quarta-feira, 17 de abril de 2013

Dependência Emocional - Parte II


VOCÊ É UM CODEPENDENTE?
Você se sente responsável por outra pessoa? Seus sentimentos, pensamentos, necessidades, ações, escolhas, vontades, bem-estar e destino?
Você sente ansiedade, pena e culpa quando outras pessoas têm problemas?
Você se flagra constantemente dizendo sim quando quer dizer não?
Você vive tentando agradar aos outros ao invés de agradar a si mesmo?
Você vive tentando provar aos outros que é bom o suficiente? Você tem medo de errar?
Você vive buscando desesperadamente amor e aprovação? Você sente-se inadequado?
Você tolera abusos para não perder o amor de outras pessoas?
Você sente vergonha da sua própria vida?
Você tem tendência de repetir relacionamentos destrutivos?
Você se sente aprisionado em um relacionamento? Você tem medo de ficar só?
Você tem medo de expressar suas emoções de maneira aberta, honesta e apropriada?
Você acredita que se assim o fizer ninguém vai amá-lo?
O que você sente sobre mudar o seu comportamento?
O que o impede de mudar?
Você ignora os seus problemas ou finge que as circunstâncias não são tão ruins?
Você vive ajudando as pessoas a viverem?
Acredita que elas não sabem viver sem você?
Tenta controlar eventos, situações e pessoas através da culpa, coação, ameaça, manipulação e conselhos assegurando assim que as coisas aconteçam da maneira que você acha correta?
Você procura manter-se ocupado para não entrar em contato com a sua realidade?
Você sente que precisa fazer alguma coisa para sentir-se aceito e amado pelos outros?
Você tem dificuldade de identificar o que sente?
Você tem medo de entrar em contato com seus sentimentos como raiva, solidão e vergonha?

Codependência - Difícil entender como e porque essas pessoas suportam heroicamente todo tipo de comportamento problemático, ou até atitudes sociopáticas dos companheiros(as), como se assumissem uma espécie de desígnio ou “carma”, para o qual fossem condenados para todo o sempre.

VOCÊ TOLERA ABUSOS PARA NÃO PERDER O AMOR DE OUTRAS PESSOAS?

Então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque é assim que és e unicamente assim é que me queres e me utilizas todos os dias, e nos usamos honestamente assim, eu digerindo faminto o que teu corpo rejeita, bebendo teu mágico veneno porco que me ilumina e me anoitece a cada dia, e passo a passo afundo nesse charco que não sei se é o grande conhecimento de nós ou o imenso engano de ti e de mim... Caio Fernando Abreu -

Os profissionais com prática no exercício da clínica psiquiátrica sabem das dificuldades existenciais dessas pessoas co dependentes, ou seja, “dependentes” dos companheiros(as) problemáticos, quando estes deixam o vício. Parece que os codependentes ficaram órfãos, de uma hora para outra, perdidos e sem propósito de vida.  Não é raro que passem elas, as pessoas codependentes, a apresentar problemas semelhantes àqueles dos antigos dependentes que cuidavam.

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. " - CAIO FERNANDO ABREU

Codependentes são esses familiares, normalmente cônjuge ou companheira(o), que vivem em função da pessoa problemática, fazendo desta tutela obsessiva a razão de suas vidas, sentindo-se úteis e com objetivos apenas quando estão diante do dependente e de seus problemas. São pessoas que têm baixa autoestima, intenso sentimento de culpa e não conseguem se desvencilhar da pessoa dependente.

COMPORTAMENTO DE AJUDA CRÔNICA
O que parece ficar claro é que os codependentes vivem tentando ajudar a outra pessoa, esquecendo, na maior parte do tempo, de cuidar de sua própria vida, auto-anulando sua própria pessoa em função do outro e dos comportamentos insanos desse outro.

Essa atitude patológica costuma acometer mães (e pais), esposas (e maridos) e namoradas(os) de alcoolistas, dependentes químicos, jogadores compulsivos, alguns sociopatas, sexuais compulsivos,qualquer nível de dependência, síndromes, doenças incuráveis, etc.

PROCURAM PESSOAS COMPLICADAS PARA SE RELACIONAREM - A codependência se manifesta de duas maneiras: como um intrometimento em todas as coisas da pessoa problema, incluindo horário de tomar banho, alimentação, vestuário, enfim, tudo o que diz respeito à vida do outro. Em segundo, tomando para si as responsabilidades do outra pessoa. Evidentemente, ambas atitudes propiciam um comportamento mais irresponsável ainda por parte da pessoa problemática. O codependente almeja ser, realmente, o salvador, protetor ou consertador da outra pessoa, mesmo que para isso ele esteja comprovadamente prejudicando e agravando o problema do outro.

Sintomas da Codependência
A codependência é uma condição específica que se caracteriza por uma preocupação e uma dependência excessivas (emocional, social e a vezes física), de uma pessoa em relação à outra, reconhecidamente problemática.  Em pouco tempo o codependente começa a achar que ninguém apóia a pessoa problema (como ele), que ambos são incompreendidos, ele e a pessoa problemática, ambos não recebem o apoio merecido, etc. A pessoa codependente não sabe se divertir normalmente porque leva a vida demasiadamente a sério, parecendo haver certo orgulho em carregar tamanha cruz, em suportar as ofensas, humilhações e frustrações.

A codependência se caracteriza por uma série de sintomas e atitudes mais ou menos teatrais, e cheias de Mecanismos de Defesa, tais como:
1. - Dificuldade para estabelecer e manter relações íntimas sadias e normais, sem que grude muito ou dependa muito do outro.
2. - Congelamento emocional. Mesmo diante dos absurdos cometidos pela pessoa problemática o codependente mantém-se com a serenidade própria dos mártires.
3. - Perfeccionismo. Da boca para fora, ou seja, ele professa um perfeccionismo que, na realidade ele queria que a pessoa problemática tivesse.
4. - Necessidade obsessiva de controlar a conduta de outros.
Palpites, recomendações, preocupações, gentilezas quase exageradas fazem com que o codependente esteja sempre super solícito com quase todos (assim ele justificaria que sua solicitude não é apenas com a pessoa problemática).
5. - Condutas pseudo-compulsivas. Se o codependente paga as dívidas da pessoa problemática ele “nunca sabe bem porque fez isso”, diz que não consegue se controlar.
6. – Sentir-se responsável pelas condutas de outros. Na realidade ele se sente mesmo responsável pela conduta da pessoa problemática, mas para que isso não motive críticas, ele aparenta ser responsável também pela conduta dos outros.
7. - Profundos sentimentos de incapacidade. Nunca tudo aquilo que fez ou está fazendo pela pessoa problemática parece ser satisfatório.
8. – Constante sentimento de vergonha, como se a conduta extremamente inadequada da pessoa problemática fosse, de fato, sua.
9. – Baixa autoestima.
10. - Dependência da aprovação externa, até por uma questão da própria auto-estima.
11. - Dores de cabeça e das costas crônicas que aparecem como somatização da ansiedade.
12. - Gastrite e diarréia crônicas, como envolvimento psicossomático da angústia e conflito.
13. - Depressão.

Resultado final

Todo amor que não produz paz, mas sim angústia ou culpa, está contaminado de codependência, é um amor patológico, obsessivo é bastante destrutivo. Ao não produzir paz interior nem crescimento espiritual, a codependência cria amargura, angustia e culpa, obviamente, ela não leva à felicidade. Então, vendo desse jeito, a codependência aparenta ser amor, mas é egoísmo, medo da perda de controle, da perda da relação em si.

DISFUNÇÃO FAMILIAR
A conduta codependente é uma resposta doentia ao comportamento da pessoa problemática, e se converte em um fator chave na evolução da dependência, isto é, a codependência promove o agravamento da situação da pessoa problemática, processo chamado de facilitação.

O CODEPENDENTE É UM FACILITADOR DO AGRAVAMENTO DA DEPENDÊNCIA.

Desenvolvendo autonomia individual com as pessoas sem elas ou apesar delas, eu vivo bem.

“Se tua mão é causa de dor, então arranca ela fora”

O que nos causa prazer sem exigir sacrifícios???

Começar a fazer pequenas coisas que nos satisfazem e nos fazem felizes, sem se preocupar em pedir opinião ou consentimentos aos outros. O indivíduo desaprende a sair sozinho, fazer amigos, a se divertir, se não houver junto dele o outro, ou que aprovação deste consentindo suas atitudes.

Existe uma coisa chamada VAZIO EXISTENCIAL, que é a dificuldade que o ser humano tem em viver em solidão, na realidade não é em solidão, é viver consigo mesmo.

“Se hoje nos matamos mais que ontem, não é porque temos de fazer esforços mais dolorosos, nem porque nossas necessidades íntimas estão menos satisfeitas, mas é porque já não sabemos quais são as nossas necessidades íntimas, nem tampouco percebemos o sentido de nossos esforços.”

"Se quisermos mudar nossa vida, é mais importante mudarmos as atitudes do que as circunstâncias. A menos que mudemos as atitudes, é improvável que as circunstâncias, realmente, possam mudar um dia."
Robin Norwood.

Mudar a atitude é: Procurar fazer diferente do que se está acostumado. Dar respostas diferentes a situações já conhecidas. Ter a vontade sincera de querer mudar o estado das coisas. Estar disponível para ouvir e ser ouvido. Procurar não sentir-se culpado por dizer não. Aprender a fazer escolhas e pagar o preço por elas.
Fazer àquilo que tem condições de bancar e que poderá fazer a diferença. Começar pelas pequenas coisas, pois ajudarão a estar fortalecido para as maiores. No final tudo parecer bem pequeno Procurar deixar de minimizar ou aumentar uma situação, sim olhar o que está acontecendo sem interpretações, trabalhe sua percepção e não sua interpretação Tome atitudes a partir de uma coleta de dados embasada naquilo que é coletado do ambiente, das coisas, das situações e das pessoas. Primeiro as primeiras coisas.

Enfim, só são capazes de amar plenamente aqueles que se sentem livres pra escolher novamente, todos os dias, as mesmas pessoas, sem acomodamento ou medo e sem caminhar à sombra de ninguém. É preciso se sentir inteiro e não esperar ser completado por uma metade que na verdade não existe.

Ninguém se pertence, a individualidade do outro é um fato intransponível, que deve ser aceito e respeitado incondicionalmente.

http://vodonanna.blogspot.com.br/2012/06/dependencia-emocional-parte-ii.html

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