ARQUÉTIPOS PERSONA, SOMBRA, ANIMA, ANIMUS E SELF
Persona
O termo persona origina-se do teatro grego antigo e significa máscara.
Arquétipo associado ao comportamento de contato com o mundo exterior necessário à adaptação do indivíduo às exigências do meio social onde vive.
Corresponde à identidade e desempenho de papéis socialmente atribuídos a uma pessoa.
Também está intimamente relacionada a conveniências pessoais.
A persona corresponde a uma significativa parcela do comportamento do sujeito enquanto personagem coletiva.
A alma, em oposição à persona, corresponde ao comportamento do sujeito enquanto personagem individual, sua real personalidade.
Uma pessoa pode ter um determinado comportamento em sociedade (persona) e, outro, completamente oposto, em casa (alma).
Convém esclarecer que nem todo comportamento social é manifestação da persona, também pode ser uma expressão da alma.
A persona possui dois aspectos: positivo e negativo.
O aspecto positivo está associado à adaptação do sujeito ao seu meio social.
O aspecto negativo surge quando o Eu se identifica com a persona, fazendo com que a pessoa se distancie e desconheça sua real personalidade, a alma.
Muitas vezes é difícil para um observador externo identificar numa pessoa o que é sua persona e o que é sua alma.
Ao se manifestar geralmente de modo inconsciente – sem que o Eu não tenha consciência de sua existência – a persona revela seu significativo grau de autonomia na psique.
Quando tornada consciente – assimilada pelo Eu – a persona traz benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.
Sombra
Arquétipo associado às virtudes e defeitos de caráter que o indivíduo desconhece existir em si mesmo.
Uma pessoa tende a projetar sua sombra nos outros e negá-la em si mesma.
A sombra possui dois aspectos: positivo e negativo.
O aspecto positivo está associado às virtudes que o indivíduo desconhece existir em sim mesmo.
O aspecto negativo está associado aos defeitos de caráter que o indivíduo desconhece existir em si mesmo.
A sombra também pode se manifestar de forma coletiva, tanto nos seus aspectos positivos como negativos.
Ao se manifestar geralmente de modo inconsciente – sem que o Eu não tenha consciência de sua existência – a sombra revela seu significativo grau de autonomia na psique.
Quando tornada consciente – assimilada pelo Eu – a sombra traz benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.
Anima e animus
A anima corresponde ao princípio feminino presente na psique do homem.
O animus corresponde ao princípio masculino presente na psique da mulher.
Anima
Arquétipo associado à personificação da natureza feminina no inconsciente masculino.
Manifesta-se no comportamento masculino através de expressões emocionais.
Projeta-se em figuras femininas: mãe, irmã, namorada, esposa, amante, mulher desejada, mulheres admiradas (nos sentidos eróticos, heróicos, intelectuais e espirituais).
A anima condensa todas as experiências que o homem vivenciou no seu encontro com a mulher durante milênios e é a partir desse imenso material inconsciente que é modelada a imagem de mulher que o homem procura.
A anima possui dois aspectos: positivo e negativo.
O aspecto positivo está associado àquilo que a anima, uma vez tornada consciente – assimilada pelo Eu -, pode trazer ao homem no sentido de conhecer suas próprias emoções e melhorar suas relações afetivas. Ainda, mesmo que inconsciente, possibilita ao homem a capacidade de amar, a receptividade ao irracional, a sensibilidade à arte e à natureza, a intuição profética e o acesso ao inconsciente e, em conseqüência, à busca espiritual.
O aspecto negativo está associado ao fato de que, quando inconsciente – desconhecida pelo Eu -, a anima expressa-se em manifestações emocionais infantis e primitivas, domina o homem, tornando-o subjugado por figuras femininas, fazendo com que ele possa incorrer em paixões cegas e desilusões amorosas, dependência da mulher, mudanças bruscas de humor, explosões emocionais, ciúme, caprichos, ansiedade, melancolia, depressão e mesmo (tentativas de) suicídio.
Ao se manifestar geralmente de modo inconsciente – sem que o Eu não tenha consciência de sua existência – a anima revela seu significativo grau de autonomia na psique do homem.
Quando tornada consciente – assimilada pelo Eu – a anima traz benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.
Animus
Arquétipo associado à personificação da natureza masculina no inconsciente feminino.
Manifesta-se no comportamento feminino através de expressões judicativas e reflexivas.
Projeta-se em figuras masculinas: pai, irmão, namorado, esposo, amante, homem desejado, homens admirados (nos sentidos eróticos, heróicos, intelectuais e espirituais).
O animus condensa todas as experiências que a mulher vivenciou no seu encontro com o homem durante milênios e é a partir desse imenso material inconsciente que é modelada a imagem de homem que a mulher procura.
O animus possui dois aspectos: positivo e negativo.
O aspecto positivo está associado àquilo que o animus, uma vez tornado consciente – assimilado pelo Eu -, pode trazer à mulher no sentido de conhecer seus próprios pensamentos e melhorar suas relações afetivas. Ainda, mesmo que inconsciente, possibilita à mulher o gosto pelo conhecimento da natureza dos fenômenos e o acesso ao inconsciente e, em conseqüência, a busca espiritual.
O aspecto negativo está associado ao fato de que, quando inconsciente – desconhecida pelo Eu -, o animus expressa-se em manifestações judicativas e reflexivas infantis e primitivas, domina a mulher, tornando-a subjugada por figuras masculinas, fazendo com que ela possa incorrer em paixões cegas, dependência do homem, juízos irrefletidos, preconceitos infundados, certezas não fundamentadas, teimosias, afetos de vingança e frieza emocional.
Ao se manifestar geralmente de modo inconsciente – sem que o Eu não tenha consciência de sua existência – o animus revela seu significativo grau de autonomia na psique da mulher.
Quando tornado consciente – assimilada pelo Eu – o animus traz benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.
Sizígia: anima e animus
Devido à diferente natureza dos dois gêneros, a relação entre homens e mulheres é uma relação de oposição e, ao mesmo tempo, de complementaridade não só fisiológica, mas, também, psicológica.
A tomada de consciência – pelo Eu -, da anima pelo homem e do animuspela mulher, propicia a melhoria das relações interpessoais e afetivas entre os gêneros.
Essa sizígia (arquétipo da alteridade, segundo Byington) já era bem conhecida pelo taoísmo – uma antiga filosofia chinesa – expressando-se na idéia/símbolo do Tai Chi (princípio do princípio) que compreende a oposição e complementaridade entre os princípios Yin (feminino, branco) e Yang (masculino, negro).
Self
É o núcleo organizador não só do Inconsciente (pessoal e coletivo), mas, também, de toda a psique.
É o arquétipo que leva o homem à busca pela individuação – e não individualismo -, o autoconhecimento, pela integração com os demais homens e com a natureza, pela vivência espiritual e o sentido da vida e da morte.
Essa busca é denominada por Jung de Processo de Individuação, sendo este o tema central da Psicologia Analítica.
Possui dois aspectos: positivo e negativo.
O aspecto positivo está associado à (possibilidade de) efetivação doProcesso de Individuação.
O aspecto negativo está associado ao fato de que o Self pode subjugar oEu, criando doutrinadores e fanáticos religiosos.
Quando tornado consciente – assimilado pelo Eu – o Self traz benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.
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