sexta-feira, 27 de março de 2015
O autoconhecimento - RME
Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, perguntou aos Espíritos:
Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
Os Benfeitores da Humanidade responderam:
Um sábio da Antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.
A Doutrina Espírita mostra-nos o caminho que devemos percorrer para conseguirmos esse intento: o autoconhecimento.
A caminhada, portanto, é em sentido contrário ao que temos buscado até agora. É para dentro de nós mesmos, e não no exterior.
Alguns de nós não nos conhecemos, não fazemos idéia de quem somos, de qual será o nosso comportamento diante de determinada situação. Enfim, somos um ilustre desconhecido de nós mesmos.
Pelo desconhecimento dos nossos sentimentos, às vezes tomamos atitudes equivocadas, que nos causam desagrado tão logo nos damos conta do ocorrido.
Uma senhora afirmava sempre que, se um dia fosse assaltada, ficaria imobilizada, petrificada; que certamente não teria forças para reagir.
A sua amiga, por sua vez, dizia que reagiria, que se fosse preciso lutaria, mas não deixaria barato não.
Um dia, ambas estavam conversando na calçada. Um garoto passou e levou a bolsa daquela que disse que reagiria. Ela ficou paralisada.
A outra, que afirmara que ficaria imobilizada, saiu correndo atrás do menino, dando-lhe com a sua bolsa nas costas e gritando para que devolvesse a bolsa da amiga.
O menino, que não esperava tal reação, jogou a bolsa no chão e se foi, pois achou melhor salvar a própria vida.
Isso prova que ambas desconheciam suas tendências, pois diante do inesperado tiveram reações contrárias às que afirmavam que teriam.
Muitos de nós também nos desconhecemos, não costumamos fazer uma análise profunda da nossa intimidade.
Assim, facilmente nos surpreendemos conosco mesmo diante de situações inusitadas.
Para sabermos quanto de orgulho e egoísmo, piores chagas da sociedade, ainda carregamos em nós, basta que nos observemos com sinceridade, nos pequenos atos do quotidiano, que perceberemos com clareza.
Observando a nossa reação diante da indiferença de um amigo, do pouco caso que fazem de um trabalho que executamos, do penteado ou da roupa que vestimos, ou quando alguém nos chama à atenção.
Cada pessoa é um Universo que precisa ser descoberto, para que possa fazer brilhar a luz que jaz latente no seu íntimo.
Todos somos lucigênitos, filhos da luz, pois o Criador, que é a Luz Suprema, assim nos fez a todos.
Se perscrutarmos com atenção nossa intimidade, perceberemos que já temos muitas conquistas, mas que ainda nos falta dar alguns passos para que brilhe de fato a nossa luz. É só uma questão de tempo e de disposição.
* * *
Santo Agostinho, um dos Pais da Igreja, colaborou na Codificação da Doutrina Espírita.
A resposta a que nos referimos no início foi dada por ele. Recomenda que cada um de nós faça como ele fizera quando viveu na Terra.
A cada noite ele fazia uma análise de como fora o seu dia. Questionava-se se fizera alguma coisa contra Deus, contra seu próximo e contra ele próprio.
E sempre buscava corrigir o que precisava ser corrigido, buscando ser a cada dia melhor que no dia anterior.
Redação do Momento Espírita, com base no item 919 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.
Em 11.01.2010.
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