de “O Livro dos Médiuns”, que tem como título “Dissertações Espíritas”.Todos estes trechos foram retirados de mensagens dadas pelos Espíritos a Allan Kardec na elaboração da codificação da doutrina.
“Mas lembrai-vos bem de que o Cristo renega, como seu discípulo, todo aquele que só nos lábios tem a caridade” (Santo Agostinho – item V).
“A união faz a força. Sede unidos, para serdes fortes” (São Vicente de Paulo – item XX).
“O verdadeiro Espiritismo tem por divisa a benevolência e a caridade. Não admite qualquer rivalidade, a não ser a do bem que todos podem fazer. Todos os grupos que inscreverem essa divisa em suas bandeiras estenderão uns aos outros as mãos, como bons vizinhos, que não são menos amigos pelo fato de não habitarem a mesma casa” (Fénelon – Item XXII).
Para reflexão e estudo em grupo, oferecemos o seguinte texto:

Imagine

Imagine uma Casa para trabalhar onde a desconfiança foi substituída pela esperança.
Onde todos acreditam que a Casa também é deles.
Onde controlamos a forma de fazer e não as pessoas, até porque cada uma delas se preocupa em se vigiar.
Onde encaramos os problemas como oportunidade, e o enfrentamos procurando descobrir o que está errado, e não quem está errado, ou quem é o culpado.
Onde medimos o resultado, em vez das pessoas, e definimos procedimentos, em vez de autoridade.
Onde perguntamos: ”Como posso ajudá-lo?”, em vez de dizer: ”isto não faz parte do meu trabalho”.
Imagine uma Casa onde trabalhamos juntos, como uma equipe, para sermos cada vez melhores, não pelo simples fato de sermos melhores que os outros, mas para melhor servir.
Onde buscamos uma resposta para cada problema, em vez de vermos um problema em cada resposta.
Onde o único erro é repetir um erro e a única verdadeira falha é não tentar.
Imagine uma Casa onde os dirigentes são companheiros, amigos, em vez de simplesmente chefes, feitores.
Onde temos disciplina nos trabalhos, em vez de disciplinarmos pessoas, até porque cada um já está preocupado com sua própria disciplina.
Onde o significado da palavra responsabilidade está vinculado a um desejo de contribuir, e não a uma obrigação imposta por outra pessoa. Afinal, o trabalho é de Jesus.
Imagine um ambiente construído sobre uma base de confiança e respeito. Onde as idéias são bem-vindas, embora não necessariamente implementadas, e as pessoas são valorizadas pela sua contribuição, se preocupando com seu aprimoramento contínuo, atendendo a receita: “Amai-vos e Instrui-vos”.
Imagine uma Casa onde as pessoas dizem: “Pode ser difícil, mas é possível”, em vez de: “Pode ser difícil, mas é muito difícil”.
Imagine uma Casa onde o medo de ser franco, leal e honesto foi substituído por um ambiente de franqueza sem medo, de sinceridade sem rudeza.
Imagine, imagine e acredite!!
Você pode imaginar? Pode ajudar a construir uma Casa assim?
Nós do Grupo de Estudo e Pesquisa Espírita, acreditamos, e convidamos você a materializar este sonho em sua Casa Espírita.
Solicite seu exemplar para:
GEPE
GRUPO DE ESTUDO E PESQUISA ESPÍRITA
Caixa Postal 47039 – CEP21215-971 - Rio de Janeiro – RJ
www.gepenet.hpg.ig.com.br
gepenet@ig.com.br
(21)3381-1429

PERSONALISMO - caibar

 “ Irmãos, Deus vos abençõe hoje e sempre. 
Nada tem sido mais prejudicial ao movimento  Espírita do que o personalismo de seus adeptos. Não consintam que o amor próprio nos cegue o discernimento, impedindo-nos principalmente de enxergar as nossas muitas mazelas, as que trazemos por bagagem das sombras que temos acumulado ao longo de nossas múltiplas existências. Acautelemo-nos contra as inovações desnecessárias, que nos impõem maiores prejuízos que lucros, posto que, na defesa de pontos de vista que nos dizem respeito, olvidamos vivências evangélicas. 
       Preservar a Pureza Doutrinária não é simplesmente alterar a voz em defesa da Codificação, mas esforçar-nos sobretudo fiéis aos ditames da consciência, que nos exorta a amar os semelhantes. 
       Sem dúvida observamos com certa apreensão o Movimento Espírita, subdividindo-se imperceptivelmente  na suposta liderança daqueles que não hesitam em solicitar aplausos para si mesmos, descompromissados com a verdade que o Espiritismo restaura. 
       Companheiros, não nos afastemos da senda da humildade e da coerência doutrinária por onde caminham aqueles que nos legaram o que temos de melhor no campo da exemplificação. 
       Ou os espíritas se unem de vez em torno de Jesus e Allan Kardec, ou em breve, infelizmente muito em breve, criaremos múltiplas tribos doutrinárias, sob o comando de diversos caciques, todos reclamando para si a primazia da verdade. 
       Espírita não é quem, pretextando humildade e pequenez, está a serviço de si mesmo e não da causa maior da Doutrina. Espírita é quem, embora se reconhecendo imperfeito, luta para que a Doutrina se mantenha escoimada de suas próprias imperfeições e não se furte de  trabalhar na construção do mundo melhor. 
       Deixando-lhes aqui meu fraternal abraço, sou o companheiro de  todos os instantes, que tanto lhes deve”.
 Cairbar  Schutel (Espírito)
 Mensagem recebida pelo médium Carlos Bacceli, no dia 
02/02/97, no Centro Espírita Allan Kardec, na cidade de
 Cambé-PR.- Extraída da Revista Informação - 257 março/98

PERSONALISMO



PERSONALISMO
“O egoísmo se funda na importância da personalidade; ora, o Espiritismo bem compreendido, repito-o, faz ver as coisas de tão alto, que o sentimento da personalidade desaparece de alguma forma perante a imensidão. Ao destruir essa importância, ou pelo menos ao fazer ver a personalidade naquilo que de fato ela é, ele combate necessariamente o egoísmo.” (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro. Capítulo XII. Perfeição Moral. Parte da resposta à pergunta 917.)
Entre as expressões do egoísmo, vamos encontrar precisamente na grande maioria personalista as diversas formas, de comportamento, e mesmo a maneira de ser, caracterizadas pelo estado íntimo de rigidez e de autoconfiança nas idéias ou opiniões próprias. Esses tipos de indivíduos, pelas suas atitudes, acarretam, quase sempre, conturbações no convívio em grupos.
Vejamos alguns dos aspectos reconhecidos nas pessoas predominantemente personalistas:
a) Suas opiniões ou pontos de vista são sempre os certos e são os que devem prevalecer aos dos demais;
b) As experiências próprias são aquelas que servem de referência a resultados que se discutem com outros, desconsiderando em igual importância as experiências do próximo;
c) Em sociedades, as suas decisões e iniciativas, quando em cargo de mando, são quase sempre tomadas sem a participação dos demais;
d) Na condição de subalterno, nega-se à colaboração de um plano ou projeto quando sua idéia ou parecer não é aceito numa escolha em grupo;
e) Melindra-se na sua auto-importância quando não convidado a participar com destaque nas decisões relativas a empreendimentos do círculo que frequenta, muitas vezes até afastando-se ou ameaçando afastar-se de suas funções;
f) Sente-se valorizado quando nas funções de comando e dificilmente aceita ser conduzido pela direção de outrem;
g) Aborrece-se facilmente quando contrariado nos seus desejos ou idéias;
h) Num trabalho para obtenção de um resultado comum, acha ou age como se pudesse dispensar a cooperação dos demais integrantes;
i) A autoconvicção e a determinação nos seus propósitos é obstinada até mesmo quando incompatíveis com a situação do momento e a harmonização pretendida;
j) Teimosia e birra, revivendo questões ultrapassadas e contendas já superadas, onde sua opinião não foi seguida.
O personalismo tem sido, na humanidade, um fator impeditivo ao entendimento entre as criaturas. As lutas e separatismos são oriundos da inflexibilidade dos homens nas suas idéias e desejos. Dificilmente alguém cede em benefício da concórdia e renuncia aos seus anseios em proveito do bem comum. O egoísmo se manifesta acentuadamente nos tipos personalistas mais endurecidos. Para eles é difícil abrir mão das posições conquistadas e colaborar com espírito de caridade desinteressada.
O personalismo leva à não-aceitação, obscurece qualquer compreensão e impede a cooperação. O individualismo pode resultar do isolamento de alguns do meio comunitário, quer pela posição social, quer pela crença ou idéias políticas, filosóficas ou religiosas que adote. Esse individualismo pode agrupar homens dentro das mesmas tendências e idéias que lhes são comuns, constituindo, assim, sociedades, castas, seitas, correntes políticas, sociais e religiosas. Ainda desse modo é fator de divisões, separações e contendas.
O personalismo desagrega os grupos, destrói a força de união, enfraquece o espírito de colaboração, incrementa a competição, amplia a luta pela supremacia, leva à discórdia e às querelas, conduz à agressão, aos embates e até a guerras. Ainda não aprendemos a viver num clima de cooperação, de auxílio mútuo, trabalhando juntos e unidos dentro de um objetivo, visando ao bem comum. O espírito de companheirismo, de confraternização, só será alcançado quando aprendermos a renunciar e a nos desprender do exclusivismo individual.
Ainda não entendemos com profundidade que “o saber não é tudo; o importante é fazer e, para fazer, homem nenhum dispensa a colaboração e a boa vontade dos outros” A importância e a superioridade que queremos dar à nossa participação, algumas vezes no próprio âmbito da tarefa doutrinária, é precisamente reflexo do nosso personalismo, da necessidade de reafirmação e da nossa vaidade. Não seremos nós que avaliaremos os resultados dos nossos trabalhos e aquilataremos a sua importância. O Plano Maior é que terá os meios de pesar os frutos do empreendimento social ou religioso ao nosso alcance, cuja relevância muitas vezes enfatizamos na nossa maneira apaixonada de ver as coisas.
Aquele que varre diariamente o chão, como sua parcela de auxílio, e nessa incumbência coloca todo o seu amor e desprendimento, poderá estar dando muito mais do que aquele que ensina por palavras, escreve páginas brilhantes ou exerce cargos de direção. Como o personalismo tem prejudicado o avanço da Doutrina de Jesus! O que ainda vemos são as divergências típicas de colocações e de pontos de vista, de posições filosóficas e, em decorrência disso, as divisões, como se animosidades oferecessem algum resultado prático e objetivo.
No tocante à Doutrina dos Espíritos, entendemos que a mesma dispensa defensores, zeladores ou guardas-de-honra; ela é verdadeira e evidente por si mesma. No entanto, precisa, sim, dos exemplos dos seus seguidores, para que seja cada vez mais respeitada pelos que não a conhecem. Diz-nos o próprio Codificador: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para dominar suas más inclinações”.
Esse ainda é um desafio, e se preferirem, um paradigma que pode muito bem qualificar aqueles que se dizem seus adeptos e que se colocam como seus ardorosos defensores ou líderes, mas que resvalam exatamente nas exacerbações do personalismo, esquecidos de aplicar o esforço próprio no domínio das más inclinações. Só pelos frutos do trabalho conjunto, mais irmanados e menos pretensiosos, portanto menos personalistas, é que valorizamos em conteúdo a nossa parcela de colaboração, porque primeiro precisamos nos amar para juntos nos instruir, como ensina o Espírito de Verdade. (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo VI. O Cristo Consolador. O advento do Espírito de Verdade.)
Ney P. Peres

Personalismo - HEU



A tarefa que encetamos na Doutrina pertence ao Senhor e, para executá-la com a devida fidelidade, carecemos de colocar de lado o personalismo e não tomarmos o caminho da polêmica inútil.
[ 70 - página 12 ]  -  Chico Xavier

personalismo é o nosso maior adversário, em todas as nossas aspirações de natureza espiritual. O excessivo apego a nós mesmos, aos nossos pontos de vista, nos subtrai o discernimento e não nos permite enxergar a Verdade fora de nós.
[ 70 - página 16 ] - Chico Xavier

Para o espírito excessivamente personalista, o exercício da mediunidade é um exercício de esquecimento de si. Pelo menos, segundo creio, é este o propósito da Lei.
[ 70 - página 46 ] - Chico Xavier

O verdadeiro espírita não procura promover-se às custas da Doutrina.
[ 70 -página 49 ] - Chico Xavier

        O personalismo de caráter religioso é um dos entraves mais sérios à evolução do espíritoO Espiritismo não prega sectarismo de qualquer espécie. Não nos esqueçamos das palavras que o Senhor dirigiu aos apóstolos, quando se havia estabelecido discussão acerca de quem, dentre eles, no Reino dos Céus se sentaria à sua direita e à sua esquerda: 
        “Sabeis que os príncipes das nações dominam os seus vassalos e que os maiores exercitam sobre eles o seu poder. Não será assim entre vós; mas aquele que quiser ser o maior, esse seja o vosso servidor...

[ 70 - página 62 ]
 - Chico Xavier

mediunidade, quando aflora, faz aflorar com ela o personalismo de muita gente.
[ 70 - página 76 ] - Chico Xavier

Aos homens, tudo sempre servirá de pretexto à polêmica, principalmente a nós, os espíritas, que nos habituamos a considerar o nosso ponto de vista como a única expressão da verdade.
[ 70 - página 104 ] - Chico Xavier

        Espíritos desencarnados intelectualizados fomentam discussões entre os espíritas, com o propósito de impedir o avanço da Doutrina, provocando cisões no Movimento e uma certa animosidade entre os companheiros esquecidos de que o seu melhor contributo à divulgação dos princípios que abraçamos é o do exemplo.
[ 70 -página 61 ] - Chico Xavier

        Resistam, meus irmãos, 
  • resistam ao desânimo, 
  • à descrença, 
  • ao assédio contumaz da tentação, 
  • às sugestões do personalismo deprimente, 
  • às idéias pessimistas com que as trevas intentam envolvê-los, em relação ao cumprimento do dever espiritual na rotina em que a luta diária se transforma. 
        Os nossos desafetos desencarnados concentram esforços sobre os pontos frágeis de nossa personalidade. Por este motivo, precisamos nos fortalecer justamente onde conseguimos detectar a nossa fragilidade. 
[ 70 - página 105 ] - Chico Xavier

Quanto mais impessoal a obra de um homem, mais ela se aproximará da luz da Verdade; quanto mais pessoal, mais restrita, limitada e sujeita a equívocos.
[ 70 - página 115 ] - Chico Xavier

        Quem me conhece sabe que eu jamais haveria de me posicionar contra um companheiro de Doutrina ou de me insurgir, publicamente, contra qualquer órgão representativo do nosso Movimento. Não que eu não tenha, como qualquer pessoa que sou, opinião formada sobre este ou aquele assunto de caráter doutrinário, mas muito cedo aprendi que sempre que a minha palavra for motivo de dissensão ou de discórdia entre os irmãos de ideal, é melhor que eu me cale.
[ 70 - página 115 ] - Chico Xavier

Somos todos iguais, mas não cópias uns dos outros. Por este motivo, não é de se estranhar que, às vezes, sobre o mesmo assunto, tenhamos opiniões diferentes.
[ 70 - página 115 ] - Chico Xavier

        Quem sabe valorizar o ponto de vista do outro enriquece o seu conhecimento das coisas, porque, em tudo, sempre haverá um ângulo que nos escapa à apreciação; e, não raro, o ângulo que nos escapa à apreciação das coisas pode ser aquele que nos falta para que tenhamos uma visão menos distorcida da realidade.
[ 70 - página 117 ] - Chico Xavier

Os espíritas não se colocam uns contra os outros, no interesse da Doutrina, mas, sim, dos interesses que lhes são próprios; se fosse pela Doutrina, eles sempre haveriam de procurar o caminho do entendimento.
[ 70 -página 144 ] - Chico Xavier

A quem se preocupe com unanimidade de opiniões a respeito de seu trabalho, eis o único conselho possível de se dar: mantenha-se de braços cruzados.