sábado, 5 de dezembro de 2015

Aceitação

Aceitação

“Entende o que eu digo; e o Senhor te dará compreensão em todas as coisas”. (II Timóteo, 2:7.)
Aceita a vida que Deus te deu.
Aceita-te como és.
Aceita teus familiares.
Aceita teus conflitos.
Aceita tuas decepções.
Aceita tua parentela.
Aceita tuas dificuldades financeiras.
Aceita tuas desilusões.
Aceita as ingratidões contra ti.
Aceita tudo e todos.
Aceita atos e atitudes e faze o melhor que puderes.
Aceitar não quer dizer aplaudir e fazer o mesmo, mas compreender que cada um de nós tem e faz o que pode, que cada indivíduo está num grau diferente de evolução. Portanto, aceita o próximo como ele é.

Tu, porém, aceita, mas trabalha em favor de teu adiantamento espiritual e autoconhecimento, e assim serás mais feliz, livre de amargores e sentimentos que te aprisionam a vida interior.

“Entende o que eu digo; e o Senhor te dará compreensão em todas as coisas”. A “compreensão de Deus” virá junto com a sabedoria, e ela te conduzirá à aceitação plena dos potenciais humanos, desenvolvidos ou não — seja de natureza intelectual, seja de natureza espiritual e emocional.

Portanto, aceita-te como és, aceita teu próximo e faze sempre o teu melhor.

Com isso alcançarás vitória sobre teus conflitos existenciais e encontrarás o devido valor para todas as coisas da vida.

Livro Um Modo de Entender Uma Nova Forma de Viver, cap. 24, Espírito Hammed – psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto.

RESIGNAÇÃO E RESILIÊNCIA

RESIGNAÇÃO E RESILIÊNCIA



Por Leonardo Pereira


"O homem que sofre é semelhante a um devedor de grande soma, a quem o credor dissesse: “Se me pagares hoje mesmo a centésima parte, darei quitação do resto e ficarás livre; se não, vou perseguir-te até que pagues o último centavo”. O devedor não ficaria feliz de submeter-se a todas as privações, para se livrar da dívida, pagando somente a centésima parte da mesma? Em vez de queixar-se do credor, não lhe agradeceria? (Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. V - item 12)".

A palavra resignação aparece com bastante frequência em palestras e livros espíritas. Também está presente nas obras básicas de Allan Kardec, especialmente no Evangelho Segundo o Espiritismo ─ Cap. V - “Bem aventurados os Aflitos”.

Esse capítulo aborda, inicialmente, a temática do sofrimento e das provas e expiações e suas origens nesta e noutras existências, causas de muitos de nossos problemas atuais, em vista de nossas escolhas e pela semeadura que fazemos ao longo da nossa esteira reencarnatória. No final, o capítulo aborda o suicídio. Contudo, destacaremos, aqui, o seu item 12 ─ “Motivos de Resignação”.

Resignação

Quando adentramos a Doutrina Espírita, muitas questões perpassam por nossas mentes. Logo nos deparamos com algum expositor nos orientando para sermos resignados. O que seria, então, resignação? Como compreender os dramas que a vida nos propõe, frutos ou não de nossas escolhas? Como proceder para ser considerado um indivíduo resignado?

Muitas vezes, entendemos resignação como aceitação do problema ou da dor, sem buscarmos alívio, respostas ou o entendimento para o que ocorre conosco. E também, principalmente, porque devemos ser resignados, questionando aonde isso vai nos levar.

“A resignação, ou ainda aceitação, na espiritualidade, na conscientização e na psicologia humana, geralmente se refere à experienciar uma situação sem a intenção de mudá-la. A aceitação não exige que a mudança seja possível ou mesmo concebível, nem necessita que a situação seja desejada ou aprovada por aqueles que a aceitam. De fato, a resignação é freqüentemente aconselhada quando uma situação é tanto ruim quanto imutável, ou, quando a mudança só é possível a um grande preço ou risco. [...] Noções de aceitação são proeminentes em muitas fés e práticas de meditação”. Por exemplo, a primeira nobre verdade do Budismo, "a vida é sofrimento", convida as pessoas a aceitarem que o sofrimento é uma parte natural da vida.” ( Wikipédia, a enciclopédia livre).

É justamente esse significado que complica o ensinamento. Se resignação é somente aceitação, sem expectativas de mudanças, ou, mesmo, aceitação pura e simples, fica muito fácil a derrapagem na acomodação, na inércia. É só dizer que “Deus quer assim”, e que nada pode mudar.

Se muitos dos nossos problemas não podem ser mudados nesta existência, podemos, entretanto, pela sua compreensão, mudar a forma de enfrentá-los. Ou aliviamos o tal “sofrer”, passando pela dor, sem lamentação ou reclamação constante (atitude essa, muitas vezes, responsável por mais dor), ou fazemos o problema ou a dor parecerem maior do que realmente são.

No que diz respeito à citação budista ─ “a vida é sofrimento” ─, é válido ressaltar que esse sofrer significa “passar por”, sofrer uma situação de dor. Não recebe, portanto, a conotação de lamentação, desesperação.

A Terra, por ser um mundo de provas e expiações, obviamente não é um paraíso de delicias. Estamos aqui para evoluir. A dor, nesse caso, quase sempre, transforma-se no impulso evolutivo necessário à nossa caminhada. Atrelada à Lei de Ação e Reação, ela nos convida, não raras vezes, ao reajuste, ao resgate de nossos débitos anteriores ou atuais.

Quando temos um problema, a dor que dele resulta é um fato - algo que acontece ou aconteceu. O sofrimento é a nossa resposta a esse fato, a nossa reação diante da dor, do fato, do problema.

É bom lembrar, quanto a isso, que a dor pode vir atrelada ao campo das causas e efeitos, mas o sofrimento é opcional, ou seja, não sofrer no sentido de não se lamentar, não se desesperar, equivalendo dizer, não perder a esperança. Em verdade, isso não nos retira o cadinho da dor, mas sublima os nossos sentimentos em relação ao fato.

“O homem pode abrandar ou aumentar o amargor das suas provas, pela maneira de encarar a vida terrena. Maior é o eu sofrimento, quando o considera mais longo. Ora, aquele que se coloca no ponto de vista da vida espiritual, abrange na sua visão a vida corpórea, como um ponto no infinito, compreendendo a sua brevidade, sabendo que esse momento penoso passa bem depressa [...]”. (ESE - Cap. V, item 13).

Diante desses apontamentos, podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que resignação é dor sem sofrimento, momento em que o individuo, ante a imortalidade da alma, compreende o processo. Não pela subserviência, submissão ou inércia diante dos fatos, mas por uma oportunidade de crescimento que nos impulsiona à busca do melhor para nós e para o momento.

Resiliência

O caro leitor, nessa altura do texto, há de perguntar: - E a tal resiliência?

A resiliência começa justamente quando a dor nos encontra.

“Resiliência (psicologia) - A psicologia tomou essa imagem emprestada da física, definindo resiliência como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em surto psicológico. Tais conquistas, face essas decisões, propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. Assim entendido, pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano, condições para enfrentar e superar problemas e adversidades [...]”. (Wikipédia, a enciclopédia livre).

Quando o texto acima afirma que a Psicologia tomou emprestado o termo da Física, é porque resiliência é a “[...] Propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação.” (Dic. online Priberam). Já na Medicina o termo se aplica quando um osso fraturado consegue retomar sua forma original. Podemos dizer, assim, que a resiliência se configura quando, diante de problemas, pressões e traumas, conseguimos superar os obstáculos “dando a volta por cima”, como diz popularmente. É a capacidade de organizar, avaliar e retomar o nosso caminho, com a percepção, porém,  de “dor” como fonte de crescimento, e não de sofrimento.

O que, então, nos faz resignados ou resilientes?

Podem ser considerados resignados e resilientes indivíduos que suportam grandes dramas na vida, ou passam por situações problemáticas constantemente e, mesmo assim, mantêm um olhar de paz e tranquilidade (considerando-se que os olhos são os espelhos da alma), superando os obstáculos que a vida coloca à sua frente, e dessa forma, superando a si mesmos.

O grande segredo, se é que podemos falar assim, encontra guarita na fé. A fé humana em si mesmo -autoconfiança. A fé divina no Criador, certeza absoluta de que não estamos sós, de que tudo passa e que nossas dores chegarão logo ao fim. Fé é a certeza de que o futuro nos reserva algo muito melhor. É a visão na vida futura, que glorifica os dias na Terra, de tantas provas e expiações. É visão mais além, que modifica o nosso comportamento diante das dores e aflições, e que, nos modificando, transforma tudo o que está à nossa volta.

Somos, portanto, artífices da nossa evolução espiritual, escultores de nós mesmos, tendo o cinzel da vontade como ferramenta para talhar as pedras que nos cobrem e dificultam a nossa existência, removendo, assim, os entulhos do passado para, então, lapidados e polidos, apresentarmos face nova diante do Criador e, afinal, podermos dizer, parafraseando o Apóstolo Paulo: “Já não sei se vivo no Cristo ou é o Cristo que vive em mim”.

(Leonardo Pereira é designer gráfico,
orador espírita e um dos trabalhadores do
Grupo Espírita Lamartine Palhano Junior - Vitória – ES.)
Imagem: www.google.com . Acesso em: 08/OUT/2010.

Auto-conhecimento e auto-aceitação

Auto-conhecimento e auto-aceitação




Prece inicial

Primeiro momento: pedir que os evangelizandos façam, no caderno, um acróstico com o próprio nome, colocando nele virtudes que possuam. Em seguida, entregar pequenos papéis coloridos para que os evangelizandos escrevam uma imperfeição que possuam. Distribuir pequenos envelopes para que guardem o papel colorido (onde escreveram a imperfeição). Não é necessário mostrar/dizer o que escreveu.

Segundo momento: explicar que todos nós possuímos muitas qualidades, mas que também possuímos defeitos que devemos nos esforçar por transformar em virtudes. Virtude, segundo o dicionário Aurélio significa “disposição firme e constante para a prática do bem. Boa qualidade moral; força moral; valor”.

Terceiro momento: com a ajuda dos evangelizandos, definir autoconhecimento e auto-aceitação.

Autoconhecimento - conhecimento de si mesmo, saber o que gosta e o que não gosta, o que deseja da vida, que coisas são importantes, quais os nossos sentimentos diante de certos acontecimentos (ex.: quando nossos pais nos chamam a atenção, quando alguém não concorda com a nossa opinião, quando recebemos uma notícia triste/alegre, quando somos provocados).

Auto-aceitação - reconhecer os erros e acertos, respeitando a si próprio como um Espírito em evolução; não se revoltar ou ficar triste porque ainda não tem as boas atitudes que gostaria; aceitar o próprio corpo físico (cor do cabelo, altura, peso, a mudança da voz, as alterações físicas que acontecem na adolescência). Lembrar que auto-aceitação não deve significar acomodação ou revolta, mas uma atitude positiva de conhecer-se e mudar para melhor. Além disso, a auto-aceitação fortalece a paciência e a fé, nos auxiliando a viver em harmonia conosco e com os outros.

Quarto momento: perguntar se conhecem de quem é a frase “Conhece-te a ti mesmo”. A frase (que pode ser escrita no quadro negro ou em um cartaz) é atribuída a Sócrates, um filósofo que acreditava na reencarnação e que viveu 470 anos antes de Jesus.

Subsídios ao evangelizador: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Introdução, item IV.

Quinto momento: indagar se conhecem algum método para se autoconhecer. Falar sobre a questão 919 de O Livro dos Espíritos. Por que Santo Agostinho sugere fazer uma auto-análise todas às noites? A fim de se transformar, se automelhorar, de não cometer o mesmo erro mais de uma vez, para verificar se as atitudes magoaram alguém, a fim de pedir perdão e não fazer novamente, bem como analisar o bem que realizou.

Sexto momento: conversar sobre atitudes relacionadas ao dia-a-dia das crianças, incentivando os evangelizandos a darem exemplos. O evangelizador pode complementar: pensamentos, palavras ditas, maneira como realizou as tarefas em casa e na escola (com boa-vontade ou não), se foi educado, obedeceu aos pais e professores, se brigou com o irmão ou com os amigos, se mentiu, e outras situações que o evangelizador, conhecendo a realidade das crianças, pode incluir.

Sétimo momento: solicitar que peguem o papel com a imperfeição que escreveram e escrevam uma frase com a virtude que precisam desenvolver para superar a imperfeição, guardem no envelope e colem. O evangelizador poderá distribuir um imã que deverá ser colado atrás do envelope. Solicitar que coloquem em um lugar visível para que, passado algum tempo, possam fazer uma análise se realmente melhoraram. Concluir o tema lembrando que a reforma íntima (superação das imperfeições, transformando-as em virtudes) é uma tarefa individual e um compromisso consigo mesmo, e que ninguém pode fazer pelo outro. Mas que à medida que vamos analisando nossos pensamentos e atitudes, com a finalidade de errar menos e evoluir, seremos mais felizes. Por exemplo: quem costuma falar mal dos outros deve aprender a ver os pontos positivos em seus companheiros de jornada; aquele que costuma reclamar, deve se esforçar para agradecer tudo o que tem e reclamar menos; quem costuma mentir, deve se determinar a falar sempre a verdade.

Oitavo momento: sugestões de atividades.

1 - Distribuir o questionário Teste de Personalidade para que eles respondam, aprendendo a se conheceram melhor.

2 - Distribuir folhas para que desenhem uma camiseta e escrevam nela uma qualidade que possuam. Se a turma gostar de desenhar, cada evangelizando pode se autodesenhar na camiseta. Outra idéia é enfeitar a camiseta, tornando-a colorida, e escrevendo nela algo de positivo, iniciando a frase com: Eu sou... Eu sou estudioso. Eu sou inteligente. Eu sou espírita. Eu sou um cara legal.

3 - Colar nas costas de cada evangelizando um desenho de uma camiseta (o contorno representando a camiseta). Também pode ser usado um coração como modelo. Colocar uma música agradável e tranqüila, solicitando que eles escrevam na camiseta/coração dos colegas virtudes que eles consideram importantes de serem desenvolvidas por todos. Posteriormente pode-se conversar sobre o que escreveram.

Prece de encerramento

Sugestão: terceiro ciclo.

Autoconhecimento e Autoaceitação II


Objetivos da aula: levar o evangelizando a entender que o autoconhecimento é indispensável ao progresso do Espírito e que, portanto, devemos examinar a nós mesmos constantemente, para descobrirmos de que modo podemos nos melhorar. Contudo, é necessário cultivar a autoaceitação, que nos fortalece a paciência e nos ajuda a viver em harmonia conosco e com nossos semelhantes. Ajudar os jovens a reconhecerem que eles são seres especiais criados à imagem de Deus e que somos a obra-prima de Deus em aperfeiçoamento, portanto ninguém deve sentir-se inútil ou inferior.

Prece inicial

Primeiro momento: pedir que os evangelizandos definam o que é: Autoconhecimento e Autoaceitação e em seguida fazer uma exposição dialogada.

Autoconhecimento - conhecimento de si mesmo, saber o que gosta e o que não gosta, o que deseja da vida, que coisas são importantes, quais os nossos sentimentos diante de certos acontecimentos (ex.: quando nossos pais nos chamam a atenção, quando alguém não concorda com a nossa opinião, quando recebemos uma notícia triste/alegre, quando somos provocados).

O autoconhecimento não serve, portanto, apenas para percebermos nossos defeitos, mas também para compreendermos nosso verdadeiro valor. E, aprendendo a refletir assim sobre nós mesmos, mais facilmente poderemos refletir sobre o mundo e as pessoas ao nosso redor. Lembrando sempre que a diferença entre o inteligente e o sábio é que este é capaz de analisar por vários ângulos uma mesma questão.

Autoaceitação - reconhecer os erros e acertos, respeitando a si próprio como um Espírito em evolução; não se revoltar ou ficar triste porque ainda não tem as boas atitudes que gostaria; aceitar o próprio corpo físico (cor do cabelo, altura, peso, a mudança da voz, as alterações físicas que acontecem na adolescência). Lembrar que autoaceitação não deve significar acomodação ou revolta, mas uma atitude positiva de conhecer-se e mudar para melhor. Além disso, a autoaceitação fortalece a paciência e a fé, auxiliando-nos a viver em harmonia conosco e com os outros.

Segundo momento: pedir para que os evangelizandos questionem a eles mesmos e respondam: Quem sou eu? (aguardar as definições).

Terceiro momento: relatar A imortalidade d’ alma…

Quarto momento: complementação da resposta da pergunta do segundo momento.

Somos Espíritos imortais e possuímos um corpo físico e um corpo espiritual. Somos partes do imenso Universo de Deus, tanto no sentido material como espiritual; ou seja, somos a união do espírito com a matéria e estamos sujeitos à Lei da Evolução, para que a partir de sucessivas encarnações, cheguemos à plenitude espiritual.

Somos a obra-prima de Deus em aperfeiçoamento, portanto ninguém deve sentir-se inútil ou inferior.

Quinto momento - indagar:

Como fazer para nos autoconhecermos? Ao fim do dia, interrogue a sua consciência e relembre o que fez, perguntando-se a si mesmo se não faltou a algum dever, se não deixou de fazer o bem em alguma ocasião e se ninguém teve motivo para de você se queixar. Analise se você tratou mal alguém e se foi orgulhoso ou egoísta em algum momento. Evite julgar os outros, mas se permita a autoanálise (analisar a si mesmo) – comentários baseados na questão 919 de O Livro dos Espíritos.

Foi sugerido pelos alunos fazer uma relação das coisas boas que fizeram e outra lista do que consideraram desacertos, escrevendo em um caderninho já previamente preparado para isso, para que ficasse mais fácil a posterior análise das falhas, pensar em cada uma separadamente, buscando qual seria a melhor atitude a ser tomada, caso o fato se repetisse. Estas anotações poderão ser feitas diariamente.

Sexto momento: questionar os evangelizandos:

01 – Solicitar que todos pensem a respeito das coisas que gostariam de modificar em seu corpo físico e aqueles que quiserem poderão falar. O que seria? Por quê?

Conversar com os evangelizandos, esclarecendo que devemos nos aceitar como somos, porque Deus nos deu a oportunidade de reencarnarmos novamente e que, portanto isso já é mais do que suficiente para nos tornarmos resignados com o nosso corpo. Lembrar também dos que reencarnam com problemas físicos e que muitos conseguem desempenhar suas atividades do dia-a-dia como qualquer outra pessoa normal e que o mais importante não é como somos por fora e sim como somos por dentro.

02 – Além da nossa aparência, o que mais nos torna diferente dos outros?

As coisas de que gostamos e não gostamos; nossos talentos, nossas virtudes.

03 – Qual a vantagem de ser a única pessoa exatamente igual a você no mundo inteiro?

Sentirmo-nos especiais, que é como nosso Pai nos vê. Somos diferentes porque cada um tem uma caminhada evolutiva individual e única.

04 – Você sempre gosta de você? Justifique sua resposta.

Sétimo momento: exposição dialogada:

Não causa surpresa a tendência de as crianças/jovens avaliarem a si mesmas do mesmo modo que a sociedade o faz. Os que são fisicamente atraentes, atléticos, têm talento intelectual ou aceitação social tendem a sentir-se bem consigo mesmos porque encontram grande acolhida por parte dos que os cercam.

As crianças mais novas geralmente comparam suas habilidades com as dos outros. Os que sempre terminam as atividades por último, os mais tímidos ou os últimos a serem escolhidos para formar um time freqüentemente interiorizarão essas mensagens negativas. “Eu nunca serei bom o suficiente”, pode tornar-se uma disposição mental perigosa e negativa muito cedo na vida.

As crianças mais velhas encontram segurança ao andar em grupos, usar a mesma moda, falar e agir como todos os outros de seu grupo. Mas elas precisam ser desafiadas a expressar a individualidade dada por Deus de maneira criativa e construtiva.

As crianças/jovens precisam entender que os valores na família de Deus são diferentes. Os indivíduos são valorizados como criações únicas de Deus, não importando qual seja a embalagem externa.

Oitavo momento: contar a historia O limão insatisfeito ou Ser diferente.

Nono momento: explicar que vamos falar sobre o que nos faz sentir bem a respeito de nós mesmos e o que nos faz sentir mal.

O evangelizador deverá ler várias declarações em voz alta. Se o que ler fizer os evangelizandos se sentirem bem consigo mesmo, devem dar um sorriso. Se o que for lido fizer os evangelizandos se sentirem mal, devem fazer uma cara de tristeza. Se vocês se sentirem mais ou menos, devem ficar exatamente como estão, ou seja; com aspecto indiferente.

** O Evangelizador deverá questionar as fisionomias **

Ler as declarações abaixo, fazendo uma pausa após cada uma delas para que os evangelizandos possam responder com suas fisionomias e dessa forma o evangelizador observar e fazer questionamentos:

Sugestões:

Alguém diz: Não gostei do seu corte de cabelo.

Você fez um desenho/texto bacana e a professora diz que vai colocá-lo no mural para que todos o vejam.

Você quebrou um copo na cozinha.

Seus pais colocaram você de castigo por dois dias por causa da bagunça no quarto.

Você brigou com seu irmão (ou irmã) ou colega.

Você ganhou uma roupa nova e sente-se o máximo usando-a.

Você recebeu uma carta (um e-mail) de um amigo que mora em outra cidade.

Você começou a aprender a tocar um instrumento musical.

Seu colega jogou um papel de bala no chão.

Você foi o primeiro a ser escolhido quando os times de basquete (vôlei, futebol) foram formados.

Você teve que ir à aula de evangelização apesar de estar com a perna engessada.

Seu pai chamou sua atenção na frente dos seus colegas.

No dia do seu aniversário você ganhou muitos presentes.

Ninguém leva em consideração a sua opinião, só porque você é criança.

Um colega de sala xinga você.

Para finalizar as declarações acima o evangelizador deverá perguntar:

Todos nós nos sentimos bem ou mal sobre as mesmas coisas? (Quase todos nós, mas não exatamente da mesma forma).

O que isso diz sobre nós? (Somos todos diferentes; mas todos temos sentimentos.)

Da lista que eu li, qual declaração fez você sentir-se pior?

Imagine que essa coisa realmente tenha acontecido; isso faria você menos importante para Deus? Ele o amaria menos por isso? Por quê? (Não, Deus nos ama apesar de todos os nossos erros e defeitos).

CONCLUIR QUE: Todos nós possuímos muitas qualidades, mas que também possuímos defeitos que devemos nos esforçar por transformar em virtudes. Muito do que nos faz sentir bem ou mal acontece exteriormente – que tipo de dia tivemos ou qual a nossa aparência. Mas Deus se importa com o que somos por dentro, por isso devemos começar nossa reforma íntima o mais cedo possível, através da superação das imperfeições, transformando-as em virtudes. É uma tarefa individual e um compromisso consigo mesmo, e que ninguém pode fazer pelo outro. Mas à medida que vamos analisando nossos pensamentos e atitudes, com a finalidade de errar menos e evoluir, seremos mais felizes. Por exemplo: quem costuma falar mal dos outros deve aprender a ver os pontos positivos em seus companheiros de jornada; aquele que costuma reclamar, deve se esforçar para agradecer tudo o que tem e reclamar menos; quem costuma mentir, deve se determinar a falar sempre a verdade.

Décimo momento: pedir aos evangelizandos que digam virtudes que eles consideram importantes de serem desenvolvidas por todos. O ajudante da sala deverá ir escrevendo todas as virtudes ditas, no quadro.

**Posteriormente pode-se conversar sobre a importância das virtudes relacionadas no quadro.

Prece de encerramento: É Maravilhoso.

Sugestão: terceiro ciclo.

Sugestão de aula enviada pela evangelizadora Sandra Ramos Medeiros, Centro Espírita Fé, Amor e Caridade - Campo Grande/MS.

Auto-estima


Prece inicial

Primeiro momento: contar a história Ser diferente.

Segundo momento: conversar com os evangelizandos.

É importante gostar de si mesmo? Por quê?

Cada um tem o corpo físico ideal em cada existência para aprender as coisas que se propôs. Assim, o leão deveria fazer novos amigos, a girafa aprender a não falar mal dos outros, o veado a ser mais alegre e se aceitar como era.

Qual é o animal mais belo? Cada animal tem a sua beleza e importância, juntos compõe a natureza que é perfeita e foi criada por Deus.

E nós? Nos aceitamos como somos? Ou agimos como os animais da história? Não esperar respostas, pedir que eles reflitam.

É importante na vida de uma pessoa as atitudes boas que pratica e os sentimentos positivos que desenvolve (como amor, respeito, amizade) e o esforço que faz para superar os defeitos morais que possui (fofoca, mentira, preguiça).

Devemos sempre nos comparar a nós mesmos (como éramos há algum tempo) e nunca nos compararmos aos outros, pois cada um tem sua caminhada.

Terceiro momento - atividade: fazer um porta-retrato (uma cartolina retangular colorida e outra menor que sirva de suporte, mantendo o porta-retrato em pé). Pedir que cada evangelizando se desenhe e escreva sentimentos e atitudes positivas que já pratica, valorizando aquilo de bom que cada criança já possui. Também pode escrever: Eu sou especial (ou Eu sou legal).

Prece de encerramento

Sugestão: primeiro ciclo.
Fonte: www.searadomestre.com.br

Oração da Serenidade


Oração da Serenidade

A Oração da Serenidade foi escrita pelo teólogo protestante Reinhold Niebuhr que viveu de 1892 até 1971 e trabalhava no Union Theological Seminary, estudou no Elmhurst College, depois no Seminário Teológico Éden e também na Escola de Divindade de Yale.nos Estados Unidos da América.

É utilizada por grupos de ajuda mútua, tais como Alcoólicos Anônimos e Neuróticos Anônimos, representando uma síntese dos esforços que devemos desenvolver para vencermos a nós próprios e aprendermos a exercer nossa vontade.

Em sua parte básica, mais conhecida popularmente à oração diz assim:

 Concede-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que eu posso e sabedoria para distinguir uma das outras.

Nessa oração podemos destacar quatro virtudes ou comportamentos básicos essenciais para a aquisição do equilíbrio e da harmonia com o mundo em que vivemos: serenidade, aceitação, coragem e sabedoria.

Serenidade significa paz. No Evangelho de João, capítulo 15, versículo 27 Jesus nos deixou sua paz dizendo:

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou como o mundo dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

Diante de sua realidade, o homem pode buscar duas situações: satisfazer suas necessidades considerando como valor as coisas do mundo material, ou colocando seu ponto de vista nos valores do espírito. Podemos então escolher entre buscar a paz do mundo ou construir a paz do Espírito, ou a paz que o Cristo nos deixou.


Ilude-se aquele que busca a paz pela aquisição das coisas materiais: apego, posse, poder, riqueza, prazer, sucesso… As coisas do mundo não estão nunca estiveram nem estarão sob o nosso controle. No mundo vive-se a ilusão do ganho e da perda, existe a necessidade de competir para sobreviver, as dores impõem sofrimentos, desequilíbrio e depressão. A felicidade consiste em breves momentos de trégua em que aparentemente nossos problemas estão resolvidos. Vive-se em contínua preocupação e medo pelo dia de amanhã. No mundo tudo passa.

Conta uma lenda que um rei desejando saber qual era a receita da felicidade mandou chamar um sábio que lhe deu um livro com apenas duas páginas, dizendo:

- Neste livro está inserida toda a receita para a felicidade e o resumo de toda a sabedoria. Quando estiveres aflito, desesperado, pressionado pelo mundo, não encontrando o caminho a ser percorrido abre este livro e leia a primeira página apenas. Assim também, quando estiveres sentindo a necessidade de compartilhar sua alegria e felicidade com o mundo, em função de seus sucessos, abre o livro e lê a segunda página.

Assim foi feito. Certa ocasião, o rei encontrava-se encurralado em batalha com o país vizinho, prestes a perder tudo o que tinha, colocando em risco a sorte de seu povo. Não sabendo o que fazer, lembrou-se do sábio, pegou o livro e leu a primeira página. Lá estava escrito: “Isto passa!”.

Enchendo-se de esperança, o rei conseguiu recuperar-se de seu estado depressivo, trabalhou com afinco, deu a volta por cima da adversidade e conseguiu superar a situação, voltando a trazer harmonia para seu povo.

Quando estava feliz por ter conseguido vencer e resgatar a prosperidade de seu povo, desejando compartilhar sua alegria com todos à sua volta, lembrou-se do sábio, pegou o livro e leu a segunda página. Lá estava escrito: “Isto também vai passar!”.

Assim também são as coisas do mundo, não estão sob o controle ou domínio dos homens. Tristeza, felicidade, sucesso, fracasso, alegria, tudo passa, tudo se modifica.

Aquele, entretanto que coloca seu ponto de vista nos valores espirituais, adquire a paz que o Cristo nos deixou. Isto porque, do ponto de vista espiritual não existem problemas, mas oportunidades de aprendizado e conquista. As coisas do Espírito estão sob o controle de cada um, sendo a vida um conjunto de lições a serem aprendidas As dores são conseqüências naturais de nossas escolhas atuais e pretéritas. Construímos hoje nosso dia de amanhã. A justiça Divina está presente em todas as coisas, sendo, pois, a resignação à postura mais recomendada. A luta do homem é para vencer a si próprio, domando suas más inclinações e suas tendências inferiores. Não existem perdas, pois como o Espírito não regride, se ganha sempre.

Ao nos deixar sua paz Jesus nos aconselhou: “Não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã. A cada dia basta o seu mal” (Mateus: 6-34).

A paz espiritual não significa a ausência de problemas ou de obstáculos, mas o reconhecimento de que esses são nossas oportunidades de aprendizado e de iluminação interior. Nesse sentido, a Oração da Serenidade nos apresenta a receita para a felicidade relativa, pois aponta o caminho da paz do Espírito ou da paz do Cristo.

Diante das adversidades, encontramos três tipos de situação: aquelas que não estão sob nosso controle e, portanto, não podem ser mudadas pelas nossas ações; aquelas que estão sob nosso controle e só dependem de nós para serem mudadas; e aquelas que, embora não possamos modificar diretamente, podemos tentar influenciar na mudança.

Do ponto de vista individual o Espírito deve passar por provas e expiações. Nas provas podemos escolher os caminhos, embora não consigamos nos afastar daquilo que nos está determinado experimentar. Nas expiações, nada podemos fazer a não ser aceitar o que nos é dado viver. Do ponto de vista coletivo, tudo que é do mundo não depende só de nós e, portanto, ocorrem situações que não podemos mudar. Podemos, entretanto, agir de forma a modificar, por influência, comportamentos, leis e posturas coletivas.

Tudo começa, pois, pela aceitação de si mesmo, pelo conhecimento de si próprio, pela luta para vencer a ilusão do orgulho, a vaidade, o egoísmo, o apego e pela decisão de caminhar vivendo as experiências do mundo com sabedoria. A felicidade não é um ponto de chegada, não é um momento fugaz, mas a oportunidade de percorrer o caminho continuamente. Cada instante da vida é, pois um momento de felicidade quando trazemos a paz no Espírito. Nosso mundo é ainda de amor condicional, daí ser a felicidade, aos olhos dos homens, uma coisa passageira.

A paz do mundo é tida como ausência de guerra, ausência de conflitos, mas pelos olhos do mundo vivemos todos com medo. Medo de ser rejeitado, de não ser reconhecido, de errar, de fracassar, de ficar doente, de perder coisas e bens materiais, de perder pessoas amadas, de perder o emprego, de passar por dificuldades financeiras de perder a vida. O sentimento de perda é uma realidade.

Jesus, no entanto, nos deixou a paz, não como o mundo dá, recomendando que não deixássemos turbar o coração nem agasalhássemos o temor em nossas vidas. Todavia, a aceitação das coisas que não podemos mudar não pode ser entendida como um convite para a inércia, pois nosso Espírito está em contínua construção, requerendo as experiências do caminho para a aquisição da felicidade. A vida nos ensina. Vivendo aprendemos a distinguir, sem lamentações, as situações que enfrentamos. Compete-nos a aceitação serena, mas também a ação regeneradora.

Em sua segunda parte, menos conhecida, a Oração da Serenidade nos aponta o caminho, nos aconselha o comportamento para melhor enfrentarmos as situações da vida. Como atingir a serenidade para aceitar, a coragem para agir e a sabedoria para discernir. A oração como um todo nos diz assim:

“Concede-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que eu posso e sabedoria para distinguir uma da outra – vivendo um dia de cada vez, desfrutando um momento de cada vez, aceitando as dificuldades como um caminho para alcançar a paz, considerando o mundo pecador como ele é, e não como gostaria que ele fosse, confiando em Deus para endireitar todas as coisas para que eu possa ser moderadamente feliz nesta vida e sumamente feliz contigo na eternidade”.

 Cruzada dos Militares Espíritas – Jorge Pedreira de Cerqueira, Cel QMB/R1 e Vice-presidente da CME, no Rio de Janeiro.

O desafio da aceitação

O desafio da aceitação

:: Elisabeth Cavalcante ::

Um dos maiores equívocos que cometemos no que se refere aos relacionamentos, especialmente aos afetivos, é acreditar plenamente que vamos conseguir mudar o outro.

No começo, quando estamos tomados pela paixão, ele nos parece o ser mais perfeito e encantador do mundo. Entretanto, conforme o tempo passa e passamos a conhecê-lo melhor, vamos percebendo seus defeitos e suas limitações.
Mas, esta constatação, por ser contrária ao sonho e à fantasia que acalentamos, se torna difícil de ser aceita. Então, criamos em nós uma ilusão, a de que nosso amor será capaz de transformá-lo de maneira definitiva.

Agarramo-nos a esta crença porque ela nos é muito confortável. E, ainda que o outro nos envie sinais suficientes para percebermos que a mudança não acontecerá, insistimos em permanecer cegos, até que finalmente se torne impossível para nós suportar a realidade da desilusão.
Aí, passamos a culpá-lo por nos ter decepcionado e traído nossas esperanças. Ocorre que não podemos nem devemos esperar que alguém mude, simplesmente motivado pelo nosso desejo.

Querer que o outro se amolde ao modelo que criamos em nossa imaginação, é uma atitude irreal, que acaba sempre gerando sofrimento. Enquanto permanecemos nessa tentativa, o tempo passa e um dia percebemos quanta energia gastamos nessa tentativa vã.

Aceitar nossa própria imperfeição é o primeiro passo para que abandonemos o sonho de encontrá-la no outro. Sem isto, continuaremos presas fáceis da decepção, pois nenhum relacionamento será capaz de preencher nossas expectativas.

" .... Pequenas coisas são suficientes para criar barreiras, e estamos todos vivendo com as nossas defesas, de modo que os outros não podem saber exatamente o que nós somos. Nós lhes permitimos conhecer apenas aquela parte do nosso ser que é aceitável a eles. Esse é um dos fundamentos da nossa miséria.
As pessoas são diferentes e nós deveríamos nos alegrar e regozijar em suas diferenças, em suas variedades. Seu julgamento não vai mudar ninguém; talvez seu julgamento possa criar uma teimosia na outra pessoa em não mudar. Quem é você para mudar a pessoa?

Esses são os segredos da vida. Se você aceita alguém com totalidade, ele começa a mudar, porque você lhe dá total liberdade de ele ser ele mesmo. E a pessoa que lhe dá total liberdade de você ser você mesmo... - você gostaria que aquela pessoa fosse feliz; no que lhe diz respeito, ele lhe deu a dignidade e a honra de aceitá-lo.

É muito natural que, se você vê algo em você que não está certo - embora a outra pessoa o aceite como você é - você deseje ser até melhor, por causa dela; ser mais meigo, mais amoroso, mais delicado por causa dela.

Eu o aceito como você é. Eu não tenho nenhuma expectativa sobre você - eu não quero que você seja modelado dentro de uma certa idéia, dentro de um certo ideal. Não quero fazer de você uma estátua morta. Quero que você fique vivo, mais vivo... e você pode ser vivo somente se a sua totalidade for aceita - não apenas aceita, mas respeitada....".
OSHO - O Esplendor Oculto.

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Aceitação - O início da transformação...

Aceitação - O início da transformação...



A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância é de que estaremos nos submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, desistindo de mudar, sendo fracos.

De verdade, se quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida, das nossas relações ou de nós mesmos devemos começar aceitando.

A aceitação é detentora de um poder transformador que só quem já experimentou é que pode avaliar.

É realmente difícil aceitar perda material ou afetiva, uma situação de dificuldade financeira, uma doença, uma humilhação, uma traição, etc.

Mas a aceitação é um ato de força interior, sabedoria e humildade, já que existem inúmeras situações que não podemos mudar no momento em que acontecem.

E, de maneira geral, as pessoas são como são, dificilmente mudam. Na verdade, não podemos contar com isso. Quem muda somos nós, por escolha e vontade própria.

Portanto, se não houver aceitação, o que estaremos fazendo é insensato, é insano. Ser resistente a isso, brigar, revoltar-se, negar, deprimir, desesperar, indignar-se, culpar, culpar-se, etc, são reações emocionais carregadas de raiva - raiva do outro, raiva de si mesmo, raiva da vida. E a raiva destrói, desagrega.

A aceitação é uma força que desconhecemos porque somos condicionados a lutar, a esbravejar, a brigar. Mas aceitar não é desistir, nem tão pouco se resignar. Aceitar é estar lúcido do momento presente como é, e se assim a vida se apresenta, assim deve ser, já que tudo está coordenado pela Lei da Ação e Reação.

No instante em que aceitamos, desmaterializamos situações que foram criadas por nós (karma) e soluções surgem naturalmente através da intuição ou fatos trazendo as respostas e as saídas para a situação.

Tudo isso porque paramos de resistir à Vida como se apresenta no momento.

A consciência de que tudo é movimento, nada é permanente, faz com que a aceitação aconteça mais facilmente. A nossa tendência "natural" é resistir, não aceitar, combater tudo o que nos contraria e o que nos gera sofrimento.

Dessa forma prolongamos a situação. Resistir só nos mantém presos dentro da situação desconfortável, muitas vezes perpetuando e tornando tudo mais complicado e pesado.

Quando não aceitamos nos tornamos amargos, revoltados, frustrados, insatisfeitos, cheios de rancor e tristeza. E esses padrões mentais/emocionais criam mais e mais dificuldades, nunca trazem solução.

Aceitar é expandir a consciência e encontrar respostas, soluções, alívio. Aceitar é o que nos leva à Fé.

É fundamental entender que aceitar não significa desistir; seguir adiante com otimismo e ter muitos propósitos a serem atingidos é nossa atitude saudável diante da vida.

Aceitar se refere ao momento presente, ao agora. No instante que você aceita - ou em outras palavras, você se entrega - novas idéias surgem para prosseguir na direção desejada, saindo do sofrimento.





Ana Cristina Pereira Terapeuta transpessoal


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Aceitação e Resignação - Slides

http://pt.slideshare.net/mocidadeitapora/aula-m2-12042012-aceitao-e-resignao

http://pt.slideshare.net/guestd53d60/aceitao?related=1

ACEITAÇÃO - Hammed

ACEITAÇÃO

                Auto-aceitação é um dos desafios que recebemos na vida. Ou vivemos como pessoas libertas do jugo alheio, ou aceitamos ser manipulados e viver afastados ou separados daquilo que sentimos e pensamos.
                Quando aceitamos a nós mesmos, eliminamos as amarras de doentia dependência que nos vinculam aos outros, cujos costumes, crenças e valores não são os nossos. E reconhecemos que podemos viver e nos relacionar respeitando o modo de ser deles, da mesma forma que devemos respeitar a nossa individualidade e liberdade de pensamento, sem nenhum receio de discriminação ou isolamento.
                Uma das maiores preocupações de certas pessoas é o que os outros poderão pensar a respeito delas. Fixam seu estado de ânimo na volubilidade das atitudes alheias, nas opiniões ou pontos de vista instáveis da coletividade.
                O valor e a importância que essas criaturas atribuem a si próprias oscilam de conformidade com o juízo mutável e vacilante das massas, visto que elas se estruturam sobre um padrão de personalidade ciclotímico – caracterizado por períodos de alegria exagerada e hiperatividade, intercalados com outros de depressão, angústia e inércia.
                Quanto mais no preocuparmos com a impressão que causam,os aos outros, menos descobriremos quem realmente somos. A propósito, o ardor do empenho que fazemos para ser valorizados é proporcional à desvalorização que sentimos por nós.
                O que as pessoas pensam de nós é um problema delas; não podemos nos ver tal como os outros nos vêem, pois isso nos levará a viver alienados, ignorando os fatores psicológicos ou sentimentos e emoções que nos fazem agir perante a vida de acordo com nossos impulsos internos.
                Querer parecer impecável diante dos outros é tarefa desgastante e desnecessária. Por mais que nos consumamos energeticamente no esforço de agradá-los, nunca faremos o suficiente para que eles nos vejam melhores ou piores do que realmente somos.
                A esfera intelectual explica aquilo que sentimos, todavia ela pode racionalizar os sentimentos, criar álibis e disfarces que nos afastem da nossa verdade interior. Tenhamos em mente que não somos o que os outros pensam e, muitas vezes, nem mesmo o que pensamos ser; mas somos, verdadeiramente, o que sentimos. Aliás, os sentimentos revelam nosso desempenho no passado, nossa atuação no presente e nossa potencialidade no futuro.
                Os bons dicionaristas definem reputação como conceito de que goza uma pessoa em seu grupo social. Reputar significa computar, contar, achar, julgar, considerar. Ou mesmo, avaliar e ter em conta o bom nome de alguém, ou julgar as pessoas como certas ou erradas.
                Devemos dar mais importância e atenção à nossa consciência do que à nossa reputação. A consciência está ligada à soberania da Vida Superior, enquanto a reputação é condicionada ao caráter instável e temperamento vacilante dos seres humanos.
                Milhões de criaturas crêem em coisas bem diferentes, porque ensinamentos diversos lhes foram transmitidos quando crianças. Coisas dessemelhantes foram ensinadas a crianças budistas, cristãs, xintoístas, muçulmanas e hinduístas. Se essas mesmas crianças forem chinesas, francesas, indianas, russas ou vietnamitas, cada uma delas crescerá com a firme convicção racial e religiosa de que estão certas e as outras, erradas. Ainda entre as mesmas religiões, há pontos de vista divergentes sobre os tratados teológicos ou doutrinários e, portanto, há dissensões.
                A reputação está vinculada à moral social, às regras, valores, raça, tradição e costumes de uma era, época ou povo, enquanto a consciência está interligada às leis eternas e naturais de todos os tempos.
                Quando as pessoas nos disserem alguma coisa sobre algo ou alguém, deveremos pensar de nós para nós mesmos: Será isso verdade para quem? Que tipo de prova existe? Há elementos mais claros e específicos para fazer essa avaliação? Será que as pessoas envolvidas crêem apenas por força da religião, tradição, autoritarismo ou revelação mística? Há elementos mais objetivos para apreciar essa atitude?
                O espírito que animou o corpo de um homem, em nova existência, pode animar o de uma mulher, e vice-versa, pois na verdade, são os mesmos espíritos que animam os homens e as mulheres.
                Cada individualidade traz consigo uma experiência única e particular na área sexual e, portanto, uma estrutura psicológica também específica, com particularidades masculinas e femininas. Em determinadas situações evolutivas, encarnamos como homem; em outras, como mulher. Em vista disso, a alma atravessa imensos estágios de aprendizagem e desenvolvimento na noite dos tempos, constituindo em sua intimidade o fenômeno da bissexualidade. Dessa maneira, homens e mulheres nada mais são do que espíritos imortais usando temporariamente uma vestimenta masculina ou feminina.
                Ao julgarmos algo ou alguém, quase sempre emitimos pareceres ilusórios, não fundamentados em bases, razões e motivos sólidos. Pronunciamos uma sentença prematura de condenação ou de absolvição, sem conhecimento prévio de tudo o que vem ocorrendo na intimidade humana.
                Não nos damos conta de que um julgamento arbitrário é o declínio do entendimento, da empatia, da complacência e da aceitação para com a nossa diversidade existencial, bem como para a das outras pessoas. O julgamento é o naufrágio da compreensão.
                Ao alterarmos a nossa visão efêmera para uma visão de eternidade, mudamos a concepção de mundo cartesiano e simplista em que vivemos, alterando assim as conclusões equivocadas a respeito das pessoas e da vida. O normal, o anormal, o moral, o imoral, o natural e o não natural são relativos, mesmo quando se trata da configuração ou da aparência externa da matéria.
                O mestre deixou claro que, para Deus, não havia eleitos – o reino dos céus era uma conquista comum a todos aqueles que cultivassem o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo. Essa convicção é que levou Paulo da Tarso a afirmar aos cristãos da igreja da Galácia: Deus não faz acepção de pessoas.

Do livro: OS PRAZERES DA ALMA - uma reflexão sobre os potenciais humanos      
FRANCISCO DO ESPIRITO SANTO NETO/ESPÍRITO HAMMED

Auto-aceitação

AYLTON PAIVA paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo (Brasil)



O nosso aprimoramento, de espíritos eternos, no longo processo da evolução espiritual, precisa contar com a nossa auto-aceitação, através do possível conhecimento que tenhamos de nós mesmos. Não é fácil.

A religião procura nos ajudar, as ciências do comportamento trazem, hoje, suas importantes contribuições. Para podermos nos ajudar, precisamos, cada vez mais, conhecer e, sobretudo, aceitar-nos.

Essa compreensão é tão necessária que Allan Kardec indagou aos Mentores Espirituais:

- Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e resistir à atração do mal?

- Um sábio da antiguidade vo-lo disse: "Conhece-te a ti mesmo". (Questão nº 919 de O Livro dos Espíritos.)

Sob o ponto de vista religioso, Kardec debruça-se sobre o Evangelho de Mateus e nos lembra: "Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Porque, se somente amardes os que vos amam, que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? - Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? - Sede, pois, vós outros perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial". (Mateus, cap. V.vv.44, 46 a 48.)

A seguir ele analisa o comportamento do homem de bem e comenta: "Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera." (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 3, parágrafos 12 e 13.)

Em nosso aprimoramento existe a necessidade da auto-aceitação, pela qual possamos reconhecer as nossas possibilidades e limitações e, sobretudo, não sermos dependentes absolutos da aceitação ou desaprovação dos outros.
Precisamos ter a vontade de ver, de entender, de saber e sermos conscientes, cada vez mais, de nós mesmos.

Quando percebemos o que pensamos, sentimos e somos, teremos condições de mudanças no aprimoramento da nossa personalidade ou espírito.

Se nos olharmos em um espelho, poderemos observar certas partes do nosso corpo de que nós não gostamos, sob o ponto de vista estético, e teremos o impulso de não olhar mais para aquela parte, por exemplo: sejam os olhos, a boca ou o nariz.

No entanto, temos que aceitar aquelas partes, quando não haja recurso financeiro ou condições técnicas para a cirurgia plástica.

Há pessoas que sentem e dizem: - "Ah, eu não gosto de ver tal parte do meu corpo". Consideremos que gostar é diferente de aceitar. A pessoa pode não gostar, mas ela precisa aceitar aquela parte do seu corpo para psicologicamente estar bem.

Precisamos aceitar o que somos para podermos melhorar e chegarmos àquilo que queremos ser.

Desta maneira, aproveitemos alguns minutos para "visualizar" um sentimento ou uma emoção que não conseguimos enfrentar com facilidade: dor, medo, insegurança, tristeza, humilhação, inveja, raiva. Depois de focalizar este estado mental ou emocional, procuremos senti-lo sem oferecer resistência, aceitando-o como ele é.

Exemplifiquemos com uma situação em que deveremos falar a um público e temos medo de falar a um grupo de pessoas.

Deveremos aceitar o medo. Saber que esse medo é natural para a maioria das pessoas. Procuremos controlar a situação. Após a aceitação do medo e das reações que ele provoca: aumento do batimento cardíaco, respiração mais rápida, pode haver até aumento de transpiração, desenvolver procedimentos que nos ajudem a enfrentar a situação e não fugirmos dela. Inspirar e expirar profundamente, aceitar a alteração orgânica como natural, pensarmos que é um estado mental e emocional passageiro, enfrentarmos a situação desconfortante e falarmos o que tem que ser dito.

Com o passar do tempo assumiremos o controle orgânico e as idéias fluirão com mais facilidade. Finalmente sentiremos grande alívio e bem-estar por termos exercitado a auto-aceitação, enfrentado o medo e nesse estado intelectual e emocional de auto-aceitação termos vencido o problema.

Essa técnica de auto-aceitação preconizada por muitos psicólogos vem nos ajudar no processo psicológico e espiritual do auto-aprimoramento, se pudermos aplicá-la sempre que tivermos desafios pela frente.

Ao lado do "conhece-te a ti mesmo ", usemos, também, o "aceita-te a ti mesmo".

Prece de Aceitação - Chico

Se eu pudesse, Jesus,
Queria estar contigo
Para ser a esperança realizada
De quem vai pelo mundo, estrada a estrada,
Entre a necessidade e o desabrigo...

Desejava seguir-te, humildemente,
Sem méritos embora,
Para erguer-me em consolo de quem chora
Mostrando o coração enfermo e descontente.

Queria acompanhar-te nos recintos,
Onde a dor leciona e aperfeiçoa
A fim de ser conforto junto dela
E, manejando a frase terna e boa
Afirmar como a vida é grande e bela!...

Se pudesse, Senhor,
conversaria com todas as crianças
Para dizer que não te cansas de criar alegria...
E seria feliz ao converter-me em modesto recado,
Informando, Jesus, a todos os velhinhos
Que nunca estão sozinhos, porque segues
conosco, lado a lado...

Se dispusesse de recursos, queria ser a vela
pequenina, acesa no clarão do sol que levas,
de modo a socorrer aos que jazem nas trevas,
Fugindo sem razão, da bondade Divina...

Entretanto, Senhor, sei das deficiências
que carrego... Venho a ti como estou,
por isto mesmo rogo:
Não me deixes a sós por onde vou...
Se não posso, Jesus, ser bondade, socorro,
paz e luz,Toma-me o coração e,
perdoando a minha imperfeição,
Esquece tudo o que meu sonho almeja e
ensina-me Senhor,
Com o teu imenso amor, o que queres que eu seja.

Chico Xavier

A arte da aceitação - Hammed

A arte da aceitação

O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre…
… contentar-se com sua posição sem invejar a dos Outros, de atenuar a impressão moral dos reveses
e das decepções que experimenta; ele haure nisso uma calma e uma resignação…(Capítulo 5, item 13.)

Aceitar nossa realidade tal qual é representa um ato benéfico em nossa vida. Aceitação traz paz e lucidez mental, o que nos permite visualizar o ponto principal da partida e realizar satisfatoriamente nossa transformação interior.
Só conseguimos modificar aquilo que admitimos e que vemos claramente em nós mesmos, isto é, se nos imaginarmos outra pessoa, vivendo em outro ambiente, não teremos um bom contato com o presente e, conseqüentemente, não depararemos com a realidade.
A propósito, muitos de nós fantasiamos o que podería­mos ser, não convivendo, porém, com nossa pessoa real. Desgas­tamos dessa forma uma enorme energia, por carregarmos constantemente uma série de máscaras como se fossem utilitários permanentes.
A atitude de aceitação é quase sempre característica dos adultos serenos, firmes e equilibrados, à qual se soma o estímulo que possuem de senso de justiça, pois enxergam a vida através do prisma da eternidade. Esses indivíduos retêm um considerável coeficiente evolutivo, do qual se deduz que já possuem um potencial de aceitação, porqüanto aprenderam a respeitar os me­canismos da vida, acumulando pacificamente as experiências necessárias a seu amadurecimento e desenvolvimento espiritual.
Quando não enfrentamos os fatos existenciais com plena aceitação, criamos quase sempre uma estrutura mental de defesa. Somos levados a reagir com atitudes de negação, que são em verdade molas que abrandam os golpes contra nossa alma. São consideradas fenômeno psicológico de reação natural e instin­tiva às dores, conflitos, mudanças, perdas e deserções e que, por algum tempo, nos alivia dos abalos da vida, até que possamos reunir mais forças, para enfrentá-los e aceitá-los verdadeiramente no futuro.
Não negamos por ser turrões ou teimosos, como pensam alguns; não estamos nem mesmo mentindo a nós próprios. Aliás, negar não é mentir, mas não se permitir tomar consciência da realidade.
Talvez esse mecanismo de defesa nos sirva durante algum tempo; depois passa a nos impedir o crescimento e a nos danificar profundamente os anseios de elevação e progresso.
Auto-aceitação é aceitar o que somos e como somos. Não a confundamos como uma rendição conformada, e que nada mais importa. De fato, acontece que, ao aceitar-nos, inicia-se o fim da nossa rivalidade com nós mesmos. A partir disso, ficamos do lado da nossa realidade em vez de combatê-la.
Diz o texto: O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terres­tre. Aceitação é bem uma maneira nova de encarar as circunstâncias da vida, para que a força do progresso encontre espaços e não mais limites na alma até então restrita, pois a vida terrestre nada mais é do que o relacionar-se consigo mesmo e com os outros no contexto social em que se vive.
Aceitar-se é ouvir calmamente as sugestões do mundo, prestando atenção nos donos da verdade e admitindo o modo de ser dos outros, mas permanecer respeitando a nós mesmos, sendo o que realmente somos e fazendo o que achamos adequado para nós próprios.
Em vista disso, concluímos que aceitação não é adaptar-se a um modo conformista e triste de como tudo vem acontecendo, nem suportar e permitir qualquer tipo de desrespeito ou abuso à nossa pessoa; antes, é ter a habilidade necessária para admitir rea­lidades, avaliar acontecimentos e promover mudanças, solucio­nando assim os conflitos existenciais. E sempre caminhar com autonomia para poder atingir os objetivos pretendidos.

(Francisco do Espírito Santo Neto por Hammed. In: Renovando Atitudes)
(texto recebido de Helena)

Aceitação


A aceitação consiste na adoção do conformismo, principalmente perante as situações desagradáveis, numa passividade sofrida e frustrante?
 

Aceita a vida que Deus te deu.

Aceite-te como és.

Aceita teus familiares.

Aceita teus conflitos.

Aceita tuas decepções.

Aceita tua parentela.

Aceita tuas dificuldades financeiras.

Aceita tuas desilusões.

Aceita as ingratidões contra ti.

Aceita tudo e todos. [1]


Essas palavras iniciais do Espírito Hammed podem nos suscitar as seguintes indagações: Temos mesmo de concordar com tudo isso? Aceitar significa se conformar com algumas dessas situações, numa passividade sofrida e frustrante?.

Para o desenvolvimento do assunto, entendamos o que significa a palavra aceitar: “Receber (o que é dado ou oferecido). Concordar com, conformar-se com. Admitir, reconhecer.” [2]

Como nos dispormos a receber algo que não desejamos? Como concordar com circunstâncias que não compreendemos?

De início, vejamos o que a Doutrina Espírita tem a nos ensinar. O capítulo V, de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, intitulado “Bem-aventurados os aflitos”, traz a interpretação espírita para estas palavras de Jesus.

Ao desenvolver o assunto, Allan Kardec explica que as vicissitudes da vida são de duas espécies. Umas têm causa em vivências anteriores e outras têm origem na presente existência. E, se aquele que sofre, atentasse para seu comportamento, perceberia que, em grande número de situações, foi o seu orgulho, sua imprevidência e ambição, ou ainda mesmo seus ilimitados desejos, que o colocaram na presente condição. Assim, o homem evitará suas dificuldades “quando trabalhar para seu aprimoramento moral, tanto quanto para o seu aprimoramento intelectual” [3], pois os sofrimentos que o afligem são, além das consequências de suas opções, a advertência de que errou.

Mas Kardec também aborda os problemas que têm origem em vivências anteriores: eles podem referir-se a provas que o próprio indivíduo escolheu, antes de assumir a presente existência, para que sua evolução acontecesse de maneira mais rápida e efetiva.

E, assim, o Espírito Hammed prossegue com suas considerações sobre a aceitação:

Aceita atos e atitudes e fazes o melhor que puderes.
Aceitar não quer dizer aplaudir e fazer o mesmo, mas compreender que cada um de nós tem e faz o que pode, que cada indivíduo está num determinado grau de evolução. Portanto, aceita o próximo como ele é.
Tu, porém, aceita, mas trabalha em favor do teu adiantamento espiritual e autoconhecimento, a assim serás mais feliz, livre de amargores e sentimentos que te aprisionam a vida interior.
(...) Portanto, aceita-te como és, aceita teu próximo e faze sempre o teu melhor.
Com isso, alcançarás vitória sobre teus conflitos existenciais e encontrarás o devido valor para todas as coisas da vida. [1]

****

Ainda no mesmo capítulo de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, podemos encontrar:

O homem pode abrandar ou aumentar a amargura de suas provas pela maneira que encara a vida terrestre. [4]

Analisar a vida pelo prisma espiritual – procurando compreender o que a Sabedoria Divina designou para cada um de nós – tende a nos fortalecer e a nos proporcionar a devida serenidade perante a dor e o sofrimento.

Uma das emoções que mais derrubam o ânimo de uma pessoa – minando com seu espírito empreendedor e de superação de percalços – é a autocomiseração, ou seja,quando ela sente pena ou dó de si mesma, tornando-se uma criatura amarga, ressentida, frustrada, rebelde...

A infelicidade que passa a sentir, então, é decorrente da visão negativa que alimenta em relação às circunstâncias e às pessoas, superdimensionando tudo aquilo que a aborrece. Mas, ao deixar de alimentar a crença de que viver é difícil – elevando, com isso, a qualidade de seus sentimentos e pensamentos –, passa a compreender que não é a vida que é tão problemática como supõe, mas são as suas atitudes perante a própria existência que a transformam em algo complicado. Com essa mudança de percepção, sua amargura diminui consideravelmente, em razão de, entre outras coisas, deixar de idealizar fatos e pessoas.

No entanto, inúmeros são os aspectos de nosso cotidiano que julgamos estarem além da nossa capacidade de aceitação ou de adequada solução, e pelos quais reclamamos, brigamos e dos quais nos queixamos. Mas quando avaliamos, com a devida acuidade, todo esse dispêndio de energia e frustração, o resultado é quase sempre o mesmo: muitas das coisas que nos importunam continuam as mesmas, não importando o quanto nos enfureçamos em relação a elas.

Embora preferíssemos que algumas coisas fossem diferentes – e não há como negar essa preferência –, necessitamos admitir e reconhecer (e isso é sinônimo de aceitar) que há aspectos em nossa vida que não temos como modificar completamente! E é neste momento que receber, mas com serenidade e sabedoria, o que nos é ofertado pelas situações e pessoas (e isso também significa aceitar), que nos possibilitará a indispensável maturidade em nossas ações e reações.

Das considerações do Espírito Hammed, podemos concluir que aceitar não significa tornar-se apático perante as situações que consideramos desagradáveis ou ser conivente, por exemplo, com o desrespeito à nossa pessoa. A adequada atitude de aceitação implica uma criteriosa e imparcial análise da realidade e a consequente adoção de medidas que tragam não a mera satisfação de caprichos e desejos, mas um legítimo bem-estar.

A vida é feita de ajustes, e todos nós temos o dever de melhorar a própria qualidade de vida. Contudo, tomar atitudes apropriadas e positivas é completamente diferente de sentir-se irritado e frustrado diante de situações que não correspondem exatamente às nossas expectativas.

Muitas de nossas aspirações se concretizam apenas gradativamente, na época e no momento adequados. Fundamental, então, alimentarmos a crença de que a Sabedoria Divina sempre nos reserva algo de bom. Com isso, aceitar também consiste na sustentação de uma paciente espera, principalmente quando o nosso querer igualmente leva em consideração o bem-estar alheio.

Quando deixamos um espaço em nosso coração para a aceitação dos erros humanos – tanto os nossos com os alheios –, mais facilmente conseguimos admitir e reconhecer que os contratempos da vida são situações que nos competem aprender a superar e a melhorar, ou simplesmente acatar, não carecendo de maiores desgastes de nossa parte.

Conforme pudemos anotar, Hammed enfatiza: “Aceita tudo e todos”.  E por quê? Acreditamos que a resposta pode se encontrar nas seguintes palavras:

Aceitação é a prática da humildade (ou seja, o reconhecimento de que ainda temos muito o que aprender e crescer). Cumpre-nos amar ao Criador e aceitar sua criação, tal como se apresenta. Toda a grandeza do Universo, embora não a compreendamos integralmente ainda, toda a diversificação da Criação, nos diversos reinos da Natureza, estão contidas na aceitação. Nela incluímos nós mesmos, como somos; nela respeitaremos sempre nosso semelhante, qualquer que seja sua condição evolutiva, sua posição na sociedade, sua crença, sua cor, sua raça, seu sexo, sua idade.  [5]



107
RENOVEMO-NOS DIA A DIA

"...Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita a vontade de Deus." – Paulo. Romanos (12:2)

Não adianta a transformação aparente da nossa personalidade na feição exterior.
Mais títulos, mais recursos financeiros, mais possibilidades de conforto e maiores considerações sociais podem ser simples agravo de responsabilidade.
Renovemo-nos por dentro.
É preciso avançar no conhecimento superior, ainda mesmo que a marcha nos custe suor e lágrimas.
Aceitar os problemas do mundo e superá-los, à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento.
Dor e sacrifício, aflição e amargura, são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.
Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente, quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres.
Renovemos nossa alma, dia a dia, estudando as lições dos vanguardeiros do progresso e vivendo a nossa existência sob a inspiração do serviço incessante.
Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada, onde estivermos, mas não nos esqueçamos de que somente pela execução de nossos deveres, na concretização do bem, alcançaremos a compreensão da vida, e, com ela, o conhecimento da "perfeita vontade de Deus", a nosso respeito. [6]



Silvia Helena Visnadi Pessenda
sivipessenda@uol.com.br

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] HAMMED (espírito); SANTO NETO, Francisco do Espírito (psicografado por). Um modo de entender: uma nova forma de viver. 2. ed. Catanduva, SP: Boa Nova Editora, 2004. Cap. 24. p. 91-92.

[2] MICHAELIS: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998.

[3] KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. 195. ed. Araras, SP: IDE, 1996. Cap. V. Item 4. p. 72.

[4] Idem. Item 13. p. 78.

[5] SOUZA, Juvanir Borges de. Tempo de transição. 2. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1990. Cap. 31. p. 265

[6] EMMANUEL (espírito); XAVIER, Francisco Cândido (psicografado por). Fonte viva. 12. ed.  Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. Cap. 107.


HAMMED (espírito); SANTO NETO, Francisco do Espírito (psicografado por). Renovando Atitudes. 2. ed. Catanduva, SP: Boa Nova Editora, 1997. Capítulo “A arte da aceitação”.

Literatura não-espírita

CARLSON, Richard. Não faça tempestade em copo d’água com a família: maneiras simples de evitar que as responsabilidades diárias e o caos doméstico tomem conta de sua vida. Tradução de Joana Mosela. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

Aceitação - Richard Simonetti


Perguntavam a Chico como conseguia conservar a tranquilidade ante tantas solicitações de multidões ávidas de consolo e conforto que o procuravam.
O médium respondia com uma única palavra: Aceitação.
Se bem analisarmos, verificaremos que muitas de nossas perturbações, quando nos deixamos dominar pela inquietação ou pela irritação, nascem de reações negativas, ante variadas situações que se sucedem no dia-a-dia:
– O trânsito lento.
– A agressividade do familiar.
– A sobrecarga no serviço.
– As críticas do companheiro.
– O problema inesperado.
Em situações mais graves, a não aceitação gera sérios problemas, passíveis de nos desajustarem.
– A morte de um ente querido.
– A doença grave.
– O prejuízo financeiro.
– A deserção de um amigo.
– A traição de um afeto.

Chico nos oferece a chave mágica para não nos perturbarmos: aceitar.

Eu diria, leitor amigo, que 90% de nossos sofrimentos, tensões e angústias, ante os desafios da existência, desde os simples contratempos às cobranças cármicas, sustentam-se em reações negativas, quando nos irritamos ou nos rebelamos.

Toneladas de tranquilizantes e analgésicos são consumidas diariamente por pessoas inquietas, irritadas, com situações que fogem ao seu controle.

Crimes, agressões, desentendimentos, afligem multidões atormentadas porque não aceitaram algo que as aborreceu ou prejudicou.

Há o problema do suicídio, que envolve, invariavelmente, alguém que tentou fugir de um problema, de uma dificuldade, de um sofrimento...

***

A cruz simboliza, tradicionalmente, a carga das atribulações que devemos carregar na jornada humana.

No Espiritismo aprendemos que ela representa, acima de tudo, as situações cármicas em que resgatamos nossos débitos do pretérito e nos reajustamos diante das Leis Divinas.

Considerando que jamais Deus nos imporia um peso superior às nossas forças, é óbvio que a transportadora celeste jamais comete equívocos na entrega dos madeiros.

Nossa cruz é exatamente aquela que nos foi destinada.

Ocorre que sentimentos negativos, como revolta, irritação, desespero, inconformação, funcionam como sobrecarga indevida, pesos que subtraem méritos e acrescentam deméritos que complicam a jornada.

Ao cultivar a aceitação, livraremo-nos desses indesejáveis adicionais, e a cruz nos parecerá bem leve.

***

Considere, entretanto, leitor amigo, duas nuances importantes no ato de aceitar.

A primeira é a aceitação passiva de quem simplesmente se dispõe a carregar a sua cruz sem murmúrios e queixas.

A segunda é a aceitação ativa de quem faz dela um arado para fertilizar o solo dos corações, com exemplos de dedicação ao bem, conservando a disposição de servir.

Na primeira acertamos nossas contas com o passado.

Na segunda investimos para o futuro.

Exatamente como fazia Chico.

Aceitava de forma positiva os percalços de sua condição de missionário sem contas do passado, para investir em favor do futuro de todos aqueles que têm a felicidade de conhecer os livros que psicografou e mirar-se em seus exemplos de dedicação ao bem.
Maio de 2009 - Edição número 417

Aceitação - Emmanuel

Aceitação construtiva será sempre talvez mais da metade dos ingredientes de solução a qualquer dos problemas que, por ventura, te afligem...

E dizemos "construtiva" porque não se trata de calma inoperante, mas sim de paciência, capaz de improvisar o bem e criando condições para que o bem se faça cada vez mais amplo para quantos nos partilham a vida.

Reflitas nisso e não recuses as dificuldades e provas que não possas afastar ou remediar.

* * *

Antes de recolher-nos ao berço terrestre, na Vida Maior, escolhemos ou somos induzidos a escolher o tipo de experiências das quais temos necessidade para nos melhorarmos ou nos promovermos a planos mais elevados.

Diante disso, busca os recursos precisos à harmonização de tudo o que te interessa à paz e ao bom ânimo para o desempenho das tarefas que a vida te atribui, mas não te proponhas a destruir os meios de que careces para que sintas mais eficiente na construção geral.

* * *

Se trazes algum órgão doente, procura recursos para tratá-lo convenientemente, como se torna indispensável, mas se a moléstia é irreversível, admite-a com paciência, nos domínios do próprio corpo, consciente de que ela terá função específica na preservação de tua paz.

* * *

Tenta recuperar determinados bens que perdeste, em virtude da invigilância de amigos nos quais confiaste; no entanto, se teus devedores estão insolvíveis, esquece os prejuízos sofridos e segue para adiante.

* * *

Protege o próprio lar contra a perturbação e a desarmonia, mas se a tua ação não surte efeito, aceita a casa em que vives por tua escola de regeneração e amor.

* * *

Educa o parente difícil como puderes, entretanto, se esse mesmo familiar prossegue difícl, abraça-o tal qual é, para que aprendas tolerância e humildade.

* * *

Rebeldia complica os melhores planos da vida.
Revolta é atraso lastimável em qualquer organização.

* * *

Acolhe as tuas dificuldades quando não consigas extingui-las, sanando-as, pouco a pouco, sob o esforço de tua energia serena.

Não fujas à luta que a vida te propõe, na intimidade de ti mesmo e, atendendo ao trabalho do dia-a-dia, a fim de superá-la, conserva a certeza de que é pelas tuas próprias prestações de serviço ao bem comum que a bênção da vitória te marcará.

EMMANUEL
(Do livro "Inspiração", 23, FCXavier, GEEM)

Aceitação

Quando precisamos aceitar uma circunstância que não foi planejada, o primeiro impulso que temos é o de ser resistente à nova situação.

É difícil aceitar as perdas materiais ou afetivas, a dificuldade financeira, a doença, a humilhação, as traições.

A nossa tendência natural é resistir e combater tudo o que nos contraria e que nos gera sofrimento.

Agindo assim, estaremos prolongando a situação. Resistir nos mantém presos ao problema, muitas vezes perpetuando-o e tornando tudo mais complicado e pesado.

Em outras ocasiões, nossa reação é a de negação do problema e, por vezes, nos entregamos a desequilíbrios emocionais como revolta, tristeza, culpa e indignação.

Todas essas reações são destrutivas e desagregadoras.

Quando não aceitamos, nos tornamos amargos e insatisfeitos. Esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades e nos impedem de enxergar as soluções.

Pode parecer que quando nos resignamos diante de uma situação difícil, estamos desistindo de lutar e sendo fracos.

Mas não. Apenas significa que entendemos que a existência terrestre tem uma finalidade e que a vida é regida pela lei de ação e reação; que a luta deve ser encarada com serenidade e fé.

Na verdade, se tivermos a verdadeira intenção de enfrentar com equilíbrio e sensatez as grandes mudanças que a vida nos apresenta, devemos começar admitindo a nova situação.

A aceitação é um ato de força interior que desconhecemos. Ela vem acompanhada de sabedoria e humildade, e nos impulsiona para a luta.

É detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar.

Existem inúmeras situações na vida que não estão sob o nosso controle. Resta-nos então acatá-las.

É fundamental entender que esse posicionamento não significa desistir, mas sim manter-se lúcido e otimista no momento necessário.

No instante em que aceitamos, apaga-se a ilusão de situações que foram criadas por nós mesmos e as soluções surgem naturalmente.

Aceitar é exercitar a fé. É expandir a consciência para encontrar respostas, soluções e alívio. É manter uma atitude saudável diante da vida.

Énos entregarmos confiantes ao que a vida tem a nos oferecer.

*   *   *

Estamos nesta vida pela misericórdia de Deus, que nos concedeu nova oportunidade de renascimento no corpo físico.

Os sentimentos de amargura, desespero e revolta, que permeiam nossa existência, são frutos das próprias dificuldades em lidar com os problemas.

Lembremos que todas as dores são transitórias.

Quando elas nos alcançarem, as aceitemos com serenidade e resignação. Olhemos para elas como mecanismos da Lei Universal que o Pai utiliza para que possamos crescer em direção a Ele.

Busquemos, desse modo, as fontes profundas do amor a que se reporta Jesus que o viveu, e o amor nos dirá como nos devemos comportar perante a vida, no crescimento e avanço para Deus.

 Redação do Momento Espírita, com base
no texto Aceitação, de autoria desconhecida e com parágrafo final do
cap. 20, do livro Terapêutica de emergência, por diversos Espíritos,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 9.10.2012.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Repressão

Repressão – retirada de idéias, afetos ou desejos perturbadores da consciência, pressionando-os para o inconsciente.

Nota: Este é o principal mecanismo usado em todas as religiões, inclusive no meio espírita. Toda vez que descubro que alguma coisa é “errada” em mim e não sei como lidar, a tendência natural é reprimir. Contenho aquela tendência dentro de mim, procuro pensar em outra coisa, me exijo ser bom e ter retos pensamentos. Tirar uma tendência do foco, não é ter resolvido. É muito comum a repressão nos deixar polidos no meio social, mas não sustentarmos muitas vezes esse comportamento em casa. Normalmente o que reprimimos surge no sonhos, de formas inesperadas através de nossos lapsos na fala (ato falho) ou em comportamentos que não controlamos. Muitas repressões também escoam no nosso corpo gerando somatizações.

Reprimir não é errado, mas ineficiente como agente de transformação. Ele é um auxiliar importante para vivermos socialmente, mas não para crescermos interiormente.

Lidando com a defesa: Procure conhecer mais sobre seus sentimentos,  suas emoções, tendências, características e imperfeições. Busque mais, entender que criticar ou julgar, busque as origens destas características, informe-se. Tudo o que desconhecemos, tememos.

Eduque o que não está de acordo com o que escolhe vivenciar ou viver, mas não reprima simplesmente, pois você só dará mais força a esse aspecto do seu ser.

domingo, 15 de novembro de 2015

Autoperdão

Autoperdão


"Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo..."

"...porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve, como quereis que Deus esqueça que, cada dia, tendes maior necessidade de indulgência?..."

(O Evangelho segundo o Espiritismo - Cap. X, Item 15)


Nossas reações perante a vida não acontecem em função apenas dos estímulos ou dos acontecimentos exteriores, mas também e sobretudo de como percebemos e julgamos interiormente esses mesmos estímulos e acontecimentos. Em verdade, captamos a realidade dos fatos com nossas mais íntimas percepções, desencadeando, conseqüentemente, peculiares emoções, que serão as bases de nossas condutas e reações comportamentais no futuro.

Portanto, nossa forma de avaliar e de reagir e, as atitudes que tomamos em relação aos outros,conceituando-os como bons ou maus, é determinada por um sistema de autocensura que se encontra estruturado em nossos "níveis de consciência" mais profundos.

Toda e qualquer postura que assumimos na vida se prende à maneira de como olhamos o mundo fora e dentro de nós, a qual pode nos levar a uma sensação íntima de realização ou de frustração, de contentamento ou de culpa, de perdão ou de punição, de acordo com o código moral" modelado na intimidade de nosso psiquismo.

Este "julgador interno" foi formado sobre as bases de conceitos que acumulamos nos tempos passados das vidas incontáveis, também com os pais atuais, com os ensinamentos de professores, com líderes religiosos, com o médico da família, com as autoridades políticas de expressão, com a sociedade enfim.

Também, de forma sutil e quase inconsciente, no contato com informações, ordens, histórias, superstições, preconceitos e tradições assimilados dos adultos com quem convivemos em longos períodos de nossa vida. Portanto, ele, o julgador interno, nem sempre condiz com a realidade perfeita das coisas.

Essa "consciência crítica", que julga e cataloga nossos feitos, auto-censurando ou auto-aprovando, influencia a criatura a agir do mesmo modo que os adultos agiram sobre ela quando criança, punindo-a, quando não se comportava da maneira como aprendeu a ser justa e correta; ou dando toda uma sensação de aprovação e reconforto, quando ela agia dentro das propostas que assimilou como sendo certas e decentes.

A gênese do não perdão a si mesmo está baseado no tipo de informação ou mensagem que acumulamos através de diversas fases de evolução de nossa existência de almas imortais.

Podemos experimentar culpa e condenação, perdão e liberdade de acordo com os nossos valores, crenças, normas e regras, vigentes, podendo variar de indivíduo para indivíduo, conforme seu país, sexo, raça, classe social, formação familiar e fé religiosa. Entendemos assim que, para atingir o autoperdão, é necessário que reexaminemos nossas convicções profundas sobre a natureza do nosso próprio ser, estudando as leis da Vida Superior, bem como as raízes da educação que recebemos na infância, nesta existência.

Uma das grandes fontes de auto-agressão vem da busca apressada de perfeição absoluta, como se todos devêssemos ser deuses ou deusas de um momento para o outro. Aliás, a exigência de perfeição é considerada a pior inimiga da criação, pois a leva a uma constante hostilidade contra si mesma, exigindo-lhes capacidades e habilidades que ela ainda não possui.

Se padrões muito severo de censura foram estabelecidos por pais perfeccionistas à criança, ou se lhe foi imposto um senso de justiça implacável, entre regulamentos disciplinadores e rígidos, provavelmente ela se tornará um adulto inflexível e irredutível para com os outros e para consigo mesmo.

Quando sempre esperamos perfeição em tudo e confrontamos o lado "inadequado" de nossa natureza humana, nos sentiremos fatalmente diminuídos e envolvidos por uma aura de fracasso.Não tomar consciência de nossas limitações é como se admitíssemos que os outros e nós mesmos devêssemos ser oniscientes e todo-poderosos. Afirmam as pessoas: "Recrimino-me por ter sido tão ingênuo naquela situação..."; "Tenho raiva de mim mesmo por ter aceitado tão facilmente aquelas mentiras..."; "Deveria ter previsto estes problemas atuais"; "Não consigo perdoar-me, pois pensei que ele mudaria...". São maneiras de expressarmos nossa culpa e o não-perdão a nós mesmos – exigências desmedidas atribuídas às pessoas perfeccionistas.

A desestima a nós próprios nasce quando não nos aceitamos como somos. Somente auto-aceitação nos leva a sentir plena segurança ante os fatos e ocorrências do cotidiano, ainda que os indivíduos ao nosso redor não entendam nossas melhores intenções.

O perdão concede a paz de espírito, mas essa concessão nos escapará da alma se estivermos presos ao desejo de dirigir os passos de alguém, não respeitando o seu propósito de viver.

Devemos compreender que cada um de nós cumprindo um destino só seu, e que as atividades e modos das outras pessoas ajustam-se somente a elas mesmas. Estabelecer padrões de comportamento e modelos idealizados para os nossos semelhantes é puro desrespeito e imcompreensão ante o mecanismo da evolução espiritual. Admitir e aceitar os outros como eles são nos permite que eles nos admitam e nos aceitem como somos.

Perdoar-nos resulta no amor a nós mesmos – o pré-requisito para alcançarmos a plenitude do "bem-viver".

Perdoar-nos é não importar-nos com o que fomos, pois a renovação está no instante presente; o que importa é como somos hoje e qual é a nossa determinação de buscar nosso progresso espiritual.

Perdoar-nos é conviver com a mais nítida realidade, não se distraindo com ilusões de que os outros e nós mesmos "deveríamos ser" algo que imaginamos ou fantasiamos.

Perdoar-nos é compreender que os que nos cercam são reflexos de nós mesmos, criações nossas que materializamos com pensamentos e convicções íntimas.

O texto em estudo – "Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo" – quer dizer: enquanto não nos libertarmos da necessidade de castigar e punir o próximo, não estaremos recebendo a dádiva da compreensão para o autoperdão.

Adaptando o excerto do apóstolo Paulo às nossas vidas, perguntamo-nos:"...porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve...", como haveremos de criar oportunidades novas para que o "Divino Processo da Vida" nos fecunde a alma com a plenitude do Amor e, assim, possamos perdoar-nos?

Hammed


Livro: Renovando Atitudes
Editora: Boa Nova
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto

Aprendendo a Perdoar

Aprendendo a Perdoar


"Se perdoardes aos homens as faltas que eles fazem contra vós, vosso Pai celestial vos perdoará também vossos pecados, mas se não perdoardes aos homens quando eles vos ofendem, vosso Pai, também, não vos perdoará os pecados."

(O Evangelho segundo o Espiritismo - Cap. X, Item 2)


Nosso conceito de perdão tanto pode facilitar quanto limitar nossa capacidade de perdoar. Por possuirmos crenças negativas de que perdoar é "ser apático" com os erros alheios, ou mesmo, é aceitar de forma passiva tudo o que os outros nos fazem, é que supomos estar perdoando quando aceitamos agressões, abusos, manipulações e desrespeito aos nossos direitos e limites pessoais, como se nada tivesse acontecendo.

Perdoar não é apoiar comportamentos que nos tragam dores físicas ou morais, não é fingir que tudo corre muito bem quando sabemos que tudo em nossa volta está em ruínas. Perdoar não é "ser conivente" com as condutas inadequadas de parentes e amigos, mas ter compaixão, ou seja, entendimento maior através do amor incondicional. Portanto, é um "modo de viver".

O ser humano, muitas vezes, confunde o "ato de perdoar" com negação dos próprios sentimentos, emoções e anseios, reprimindo mágoas e usando supostamente o "perdão" como desculpa para fugir de realidade que, se assumida, poderia como conseqüência alterar toda uma vida de relacionamento.

Uma das ferramentas básicas para alcançarmos o perdão real é manter-nos a uma certa "distancia psíquica" da pessoa-problema, ou das discussões, bem como dos diálogos mentais que giram de modo constante no nosso psiquismo, porque estamos engajados emocionalmente nesses envolvimentos neuróticos.

Ao desprendermo-nos mentalmente, passamos a usar de modo construtivo os poderes do nosso pensamento, evitando os "deveria ter falado ou agido" e eliminando de nossa produção imaginativa os acontecimentos infelizes e destrutivos que ocorreram conosco.

Em muitas ocasiões, elaboramos interpretações exageradas de suscetibilidade e caímos em impulsos estranhos e desequilibrados, que causam em nossa energia mental uma sobrecarga, fazendo com que o cansaço tome conta do cérebro. A exaustão intima é profunda.

A mente recheada de idéias desconexas dificulta o perdão, e somente desligando-nos da agressão ou do desrespeito ocorrido é que o pensamento sintoniza com as faixas da clareza e da nitidez, no processo denominado "renovação da atmosfera mental".

É fator imprescindível, ao "separar-nos" emocionalmente de acontecimentos e de criaturas em desequilíbrio, a terapia da prece, como forma de resgatar a harmonização de nosso interior.

A qualidade do pensamento determina a "ideação" construtiva ou negativa, isto é, somos arquitetos de verdadeiros "quadros mentais" que circulam sistematicamente em nossa própria órbita áurica. Por nossa capacidade de "gerar imagens" ser fenomenal, é que essas mesmas criações nos fazem ficar presos em "monoidéias". Desejaríamos tanto esquecer, mas somos forçados a lembrar, repetidas vezes, pelo fenômeno "produção/conseqüência".

Desligar-se ou desconectar-se não é um processo que nos torna insensíveis e frios, como criaturas totalmente imperfeitas às ofensas e críticas e que vivem sempre numa atmosfera do tipo "ninguém vai mais me atingir ou machucar". Desligar-se quer dizer deixar de alimentar-se das emoções alheias, desvinculando-se mentalmente dessas relações doentias de hipnoses magnéticas, de alucinações íntimas, de represálias, de desforras de qualquer matriz ou de problemas que não podemos solucionar no momento.

Ao soltar-nos vibracionalmente desses contextos complexos, ao desatar-nos desses fluidos que nos amarram a essas crises e conflitos existenciais, poderemos ter grande chance de enxergar novas formas de resolver dificuldades com uma visão mais generalizada das coisas e de encontrar, cada vez mais, instrumentos adequados para desenvolvermos a nobre tarefa de nos compreender e de compreender os outros.

Quando acreditamos que cada ser humano é capaz de resolver seus dramas e é responsável pelos seus feitos na vida, aceitamos fazer esse "distanciamento" mais facilmente, permitindo que ele se comporte como queira, dando-nos também essa mesma liberdade.

Viver impondo certa "distância psicológica" às pessoas e às coisas problemáticas, seja entes queridos difíceis, seja companheiros complicados, não significa que deixaremos de importar com eles, ou de amá-los ou de perdoar-lhes, mas sim que viveremos sem enlouquecer pela ânsia de tudo compreender, padecer, suportar e admitir.

Além do que, desligamento nos motiva ao perdão com maior facilidade, pelo grau de libertação mental, que nos induz viver sintonizados em nossa própria vida e na plena afirmação positiva de que "tudo deverá tomar o curso certo, se minha mente estiver em serenidade".

Compreendendo por fim que, ao promovermos "desconexão psicológica", teremos sempre mais habilidade e disponibilidade para perceber o processo que há por trás dos comportamentos agressivos, o que nos permitirá não reagir da maneira como fazíamos, mas olhar "como é que está sendo feito" nosso modo de nos relacionar com os outros. Isso nos leva, conseqüentemente, a começar a entender a "dinâmica do perdão".

Uma das mais eficientes técnicas de perdoar é retomar o vital contato com nós mesmos, desligando-nos de toda e qualquer "intrusão mental", para logo em seguida buscar uma real empatia com as pessoas. Deixamos de ser vitimas de forças fora de nosso controle para transformar-nos em pessoas que criticam sua própria realidade de vida, baseadas não nas criticas e ofensas do mundo, mas na sua percepção da verdade e da vontade própria.

Hammed


Livro: Renovando Atitudes
Editora: Boa Nova
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto

domingo, 8 de novembro de 2015

Roteiro da Autotransformação

http://www.fraternidadeluizsergio.org.br/roteiro.html

Que eu leve...


Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

*   *   *

Francisco de Assis, instrumento da paz do Cristo na Terra, traz em sua conhecida Oração da paz, uma proposta de vida inigualável.

O poeta da Úmbria apresenta a mais bela estratégia de autotransformação, inspirada na verdade cristã.

Ele se coloca como instrumento da paz, isto é, alguém que, com sua modificação moral, modifica o ambiente onde está.

Alguém que deixa fluir a paz de Deus na Terra, que não se coloca como obstáculo da verdade, do amor, do bem, mas como servo humílimo de todos eles.

A paz do Cristo, que é também a paz do Criador, se derrama igualmente para todas as criaturas no mundo, porém, poucos são os que a deixam florir no mundo.

Francesco Bernardone foi um desses que permitiu que a paz do Alto jorrasse em seu coração e, por consequência, em todos os que estiveram ao seu lado.

Pacificador, por excelência, viveu a mensagem de Jesus da outra face e a disseminou com perfeição.

Em sua Oração da paz, transmite essa ideia por diversas vezes, mostrando primeiro o comportamento enfermo e logo em seguida a receita de sua cura permanente.

Porém, o mais importante não está na simples demonstração desses extremos - ódio, amor; ofensa, perdão - mas na sua disposição para levar, ele mesmo, o remédio necessário para a extinção da doença.

Todas as grandes almas que passaram pela face da Terra e modificaram as paragens do globo para melhor, apresentaram esta autoproposta. Foram instrumentos da paz.

*   *   *

Como trazer a proposição de Francisco de Assis para nossas vidas?

Será que em nossa esfera de atuação - na intimidade da alma, na família, na sociedade, não podemos nos tornar também instrumentos da paz?

Talvez não como um Francisco, um Gandhi, uma Madre Teresa, mas um instrumento da paz já podemos ser, certamente.

E por que não como um dos grandes? Tudo é possível para aquele que deseja, que faz acontecer, que se coloca na direção do bem!

Elabore um plano, pense de que forma você pode ser um instrumento da paz ao seu redor!

Sorria, seja gentil, ame, semeie fraternidade onde quer que esteja.

Deixe fluir a paz do Alto em sua existência!

Não permita que a acomodação, a raiva, o desânimo, sejam obstáculos para a sua instalação no planeta.

Mude, pois mudando você, você muda o mundo.

Onde houver trevas, que possamos levar a luz, sempre...



Redação do Momento Espírita.
Disponível no cd Momento Espírita, v. 22, ed. Fep.
Em 5.9.2012.