Até para ajudar quem você ama é necessário preparo
Essa ilusão de achar que temos a capacidade de mudar as pessoas que amamos e não querem mudança é que mais nos faz sofrer, ficar presos a elas sem avançar e sem achar caminhos para nossas dores pessoais.
Algumas mães e familiares, para agravar ainda mais essa ilusão, adotaram a cultura infeliz e insensata do carma, divulgada em comunidades religiosas. Nessa visão, as pessoas estão ao lado das outras para pagarem dívidas, sofrerem e salvar o outro.
Quando alguém está sofrendo porque sente que não está conseguindo mudar quem ama, na verdade, essa pessoa está precisando de ajuda e orientação. Primeiramente porque esse sofrimento fragiliza emocionalmente a você e, nesse estado, ninguém pode fazer nada de útil por quem ama. E segundo, porque enquanto você nutre a ideia de que pode salvar alguém que não quer ser salvo, vai ter uma vida muito infeliz contrariando as sábias leis da vida que estipulam que cada um deve responder pelas escolhas que faz.
Recebendo ajuda e orientação, tudo pode ser muito diferente. Até para ajudar quem você ama, é necessário preparo. Essa cultura popular de que “meu amor será suficiente para te mudar” está levando muitas relações afetivas à ruina.
Quem disse a você que aquilo que você acredita ser o melhor para quem ama é realmente o que ele precisa? Quem disse que isso vai realmente ajuda-lo?
Querer o bem de quem se ama é uma arte, não é apenas ter bons sentimentos.
O amor exige também novas perspectivas, novas ideias e estratégias diferentes de agir. Exige um largo entendimento de si, do seu universo emocional.
A maior insanidade humana no amor é fazer todos os dias as coisas do mesmo jeito, usar as mesmas estratégias e esperar resultados diferentes em quem você ama, supondo que você está fazendo o melhor para ele ou de que pode muda-lo na força.
Ilusão! Não é amor.
Por Wanderley Oliviera
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