quarta-feira, 17 de abril de 2013

Tempestades no Umbral – Aspectos da Reforma Íntima


Palestra – Tempestades no Umbral – Aspectos da Reforma Íntima
Por Breno Costa

I – Revisão



Estudamos que não existe uma classe diferente de espíritos, sendo todos criados iguais, simples e ignorantes.



Analisamos que é a afinidade vibracional que mantém a pessoa em sofrimento nas faixas vibratórias densas do chamado Mundo Espiritual. Somente com a mudança de vibração mental é que a pessoa consegue a real liberdade.



Vimos que aqueles que pedem socorro serão socorridos, mas, que, às vezes, este socorro não é imediato em razão de as forças inferiores também serem organizadas e possuírem defesas e severos cativeiros, aos quais as mentes desajustadas se ajustam.



II – Fogo Purificador

Da mesma forma que ocorre aqui, em nossa dimensão, no plano de existência conhecido como mundo espiritual, existem tempestades magnéticas.



Em especial, nas regiões densas do umbral, as tempestades magnéticas são necessárias para desintegrar a matéria mental densa criada pelos habitantes dessas faixas vibratórias.



Ocorre que estas tempestades não são apenas magnéticas, elas são formadas por fogo, que tem a finalidade de queimar e desintegrar a matéria mental densa.



Como vimos nos estudos anteriores, o grupo de André Luiz não conseguiu prestar socorro para alguns espíritos que estavam em severo cativeiro das forças inferiores.



Porém, com a chegada da tempestade, todos os espíritos infelizes que ali estagiavam, incluindo os trevosos, procuraram a casa de repouso para fugir dos efeitos devastadores dos trovões, dos raios e do fogo.



Foi neste momento em que os espíritos que conseguiram alterar sua faixa vibratória mental receberam o socorro. Porém, aqueles que apenas estão com medo da tempestade, mas que os continuavam nas trilhas do mal, não puderam adentrar na casa de repouso.



O campo mental dos espíritos que chegam na casa de repouso é analisado porque ele revela a natureza íntima da pessoa.



Vejamos estas passagens do livro “Obreiros da Vida Eterna” (fls. 160 e seguintes):

“Velaríamos pelo funcionamento regular de certos aparelhos geradores de energia eletromagnética, destinados à emissão constante de forças defensivas e vigiaríamos o setor que nos fora confiado, de modo a sanar qualquer anormalidade.

(…).

Mentor: Temos determinação para receber todos os sofredores que se apresentarem renovados, facultando-lhes ingresso ao pátio interno.”



(…)



Com efeito, justificavam-se as medidas, porque ouvíamos agora ensurdecedora algazarra de multidões que se aproximavam.

Sucederam-se outros ribombos ameaçadores, despejando fogo na superfície e energia revolvente no interior do solo que pisávamos.

Ondas maciças de sofredores aterrados começaram a alcançar as defesas. Era dolorosa a contemplação da turba amedontrada e expectante.



(…)



Quase quatro horas difíceis se escoaram, exigindo-nos delicada atenção na tarefa. E, agora, a paisagem era mais sufocante, mais terrível… Serpentes de fogo desenovelavam-se dos céus e penetravam o solo, que começou a tremer sob os nossos pés.”



A tarefa descrita por André Luiz era justamente a de vigília da segurança da casa de repouso, permitindo apenas espíritos que estavam em condições íntimas de se ajustarem ao novo ambiente; caso contrário, mentes enfermiças e revoltadas poderiam, após passado o susto, causar muitos danos à missão socorrista.



III – A Importância da Reforma Íntima

A necessidade de reforma íntima é, junto com a caridade fraterna, um dos pilares da doutrina espírita.



Mas, por que ela é realmente tão importante?



Além da evidente questão moral, com a depuração de nossa mente e evolução do espírito, ascendendo para níveis mais sutis de vibração, há ainda, questões paralelas que é interessante observar.



Mantendo-se em pensamentos grosseiros, alimentando más paixões e práticas não edificantes, a pessoa põe sua mente em vibrações densas durante sua vida terrena, de maneira que, ao desencarnar e adentrar na dimensão vibratória conhecida como mundo espiritual, não conseguirá elevar seu grau de consciência suficientemente para entender que houve uma mudança de realidade, com a alteração de planos de existência.



Em regra, poderá passar toda a erraticidade presa às regiões densas do umbral ou das trevas (abismos) e voltará a reencarnar devido à intercessão de um ente querido ou à intervenção dos espíritos superiores que resgatam as almas transviadas (como visto nos estudos sobre reencarnação).



Assim, temos que a pessoa que passa a vida terrena sem elevar seu grau de consciência, quando desencarna, voltando para a dimensão vibratória mais sutil, mantém-se em regra inconsciente e vai reencarnar novamente somente com ajuda alheia, para, quem sabe, finalmente despertar sua consciência.



Aqui reside uma das principais finalidades da moral espírita, na medida em que poderia ser possível deixar para a ciência a descoberta e comprovação da existência de vida após a morte e demais fatos que envolvem a relação entre dimensões.



Porém, a filosofia espírita possui como objetivo consolar e elucidar. Vale dizer, ao mesmo tempo em que traz conforto para o coração daqueles que perdem entes queridos (explicando que houve apenas uma separação passageira e que todos se mantêm vivos), ilumina, também, a consciência das pessoas, viabilizando a libertação das regiões que se expressam em faixas vibratórias densas dominadas por entidades inferiores.



Como visto, aqueles que se mantém em vibrações grosseiras poderão ser vítimas de entidades inferiores, incluído aqui até mesmo severo e às vezes prolongado cativeiro (sempre por aquiescência própria, motivada pela sintonia vibratória).



Vejamos, portanto, que a reforma íntima, além da questão moral propriamente dita, envolve a elevação do grau de consciência da pessoa como ser eterno do Universo.



Assim, seguindo o Evangelho de Jesus Cristo (em essência e independentemente de rótulos = não basta bater no peito e gritar “Senhor, Senhor”, é preciso viver – seja qual for a religião adotada e mesmo entre os que nenhuma escolhem – essencialmente o lema “fora da caridade não há salvação”) e efetivamente buscando a reforma íntima, a pessoa eleva sua consciência e altera sua vibração mental, alcançado uma verdadeira libertação.



Com isso, ao falecer seu corpo físico e voltar seu espírito imortal para a dimensão vibratória denominada de Mundo Espiritual, a pessoa estará apta a facilmente compreender a mudança de realidade, adaptando-se mais rapidamente à nova espécie de plano de existência.



O bom resultado será que, elevada sua consciência, liberta da ignorância, a pessoa ascenderá facilmente para as colônias espirituais, podendo programar sua volta à matéria densa de forma a melhor aproveitar as oportunidades de elevação.



Além, é claro, de estar livre do ataque das forças do mal que ainda existem em nosso planeta e que habitam as faixas vibratórias densas do Umbral e dos abismos.



Vejamos a mensagem final de André Luiz no livro Agenda Cristã, denominada “Conclusão”:



“Que a vida física é uma escola abençoada, é insofismável; mas, se você não se aproveitar dela a fim de aprender suficientemente as lições que se destinam ao seu engrandecimento espiritual, em nada lhe valerá o ingresso no aprendizado humano.



Que o caminho do bem é laborioso e difícil, não padece dúvida; no entanto, se você não se dispuser a segui-lo, ninguém o livrará da perigosa influência do mal.



Que a felicidade eterna é realização superior, fora dos quadros transitórios da carne, é incontestável; contudo, se você deseja perseverar no campo dos prazeres fáceis e inferiores das esferas mais baixas, dentro delas perambulará, indefinidamente.

Que Deus está conosco, em todas as circunstâncias, é verdade indiscutível; todavia, se você não estiver com Deus, ninguém pode prever até onde descerá seu espírito, nos domínios da intranquilidade e da sombra”.


IV – Exercícios Mentais e Práticas Edificantes

Estes exercícios mentais e práticas edificantes visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.



Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para todos fazermos durante a semana são:



1 – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante durante o dia a dia;

1.1          – Evitar “perder a razão” (estado de cólera, raiva);

1.2          – Indignar-se com serenidade e razoabilidade.

1.3          – Exercitar a indulgência (capacidade de compreender e não divulgar defeitos alheios).

1.4          – Não se queixar da vida, evitar reclamações diárias e negativismos/evitar pessimismo.

1.5          Não criticar o próximo, não julgar.



2       – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (principalmente para pessoas claramente necessitadas);

2.1          – Fazer pequenas gentilezas a quem está próximo.

2.2          – Participar de algum programa de caridade.

2.3          – Cultivar o otimismo sempre.

2.4          – Cultivar a tolerância com as diferenças e erros alheios.



3       – meditar cinco minutos por dia, ao menos três vezes na semana, preferencialmente antes de orar e preferencialmente antes de dormir.



4       – Leitura diária de mensagens curtas e edificantes, de preferência quando acordar e antes de dormir, de preferência antes de meditar/orar.



5       – Fazer Evangelho no Lar uma vez na semana.



6       – Perseverar.



7       – Estabelecer um hábito angular (hábito novo em sua vida, como deixar de ingerir alcoólicos, iniciar prática de exercícios, largar o cigarro, etc) e exercitar ao máximo o autocontrole dos atos cotidianos.



8       – Ser discreto (adotar a discrição sobre nossas vidas particulares).



O exercício proposto de hoje é: Não se ofender.



Como dito por alguns, o verdadeiro cristão não é aquele que perdoa e sim aquele que não se ofende.



Isso porque consegue compreender.



A compreensão está acima do perdão.



Quem compreende, não se ofende, mas sim, possui paciência, tolerância e compaixão.



Vejamos esta mensagem de André Luiz (Livro Agenda Cristã, “Em seu benefício”):



“Não se agaste com o ignorante; certamente, não dispõe ele das oportunidades que iluminaram seu caminho.



Evite aborrecimentos com as pessoas fanatizadas; permanecem no cárcere do exclusivismo e merecem compaixão como qualquer prisioneiro.



(…)



Ampare o companheiro inseguro; talvez não possua o necessário, quando você detém excessos.



Não se zangue com o ingrato; provavelmente, é desorientado ou inexperiente.



Ajude ao que erra; seus pés pisam o mesmo chão e, se você

tem possibilidades de corrigir, não tem o direito de censurar.



Desculpe o desertor; ele é fraco e mais tarde voltará à lição.



Esqueça o acusador; ele não conhece o seu caso desde o princípio.”



Percebamos as noções de equilíbrio e harmonia. Afinal, porque se desgastar por aquele que erra?



Personalidade forte não é quem maltratada as pessoas, mas sim quem tem a tranquilidade de se conhecer e nada precisa provar para ninguém.



Muitas vezes nossas reações quanto a uma suposta ofensa, nada mais é do que vaidade e orgulho. Trata-se de novo ataque para demonstrar que você não é “aquilo que pensam”. Porque nossa vaidade foi ferida e nosso orgulho não aceita isso.



Assim, não se ofender, além de demonstrar personalidade efetivamente forte e manter a harmonia mental, exercita nosso espírito para se livrar da vaidade e do orgulho, estimulando a humildade e a tolerância.



Vejamos este interessante texto do colunista “Arnaldo Jabor”:



A Lei do Caminhão de Lixo

por Arnaldo Jabor

Um dia peguei um táxi para o aeroporto. Estávamos rodando na faixa certa quando um carro preto saiu de repente do estacionamento, direto na nossa frente.

O taxista pisou no freio bruscamente, deslizou e escapou de bater em outro carro… foi mesmo por um triz!
O motorista desse outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós nervosamente, mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigável.
Indignado lhe perguntei: ‘Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro, a nós e quase nos manda para o hospital?!?!’
Foi quando o motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo de “A Lei do Caminhão de Lixo.”

Ele me explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo.
Andam por aí carregadas de lixo, cheias de frustrações, de raiva, traumas e desapontamento.
À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar e às vezes descarregam sobre a gente.

Nunca tome isso como pessoal.

Isto não é problema seu! É dele !!!

Apenas sorria, acene, deseje-lhes sempre o bem, e vá em frente.

Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa, ou nas ruas.

Fique tranquilo… respire E DEIXE O LIXEIRO PASSAR.

O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo estragar o seu dia.

A vida é muito curta, não leve lixo com você !
Limpe-se dos sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustrações.

Ame as pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.

A vida é dez por cento do que você faz dela e noventa por cento da maneira como você a recebe !!!

FIM”



Interpretando esta coluna com nossos estudos, fica fácil compreendê-la em sua real essência. Lembremos que todo pensamento emite vibrações e mantendo-se em vibrações positivas não atraíamos os fluídos negativos. O lixo que transborda, citado na coluna, nada mais é do que as vibrações negativas emitidas por aqueles que se encontram em desequilíbrio.



O que devemos fazer? Ter tolerância, compaixão, paciência, não ficar ofendido, exercitando a humildade e abafando o orgulho e sua filha, a vaidade.

Fonte:

http://avidanomundoespiritual.com.br/palestra-tempestades-no-umbral-aspectos-da-reforma-intima/

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