quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Estação das Perdas
Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio.
Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido.
Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida – aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: as perdas do ser humano.
Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero.
Estamos, a partir de então, por nossa conta – sozinhos, podem dizer alguns.
Começamos a vida em perda, e nela continuamos –dizem outros.
Porém, paradoxalmente, se notarmos bem, e se nos atrevermos a ver tudo isso sob um outro ponto de vista, um ponto de vista mais otimista, quem sabe, descobriremos algumas coisas como:
No momento em que perdemos algo, novas oportunidades nos surgem.
Ao perdemos o aconchego do útero, ganhamos os braços do Mundo.
Ele nos acolhe, nos assusta e nos encanta, nos destrói e nos eleva.
E continuamos a perder... E seguimos a ganhar.
Perdemos a inocência da infância, e ganhamos a confiança absoluta na mão que segura nossa mão.
Ganhamos a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair.
Perdemos a inocência da infância, e adquirimos a capacidade de questionar: por quê?
Perguntamos a todos e de tudo. Estamos crescendo.
Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer, renascer.
Cada nova fase revela perdas. Cada nova fase aponta novos ganhos.
A vida é obra encantadora do Criador. Nada nela existe por acaso. Nada funciona ou acontece sem seguir uma lei maior, uma razão.
Nem mesmo a tão temida “morte” deve ser considerada como oposto de “vida”. O que chamamos de morte é apenas uma entrada para outra estação da mesma vida.
Assim, quando achamos que “perdemos” pessoas que amamos, deveríamos enxergar que “ganhamos” um grande amor, e este nunca se perderá.
Cada pessoa que entra em nossa vida, e que nela permanece através do amor, nunca mais estará distante.
Que ganho maravilhoso este! Que certeza esperançosa, revolucionária.
A vida não começa em perda, começa em “oportunidade”.
Nascer é ganhar nova chance de seguir adiante. Nova chance de descobrir, de conhecer e de amar.
Quem ama nunca perde. Quem doa nunca fica sem.
Pensamento
O Espírito Fénelon, na obra O evangelho segundo o espiritismo, traz uma importante reflexão. Diz-nos ele:
“Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal(...)
Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa?
Podeis supor que o Senhor dos Mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis?
Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser.”
Redação do Momento Espírita com base
em texto atribuído a Aila Magalhães,
recebido pela Internet e no cap. V de
O evangelho segundo o espiritismo,
de Allan Kardec, ed. Feb.
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