sábado, 5 de março de 2016

O Aparelho Psíquico segundo a visão junguiana

http://fernandamedeirospsi.blogspot.com.br/2011/01/o-aparelho-psiquico-segundo-visao.html

A psique é definida por Jung pela descrição dos lugares psíquicos e pela descrição dos processos que religam permanentemente esses lugares. Além disso, a psique é uma realidade viva e dinâmica que inclui tanto o eu quanto seus parceiros. Todas essas manifestações psíquicas se inscrevem dentro de uma concepção de totalidade.
Os lugares psíquicos seriam: a consciência, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. A consciência é entendida pela relação de conteúdos psíquicos com o eu, sendo que esta relação é percebida por este. O eu é o centro da consciência, apesar de suas bases inconscientes. Ele se constitui de duas bases (somática e psíquica) e parece resultar do entrechoque com o mundo exterior e, posteriormente, com o mundo interior também.
O inconsciente pessoal é exclusivo de uma psique individual, ou seja, todos os seus conteúdos pertencem ao próprio sujeito. Muitos desses conteúdos podem ser acessados pelo eu consciente, já que existem vários níveis de inconsciência. Geralmente, o inconsciente pessoal é chamado de sombra (que é um dos parceiros do eu), já que esta personifica tudo aquilo que o sujeito recusa conhecer ou admitir em si próprio. A despeito disso, a integração da sombra se faz muito necessária ao processo de alargamento da consciência.
O inconsciente coletivo seria aquilo que o indivíduo possui de universal e humano em si mesmo, tratando-se, assim, de uma estrutura aparentemente universal. No inconsciente coletivo existem os arquétipos e as imagens arquetípicas, que são a base para os complexos do inconsciente pessoal.
O inconsciente, de uma maneira geral, tem a grande função de compensação em relação à consciência. Ou seja, na medida em que a realidade exterior provoca uma reação qualquer no indivíduo, imediatamente seu inconsciente reage, emanando de suas profundezas uma resposta adequada e em conformidade com a totalidade da psique. Sendo assim, a psique total seria regulada por um centro (Si-mesmo) que estaria em constante diálogo com o centro da consciência que é o eu.
O eixo eu - Si-mesmo, portanto, teria a função de conduzir o processo de individuação, que é a realização do Si-mesmo. O objetivo do processo de individuação seria o próprio Si-mesmo, que é o arquétipo que promove as grandes transformações individuais, além de ser o ponto central de todo o indivíduo. O Si-mesmo abraça todo o sistema psíquico pela força de sua numinosidade.
Com o propósito de fortalecer o eu, existem mediadores nesse processo, que são chamados de parceiros do eu. Esses parceiros são a Persona, a Sombra, a Ânima e o Ânimus.
A persona se caracteriza pelas atitudes conscientes em relação ao mundo externo. O complexo da persona é constituído por forças que podem ser organizadas na consciência. Além disso, a persona sugere um sistema de adaptação e compromisso do indivíduo com o social, já que está voltada para o mundo exterior e servindo de mediadora entre o eu e este mundo externo.
A sombra representa as exigências e os desejos mais fracos e menos adaptados que ficam fora do campo da consciência. A sombra seria uma espécie de anti-eu que se forma em oposição tanto ao eu quanto à persona, constituindo-se, portanto, do que é reprimido pela persona por ter sido considerado negativo.
A ânima e o ânimus são mediadores junto aos conteúdos mais profundos da psique. São uma ponte entre a singularidade concreta do indivíduo e o inconsciente coletivo. A ânima é o arquétipo sexual feminino no homem, enquanto o ânimus é o arquétipo sexual masculino na mulher.

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