segunda-feira, 8 de outubro de 2012

REFORMA ÍNTIMA - Roque


      O Espiritismo-cristão, consagrando a evolução como um processo natural a que o homem se submete desde o seu princípio, mostrou-nos o caminho da conquista da felicidade eterna: arefortma íntima.

       Anote-se que reformar não é sinônimo de construir.
       Quem constroi parte do nada.
       Quem reforma, porém, ajusta o que não está inteiramente ajustado, corrigindo-lhe os senões e as deficiências e estabelecendo um melhor aproveitamento do que já edificou.
       Convidando-nos à reforma íntima e não à construção interior, o Espiritismo-cristão revela que em nosso íntimo temos um mundo admirável de experiências úteis que só precisam de burilamento para que apressemos a nossa santificação.
       Não nos impele a abandonar tudo o que fomos, todas as nossas aspirações, para depois, levantarmos das cinzas do nosso passado um homem inteiramente novo, qual se todos os séculos que já vivemos tivessem sido inúteis.
       Não é assim!
       Reforma íntima é convite a um reexame consciencial à luz do Evangelho, a fim de que transformemos cada paixão em virtude e cada vício em qualidade elevada de nossa alma.
       Hoje, administramos habilmente para nós.
       Se nos reformarmos, administraremos para todos.
       Hoje, articulamos pregações morais para os outros.
       Se nos reformarmos, pregaremos também para nós.
       Hoje, aspiramos por um mundo melhor para nós.
       Se nos reformarmos, aspiraremos melhoria para todos.
       Hoje, fazemos do nosso conforto a nossa felicidade.
       Se nos reformarmos, seremos felizes na paz dos semelhantes.
       Hoje, somos críticos vinagrosos.
       Se nos reformarmos, criticaremos a nós mesmos.
       Hoje, exigimos que todos nos compreendam nos erros e nos acertos, tolorendo-nos e perdoando-nos infinitamente.
       Se nos reformarmmos, toleramos nosso próximo.
       Egoísmo e orgulho são as duas chagas da humanidade, como disse Allan Kardec. E estas chagas são desvios do amor, que passamos a nutrir por nós mesmos, e do raciocínio, que utilizamos numa auto-idolatria disfarçada.
       Nem tudo , pois, está perdido entre nós
       Basta corrigir a discrepância de comportamento, canalizando os mesmos impulsos, que hoje introvertemos a nosso favor, para os nossos semelhantes.
       É amarmos e sermos humildes.
       O homem reformado ao sol do Cristianismo-Redivivo:
       * não é azedo: sabe sorrir,
       * não é massante: sabe ser comunicativo,
       * não é presumido: sabe ser humilde,
       * não é santificado externamente : é virtuoso e simples .
       * não vive além de nosso mundo, suspirando pelo transcedental: reconhecer que esta é a sua escola,
       * não é zeloso artificialmente : respeita a todos,
       * não é exigente: sabe ser tolerante.
        Irradia paz e tranquilidade e não vive numa atmosfera inibidora que faz calar toda alegria, encarcerar toda toda vivacidade, tumular toda experiência nova, condenar a priori todo ensaio de acerto e erro da aprendizagem terrena, desterrar de seu convívio todos os que faliram, criticar todos os viciosos, amordaçar todo riso sadio, sustar a marcha de quantos experimentam alçar vôos da Espiritualidade Maior.
       O homem auto-reformado:
       * ama os seus familiares,
       * ama os seus vizinhos,
       * ama os vizinhos de seus vizinhos,
       * ama seus parentes,
       * ama seus amigos,
       * ama os seus inimigos...
       ...e através de tanto amar os que moram nas cercanias de sua existência, faz-se amado e respeitado por todos, instalando a sua paz e o seu amor pelo seu exemplo vivo.

(do livro Desenvolvimento Mediúnico  de Roque Jacinto )

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