quarta-feira, 17 de abril de 2013

Dependência emocional - Parte I



A dependência emocional é a percepção que o indivíduo tem de não conseguir lidar consigo e com a vida de forma adequada sem a presença ou o auxílio de outra pessoa. São pessoas que não tomam decisões facilmente, mesmo as decisões mais simples, sem se assegurarem de conselhos e aprovação.

Quando o vínculo se rompe o dependente busca desesperadamente qualquer outro relacionamento que lhe forneça o cuidado de que necessita, ficando em segundo plano o afeto que normalmente une as pessoas, podendo estabelecer assim, relacionamentos desequilibrados ou distorcidos.

Pessoas que se relacionam de uma maneira apaixonada, criam o que a gente chama de Dependência Emocional, ou seja, coloca a própria felicidade ou a própria vida na mão de outras pessoas. E acaba não sendo um companheiro, acaba sendo até um certo peso.

Decepção amorosa - O companheiro dessa pessoa, sentindo isso no decorrer do tempo, ou seja, que não conta com um companheiro e sim com alguém que se alimenta do seu sangue amoroso, digamos assim, uma espécie de vampiro emocional, pode acabar encontrando uma outra pessoa que realmente é um companheiro. E acaba rompendo, ou querendo romper com essa ligação quase obsessiva, uma fixação mental, que gera um autêntico processo obsessivo.

O lado sadio da relação acaba querendo se desvencilhar disso, alguns até com algum critério de respeito com aquele que conviveu a vida com ele por algum tempo. Passa até por um processo terapêutico, para que essa separação seja menos dolorida.

Mas tem pessoas que se desvinculam da outra, meio de mal jeito e acaba deixando no abandonado, a sensação de desprezo, na qual ele acaba caindo numa baixa autoestima, achando que a vida dele só existia em função da vida do outro, este comportamento que caracteriza  a Dependência Emocional.

Próximo passo: Auto Piedade - A pessoa fica com muita pena de si mesma, fecha o mundo a sua volta, não enxerga mais nada, faz o que chamamos de “Visão de Túnel” e daí começa a entrar nas “Crises de Birra”, ou seja, “o mundo não é do jeito que eu quero, então eu não brinco mais”. Em outras palavras, fica pensando até em “deixar de viver”.

"Eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro. Mas eu preciso muito, muito de você." CAIO FERNANDO ABREU

Se eu acordo de manhã, se quem eu amo, está bem, então eu estou bem, se ele está mal então eu estou mal, ou seja, minha vida está na vida do outro.  'Eu vivia tão nela, dela e para ela...' Dom Casmurro

A esse comportamento chamamos: Paixão – Originária da palavra Pathos, que é de patologia, doença. Então quem está apaixonado está doente, provavelmente iniciando um processo, que se ele não deter, vai se transformar em um dependente emocional, principalmente se ele traz dentro de si a idéia de posse.

Se você está apaixonado por alguém, depende emocionalmente de alguém, com certeza você vai querer manter esse alguém do seu lado como se fosse seu, propriedade sua.

Para pessoas que tem esse pensamento, é muito difícil ter o Desligamento Emocional, que é o caminho inverso da dependência emocional, ou seja, ter de volta seu equilíbrio emocional.

Próximo passo: Desligamento Emocional - Com o Desligamento Emocional você aprende o “Viver e Deixar Viver”.  Não dá mais para nós compartilharmos a nosso relacionamento?

Recuperar a nossa autoestima. “Olha, eu estou bem, com aquela pessoa, sem ela ou apesar dela.” Nem sempre esses "ladrões emocionais" se valem de agressividade para aprisionar a outra pessoa. Muito ao contrário, por vezes se mostram apaixonados e presentes.

Com atos extremamente sutis e repetitivos, sugam até a última gota de sangue das parceiras. Fazem questão de que suas companheiras sintam-se mal consigo mesmas, ainda que elas estejam em situação infinitamente superior a eles no que diz respeito à capacidade profissional, formação acadêmica e diversas outras atribuições que poderiam torná-las independentes. Camuflam, com palavrinhas cuidadosamente planejadas, o desejo de vê-las sempre com a autoestima destruída, arrastando chinelinhos pra cá e pra lá, feias, mal cuidadas, inativas, enfim, não desejadas por mais ninguém.

No fundo os tiranos sabem que elas são fortes, maravilhosas e que na primeira oportunidade podem substituí-los por homens muito mais interessantes e que se garantem. Pior que isso: podem ser substituídos por nada, cumprindo-se o velho e sábio ditado "antes só do que mal acompanhada".
'(...) é que há épocas em que estou lúcida e te odeio muito _ cato o saco de motivos que me deu, e vasculho até lhe desejar o fim. Mas há outras em que me falha a memória e a saudade me trás você bom, adorável.
Aí amo e amo e amo até me perder na ilusão. Só vou reaver-me dias depois, já de joelhos vasculhando o chão a procura de minha vida.(...) MAITÊ PROENÇA

A verdade é que um dos primeiros passos para se libertar dessa dependência é combater a fascinação pela comodidade. É impossível mudar esse quadro sem alterar radicalmente diversas ações e, sobretudo, manifestar reações. Isso exige empenho cotidiano.

Ser independente significa tornar-se capaz de se cuidar, de buscar a própria felicidade, de se responsabilizar pelas vitórias e, principalmente, pelas derrotas. Isso assusta, então, não é fácil. Mas e quem disse que ia ser fácil?  Um bom exemplo disso é o filme Pão e Tulipas (uma versão moderna de Shirley Valentine), onde a personagem principal Rosalba, uma submissa e dedicada dona de casa conheceu a frustração ao ser esquecida pela família durante uma excursão. Sentindo-se abandonada, resolveu dar uma guinada na vida e partiu para um vôo solo. Viajou para Veneza sem marido e filhos, que passaram a viver o caos com sua ausência. Enquanto isso, Rosalba fazia novas descobertas, trabalhava, amava e surpreendia-se ao se deparar com a própria força. Depois de muita insistência, até tentou voltar ao antigo papel, mas já era tarde demais. Rosalba já havia incorporado irremediavelmente o gostinho da liberdade.

O valor que eu tenho, o amor que eu quero e o cuidado do qual necessito, eu própria é que preciso me dar. Não sou a rainha do lar. Sou rainha de mim mesma.

http://vodonanna.blogspot.com.br/2012/06/dependencia-emocional-parte-i.html

Um comentário:

  1. TODO EXAGERO É PREJUDICIAL... Devemos trabalhar a capacidade de adaptação as diversas transformações no nosso dia a dia: da entrada e saída de pessoas nas nossas vidas, dos acontecimentos espperados ou não, enfim, devemos ser abertos a mudanças. Mas a paixão precisa sim tirar-nos das nossas corriqueirices. O desafio é exatamente viver um turbilhão de emoções proporcionados por uma paixão mas, ser capaz de não perder o equilíbrio se a onda passar e, como diz na gíria dos surfistas, nos dá um caldo. Viva o sentimento mas desapegue-se das expectativas de que tudo será perfeito.

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