quinta-feira, 17 de julho de 2014

Da mágoa ao ódio

Da mágoa ao ódio


Pequena é a distância que separa a mágoa do ódio.
Basta o ofendido guardar a lembrança de um insulto recebido para, em breve tempo, transformar a mágoa em aversão e, daí, enveredar nas malhas do vil sentimento do ódio que retarda, por séculos, a oportunidade de progresso espiritual.
Compara-se o magoado ao imprevidente que vagueia, descuidado, à beira do penhasco. Ao menor tropeço, desequilibra-se, vacila, precipita-se no abismo, é tragado pela voragem do ódio.
Reter o ódio no coração invigilante provoca distúrbios emocionais, leva o homem à pratica de atos insensatos, que o fazem descambar, muitas vezes, para o crime.
Compete aos que se melindram facilmente exercer um rigoroso controle de suas emoções, recolher-se em oração na busca do reequilíbrio psíquico, em consonância com a exortação de Jesus: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação”.
O ódio demole, o amor edifica. Para que não sejam destruídas nossas perspectivas futuras de paz e de harmonia, sufoquemos, agora, a mágoa que nos aflige, antes que possa fazer-se ódio.
Lembremo-nos, sempre, do Provérbio de Salomão (10:12): “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões”.
Lembremo-nos também da oração ensinada pelo Mestre na qual repetimos diariamente: “Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos aos nossos ofensores, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”
O mal que amiúde nos visita nasce, cresce e toma proporções desastrosas dentro de nós mesmos; origina-se de pequenos contratempos que nos tocam a sensibilidade, ferem a nossa vaidade, instalam-se em nossos corações como mágoas que relutamos em não esquecer.
É preciso também recordar as palavras de Jesus: “..... fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus ....”.
Se queremos alcançar a plenitude da luz, façamos o bom combate, lutemos sem tréguas para corrigirmos nossas íntimas imperfeições.
Com muita propriedade, afirmou Kardec que o verdadeiro espírita se conhece pela sua transformação moral e pelo esforço que envida no sentido de vivenciar o que aprendeu na Doutrina Espírita.

Felinto Elízio Duarte Campelo

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