quinta-feira, 24 de setembro de 2015
O SINAL ESPIRITA DA RENOVAÇÃO INTERIOR
O SINAL ESPIRITA DA RENOVAÇÃO INTERIOR
Rogério Coelho
"Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral
e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más."
- Allan Kardec
O Singular Discípulo de Pestalozzi teve o cuidado de deixar bem clara a questão da "qualidade" do teor doutrinário que deve caracterizar o Espírita Verdadeiro ou o Espírita Cristão. Isso porque - bem o sabia o Mestre Lionês - a diversidade de caracteres das criaturas determinaria, também, uma gama imensamente variada de "tipos" de Espíritas. Porém, sem desconsiderar esse amplo leque de "exemplares", Kardec classifica-os - genericamente - em quatro grupos, não necessariamente estanques, a saber :
- Espíritas experimentadores;
- Espíritas imperfeitos;
- Verdadeiros Espíritas ou Espíritas-Cristãos; e
- Espíritas exaltados.
Vemos assim, que não basta a pessoa dizer-se Espírita para efetivamente o ser de boa "cepa". Há que se observar atenta e minuciosamente se não se trata apenas de pseudocientista, exaltado ou imperfeito.
Faz-se mister para a perfeita identificação do Espírita legítimo, isto é, do Espírita Verdadeiro ou Espírita-Cristão, observar se o seu “modus-vivendi” está balizado pelos ensinamentos de Jesus e Kardec. O que caracteriza os
VERDADEIROS ESPIRITAS OU ESPIRITAS-CRISTÃOS?
Kardec assim os define1:
"Aquele que pode ser - com razão - qualificado de Espírita Verdadeiro e sincero, se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito que nele domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé. Um é qual músico que alguns acordes bastam para comover, ao passo que outro apenas ouve sons.
Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e quase sempre o consegue, se tem firme a vontade."
Kardec quis reforçar ainda mais essa questão para torná-la insofismável, por isso perguntou, sem rebuços, aos Espíritos Superiores :
- "Se entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho?"
Resposta: - "Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira Caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua Lei; os que seguem Sua Lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa Lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e ambição."
O Espírito de Verdade alerta :
"Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a Caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: "Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra", porquanto o Senhor lhes dirá:
Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio às vossas rivalidades e às vossas discórdias, a fim de que daí Não viesse dano à obra! Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita; que buscaram suas recompensas nos gozos da Terra e na satisfação do orgulho, pois as recompensas celestes são para os que Não as tenham buscado na Terra."
Arremata Albino Teixeira :
"Fácil é verificar quando a pessoa entrou no Espiritismo: basta examinar um fichário ou escutar uma indicação. Difícil, porém, é positivar se o Espiritismo entrou na pessoa.
Existem dez inequívocas expressões do sinal espírita na individualidade, respaldadas em manifestações evidentes, ostensivas, que sempre se fazem representar pelo advérbio "mais", nos domínios do bem:
Mais serviço espontâneo e desinteressado aos semelhantes; mais empenho no estudo; mais noção de responsabilidade; mais zelo na obrigação; mais respeito pelos problemas dos outros; mais devotamento à verdade; mais cultivo de compaixão; mais equilíbrio nas atitudes; mais brandura na conversa; mais exercício na paciência.
Ser espírita de nome, perante o mundo, decerto que já significa trazer legenda honrosa e encorajadora na personalidade, mas, para que a criatura seja Espírita à frente dos bons Espíritos, é necessário apresentar o sinal espírita da renovação interior, que, ante a Vida Maior, tem a importância que se confere na Terra às prerrogativas de um passaporte ou ao valor de uma certidão.”
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