segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Reforma Íntima - Palestrante: Carlos Alberto

Organizadores da palestra:

Moderador: "Caminheiro" (nick: Moderadeiro) "Médium digitador": "jaja" (nick: Carlos_Alberto)

Oração Inicial:

<lisiani> Fico feliz por estar aqui juntamente com vocês neste 1º dia do ano. Um ano com muitas modificações para todos nós. Agradeço inicialmente ao nosso palestrante. Vamos elevando nossos corações, nossas mentes, deixando neles entrar muito amor, muita paz pedindo a espiritualidade maior, aos mentores do canal que nos oriente sempre em nossa jornada e que essas palestras se repitam todas a sextas do ano de 99 e que delas possamos sempre aprender um pouco. Agradeço ao pai a oportunidade dessa noite, agradeço ao Carlos por estar aqui conosco e esperamos que suas palavras cheguem até nossa alma e façam refletir em nossas vidas. Assim seja!

Considerações iniciais do palestrante:

<Carlos_Alberto> É uma alegria muito grande começarmos o ano com a oportunidade da troca de informações nesta tarefa espírita. Entendo que a reforma íntima é um movimento da alma, onde na medida que vai acumulando conhecimentos e experiências, opta pelas modificações necessárias a sua felicidade. A doutrina espírita nos oferece valiosos recursos para que isto aconteça pois desenvolve em nós a fé raciocinada, alicerce seguro para que caminhemos com firmeza. Não só comecemos o ano estudando, mas façamos do estudo da doutrina uma prática diária, valorizando assim esta luz que veio do alto. Uma amiga costuma dizer que "O Livro dos Espíritos" é o nosso "manual de sobrevivência na Terra", com o que eu concordo plenamente. Nestes tempos de tantas informações, busquemos consolidar nossos conhecimentos nas obras básicas, que além de "O Livro dos Espíritos", são compostas por "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Céu e o Inferno" e "A Gênese". Com o esforço de modificação que certamente advirá destes conhecimentos, estaremos dando grande passo a felicidade que todos nós buscamos. (t)

Perguntas/Respostas:

<Moderadeiro> [01] <Valeryy> Nosso Mestre Jesus muito nos chamou atenção para a reforma intima, e mesmo assim quase 2000 depois o homem não consegue se reformar. Como a espiritualidade maior vê esse problema?
<Carlos_Alberto> Vê com naturalidade. Somos espíritos imperfeitos, encarnados com o objetivo de evoluir. Cada um de nós se encontra em um momento de buscas e realizações. A visão da Espiritualidade maior é bem diferente da nossa, pois eles compreendem as nossas dificuldades muito mais do que podemos imaginar, até porque têm mais clara visão da infinita misericórdia de Deus. Vivemos um momento em que devemos despertar para esta misericórdia. Ou seja, nem sermos indiferentes aos nossos erros nem nos cobrarmos em demasia. É fundamental chamarmos a atenção para a idéia de que a lei de Deus não é punitiva, mas educativa. (t)
<Moderadeiro> [02] <Safiri> Quais os fatores básicos para planejar nossa reforma íntima?
<Carlos_Alberto> Combate aos nossos vícios morais. Não existe "receita de bolo". Mas nos arriscamos a fazer algumas considerações. Os Espíritos não cansam de nos alertar que os principais vícios a serem combatidos são o orgulho e o egoísmo. O Espiritismo está alicerçado na idéia de que "Fora da caridade não há salvação". Se juntarmos a essa idéia o ensinamento maior do Mestre: "Fazei ao próximo o que gostaríeis que fizessem a vós mesmos", com o entendimento da vida futura, estaremos dando grandes passos para combater o orgulho e o egoísmo e, conseqüentemente, processando a nossa reforma íntima neste campo. (t)
<Moderadeiro> [03] <Safiri> Quando estamos trabalhando nossa reforma intima, procurando num primeiro momento limpar nossos pensamentos de maneira a vibrar amor, quais riscos corremos de sermos "atingidos" pelas forcas do plano inferior? Eles conseguem definir que estamos saindo de um plano e dando início a um mais edificante? Como fazer , em caso afirmativo, para não ficarmos vulneráveis a tais ataques, uma vez que isso pode se dar de forma indireta (através de um parente próximo, amigo ou no trabalho - no dia a dia, enfim) ? E como identificar que isso esta acontecendo?
<Carlos_Alberto> A natureza não dá saltos. A modificação de nossos pensamentos é base fundamental para a nossa reforma íntima. Desta forma, é natural que neste processo ora estejamos sintonizados com vibrações positivas, ora sintonizados com vibrações inferiores. Isto é exatamente o processo de reforma íntima. Ou seja, não sairemos de um estágio diretamente para outro. Podemos lembrar Paulo de Tarso, quando nos falava da luta do homem velho com o homem novo. Então, vemos com naturalidade o envolvimento com espíritos inferiores, dentro deste processo. É importante ressaltar que embora exista essa interferência, a reforma íntima nos permite identificar com mais clareza as influências negativas, dando-nos maiores condições de interferir de maneira eficaz. Esta maneira vem através do "Orai e Vigiai". (t)
<Moderadeiro> [04] <Flavyo> Cacs! Grande irmão, muita paz! Como a obsessão pode travar nosso processo de reforma íntima?
<Carlos_Alberto> A nossa visão de obsessão deve ser bastante clara no sentido de que é uma via de mão dupla. Normalmente encaramos a obsessão sob a visão de que há um algoz de um lado e uma vítima do outro, quando, em verdade, os personagens apenas trocam de lugar, vida após vida. É Jesus quem nos ensina a quebrar este elo, quando nos conclama a perdoar infinitamente. O perdão, dessa forma, é instrumento para nossa reforma íntima. Aquele que já perdoou pode sentir o quanto de felicidade que este ato nos traz, incentivando-nos à continuidade desse processo onde, repetimos, os elos da obsessão são rompidos. Resumindo: a obsessão não atrapalha a reforma íntima, pois esta está associada ao nosso livre arbítrio. (t)
<Moderadeiro> [05] <lflavio> Quais as dificuldades de ser persistente na reforma íntima?
<Carlos_Alberto> Muitas dificuldades. A reforma íntima consiste na modificação de muitas ilusões. É uma viagem que fazemos para dentro de nós e, quando isto acontece, passamos a nos conhecer verdadeiramente. Este conhecimento nos revela de maneira surpreendente, pois passamos a perceber quantos vícios possuímos. E podemos afirmar que é um processo bastante doloroso, pois há milênios "brincamos" de nos enganar. Se temos dinheiro, achamos que tudo podemos comprar, se temos o poder, achamos que tudo podemos conquistar; se temos a beleza física, achamos que podemos satisfazer nossos caprichos. No outro extremo, nos achamos profundamente infelizes. Difícil combater essas idéias que estão muito arraigadas em nós. Fundamental é nos aceitarmos como somos, ou seja, espíritos que possuem muitos vícios, mas que têm toda a capacidade de superá-los. Fomos criados para sermos felizes, estaremos sempre repetindo que no processo de reforma íntima devemos abandonar a idéia da culpa e do remorso. Joanna de Angelis nos diz no livro "Vida, Desafios e Soluções", o seguinte: " É negativo manter saudades do já ocorrido, sentir-se frustrado pelo que gostaria que houvesse sucedido mas não aconteceu, ou arrependido em profundidade pelo insucesso de que foi objeto. Tais sentimentos não podem modificar as conseqüências desencadeadas no pretérito. No entanto, podem ser reformuladas as bases de ação que se repetirá em forma nova, assim modificando os futuros resultados". Este é o nosso trabalho. (t)
<Moderadeiro> [06] <hexagono> Como podemos associar a visão espírita de reforma íntima com a abordagem psicoterápica Freudiana e Junguiana?
<Carlos_Alberto> Voltamos ao livro "Vida, Desafios e Soluções", de Joanna de Angelis, em que, no capítulo "Descobrindo o Inconsciente", temos a seguinte consideração: "O eminente psicanalista Carl Gustav Jung estabeleceu que o inconsciente é um verdadeiro oceano, no qual se encontra a consciência mergulhada quase totalmente. É como um iceberg, cuja parte visível seria a área da consciência. portanto, apenas 5% do volume daquela montanha de gelo ainda pouquíssimo conhecida." A consciência, ainda segundo o mesmo estudioso, pode ser comparada a uma rolha flutuando num enorme oceano. Mais à frente continua: "...indispensável, porém, ter-se em mente a presença do espírito, que transcende aos efeitos e passa a exercer a sua função na condição de inconsciente, depósito real de todas as experiências do larguíssimo trajeto nos sucessivos empreendimentos das reencarnações". A contribuição espírita é muito grande, pois desvenda para nós o inconsciente que tem grande participação nos nossos atos. Desta forma, a proposta que Joanna de Angelis nos faz no decorrer deste capítulo é mergulharmos neste inconsciente, identificarmos as nossas mazelas adquiridas nestes milênios, aprender a lidar com elas, não nos esquecendo que somos capazes, pois existem em nós virtudes conquistadas. (t)
<Moderadeiro> [07] <Flavyo> Para se alcançar a reforma íntima, é imprescindível ser Espírita ou mesmo conhecer a Doutrina Espiritista?
<Carlos_Alberto> Absolutamente não! A Doutrina Espírita, sem nenhuma dúvida, nos favorece de maneira ampla a reforma íntima pelo desenvolvimento da fé raciocinada, pela explicação clara das leis morais e fundamentalmente pela idéia da vida futura. Desta forma, nossos horizontes se alargam, permitindo um entendimento maior das leis de Deus e, conseqüentemente, a sua prática. Entretanto, como este processo é individual, existem vários caminhos para que isto se dê. Se assim não fosse, o que seria daqueles que não travaram conhecimento da Doutrina Espírita? Por isso, lembramos a frase de que o Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões. (t)
<Moderadeiro> [08]<Safiri> Como classificar um espírito em processo de Reforma Íntima? O que ocorrerá com ele no momento em que a Terra deixar de ser um planeta de provas e expiações para um planeta de regeneração?
<Carlos_Alberto> É um Espírito que ouve a voz da sua consciência, onde estão gravadas as leis de Deus. Será um Espírito liberto de alguns vícios, onde, conseqüentemente, estará mais preparado para esse planeta de regeneração e com um quantum de felicidade maior, por estar melhor sintonizado com as Leis de Deus. (t)
<Moderadeiro> [09] <Flavyo> De que maneira o radicalismo, o fanatismo religioso, podem atrapalhar a nossa reforma íntima?
<Carlos_Alberto> O radicalismo e o fanatismo religioso impedem o nosso discernimento. Sem este entendimento, nos distanciamos das modificações que são necessárias. É preciso que olhemos sempre para frente e entendamos que o fanatismo religioso e o radicalismo, como tantos outros obstáculos, são passageiros. É apenas uma fase que o Espírito passa em seu processo evolutivo, onde necessariamente haverá um despertar para a necessidade das modificações desses conceitos. Aí começa a reforma íntima. A nossa luta neste momento é evitar que isto aconteça pela dor. Por isso recomendamos, na introdução, o estudo das obras básicas do Espiritismo, que podem certamente evitar muitos desses sofrimentos. Mas a opção será sempre de cada um. (t)
<Moderadeiro> [10] <Guest1924> Você poderia falar mais um pouco sobre a relação entre as afirmações de Paulo de Tarso e a reforma íntima, já que o mesmo foi um grande exemplo nesse assunto?
<Carlos_Alberto> Paulo de Tarso quando afirmou sobre o Bom Combate do "homem velho" com o "homem novo" demonstrou uma visão muito além da sua época, pois no bojo dessa idéia fica claro para nós hoje a reencarnação, pois o "homem velho" é a soma das experiências acumuladas em várias existências, e o "homem novo" o entendimento maior das leis de Deus. Esse entendimento entra em choque com as ilusões do passado, favorecendo ao Bom Combate. Entendo que é uma perfeita síntese do que falamos hoje, ou seja, a reforma íntima. (t)

Considerações finais do palestrante:

<Carlos_Alberto> Conforme comentamos em uma das respostas, o processo de reforma íntima é bastante doloroso. É preciso que não nos cobremos demais, que saibamos conviver com as descobertas de nossos vícios, sem culpas, sem remorsos que só nos deixam mais infelizes. A reforma íntima é reconhecer os erros, despertar para a voz da consciência e travar o Bom Combate. Não podemos nos esquecer da Infinita Misericórdia de Deus, que não criou Leis para nos punir, estando sempre de braços abertos para nos compreender. Não sejamos nós, então, a criar autopunições ou excesso de rigor. A Doutrina Espírita é libertadora. Não nos tornemos prisioneiros de nós mesmos. Para finalizar, aproveitamos o primeiro dia do ano para sugerir o combate a qualquer um de nossos vícios: o falar mal, a inveja, os maus pensamentos, enfim centralizemos como uma meta a ser cumprida durante o ano e certamente muito em breve estaremos estabelecendo outras metas mais avançadas. Muita paz a todos. (t)

Oração Final:

<Moderadeiro> Pai amado, obrigado por esta oportunidade tão salutar que nos concedeste de crescermos mais um pouquinho nesta noite juntos neste meio virtual! Que os esclarecimentos aqui colocados não permaneçam como simples teoria, mas se transformem em prática em nossas vidas! Abençoe a cada um de nós, abençoe este nosso novo ano que inicia! E nos permita que possamos viver na tua paz! Em nome de Jesus! Amém!

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