quinta-feira, 28 de junho de 2012

Individualidade


Individualidade

“O comportamento
As atitudes que caracterizam a pessoa resul­tam do convívio social e das aspirações cultivadas, gerando a consciência individual, que responde pela do grupo social, face à aplicação dos valores adquiridos.
Ressaltam, no comportamento, as ambições do desejo, responsáveis pelo grau de libertação emocio­nal, ou presídio, no qual o ser transita pelos vínculos que se permite desenvolver.
A pessoa é, acima de tudo, a sua mente. O que elabora, torna-se; quanto cultiva, experimenta.
A mente algema e libera, necessitando de auste­ras disciplinas para ser comandada, ao invés de ser a dominadora irredutível.
Nesse imperativo, o desejo expressa a qualida­de evolutiva da pessoa, respondendo pela conduta e pelos fatores daí decorrentes.
O comportamento impõe necessidades e as ex­pressa simultaneamente, definindo a pessoa.
Somente o autoconhecimento favorece o compor­tamento com as possibilidades de desenvolvimento pessoal, estruturador profundo do ser imortal.
A personalidade
Em permanente representação dos conteúdos mentais, e dominada pela imposição das leis e costu­mes de cada época e cultura, a personalidade repre­senta a aparência para ser conhecida, não raro, em distonia com o eu profundo e real, gerador de conflitos.
A personalidade é transitória e assinala etapas reencarnacionistas, definidoras de experiências nos sexos, na cultura, na inteligência, na arte e no relacio­namento interpessoal.
Cada pessoa reencarna com as características herdadas das experiências anteriores e submete-se aos condicionamentos de cada fase, por ela transitan­do com os seus sinais tipificadores.
Assimilar todos os condicionamentos e exteriori­zar uma personalidade consentânea com o ser real, eis o desafio da terapia transpessoal, trabalhando a pessoa para que assuma a sua realidade positiva e superior, crescendo em conteúdos mentais e desen­carcerando-se, até permitir-se a perfeita harmonia entre ser e parecer.
A identificação
De duas formas a pessoa se identifica com os va­lores do progresso: externa e internamente.
A identificação externa impõe as lutas e os confli­tos da assimilação dos comportamentos sociais, nos quais o apego assume a condição mais importante, a primeira e última da existência.
O apego externo, no entanto, é menos danoso do que o interior, responsável pelos vícios e paixões de­generativos, que conduzem a patologias dolorosas, crueis.
A identificação assinala o estágio de evolução de cada pessoa, fadada à elevação, que, para conseguir, deve liberar-se daqueles valores, desidentificando-se de hábitos milenários, fixados, alguns, atavicamente, aos painéis do ser, gerando falsas necessidades, que se tornam fundamentais, portanto responsáveis pelo sofrimento nas suas várias facetas.
A psicologia oriental estabelece na ilusão, na impermanência da vida física, com as quais a pessoa se identifica, algumas preponderantes razões para o so­frimento.
A desidentificação induz à conquista de patama­res elevados, metafísicos, nos quais o ser se auto-en­contra e se realiza.
A individualidade
Somatório de todas as experiências, a individua­lidade é o ser pleno e potente, que alcançou a auto-realização.
Imperecível, a individualidade é o Espírito em si mesmo, que reúne as demais dimensões e sabe cons­cientemente o que fazer, quando fazê-lo e como reali­zá-lo, para ser a pessoa integral, ideal.
Enquanto a filosofia informava que a pessoa não é o indivíduo, na visão da psicologia profunda, este, que superou os condicionamentos e comportamentos pessoais de consciência livre, é o ser total, pessoa tran­sitória, individualidade eterna”.
Joanna de Ângelis/Divaldo Franco (2)

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