quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A Reforma Íntima na Visão Espírita



Para falar de reforma íntima e os desafios para o 3º milênio, necessário se faz buscar auxilio em um dos livros do Pentateuco de Kardec. O livro em questão é A Gênese, e o texto que escolhemos para comentar é uma pequena parte do capitulo XVIII.
”O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os tempos são chegados. Se viera mais cedo, teria esbarrado em obstáculos insuperáveis; houvera inevitavelmente sucumbido, porque, satisfeitos com o que tinham, os homens ainda não sentiriam falta do que ele lhes traz. Hoje, nascido com as idéias que fermentam, encontra preparado o terreno para recebê-lo. Os espíritos cansados da dúvida e da incerteza, horrorizados com o abismo que se lhes abre à frente, o acolhem como âncora de salvação e consolação suprema”.

Analisando as palavras de Kardec, podemos afirmar que: além do cansaço, das dúvidas e das incertezas que ele nos fala, nós estamos necessitados de entendimento das nossas dores  físicas e morais. A Doutrina Espírita pelo seu poder moralizador é preciosa ferramenta para nossa reforma íntima, com conseqüente transformação moral. Através da fé raciocinada, desenvolve no ser humano o poder do raciocínio lógico, para o melhor entendimento das Leis de Deus.
Com a ajuda do Espiritismo, o homem irá, pouco a pouco, unindo Ciência e Religião, pois no milênio vindouro, necessário se faz diminuir a distância existente, entre as nossas conquistas intelectuais e morais. É principalmente aí, que a Doutrina Espírita estará auxiliando a humanidade na sua caminhada, passando pelos desafios que iremos encontrar no terceiro milênio. O Homem do milênio que chega, sente sede e necessidade de espiritualização.
A reforma íntima tão falada e tão almejada por todos, não é um processo simples. Devemos entender primeiramente, que conforme o grau de consciência que a pessoa possui de sua vida, ela terá uma noção do que venha a ser reforma intima. Quanto mais instruído moral e intelectualmente o ser humano estiver, mais ampla será a visão acerca dos problemas e das dificuldades que enfrenta em sua vida.

Imaginemos, por exemplo, uma pessoa que tenha sua vida encerrada basicamente nos aspectos fisiológicos da vida. O que será uma reforma intima para essa pessoa? Fazer uma plástica, pinta os cabelos ou algo do gênero? Nesse caso, reforma intima para essa pessoa, é o que é mais imediato, é àquilo que mexe com a sua vaidade e alta estima num primeiro momento. Esse tipo de reforma - apesar de importante para algumas pessoas - ainda é muito periférica, superficial e não irá atingir o cerne do ser, o self, o espírito que é o que realmente importa. Esse tipo de reforma pode até gerar uma satisfação, um bem estar, uma alta estima mais elevada, mais devemos entender que é uma reforma exterior, portanto, temporária, e de forma alguma poderá ser considerada uma reforma íntima. A reforma íntima verdadeira, necessariamente precisa ocorrer de dentro para fora.
 Na questão de nº. 192 de “o livro dos Espíritos”, Kardec interroga os espíritos superiores: “Pode alguém, por um proceder impecável na vida atual, transpor todos os graus da escala do aperfeiçoamento, e tornar-se Espírito puro, sem passar por outros graus intermediários?”.
 "Não, pois o que o homem julga perfeito longe está da perfeição. Há qualidades que lhe são desconhecidas e incompreensíveis. Poderá ser tão perfeito quanto o comporte a sua natureza terrena, mas isso não é a perfeição absoluta. Dá-se com o Espírito o que se verifica com a criança que, por mais precoce que seja, tem de passar pela juventude, antes de chegar à idade da madureza; e também com o enfermo que, para recobrar a saúde, tem que passar pela convalescença. Demais, ao Espírito cumpre progredir em ciência e em moral. Se somente se adiantou num sentido, importa se adiante no outro, para atingir o extremo superior da escala.Contudo, quanto mais o homem se adiantar na sua vida atual, tanto menos longas e penosas lhe serão as provas que se seguirem.”
 O Espiritismo nos ensina que os nossos órgãos tanto físicos como espirituais, além do nosso espírito, propriamente dito, ainda não estão desenvolvidos o suficiente para compreender a perfeição e principalmente Deus, e é por isso, que de reencarnação em reencarnação, nós iremos desenvolvendo essas capacidades, nós iremos ratificando nossas qualidades, e retificando, ou seja, reformando, melhorando, modificando, transformando nossas vidas. Esse é o caminho que iremos seguir até chegarmos ao topo da escala evolutiva, como nos diz Kardec.
 
Portanto, o Espiritismo nos mostra de outra forma a tão falada “salvação”, termo esse muito usado na grande maioria das religiões. Ninguém será “salvo”, simplesmente por fazer parte de determinada religião. Esse processo de “salvação” nos prova o Espiritismo, é dolorido, e como nos fala Kardec, bem longo. Portanto, ninguém se “salva” da noite para o dia, e muito menos Deus irá “salvar” algumas de suas criações só porque elas fazem parte de uma comunidade religiosa. Essa “salvação” será uma conseqüência de séculos de labuta e de várias e várias passagens pela carne. Portanto, a “salvação” que trata o espiritismo, passa necessariamente pelo nosso autoconhecimento e pela reforma íntima.                            
A Reforma Íntima é um trabalho complicado, demorado e processual. Processual significa aquilo que obedece a uma seqüência. Em conceito bem claro, reforma íntima é a habilidade de lidarmos com as características da nossa personalidade, melhorando os traços que compõem suas formas de manifestação. O nosso caráter, o temperamento, os valores, os vícios, os hábitos e desejos são alguns desses caracteres que podem e devem ser renovados e aprimorados.
Nessa saga de mutação e crescimento, o maior obstáculo a transpor ainda é o nosso interesse pessoal, o conjunto das viciações do ego repetido durante variadas existências corporais, e que se cristalizaram em nossas mente e em nosso espírito. Entretanto, para chegarmos ao aprimoramento, ao conhecimento interior, será necessária uma nova ética nas relações conosco e com a vida: é a chamada ética da transformação, sem a qual, essa nossa viagem em busca do autoconhecimento poderá estacionar em mera atitude de desvendar o subconsciente, sem propósitos de mudanças para melhor.
O autoconhecimento é um mapa de como chegar ao ‘eu verdadeiro’, que é a nossa própria consciência, a nossa própria personalidade. Todavia, essa viagem não pode ser feita somente com o mapa, ela necessita de suprimentos morais, preventivos, fortalecedores e de uma ética de paz consigo próprio. Somente nos conhecermos não basta, é necessário um intenso trabalho de auto-aceitação para não cairmos novamente nas garras de perigosas ameaças que rondam essa nossa viagem ao “eu verdadeiro”.
Para evoluirmos precisamos nos conhecer, isso é básico. Não existe evolução moral sem o autoconhecimento. Diante disso vamos nos fazer alguns questionamentos:
Como nós nos encontramos na atual encarnação?
 Será que os nossos estudos e alguns chamamentos da vida já nos fizeram mudar o grau de consciência que temos de nós mesmo?
Será que esses estudos e esses chamamentos da vida já acionaram o nosso sinal de alerta, para que acordemos dessa hibernação?
Como está a nossa vida?
 Será que estamos com as rédeas delas em nossas mãos, ou será que o controle de nossa vida foi terceirizado?
Para quem nós entregamos o controle de nossa vida?
Se depois de tantos questionamentos e do autoconhecimento, identificarmos que não estamos gerindo nossas vidas, que preferimos ouvir mais o que todo mundo fala, o que todo mundo sugere, são grandes as possibilidades de estarmos vivendo ou passando por algum tipo de conflito, conflitos esses, que não nos deixa confiar em nós mesmo para gerir nossa existência. Imaginemos agora o que é reforma íntima para uma pessoa nesse estado? Será que estamos sendo conduzidos, influenciados, ou simplesmente estamos copiando atitudes de outras pessoas? Se esse for o caso, o risco é grande de acabarmos achando que tudo isso é o resumo das mudanças que precisamos passar, sem, no entanto, aferir para ver se aqueles conselhos, aquelas mudanças sugeridas vem de encontro com a nossa existência. Portanto, quanto mais instruídos estivemos, mais iremos abrir o leque do autoconhecimento, e com esse domínio poderemos elaborar questões, que bem respondidas e analisadas, nos trarão um ganho enorme de tempo no nosso processo evolutivo. Por exemplo:

- Quais são os pontos, digamos, nevrálgicos da nossa personalidade que precisam ser modificados?
 - Quais são os nossos pontos fortes que precisam ser fortalecidos ainda mais?

Invariavelmente, nós do planeta Terra, ainda não fomos treinados para nos conhecermos. Uma grande parte da população foi treinada para ser submissa subserviente, para obedecer mesmo.

Quantos de nós ainda não nos libertamos com a proposta de Jesus e do Espiritismo, porque ainda temos muito medo da nossa vida atual, que, diga-se de passagem, poderia ser o antídoto para evitar muitas dores e sofrimento? Então isso mostra que a pessoa não tem contrato ainda consigo mesma, e não sabe para onde estar caminhando, porque, se ela não cuida do seu destino, se ela alimenta os apelos que aterrorizam sua consciência e sua personalidade, como é que ela poderá fazer uma reforma intima?
Se já temos algum conhecimento de nossa realidade, iremos começar a perceber certos padrões de acontecimentos em nossas vidas, que talvez seja a causa de uma série de acidentes, acidentes esses que estão nos trazendo sofrimentos e dificuldades. Nesse momento passamos a perceber que estamos fazendo alguma coisa errada, tendo algum tipo de comportamento que está gerando tudo isso. Essas dificuldades nada mais são que o nosso passado de erros voltando à tona e nos alertando para o chamamento de uma vida diferente, para o autoconhecimento, e conseqüentemente, nos chamando à reforma intima. O interessante é que tudo isso ocorre de forma involuntária, à pessoa queira ou não queira, quando ela é tocada pela dor ela começa a se observar mais.
 Joanna D´Angelis nos diz que: “O nosso ego recebe tantos apelos sociais que nós ficamos distraídos em atender a esses apelos e deixamos de cuidar do principal que é o self, o nosso espírito. Quando estamos atendemos a esses apelos, esquecemos de atender as nossas necessidades mais reais”  
O interessante nas palavras de Joanna, é que enquanto estamos atendendo as necessidades falsas que a sociedade cria de forma ilusória em nossa mente, como se aquilo fosse imprescindível para nossa felicidade, nós deixamos o principal em segundo plano. Com esse comportamento, nós acabaremos caindo no que a psicologia chama de massificação. A psicologia nos diz que uma pessoa massificada é uma pessoa inpensantes e incapaz de raciocinar por si mesma. As pessoas inpensantes fazem absolutamente o que todo mundo faz. A psicologia trata isso como conflitos internos e falta de confiança para gerenciar a própria vida. Vamos imaginar uma situação de massificação: se estivemos em um local com umas cem pessoas, por exemplo, e 80 delas fumarem, o que iremos achar? Se formos uma pessoa massificada, iremos acabar achando que fumar é normal. Nós iremos validar o fumo através do consenso. Quantos comportamentos que nós temos não são baseados no consenso? Existem pessoas que chegam inclusive a se justiçar: Há mais todo mundo faz qual o problema? È como se ela fosse autorizada a fazer alguma coisa errada pelo simples motivo que todo mundo faz. Agora, qual é o grau de consciência que essa pessoa tem sobre si mesma? Ela não tem consciência das conseqüências de suas ações que podem prejudicar o seu corpo físico e psíquico, e assim vai ampliando essa visão de falta de consciência. Se eu simplesmente faço o que todo mundo faz - e nem sempre isso é o melhor para mim - então qual é a consciência que eu tenho da minha saúde, do meu equilíbrio? Mais como eu tenho algum prazer de fazer aquilo que todo mundo faz, e por outro lado também, se eu tenho alguma culpa por isso, eu irei diluir essa culpa com a multidão, chegando ao ponto de achar que estou tendo algum ganho com essa atitude.
Quando o individuo vai ganhando consciência, aprendendo a se instrui - como nos diz o evangelho segundo o espiritismo - ele vai começando a perceber que ele é o gestor do seu equilíbrio, da sua saúde, da sua sanidade, da sua melhoria pessoal e de sua vida. Acreditem, tudo que nós, de alguma forma, voluntária ou involuntariamente fazemos que destoa dos valores morais, começa a criar atritos, conflitos em nossa personalidade, e com isso começam a aparecer as doenças, as obsessões, tanto as auto obsessões, quanto as hetero-obsessões. De qualquer forma, em ultima instancia tudo isso está acontecendo para acordar a nossa personalidade.
A aproximação do fim do milênio tem gerado na humanidade reações das mais diversas possíveis. São interpretações que variam de grande desdém ao fato, ao extremo de considerar que o mundo será destruído fisicamente pelas catástrofes. A Doutrina Espírita, no entanto, nos mostra outro caminho, outra realidade que é o da racionalidade. Fundamentada inteiramente na moral do Cristo, o Espiritismo prega a reformulação dos princípios básicos do ser imortal, que faz suas conquistas através das oportunidades reencarnatória, e compreende em plenitude às conseqüências da lei de Deus. O Espiritismo bem compreendido, bem estudado e analisado, tem como conseqüência inevitável a melhoria da criatura, desenvolvendo no homem a necessidade de construir um mundo melhor, mais justo e de menos sofrimento. Esse é o mundo do terceiro milênio. Até chegar lá, porém, a humanidade percorreu um longo caminho, e ainda percorrerá longa estrada até chegar à compreensão plena dos mecanismos da Criação. O homem do terceiro milênio é um homem liberto das amarras da ignorância e sabedor da profundidade e importância das Leis de Deus.
A idéia de que a vida se resume entre o nascer e o morrer tem sido a grande razão pela qual a humanidade se mantém no atraso moral. A dúvida sobre o futuro faz com o que o homem concentre seus pensamentos apenas na vida terrena. Sem idéia do porvir, dedica-se inteiramente ao presente, depositando sobre ele todas as suas esperanças de felicidade. Considera os bens terrenos muito preciosos e sua perda causa-lhe pungente dor e sofrimento.

A idéia da nulidade é o mais grave engano da humanidade, o que leva o homem a posturas de extremo egoísmo que tem caracterizado o comportamento em todos os tempos. Com esse pensamento, o homem elaborou seu alicerce em valores transitórios, dando à vida uma importância calcada unicamente na aquisição de riquezas materiais. Tivesse ele a idéia das conseqüências danosas desses pensamentos para a sociedade, e para a edificação de seu Espírito imortal, com toda certeza trataria de rever urgentemente seus conceitos. Sem perspectivas de futuro para o seu Espírito, todas as suas lutas resumem-se em superar o outro, em contrapartida com o verdadeiro objetivo da vida, que é a superação de si mesmo. Como a idéia da vida futura lhe é vaga, e às vezes resume-se apenas a frágeis concepções religiosas ou filosóficas, trata de suprir apenas o presente, esbaldando-se em esforços nas conquistas da matéria, única coisa real e justificável em sua ótica, em sua visão niilista.
 Existe no Evangelho uma historia muito interessante. Havia uma estrada, e por essa estrada um homem viajava. Esse homem com certeza não tinha bons pensamentos, e suas ações no decorrer de sua vida não eram das melhores. Mais de repente algo aconteceu com ele. Ele percebeu uma luz muito forte e uma voz como que vinda do céu, e essa voz dizia assim: “Saulo, Saulo, porque me persegues?” Essa pessoa era Paulo de Tarso. A meu ver, um dos maiores exemplo de reforma íntima. Uma bela história que nos leva a raciocinar e refletir. Será que a conversão de Paulo - que era um contumaz perseguidor da boa nova, e depois passou a ser seu protetor – aconteceu naquele momento que ele sentiu tudo aquilo, será que foi assim? Com certeza a idéia de se reformar aconteceu sim naquele momento. Mais será que para Paulo de Tarso, a reforma íntima foi fácil? Antes não podia nem ouvir falar na tal da boa nova, e agora um defensor ferrenho dela. Paulo depois que passou a defender a palavra do Cristo foi perseguido e teve sua vida ameaçada várias vezes. Será que nós conseguiríamos nos manter na nossa fé, se tivéssemos nossas vidas ameaçadas? Será que a reforma íntima de Paulo foi tão fácil assim? Viu uma luz, ouviu uma voz e pronto, reformou-se? Teria mesmo acontecido dessa forma? Quantas vozes nós no decorrer de nossas vidas já não ouvimos, e nem mesmo assim conseguimos nos reformar?

Paulo depois de perseguir a boa nova por muitos anos, foi preciso passar por um momento de dor para acordar. Paulo não mudou só de nome, mais principalmente, mudou seus pensamentos e suas atitudes, e se reformou, passando a viver em função da boa nova, em função do Cristo. 


Nós infelizmente ainda não acordamos para a nossa reforma. Podemos até mesmo mudar de nome - como fez Paulo - mais ainda não estamos preparados para mudanças tão drásticas.

** Texto elaborado por : Walter Frota Fontenele
Palestra Ministrada no CE Humberto de Campos dia 25/10/2012 pelo trabalhador daquela casa: Walter Frota Fontenele
  

sábado, 27 de outubro de 2012

Reforma íntima e o padrão de pensamentos


Felipe Wilkon

Reforma íntima e o padrão de pensamentos
Sei que você se esforça para realizar a sua reforma íntima. Imagino como você se supera para ser uma pessoa melhor. E compreendo o sentimento de impotência quando você não consegue controlar seus pensamentos.
Vivemos um período extremamente dinâmico, cheio de ocupações e obrigações. E vivemos rodeados de pessoas. Que, como você e eu, têm seus problemas, suas dificuldades. Temos que evitar conflitos e contornar obstáculos com nossos familiares, com nossos colegas, com nossos parentes, com nossos vizinhos.
E como se não bastassem os problemas reais a resolver, somos metralhados com tragédias televisivas e informações de toda espécie que acabam invadindo nossa mente. Nunca se teve tanto acesso à informação quanto hoje. Somos informados de coisas que acontecem no planeta inteiro. Acho que não precisamos disso; mas é só uma opinião. E não é sobre isso que quero falar com você.
O que eu gostaria que você percebesse é que tudo à sua volta chama a sua atenção. Todo mundo quer a sua atenção. Se não são as pessoas, são os meios de comunicação. Não há como você se focar num padrão de pensamentos que você queira. Como você vai ter pensamentos de paz se o jornal lhe entope os olhos com roubalheira, corrupção e violência? Como você vai ter pensamentos de amor ao próximo se sua vizinha faz questão de lhe contar as novidades escabrosas? Como você vai ter pensamentos de saúde se o seu colega lhe faz o relatório diário de suas doenças de estimação?
Tudo isso gera pensamentos em você. E os seus pensamentos geram sentimentos. E é nesse ponto que muitas vezes você perde o controle de si mesmo. Se você não consegue controlar seus pensamentos (ninguém consegue isso o tempo inteiro), tente ao menos escolher o sentimento que você quer sentir. Escolha um sentimento e procure mantê-lo. Se você se esforçar pra isso, provavelmente vai mudar uma série de hábitos. E vai se sentir obrigado a mudar de atitude em relação a algumas pessoas.
Os semelhantes se atraem. Você conhece a Lei de atração, não conhece? Se você conseguir manter seu sentimento por algum tempo, verá que ele se fortalece, pois outros pensamentos e sentimentos semelhantes juntam-se a ele. Há milhares de pensamentos passando por você o tempo inteiro. Pensamentos seus e de outros, encarnados e desencarnados.
Você nunca se deu conta de que quando estamos focados num sentimento ou ideia aparece um monte de coisas relacionadas a isso? Busque na sua memória alguma experiência desse tipo. Quando você iniciou um curso ou concurso começou a prestar atenção a vários assuntos relacionados a ele, que antes não percebia. Quando você esteve apaixonado, confundiu outras pessoas com a pessoa amada, pensando vê-la em todos os lugares. Quando você queria muito comprar alguma coisa importante obteve várias informações sem pedir, seja em conversas com amigos ou num artigo de revista ou jornal.As coisas existem, tudo o que nós queremos já existe. Nosso trabalho é atrair essas coisas pra nós. Com pensamentos e sentimentos é exatamente a mesma coisa.
Você não verá sua reforma íntima progredir muito se não prestar atenção aos seus pensamentos. Porque tudo começa pelo pensamento. Um mau pensamento pode gerar uma boa ação? É difícil. Escolha um sentimento e espere a sintonia. Nossos pensamentos são como as ondas de rádio. E você só pode sintonizar determinada emissora se procurar a estação correspondente no dial. Você não sintoniza uma emissora AM se estiver em FM.
Se você vem tentando se melhorar há algum tempo e não nota resultado em você, é hora de mudar alguma coisa. Reveja a importância de suas companhias, das informações que você acessa, reveja seu modo de pensar. Respeite mais sua própria vontade. Faça suas próprias escolhas. Seja o que for que você escolher, você precisa saber que o pensamento, por mais forte que seja, demora um pouco pra se manifestar. É uma característica do nosso plano físico. E ainda bem que é assim. Imagine se todos os nossos pensamentos se manifestassem imediatamente…

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Poder do Pensamento




PENSAMENTO E MEDIUNIDADE


“As bases de todos os serviços de intercâmbio, entre os desencarnados e encarnados, repousam na mente.”

“Os nossos companheiros na Terra ou no Além são aqueles que escolhemos com as nossas solicitações interiores, mesmo porque, segundo o antigo ensinamento evangélico, teremos nosso tesouro onde colocarmos o coração” (Emmanuel, Roteiro, 6.ed., p.119-121).

Emissões Mentais


A mente, em qualquer plano, emite e recebe, dá e recolhe, renovando-se constantemente para o alto destino que lhe compete atingir.

Estamos assimilando correntes mentais, de maneira permanente.

De modo imperceptível, “ingerimos pensamentos”, a cada instante, projetando, em torno de nossa individualidade, as forças que acalentamos em nós mesmos. (Emmanuel, Roteiro, 6.ed., p.112-113).

Sintonia e Equilíbrio


“Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas ideias, aspirações, invocações e apelos.”

“Mentes enfermiças e perturbadas assimilam as correntes desordenadas do desequilíbrio, enquanto que a boa-vontade e a boa intenção acumulam os valores do bem.”

“Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades de nosso pensamento.” (Léon Denis, O problema do ser, do destino e da dor, 15.ed., p. 356).

“O cultivo das ideias pessimistas, geradoras de enfermidades e dissabores, angústias e tragédias, deve ser substituído pelos pensamentos saudáveis, produtivos, responsáveis pelos bens da vida.” (Joanna de Ângelis, Momentos de saúde, 3.ed., p.27).

O que fazer para melhorar os Pensamentos


A Prece


“Não olvides, pois que o culto à prece é marcha decisiva. A oração renovar-te-á para a obra do Senhor, dia a dia, sem que tu mesmo possas perceber.” (Emmanuel, Fonte viva, 21.ed., p.338).

Culto de Evangelho no Lar


“Trata-se do estudo do Evangelho de Jesus em reunião familiar. O Culto do Evangelho no Lar, realizado no ambiente doméstico, é precioso empreendimento que traz diversos benefícios às pessoas que o praticam.”

Reforma Íntima


Conceito


“Reforma íntima nada mais é do que o desenvolvimento contínuo e progressista das perfeições latentes que jazem no nosso espírito.” (Ney Lobo, Estudos de Filosofia Social Espírita, 4.ed., p.136).


Como iniciar o Trabalho de Iluminação da nossa própria Alma?


“Esse esforço individual deve começar com o autodomínio, com a disciplina dos sentimentos egoísticos e inferiores, com o trabalho silencioso da criatura por exterminar as próprias paixões.”

Jesus , o modelo de Médium


“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; mas, terá a luz da vida.” João (8;12)


Fontes:
Emmanuel, Fonte Viva, Francisco Cândido Xavier.
Emmanuel, Roteiro, Francisco Cândido Xavier.
Joanna de Ângelis, Momentos de Saúde, Divaldo Pereira Franco.
Ney Lobo, Estudos de Filosofia Social Espírita, 4 ed., p.136.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita. - Mt. 6, 1-4


Narrativa Evangélica

1 Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.
2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
3 Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita;
4 para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

Comentários do GEET
Nesta passagem o mestre ensina que não se deve vangloriar-se de ser justo ou de dar esmola, ou generalizando, de fazer algum bem ao próximo. A ostentação está próxima da vaidade e do orgulho, maiores chagas morais da humanidade.
Quem faz o bem para aparecer diante dos homens já recebeu sua recompensa, ou seja, já “apareceu” para eles.
Aquele que faz o bem pelo próprio bem, ama pelo próprio amor, sem esperar ser reconhecido, denota ter conquistado os sentimentos dignos dos espíritos evoluídos e aí está sua recompensa.
A recompensa dos espíritos evoluídos é a felicidade advinda da consciência em paz e da prática do amor-caridade.
A ética de Jesus é praticar o bem para ser e não para aparecer, é a ética da coerência e humildade.


Mensagem Espiritual
Que a sabedoria do Mestre Jesus nos inspire a todos, para que nos elevando possamos nos aproximar Dele.

Gostaríamos de considerar, além desses preciosos comentários  do trabalho de hoje, algumas informações sobre estes ensinamentos do Mestre que mostram  muito claramente o seu grande conhecimento psicológico e filosófico.

Primeiramente observemos que quem faz o bem para mostrar para o outro desvirtua o próprio ato de amor-caridade porque não o faz por amor, mas faz para que o outro o veja fazendo, ou seja, um ato de exibicionismo.

É claro que o efeito do bem feito terá sempre consequências proveitosas, mas aquele que faz por exibicionismo, mostra-se possuidor de graves problemas psicológicos. Entre eles, a baixa autoestima, a ausência de autonomia, mostra que ainda não possui a liberdade e encontra-se preso a opinião dos outros. Possui então, o complexo de inferioridade. Exibir-se, ostentar-se ou vangloriar-se é, na verdade, uma tentativa de autoafirmação.

Por isso, recomenda o Mestre Jesus para que amemos verdadeiramente. E no processo de amarmos, pelo próprio amor, nos sentiremos fortalecidos. Essa é a recompensa futura.  O fortalecimento dos nossos espíritos pela prática do amor.

Desaparecerá assim, qualquer complexo e inferioridade e o amor nos suprirá, nos dará a liberdade e autonomia permitindo que verdadeiramente alcancemos a paz e o sentimento de solidariedade e união.

Essas são algumas informações que gostaríamos de  acrescentar aos estudos de hoje.

Esmola - LE


888. Que se deve pensar da esmola?

“O homem condenado a pedir esmola se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseia na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa-vontade de alguns.”

a) – Dar-se-á reproveis a esmola?

“Não; o que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira por que habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão.

“A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola; está tanto no ato, como na maneira por que é praticado. Duplo valor tem um serviço prestado com delicadeza. Se o for com arrogância, pode ser que a necessidade obrigue quem o recebe a aceitá-lo, mas o seu coração pouco se comoverá.

“Lembrai-vos também de que, aos olhos de Deus, a ostentação tira o mérito ao benefício. Disse Jesus: “Ignore a vossa mão esquerda o que a direita der.” Por essa forma, ele vos ensinou a não tisnardes a caridade com o orgulho.

“Deve-se distinguir a esmola, propriamente dita, da beneficência. Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação.

“Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados. A atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.

“Não vos esqueçais nunca que o Espírito, quaisquer que sejam o grau de seu adiantamento e a sua situação, como encarnado ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres. Sede, pois, caridosos, praticando não só a caridade que vos faz dar friamente o óbolo que tirais do bolso ao que vo-lo ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes com os defeitos dos vossos semelhantes. Em vez de votardes desprezo à ignorância e ao vício, instruí os ignorantes e moralizai os viciados. Sede brandos e benevolentes para com tudo o que vos seja inferior. Sede-o para com os seres mais ínfimos da criação e tereis obedecido à lei de Deus.”

                                       SÃO VICENTE DE PAULO

Educação e afetividade


Educação e afetividade

Marlene Fagundes Carvalho Gonçalves

de Ribeirão Preto, SP

A afetividade sempre pareceu ligada à Educação, tanto que normalmente o papel do educador foi considerado pertinente à Mulher que, acreditava-se, era mais afeita às questões da afetividade.

Intuitivamente, professores, pais e educadores percebem, no dia a dia, a importância dos laços afetivos no processo de educação.

Também no campo científico, muitas pesquisas caminham na direção de entender de que forma a afetividade se relaciona com a educação. Wallon, um educador e médico francês, que viveu de 1789 a 1962, deixou uma enorme contribuição neste sentido, e que hoje está sendo redescoberta pelos educadores.

Wallon atribui à emoção - que como os sentimentos e desejos, são manifestações da vida afetiva - um papel fundamental no processo de desenvolvimento humano. Quando nasce uma criança, todo contato estabelecido com as pessoas que cuidam dela, são feitos via emoção. Entende-se por emoção formas corporais de expressar o estado de espírito da pessoa, manifestações físicas, alterações orgânicas, como frio na barriga, secura na boca, choro, etc.

O Livro dos Espíritos, na questão 384, refere-se a isto: "Por que os primeiros gritos da criança são de choro? Para excitar o interesse da mãe e provocar os cuidados necessários. Não compreendes que, se ela só tivesse gritos de alegria, quando ainda não sabe falar, pouco se inquietariam com as suas necessidades?"

Wallon destaca o caráter social da criança neste sentido, pois que se não houvesse a atenção do adulto nessa fase inicial de sua vida, a criança morreria. O recém-nascido não tem ainda outras formas de se comunicar com o outro, que não a emoção, esta sim, forma eficiente de comunicação; e que funciona em mão dupla. Nossa comunicação com o bebê também é emocional, corporal. É comum se dizer que não é fácil enganar uma criança. Isto porque ela "lê" no corpo, mais que nas palavras. Podemos dizer coisas bonitas a uma pessoa, mas nosso corpo pode estar mandando uma mensagem de repulsa. É esta mensagem que a criança percebe, pois ainda não desenvolveu, a contento, a comunicação verbal, racional, que nós, adultos, usamos primordialmente, quase nos esquecendo destas outras formas de comunicação.

Segundo Wallon, quando, em alguma situação da nossa vida, há o predomínio da função cognitiva, estamos voltados para a construção do real, como quando classificamos objetos, fazemos operações matemáticas, definimos conceitos, etc. Quando há o predomínio da função afetiva, neste momento estamos voltados para nós mesmos, fazendo uma elaboração do EU. É só lembrarmos das nossas experiências carregadas de emoção, como por exemplo o nascimento de um filho, a perda de um ente querido, ou algo assim. No impacto da emoção, nossa preocupação é a construção que fazemos de um novo eu, a mulher que se transforma mãe, o esposo que se torna viúvo…

No caso da criança, o choro inicial, o desconforto das cólicas, do frio ou calor demasiado, a exploração do próprio corpo, representam a construção do eu, nesse primeiro momento, corporal. Mais para frente, graças à exploração dos objetos, e da linguagem, vai construindo seu eu psíquico. Todo processo de educação significa também a constituição de um sujeito. A criança, seja em casa, na escola, na evangelização, em todo lugar; está se constituindo como ser humano, através de suas experiências com o outro, naquele lugar, naquele momento. A construção do real vai acontecendo, através de informações e desafios sobre as coisas do mundo, mas o aspecto afetivo nesta construção continua muito presente.

Constituir-se como sujeito não se trata de apenas recuperar sua bagagem, trazida de experiências anteriores, de outras vidas, mas também de "reformar seu caráter" se for o caso. "Os Espíritos não ingressam na vida corpórea senão para se aperfeiçoarem, para se melhorarem; a debilidade dos primeiros anos os torna flexíveis; acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles que devem fazê-los progredir. É então que se pode reformar o seu caráter e reprimir as más tendências." (O Livro dos Espíritos, perg. 385).

Se nós adultos tivéssemos a consciência do quão importante são estes momentos para a criança em formação, com certeza repensaríamos sobre muitas de nossas ações cotidianas.

Conforme a criança vai crescendo, as crises emotivas vão se reduzindo - ataques de choro, birras, surtos de alegria, cenas tão comuns na infância - vão sendo melhores controladas pela razão, num trabalho de desenvolvimento da pessoa. Questão essa abordada por Kardec, na pergunta 380, cuja resposta dos Espíritos vem nos esclarecer: "Enquanto criança, é natural que os órgãos da inteligência, não estando desenvolvidos, não possam dar-lhe toda a intuição de um adulto; sua inteligência, com efeito, é bastante limitada, até que a idade lhe amadureça a razão."

Heloysa Dantas diz em seu livro, A Infância da Razão, seguindo a teoria de Wallon, que "a razão nasce da emoção e vive de sua morte". No início da vida, a emoção predomina. Conforme a criança vai desenvolvendo-se, as emoções vão sendo subordinadas ao controle das funções psíquicas superiores, da razão. E por toda a vida, razão e emoção vão se alternando, numa relação de filiação, e ao mesmo tempo de oposição.

Enquanto não dermos atenção a este fator afetivo na relação educador-educando, corremos o risco de estarmos só trabalhando com a construção do real, do conhecimento, deixando de lado o trabalho da constituição do próprio sujeito - que envolve valores e o próprio caráter - necessário para o seu desenvolvimento integral, como homem e como Espírito imortal.

Bibliografia:

DANTAS, H.; A Infância da Razão, SP, Ed. Manole, 1990.
GALVÃO, I.; Henri Wallon, RJ, Ed. Vozes, 1995.

A razão na fé Espírita


A razão na fé Espírita

Bernardino da Silva Moreira

A luz da razão iluminou e fortaleceu a fé combalida pelo dogmatismo com sua tacanhice de outrora, a fé caduca molestada pela ciência, com seu materialismo reducionista, foi reerguida pela ciência espírita. Ante o espiritualismo velho com suas frioleiras surge a Doutrina Espírita com sua lógica irretorquível; a razão espírita transforma-se em fé raciocinada.

Com o método positivo Kardec mostra a força da razão e nas Obras da Codificação, através de “O Livro dos Espíritos” na pág. 47, prenuncia a exobiologia:

“A razão nos diz que entre o homem e Deus outros elos necessariamente haverá, como disse os astrônomos que, entre os mundos conhecidos, outros haveria, desconhecidos. Que filosofia já preencheu essa lacuna?”

Os Espíritos que viviam sobre a névoa do sobrenaturalismo, devido a fé cega, são também iluminados pela razão no virar da página:

“A razão diz que um efeito inteligente há de ter como causa uma força inteligente e os fatos hão provado que essa força é capaz de entrar em comunicação com os homens por meio de sinais materiais.”

Ao ateísmo que grassava na época, Kardec secundado pelos Espíritos superiores, propõe na questão 4:

“Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?”

A resposta chega de forma simples e objetiva, com a profundidade característica dos Espíritos superiores:

“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

No séc. XVII, Blaise Pascal (1623-1662), matemático, físico , filósofo e escritor francês, dizia: “Duvidar de Deus é crer em sua existência.”

Ao panteísmo com sua dialética anfibológica o Espiritismo propõe mais uma vez a razão como fé:

“Pretendem os que professam esta doutrina achar nela a demonstração de alguns dos atributos de Deus: Sendo infinitos os mundos, Deus é, por isso mesmo, infinito; não havendo o vazio, ou o nada em parte alguma, Deus está por toda parte; estando Deus em toda parte, pois que tudo é parte integrante de Deus, ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. Que se pode opor a este raciocínio?

- A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo.”

Ora, não é com filosofismos ou com sofismas que chegaremos a verdade. Chega de filosofices!

Kardec comentando a questão 37, esclarece:

“Diz-nos a razão não ser possível que o Universo se tenha feito a si mesmo e que, não podendo também ser obra do acaso, há de ser obra de Deus.”

A conclusão semelhante chegou o genial físico alemão Albert Einstein (1879-1955), quando responde a seus opositores, partidários do acaso: “Deus não joga dados!” Diante da dialética maquiavélica insistente replica: “Deus pode ser perspicaz, mas não é malicioso.”

Allan Kardec e Albert Einstein unidos pela razão na fé descobrem Deus.

A fé espírita por não ser cega, caminha com segurança de mãos dadas com o progresso. Kardec deixa claro isso, quando na pág. 196 de “O Livro dos Médiuns”, conclui:

“Se a nossa fé se fortalece de dia para dia, é porque compreendemos.”

Kardec comentando a questão 717, com o bom-senso característico de sempre proclama:

“Tudo é relativo, cabendo à razão regrar as coisas.”

Essa frase cairia como uma luva na pena de Albert Einstein!

O experimentalismo espírita ou mediunismo, sem dúvida, é um dos elementos importantes para os investigadores na busca por informações do mundo espírita, mas, isso não é tudo. Espiritismo não é mediunismo, é uma doutrina filosófica com base científica e conseqüências religiosas profundas, daí o Codificador espírita advertir, na pág. 484:

“Falsíssima idéia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem da prática das manifestações materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestações, se lhe terá minado a base. Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom-senso.”

Na conclusão de “O Livro dos Espíritos, Kardec sintetiza o assunto em questão em uma curta frase, na pág. 493:

“O argumento supremo deve ser a razão.”

Ao iniciar “O Evangelho segundo o Espiritismo” no primeiro capítulo, no subtítulo “Aliança as Ciência e da religião”, Kardec faz a grande revolução do século XIX, fundindo a razão e a fé, na 58:

“A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo.”

No passado a fé e a razão foram espadas afiadas nas mãos de teológos (padres) e sábios (filosófos e cientistas). A fé cega motivada pelos teológos e padres alimentou a credulidade, e a razão cética motivada pelos pelos filósofos e cientistas, alimentou a incredulidade.

Na pág. 302 do livro em questão Kardec mostra as distâncias entre ver e compreender:

“A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender.”

A fé que tem base no ver é a fé de São Tomé, é “ver para crer” e bem sabemos que essa fé não é suficiente para converter, os ícones do materialismo extremado. Só a fé do saber dá as bases seguras para compreensão e aceitação.

Por isso Kardec no virar da página adverte:

“Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”

No livro “A Gênese” Kardec reforça as bases científicas doutrinárias, página 88:

“A fé ortodoxa se sobressaltou, porque julgou que lhe tiravam a pedra fundamental. Mas, com quem havia de estar a razão: com a Ciência, que caminhava prudente e progressivamente pelos terrenos sólidos dos algarismos e da observação, sem nada afirmar antes de ter em mãos as provas, ou com uma narrativa escrita quando faltavam absolutamente os meios de observação? No fim de contas, quem há de levar a melhor: aquele que diz 2 e 2 fazem 5 e se nega a verificar, ou aquele que diz que 2 e 2 fazem 4 e o prova?”

E para fechar com chave de ouro essa questão, no livro “Obras Póstumas” na página 220, Kardec que foi um ilustre pensador do séc. XIX, declara convicto:

“Proscrevendo a fé cega (o Espiritismo), quer ser compreendido. Para ele, absolutamente não há mistérios, mas uma fé racional, que se baseia em fatos e que deseja a luz. Não repudia nenhuma descoberta da Ciência, dado que a Ciência é a coletânea das leis da Natureza e que, sendo de Deus essas leis, repudiar a Ciência fora repudiar a obra de Deus.”

Bibliografia:

O Livro dos espíritos, Allan Kardec, Tradução de Guillon Ribeiro, 76ª edição, FEB.
O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, tradução Guillon Ribeiro, 62ª edição, FEB.
O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, tradução Guillon Ribeiro, 112ª edição, FEB.
A Gênese, Allan Kardec, Tradução Guillon Ribeiro, 37ª edição, FEB.
Obras Póstumas, Allan Kardec, Tradução Guillon Ribeiro, 26ª edição, FEB.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, Nova Cultural, 1998, vol. 18, pág. 4474 – vol. 9, pág. 2042.

Educar


Educar

Benedito da Gama Monteiro

“Educar?... seria muito mais!... Seria, desenvolver a capacidade de se autoinformar, comparar, criticar, escolher, autocriticar e criar... Com bom senso e lógica, no sentido filosófico, sócio-antropológico e psicológico e não só simplesmente, aceitar informações limitadas!

Muitas vezes... Dirigidas aos interesses particulares, preconcebidos no sentido... De nos conduzir, como se fôssemos “Carneirinhos idiotas”.

Ou seja, a Educação deve visar um processo permanentemente contínuo dia a dia e por toda a vida.

... A Educação acompanha toda a vida.... “(Inspiração Espiritual)

· Emmanuel (Espírito) aconselha (1): “Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude.”.

Como devemos educar um sentimento, um afeto, uma emoção que não pode ser cultivada? Divaldo Pereira Franco orienta (2): “Pelo exercício mental. Se a razão diz que esse sentimento é pernicioso ou, pelo menos, é perturbador ou inútil, aplicar a razão à emoção e canalizar as forças para os sentimentos superiores que defluem das emoções elevadas. Não há uma técnica específica, senão aquela que é resultado da disciplina.

Não se considerar que se tem o direito a viver as experiências perturbadoras somente porque hoje estão em moda. Tampouco pensar: como os outros se permitem uma vida irregular, por que não a própria pessoa?

A Doutrina (Espírita) nos ensina, que tudo quanto não edifica, perturba. Com essa visão racional, aplica-se o crivo da edificação dos desejos e dos hábitos a tudo quanto pode levar o ser a encarceramento na área das paixões dissolventes.

Primeiro, exercitando a mente e colocando-a nas emoções superiores, porque onde estejam as aspirações aí estará o sentimento. Nas palavras de Jesus:- Aonde esteja o sentimento, o desejo, aí estará o coração.

Depois, mediante exercício de consciência lúcida.”.

Em nosso livro (3) colocamos que “Nas múltiplas encarnações, o espírito vai acumulando uma bagagem de conhecimento e aprimoramento moral-intelectual, em função do tempo, dedicação e interesse utilizados no seu aprendizado, o que caracterizará o grau evolutivo alcançado, revelando inclinações boas ou más, vícios, defeitos, virtudes, etc. ...”. Daí a importância de se voltar as atenções para a infância porque como diz o adágio popular “O cipó se torce quando é novo” e o próprio Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, sobre a necessidade e utilidade do Espírito “nascer de novo”- como também recomendou Jesus, ensina (4):”A infância ainda tem outra utilidade. Os espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devem fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão que dar contas.”.

Artigo publicado em Manaus: no Jornal do Comércio, edição de 19.05.99, Quarta-feira, Pág.B8 – Geral; e no Jornal Luzeiro, nº 002, de Maio de 1999.

Bibliografia:

Xavier, Francisco Cândido, “Pérolas do Além”, Pág. 14, 3ª Edição, Editora FEB, 1972;
Franco, Divaldo Pereira, “Palavras de luz”, Pág. 109/110, 1ª Edição, Editora Federação Espírita do Estado da Bahia, 1993;
Monteiro, Benedito da Gama, “Elucidações Doutrinárias”, Pág.10, 1ª Edição, AB&C empreendimentos Ltda., 1998 ;
Kardec, Allan, “O Livro dos Espíritos”,. Pergunta 385, 74ª Edição, FEB, 1994.

As Emoções


As Emoções

A palavra emoção provém do verbo latino emovere, que significa mover ou movimentar, sendo, portanto, qualquer tipo de sentimento que produza na mente algum tipo de movimentação, que tanto pode ser positiva, negativa ou mesmo neutra.

Importantes na ocorrência desse fenômeno são o seu propósito assim como as suas consequências. Quando se direciona ao bem estar, à paz, à alegria de viver e de construir, contribuindo em favor do próximo, temo-la como positiva ou nobre, porque edificante e realizadora. No entanto, se inquieta, estimulando transtornos e ansiedade conduzindo nossa mente a distúrbios de qualquer natureza, temo-la negativa ou perturbadora, que necessita de orientação e equilíbrio.

Os resultados serão analisados pelos efeitos que produzam no indivíduo assim como naqueles com os quais convive, estabelecendo harmonia ou gerando empecilhos.

São as emoções responsáveis pelos crimes hediondos, quando transtornadas, assim como pelas grandes realizações da Humanidade, quando direcionadas para os objetivos dignificantes do ser.

No primeiro caso, desfruta-se da alegria de viver e de produzir o bem, enquanto que, no segundo, proporciona sofrimento e angústia, desespero e consumpção.

Para um ou outro objetivo são necessárias ferramentas específicas, tais como o amor, a bondade, a compaixão, a gentileza, a caridade, a fim de se lograr os resultados nobres, ou, do contrário, a ira, a cólera, o ódio, o ressentimento, a desonestidade, que levam ao crime e a todas as urdiduras do mal.

No primeiro caso encontramos a nobreza de caráter e dos sentimentos edificantes, enquanto que, no segundo, constatamos a pequenez moral, o primarismo em que se detém o ser humano.

As emoções, do ponto de vista psicológico, podem ser agradáveis ou perturbadoras, estabelecendo identidades, tais como aproximação, medo, repugnância e rejeição.

O importante, no que concerne às emoções, é o esforço que deve ser desenvolvido a fim de que sejam transformadas as nocivas em úteis.

Quando se expressam prejudiciais, o indivíduo tem o dever de trabalha-las, porque alga em si mesmo não se encontra saudável nem bem orientado. Ao invés de dar expansão às sujas tempestades interiores, deve procurar examinar em profundidade a razão pela qual assim se encontra, de imediato, tentando alterar-lhe o direcionamento.

As emoções têm sua origem nas experiências anteriores do ser, que se permitiu o estabelecimento de paisagens internas de harmonia ou de conflitos.

Não se deve lutar contra as emoções, mesmo aquelas denominadas prejudiciais, antes cabendo o esforço para desviar-se a ocorrência daquilo que possa significar danos em relação a si mesmo ou a outrem.

Inevitavelmente ocorrem momentos em que as emoções nocivas assomam volumosas. A indisciplina mental e de comportamento abrem-lhes espaços para que se expandam, no entanto, a vigilância ao lado do desejo de evitar-se danos morais oferece recurso para impedir-lhe as sucessivas consequências infelizes.

Nem sempre é possível evitar-se ocorrências que desencadeiam emoções violentas. Pode-se, porém, equilibrar o curso da sua explosão e o direcionamento dos seus efeitos.

Raramente alguém é capaz de permanecer emocionalmente neutro em uma situação conflitiva, especialmente quando o seu ego é atingido. Irrompe, automaticamente, a hostilidade, em forma de autodefesa, de acusação defensiva, de revide...

Pode-se, no entanto, evitar que se expanda o sentimento hostil, administrando-se as reações que produz, mediante o hábito de respeitar o próximo, de te-lo em trânsito pelo nível de sua consciência, se em fase primária ou desenvolvida.

Torna-se fácil, desse modo, superar o primeiro impacto e corrigir-se o rumo daquele que se transformou em emoção de ira ou de raiva...

***

Se tomas consciência de ti mesmo, dos valores que te caracterizam, das possibilidades de que dispõe, é possível exercer um controle sobre as tuas emoções, evitando que as perniciosas se manifestem ante qualquer motivação e as edificantes sejam equilibradas, impedindo os excessos que sempre são prejudiciais.

Quando são cultivadas as reminiscências das emoções danosas, há mais facilidade para que outras se expressem ante qualquer circunstância desagradável. Como não se pode nem se deve viver de experiências transatas, o ideal é diluir-se em novas experiências todas aquelas que causaram dor e hostilidade.

Isso é possível mediante o cultivo de pensamento de paz e de solidariedade, criando um campo mental de harmonia, capaz de manifestar-se por automatismo, diante de qualquer ocorrência geradora de aflição.

Gandhi afirmava que não deve matar o indivíduo hostil, mas matar a hostilidade nesse indivíduo, o que corresponde ao comportamento pacífico encarregado de desarmar o ato agressivo de quem se faz adversário.

Eis por que a resistência passiva consegue os resultados excedentes da harmonia. Provavelmente, ou outro, o inimigo, não entenderá de momento a não violência daquele a quem aflige, mas isso não é importante, sendo valioso para aquele que assim procede, porque não permite que a insânia de fora alcance o país da sua tranqüilidade interior.

A problemática apresenta-se como necessidade de eliminar os sentimentos negativos, o que não é fácil, tornando-se mais eficiente diluí-los mediante outros de natureza harmônica e saudável.

Acredita-se que a supressão da angústia, da ansiedade, da raiva proporciona felicidade. Não será o desaparecimento de um tipo de emoção que fará com que se desfrute imediatamente de outra. A questão deve ser colocada de maneira mais segura, trabalhando-se, sim, pela eliminação das emoções perturbadoras, porém, ao mesmo tempo, cultivando-se e desenvolvendo-se aquelas que são as saudáveis e prazenteiras.

Não se torna suficiente, portanto, libertar-se daquilo que gera mal estar e produz decepção, mas agir de maneira correta, a fim de que se consiga alegria e estímulo para uma vida produtiva.

Viver por viver é fenômeno biológico, automático, no entanto, é imprescindível viver-se em paz, bem viver-se, ao invés do tradicional conceito de viver de bem com tudo e com todos, apoiado em reservas financeiras e em posições relevantes, sempre transitórias...

Pensa-se que é uma grande conquista não se fazer o mal a ninguém. Sem dúvida que se trata de um passo avançado, entretanto, é indispensável fazer-se o bem,promover-se o cidadão, a cultura, a sociedade, ao mesmo tempo elevando-se moralmente.

Quando se está com a emoção direcionada ao bem e à evolução moral, o pensamento torna-se edificante e tudo concorre para a ampliação do sentimento nobre. O inverso também ocorre, porquanto o direcionamento negativo, as suspeitas que se acolhem, a hostilidade gratuita que se desenvolve, contribuem para que o indivíduo permaneça armado, porque sempre se considera desamado.

Mediante o cultivo das emoções positivas, aclara-se a percepção da verdade, das atitudes gentis, dos sentimentos solidários, enquanto que a constância das emoções prejudiciais faculta a distorção da óptica em torno dos acontecimentos, gerando sempre mau humor, indisposição e malquerença.

Quando se alcançar o amor altruísta haverá o sentimento da real fraternidade e o equilíbrio real no ser que busca de si mesmo e de Deus.

***

Jesus permanece como sendo o exemplo máximo do controle das emoções, não se deixando perturbar jamais por aquelas que são consideradas perniciosas. Em todos os Seus passos, o amor e a benevolência, assim como a compaixão e a misericórdia estavam presentes, caracterizando o biótipo ideal, guia e modelo para todos os indivíduos.

Traído e encaminhado aos Seus inimigos, humilhado e condenado à morte, não teve uma emoção negativa, mantendo-se sereno e confiante, lecionando em silêncio o testemunho que é pedido a todos quantos se entregam a Deus e devem servir de modelo à Humanidade.

Não se podendo viver sem as emoções, cuidar daqueles que edificam em detrimento das que perturbam, tal é a missão do homem e da mulher inteligentes na Terra.

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 09 de março de 2009, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia, publicada em "Reformador" de junho de 2009).

Emoção e Espiritismo - Gregório


Emoção e Espiritismo

 Sérgio Biagi Gregório

1) O que se entende por emoção?

A emoção é um estado da mesma natureza que o sentimento, porém de maior complexidade, pois é excitada por um complexo ideológico.

2) O que se entende por paixão?

Paixão é a reação às emoções, produzidas por causas externas e internas. Inicialmente passiva, torna-se ativa quando espontaneamente a elas adere e quase coopera com elas.

3) Pode a emoção ser influenciada pela sociedade?

Sim. A emoção faz parte do indivíduo, mas é fortemente influenciada pela sociedade, por suas regras e seus costumes. Observe que muitos governos querem ditar normas de conduta aos seus cidadãos.

4) O que é e como se distingue a emotividade?

A emotividade é a reação excessiva diante de um acontecimento. A emotividade compreende o sentimento, a emoção e a paixão. No sentimento, nossas reações permanecem organizadas; na emoção, há descontrole; na paixão, exalta-se fortemente um sentimento a expensas de outros.  

5) Cite alguns tipos de emoção.

Raiva (sentimento de ódio), medo (consciência de um perigo), amor (estado de calma e beatitude), felicidade (satisfação diante do mundo) e tristeza (sentimento de insatisfação).  

6) Onde se encontra a origem das paixões?

As paixões têm origem na emoção. Pode-se dizer que a paixão é um sentimento mais duradouro do que a própria emoção, arrastando-nos para fora do nosso estado normal.

7) A paixão é boa ou má?

A paixão é aquele ímpeto do nosso ser para realizar alguma coisa, que geralmente emprestamos um valor extraordinário. Se for direcionada para o bem, será boa; caso contrário, cairemos em diversos desregramentos.  

8) Deve-se agir pela emoção ou pela razão?

A emoção pode ser comparada à fé. Ela é inata no indivíduo. É a direção que damos a ela que pode ser racional ou não. Se possível a nossa ação deveria ser emotivo-racional.

9) Como o verdadeiro espírita trata os infortúnios?

Há grandes decepções que excitam o cérebro das pessoas levando-as ao suicídio. Como o verdadeiro espírita vê o mundo sob um ponto de vista mais elevado, esses infortúnios lhe parecem tão pequenos que essas tribulações não passam de incidentes desagradáveis que para outros produziriam violenta emoção.

10) Por que devemos cuidar do corpo e do espírito?

É que o Espírito é uma única entidade, composta de corpo, perispírito e o Espírito propriamente dito. Nesse caso, cuidando do corpo, onde se dá a emoção, este repercute para o seu todo (o Espírito).

11) Que ferramentas a Doutrina Espírita nos oferece para administrar as emoções?

A leitura edificante, as preces e os pensamentos voltados para o bem são as principais ferramentas espíritas. Além disso, podemos também receber tratamentos espirituais (passes) nos Centros Espíritas.

São Paulo, janeiro de 2011.

Emoção e Espiritismo


Emoção e Espiritismo

Sérgio Biagi Gregório 
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Emoção: 4.1. Emotividade; 4.2. Alguns Tipos de Emoção; 4.3. Tensão entre Sentir e Expressar. 5. Emoção, Paixão e Razão: 5.1. Origem da paixão; 5.2. Paixão: Boa ou Má?; 5.3. Emoção versus Razão. 6. Emoção e Doutrina Espírita: 6.1. A Excitação Cerebral; 6.2. Cuidar do Corpo e do Espírito; 6.3. Ferramentas Espíritas. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
Um estado de desequilíbrio emocional poderá nos trazer dificuldades para a harmonia familiar, a convivência no emprego e o relacionamento com o próximo. Pergunta-se: o que se entende por emoção? Qual a sua natureza? Quais são os tipos de emoção? As emoções são boas ou más? Que influência o Espiritismo exerce sobre as emoções?
2. CONCEITO
Emoção – Designa, na psicologia moderna, um estado da mesma natureza com o sentimento, mas muito mais forte que ele, pois surge de improviso e, durante certo período de tempo, impõe-se ao espírito, paralisando a associação livre e natural das representações.
Canus acrescenta: “Creio que a emoção deve ser distinguida do sentimento pela sua maior complexidade, no sentido que, enquanto no sentimento o homem é excitado por uma simples percepção sensorial, na emoção é excitado por um complexo ideológico”. (Monaco, 1967, p. 34)
É o reverbero cortical do fenômeno perceptivo que ocorre na subcorticalidade, em nível subliminar, e só posteriormente se delineia na consciência – no córtex – assumindo a forma de conhecimento propriamente dito. (Equipe da Feb, 1995)
Paixão – Do grego pathos, pena. Significa a disposição para receber alterações ou comoções mais ou menos vivas e com elas corresponder. São reações às emoções, produzidas por causas externas e internas. Inicialmente passiva, torna-se ativa quando espontaneamente a elas adere e quase coopera com elas.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
As emoções são os determinantes de nossas ações, tanto para o bem quanto para o mal. Às vezes elas nos incitam a produzir muito e outras vezes inibem todos os nossos campos da vontade. Hoje, costuma-se apelar muito para os sentimentos emocionais das pessoas, principalmente para a compra deste ou daquele produto.
A emoção faz parte do indivíduo, mas é fortemente influenciada pela sociedade, por suas regras e seus costumes. Observe que muitos governos querem ditar normas de conduta aos seus cidadãos.
Há também aquilo que sentimos particularmente, mas que não podemos expressá-lo em público, pois morreríamos de vergonha.
Caso não tenhamos força de vontade, acabamos nos desviando do nosso projeto de vida, porque não soubemos controlar os nossos estados emotivos. O que dá prazer nem sempre é o que deve ser seguido. O importante para o consumo pode ser um péssimo negócio para o nosso crescimento moral e espiritual.
4. EMOÇÃO
4.1. EMOTIVIDADE
Emotividade é a reação excessiva diante de um acontecimento, idéia ou sensação. Podemos distingui-la: sentimento, emoção e paixão. 
No sentimento, nossas reações permanecem organizadas, reguladas e controladas;
Na emoção, há descontrole; não conseguimos organizá-las ou regulá-las;
Na paixão, temos um sentimento superdesenvolvido a expensas de outros, exaltado, que nos pode conduzir ou a grandes realizações ou a grandes quedas, segundo seu teor. (Curti, 1980, p. 44)
4.2. ALGUNS TIPOS DE EMOÇÃO
Raiva – Sentimento violento de ódio ou de rancor. Quando alguém se sente enraivecido toma atitudes violentas. Por exemplo, atirar em alguém.
Termos correlatos: fúria, revolta, ressentimento, exasperação, indignação vexame, animosidade, aborrecimento, irritabilidade e hostilidade.
Medo – Fenômeno psicológico marcado pela consciência de um perigo ou objeto ameaçador determinado e identificável. Nessa situação, o sangue corre para todos os músculos mais rapidamente permitindo a fuga e movimentos rápidos.
Termos correlatos: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror e, como psicopatologia, fobia e pânico.
Amor – É a totalidade dos sentimentos e desejos que estruturam o pensamento para a liberação de energia e de forças que guiam a ação na produção do bem e possibilitam a aquisição de qualidades, constituintes do crescimento do Espírito. Provoca um estado geral de calma e satisfação, facilitando a cooperação entre os seres humanos.
Termos correlatos: aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração, paixão, ágape (caridade).
Felicidade – Em geral, é um estado de satisfação devido à própria situação do mundo. Inibe o aparecimento de sentimentos negativos e favorece o aumento da energia existente.
Termos correlatos: alegria, alívio, contentamento, deleite, diversão, orgulho, prazer sensual, emoção, arrebatamento, gratificação, satisfação, bom humor, euforia, êxtase e, no extremo, mania.
Tristeza – Estado afetivo duradouro em que a consciência se vê invadida por um doloroso sentimento de insatisfação, sendo acompanhada de uma ideia de desvalorização da existência e do real. A tristeza acarreta uma perda de energia e de entusiasmo pelas atividades da vida, em particular por diversões e prazeres. Quando a tristeza é profunda aproxima-se de depressão.
Termos correlatos: sofrimento, mágoa, desânimo, desalento, melancolia, autopiedade, solidão, desamparo, desespero e, quando patológica, severa depressão.

4.3. TENSÃO ENTRE SENTIR E EXPRESSAR
Há, no indivíduo, uma acepção interna e particular, que se distingue da sua apresentação pública. Suponha a corrupção: internamente, o sujeito é contra, pois o seu valor moral a reprime veemente. Na vida pública, é obrigado a conviver com ela, o que lhe causa uma grande tensão entre os seus sentimentos de pureza, de honestidade, de ético, com aqueles que é obrigado a enfrentar no seu dia a dia.
5. EMOÇÃO, PAIXÃO E RAZÃO
5.1. ORIGEM DA PAIXÃO
As paixões têm origem na emoção. Pode-se dizer que a paixão é um sentimento mais duradouro do que a própria emoção. É um movimento da alma que nos arrasta pra fora do nosso estado normal, provocado ou pela atração de um bem que se ama, ou pela repulsa de um mal do qual se foge. Paixão é um desejo que não permite outros. Rousseau dizia: “Todas as nossas paixões são boas quando nos tornam senhores; todas são más quando nos tornam escravos”. Descuret acrescenta: “necessidades desregradas que geralmente começam por nos seduzir para acabar tiranizando-nos”. (Mônaco, 1967, p. 39)
5.2. PAIXÃO: BOA OU MÁ?
A paixão, se não for guiada para o bem, pode se descambar para mal. Os atos e os movimentos das paixões são sempre acompanhados por um distúrbio físico no organismo. A emoção é, inicialmente, orgânica, porque é a resposta a uma sensação. No caso da paixão, é aquele ímpeto do nosso ser para realizar alguma coisa, que geralmente emprestamos um valor extraordinário.  
5.3. EMOÇÃO VERSUS RAZÃO
Agimos mais em função da emoção do que da razão. Observe um torcedor de futebol. Mesmo que seu time seja mais fraco do que o do adversário, ele tem que ganhar de qualquer jeito. Caso seu time não vença, o torcedor acaba xingando o juiz, correndo atrás dos jogadores e punindo-os com as próprias mãos.
A fé é um sentimento do coração, portanto emocional. Ele precisa ser melhorado, trabalhado segundo a razão, para que não se transforme em fé cega, que pode gerar o fanatismo. Não é sem razão que Allan Kardec escreveu no início de O Evangelho Segundo o Espiritismo:
Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da humanidade”.
6. EMOÇÃO E DOUTRINA ESPÍRITA
6.1. A EXCITAÇÃO CEREBRAL
As decepções, os infortúnios e as afeições contrariadas excitam sobremaneira o nosso cérebro, sendo as causas mais freqüentes de suicídio. “Ora, o verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado; elas lhe parecem tão pequenas, tão mesquinhas, a par do futuro que o aguarda; a vida se lhe mostra tão curta, tão fugaz, que, aos seus olhos, as tribulações não passam de incidentes desagradáveis, no curso de uma viagem. O que, em outro, produziria violenta emoção, mediocremente o afeta”. (Kardec, 1995, Introdução, item 15)
6.2. CUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO
Devemos cuidar do corpo e do Espírito. Os dois estão de tal modo inter-relacionados que não podemos nos dar ao luxo das fortes emoções sem as respectivas consequências para o nosso estado espiritual. Observe a obsessão. Ela acontece porque nos desregramos com alimentação, os prazeres e outras excitações da carne, com coisas que nos trazem a influência desses Espíritos menos felizes.
6.3. FERRAMENTAS ESPÍRITAS
A Doutrina Espírita oferece-nos as ferramentas racionais para enfrentarmos qualquer tipo de problema, inclusive os de cunho emocional, que nos fazem entrar em contato com Espíritos inferiores. Estes se aproveitam de nossa fraqueza momentânea para nos incutir o remorso, o medo, a raiva e outros tipos de emoções, que devemos defender com a prece e os pensamentos voltados para o bem.
7. CONCLUSÃO
Saibamos dosar emoção, paixão e razão. Caso estejamos em dúvida, conclamemos a presença dos benfeitores do espaço, para nos guiar no caminho do bem e da verdade.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CURTI, R. Espiritismo e Evolução. São Paulo: Feesp, 1980.
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
MONACO, Nicola. As Paixões e os Caracteres. Tradução de Miguel Zaupa. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 1967. (Psicologia Maior)
São Paulo, janeiro de 2011.

Jesus e a Inteligência Emocional


Autor: Suely Caldas Schubert

Afirma Daniel Goleman em seu livro “Inteligência Emocional” que os grandes mestres espirituais como Jesus e Buda “tocaram o coração dos seus discípulos falando na linguagem da emoção, ensinando por parábolas, fábulas e contos”. Segundo o escritor estes mestres espirituais falam no “vernáculo do coração”, o que do ponto de vista racional tem pouco sentido.

Goleman explica ainda que segundo Freud, em seu “conceito primário” de pensamento, essa lógica da mente emocional é a “lógica da religião e da poesia, da psicose e das crianças, do sonho e do mito”. Isto engloba também as metáforas e imagens como as artes, romances, filmes, novelas, música, teatro, ópera, etc., pois tocam de forma direta a mente emocional.

Isto nos leva a entender por que as expressões religiosas e artísticas agradam tanto: é que a imensa maioria das pessoas é dominada pela emoção. Também explica o motivo dessa preferência das multidões a essas crenças novas, rotuladas de evangélicas, que manipulam as emoções como fator de atração e direcionamento de seus adeptos.

Mas, o que é a EMOÇÃO? O dicionário registra: qualquer agitação ou perturbação da mente; sentimento; paixão; qualquer sentimento veemente ou excitado.

Segundo Goleman: “EMOÇÃO se refere a um sentimento e seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos, e a uma gama de tendências para agir.”

Não podemos perder de vista as sutilezas em que as emoções se manifestam, para melhor entendimento do assunto e encaminhamento do nosso raciocínio.

Os estudiosos do tema propõem famílias básicas (assim co­mo as cores básicas); mencionaremos algumas:

IRA: fúria, revolta, ressentimento, raiva, exasperação, indignação vexame, animosidade, aborrecimento, irritabilidade, hostilidade e, no extremo, ódio e violência patológicos.

TRISTEZA: sofrimento, mágoa, desânimo, desalento, melancolia, autopiedade, solidão, desamparo, desespero e, quando patológica, severa depressão.

MEDO: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror e, como psicopatologia, fobia e pânico.

PRAZER: felicidade, alegria, alívio, contentamento, deleite, diversão, orgulho, prazer sensual, emoção, arrebatamento, gratificação, satisfação, bom humor, euforia, êxtase e, no extremo, mania.

AMOR: aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração, paixão, ágape (caridade).

E as virtudes e vícios que vão desde a fé, compaixão, esperança, coragem, altruísmo, perdão, equanimidade até dúvida, preguiça, tédio, etc. Há um debate científico sobre como classificar as emoções, já que podem ser igualmente um estado de espírito, temperamento ou se transformarem em distúrbios emocionais como depressão, angústia, ansiedade, fobias, etc.

Depreende-se, portanto, que em várias circunstâncias de nossa vida as emoções prevalecem e nos dominam. Quantas vezes nos surpreendemos diante de nossas alternâncias de estado de espírito, pois podemos ser muito racionais num momento e irracionais no seguinte quando o calor da emoção passa a comandar nossas atitudes.

É exatamente nos estados extremos das emoções que as pessoas cometem ações das quais se arrependem amargamente no minuto seguinte, quando a mente racional começa a reagir. É este o caminho dos crimes passionais, quando se diz que houve “privação dos sentidos”.

Portanto, emoções são sentimentos a se expressarem em impulsos e numa vasta gama de intensidade, gerando idéias, condutas, ações e reações. Quando burilados, equilibrados e bem conduzidos transformam-se em sentimentos elevados, sublimados, tomando-se, aí sim — virtudes.

O livro de Daniel Goleman traz-nos preciosas contribuições que devem ser analisadas à luz da Doutrina Espirita. Observemos, em princípio, o que consideramos a contribuição fundamental de sua obra: a distinção entre inteligência emocional e racional, em que “linguagem” a primeira se manifesta e todas as conseqüências que daí advêm. Mas, iremos analisar, especificamente, o discurso de Jesus, sob esta ótica.

Segundo o autor e conforme mencionamos linhas atrás, Jesus utilizou-se do “vernáculo do coração”, falava, portanto, a linguagem da emoção, e acrescentamos: do sentimento sublimado — por isto se diz que Ele trouxe a Lei de Amor.

Todavia, para a mentalidade racional que impera no Ocidente, nas elites intelectuais, sobretudo, essa mensagem passou a ser vista como sinônimo de psicose, infantilidade, poesia e utopia. Por outro lado, os principais fatores que geraram esse tipo de leitura foram as distorções, as interpolações e mutilações que o Evangelho sofreu e que o transformaram nesse cristianismo dos tempos atuais, muito distante da verdadeira Boa-Nova.

É exatamente no momento crucial em que a Europa, liderada pela França, entroniza a “deusa Razão”, zombando dos valores espirituais cultivados pela religião dominante, que a Terceira Revelação chega à Terra. O Espiritismo veio fazer uma leitura do Evangelho através da razão. Tendo em suas bases a moral cristã em sua pureza primitiva, interpretada, todavia, na linha do raciocínio a fim de que o seu aspecto emocional passe agora pela mente racional e possa ser aceita, assimilada pela mentalidade que prevalece em nossa época.

Cremos que a resistência na aceitação da Doutrina Espírita por parte dos países europeus (e mesmo norte-americanos), deve-se ao fato de não terem conseguido ainda assimilar essa nova mentalidade, pois destacam, de forma predominante, os valores intelectuais, a linha racional, não admitindo a prevalência da emoção ou a sua equiparação com a razão.

A Doutrina Espírita vem colocar o Evangelho do Cristo na linguagem da razão, com explicações racionais, filosóficas e científicas, mas, vejamos bem, sem abandonar, sem deixar de lado o aspecto emocional que é colocado na sua expressão mais alta, tal como o pretendeu Jesus, ou seja o sentimento sublimado, demonstrando assim que o SENTIMENTO E A RAZÃO podem e devem caminhar pela mesma via, pois constituem as duas asas de libertação definitiva do ser humano: O AMOR E A SABEDORIA.

A questão 627 de “O Livro dos Espíritos” traz-nos primorosa síntese das finalidades do Espiritismo e, a certa altura da resposta transmitida pelos Espíritos Superiores afirma: “O ensino dos Espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão. Estamos incumbidos de preparar o reino do bem que Jesus anunciou. Daí a necessidade de que a ninguém seja possível interpretar a lei de Deus ao sabor de suas paixões, nem falsear o sentido de uma lei toda de amor e de caridade.”