segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

16ª. AULA CORRENTES MENTAIS - A PRECE



I - PEDAGOGIA EM SITUAÇÃO
Na floresta mental em que vivemos, freqüentemente nos defrontamos com vibrações subalternas que nos golpeiam, compelindo-nos ao cansaço e à irritação, provenientes de ondas enfermiças de seres encarnados ou desencarnados desequilibrados, com os quais partilhamos o clima psíquico. Estamos mentalmente expostos a todo tipo de influência psíquica, seja no meio social, profissional, familiar, sobretudo aos meios de comunicação em massa, que constituem poderosos agentes de indução.
Segundo Aristóteles, "pensar é uma ação divina. Pensar é criar condições atrativas de pensamentos idênticos. O que se faz mister é saber pensar, dominar o pensamento, amoldá-lo à vontade, sujeitando todos os elementos somáticos do organismo ao domínio superior do Eu," - Efetivamente, importa antes o domínio de nossos pensamentos sobre nós mesmos, e não pensar sob influência do meio.
II - POR QUE SUPERAR
Segundo André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade, Cap. XV, cargas imensas de elétrons perturbam o campo terrestre, responsabilizando-se pelas tempestades magnéticas que afetam todos os processos vitais do Globo - prejudicando inclusive as transmissões de aparelhos radiofônicos.
Da mesma forma existem as correntes de elétrons mentais que, por sua vez, formam cargas que aderem-se ao campo magnético dos indivíduos. Por outro lado, toda compressão de agentes mentais gera em nossa alma estados indutivos, pelos quais atraímos cargas de pensamentos em sintonia com os nossos. Estamos, efetivamente, sempre em correlação espontânea com as Inteligências, encarnadas ou desencarnadas, por intermédio das cargas mentais que acumulamos ou emitimos.
Da mesma maneira que correntes incessantes de força sustentam a Natureza terrestre, também o pensamento circula ininterrupto, no campo magnético de cada Espírito, extravasando-se para além dele, com as essências características de cada um. (op. cit, p. 112)
É assim que, cada um possui no próprio pensamento a fonte inestancável das próprias energias. Construímos a nossa fotosfera psíquica à base de cargas magnéticas constantes. Conforme a natureza de nosso pensamento, emitimos correntes mentais destrutivas ou construtivas:
CORRENTES MENTAIS DESTRUTIVAS conduzem a:
a) Processos obsessivos
Acumulando em si mesma as forças autogeradas em processo de profundo desequilíbrio, a alma exterioriza forças mentais desajustadas e destrutivas, pelas quais atrai as forças do mesmo teor, caindo freqüentemente em cegueira obsessiva (. .. ) As mentes desvairadas ou caídas em monoideísmo vicioso se refletem mutuamente. (Op. cit., p. 114)
b) Degeneração de energias
Considerando-se que o processo de "acumulação desordenada das nuvens de tensão no campo da aura" se caracteriza por imensa gradação, se as criaturas conscientes não se dispõem a distribuição natural das próprias cargas magnéticas, em trabalho digno, estabelecem para si a degenerescência das energias. (Idem, p. 114)
c) Vícios e enfermidades
( .. .) Seja no arrastamento da paixão ou na sombra do vício, sofrem a aproximação de correntes mentais arrasadoras (...) que lhes impõem disfunções e enfermidades de variados, matizes, segundo os pontos vulneráveis que apresentem (. . .). (Idem, ibidem)
III - COMO SUPERAR
É pela projeção de nossas idéias que nos vinculamos aos planos mais nobres e elevados. É assim que, educando nossos pensamentos criamos CORRENTES MENTAIS CONSTRUTIVAS, sustentadas por:
a) TRABALHO E DOAÇÃO
Assim como a Natureza encontra, na distribuição harmoniosa das próprias energias, o caminho justo para o próprio equilíbrio, sustentando-se em movimento contínuo, o Espírito identifica, no trabalho ordenado com segurança, a trilha indispensável para o seu clima ideal de euforia. (Op. cit., p.113)
Os benefícios do trabalho não são apenas de ordem física, por elemento mantenedor do corpo orgânico, mas de ordem espiritual, psíquica e moral. Através do trabalho, não somente desenvolvemos atributos morais que incorporam virtudes cristãs ao nosso ser, mas o serviço a favor do bem nos garante o equilíbrio psicofísico indispensável a uma existência feliz. É criando o bem que criamos o caminho luminoso da interioridade. Dar algo de si em favor de outrem é revelar, dinamizar potencialidades internas. Seja qual for o campo de atuação, o Espírito é chamado a servir no sentido de dinamizar a circulação das próprias energias mentais. Doar é ajustar a onda mental no sentido de gerar, revigorar, harmonizar todo o ser com os mananciais inexauríveis do amor.
A cada momento, o Criador concede a todas as criaturas a bênção do trabalho, como serviço edificante, para que aprendam a criar o bem que lhes cria luminoso caminho para a glória na Criação. (Emmanuel)
Portanto, quanto mais enobrecida a consciência, maior o seu poder sobre si, maior seu poder mental, mais benéficas suas correntes mentais a vibrarem ao redor de si mesmo, e de outrem. Seja qual for o trabalho podemos ser fonte de emissão de energias mentais que aderem ao campo magnético daqueles com os quais convivemos: o missionário ao consolar um Espírito desesperado está impelindo-o à produção de raios mentais enobrecidos, permitindo recepção do auxílio de planos superiores; o médico que encoraja o paciente inclina-o a gerar em favor de si mesmo correntes mentais restaurativas das células físicas; o educador, ao estimular o educando, impulsiona-o a gerar elementos do próprio íntimo, ajustando-lhe a onda mental no contágio do bem. E assim, continuamente somos construtores de pensamentos - nossos e de outrem.
b) A PRECE
A prece é o mais elevado meio de indução e comunhão com as forças vivificantes da criação. Criar é dinamizar os anseios sublimes que estão latentes na intimidade do Espírito. A oração consiste em uma emissão de força, que caracteriza-se por determinado potencial de freqüência a gerar e assimilar ao mesmo tempo as fontes geradoras de vida.
É assim que a oração permite:
1. COMUNHÃO COM ESFERAS SUPERIORES - A prece torna o homem melhor?
- Sim, porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espirítos para o assistir. É um socorro jamais recusado, quando o pedimos com sinceridade. (LE, 660)
Qualquer que seja o grau cultural, a oração é o mais elevado meio de indução para comunhão com as Esferas Superiores. Colocamo-nos em correlação imediata com outras Inteligências por intermédio das cargas mentais que emitimos, ergue-se o pensamento aos planos sublimados, de onde pode-se recolher as idéias regeneradoras dos Espíritos benevolentes que nos rodeiam.
2. EQUILÍBRIO DO CORPO E DO ESPÍRITO
Na oração não suprime, de imediato, os quadros de provação, mas renova-nos o espírito, a fim de que venhamos a sublimá-los ou removê-los." (Emmanuel)
Exteriorizando a essência divina, a consciência elevada impregna todo o seu ser pela qualidade do pensamento emitido, corrigindo o magnetismo torturado da criatura, recompondo-lhe as faculdades profundas. Na ligação íntima com Deus a consciência reorganiza a harmonia "cosmo-psíquica" abrandando assim as manifestações instintivas e dissipando os pensamentos opressivos. O espírito retempera suas forças e encoraja-se para enfrentar com mais otimismo as vicissitudes na existência terrena. Ao elevar sua freqüência vibratória, o Espírito higieniza a mente e libera maior cota de luz interior.
3. EFiCÁCIA DA PRECE
A energia da corrente está na razão direta da energia do pensamento e da vontade. (E.S.E., Cap. XXVII, idem 10)
A prece só tem valor quando a ação magnética é gerada pelo próprio pensamento. Por isso que preces místicas ou decoradas não surtem efeito. É necessário que cada palavra, cada frase, construa uma corrente mental dinamizada pelo amor, caso contrário serão meras palavras. Por isso, nada adianta pedir, se não estivermos motivados pelo amor nesse momento.
Semelhante atitude da alma, porém, não deve em tempo algum, resumir-se a simplesmente pedir algo ao Suprimento Divino, mas pedir, acima de tudo, a compreensão quanto ao plano da Sabedoria Infinita ( .. ). (Mecanismos da Mediunidade p. 179)
A prece é o solilóquio de uma alma exultante. A lamentação, o descontentamento impedem uma ligação efetiva com Deus. Importa, pois, saber ajudar-se a si próprio, liberar a essência amorosa que nos caracteriza, só então a prece será efetiva, pois partirá do interior para o objetivo a ser alcançado, e não pedidos dispersivos de fora para dentro. Orar é entrar em comunicação com o oceano interior, e não pronunciar algo exterior a si.
4. TRANSCENDÊNCIA
Orar é despertar correntes mentais que vivificam, é despertar as potências divinas. Orar é identificar-se com a fonte inexaurível do amor e do poder; inserindo-se nas leis de renovação que governam os fundamentos da vida. Orar é erguer-se pela força viva do pensamento, é recriar-se pela assimilação do fluxo divino. Orar é arquitetar o interior pelas mais sublimes criações mentais. Orar é transcender, é superar-se cada vez mais em inusitada alegria interior, em um impulso que nos compele à religiosidade, a um sentido moral de força interior.
Busquemos, pois, a paz, pela fidelidade a nós mesmos.

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