A educação, assim como todas as áreas do conhecimento humano, passa por mudanças rápidas e profundas. A escola moderna, mais que nunca, vem atualizando seus métodos de ensino em função das necessidades emergentes do ser humano nos dias de hoje.
Um ponto fundamental nesse cenário é o próprio conceito de educação que foi construído ao longo dos séculos, focado em transmitir conhecimento. Percebe-se hoje que isso necessariamente não é educação, mas sim uma ferramenta educacional chamada instrução. Educar vai muito além de armazenar saberes. A prova disso é que hoje temos uma sociedade intelectualizada e primariamente capacitada em valores e habilidades que sejam suficientes para propagar a justiça, o bem e a ética.
A palavra educare que vem do latim quer dizer "ex" (fora) + "ducere" (conduzir, levar), ou seja, extrair para fora, retirar de dentro, vir à luz. Educar é oferecer condições para que o homem descubra seus próprios talentos e vocações e os desenvolva. É fazer contato com os potenciais latentes que Deus depositou em cada um de nós. Portanto, somente com instrução esse objetivo central da arte de educar fica incompleto.
Uma pergunta tornar-se imprescindível, a nós espíritas, diante deste contexto social: temos acompanhado esse ciclo de progresso? Estamos educando espiritualmente o ser humano que busca o Espiritismo? O conhecimento espírita colabora na formação de homens de bem ou apenas oferece subsídios informativos sobre assuntos espirituais? Somente a poder de conhecimento espírita consegue-se oferecer condições ao ser humano para ser mais feliz e capaz de promover sua libertação consciencial?
Divulgação ou educação?
Começa a ficar mais claro que anos e mais anos de instrução doutrinária não são sinônimos de paz interior ou conduta moralizada. É comum amealharmos décadas de Espiritismo e, ainda assim, trazer a alma aflita e conturbada. Constata-se após um longo período de intensa divulgação da doutrina que a instrução não foi suficiente para apontar soluções aos dramas íntimos da vida emocional.
Falta um investimento maduro e consciente na aplicação prática da sabedoria do autoconhecimento e, mais que isso, na arte de nos educar para aprender a amar de verdade, inclusive a nós próprios.
Mais que informação espírita, estamos carentes de transformação espírita. Mais do que ser espíritas que atuam em tarefas, ser homens que ajudam a melhorar a vida em toda parte, incluindo o nosso próprio bem-estar. Mais que instrução doutrinária, precisamos de soluções aplicáveis para erradicar nossas dores, desenvolver nossos talentos e construirmos o homem de bem que Allan Kardec se refere em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVII, itens um e dois.
Afinal, usando bom senso e amor, nós viemos aqui na Terra foi para isso: superar os sofrimentos, colocar nossa luz para fora, extrair de dentro o ser maravilhoso que todos possuímos latente na intimidade. Quem ainda dorme nos braços da aflição com justificativas de pagar débitos e resgatar faltas corre o risco de enquadrar-se em provas das quais já podia ter saído há bom tempo, além de tornar sua própria existência um mar de tormenta a título de melhoria espiritual.
A divulgação esclarece, mas só a educação pode salvar!
Onde entra a oficina dos sentimentos?
Quero agora preparar o terreno para a parte II desse artigo na qual vou falar sobre o que é a oficina dos sentimentos, como aplicá-la e quais foram os resultados educacionais desse método na mudança desse cenário em que se encontra o ensino espírita.
Não se trata de um método de substituição da instrução espírita, mas sim complementar, já que lida com todas as bases do Espiritismo dirigidas para a vida subjetiva do homem. Basicamente a proposta da oficina é educar a alma para ser feliz.
A oficina dos sentimentos é uma experiência inspirada no relato do espírito Ermance Dufaux, em seus livros “Escutando Sentimentos” e “Lírios de Esperança”, nos quais são discorridos sobre métodos e técnicas usadas no Hospital Esperança no tratamento de seus internos. O Hospital Esperança é uma obra de amor erguida por Eurípedes Barsanulfo no mundo espiritual para socorrer religiosos cristãos falidos que não conseguiram erguer a libertação de suas consciências à luz do evangelho.
Considerando que o os benfeitores realizam essa tarefa do “lado de lá”, surgiu a idéia de trazer para cá a experiência que se espalhou por vários grupos espíritas no Brasil e no exterior.
É um projeto e uma vivência que nos leva a conhecer Espiritismo nos conhecendo, nos incluindo no processo de ensinar. O diferencial da Oficina dos Sentimentos é a educação em um dos focos mais emergentes para nossa paz e felicidade, ou seja, nos sentimentos, na educação emocional do ser.
Para uma noção inicial do tema que será concluída no próximo artigo, vamos analisar o quadro ilustrativo que faz uma distinção bem didática sobre os caminhos da instrução e da educação, isto é, do aprimoramento dos potenciais humanos que ainda não sabemos como administrar coerentemente com os princípios que fundamentam a teoria espírita.
Voltarei a abordar o quadro ilustrativo com mais detalhes, porém, observe que tudo parte da mudança de conceito entre ensinar Espiritismo através de conteúdos e práticas e ensinar o ser humano a se libertar onde ele mais necessita consolidar seus valores pela educação: na vida emocional que se expressa na convivência.
Um ponto fundamental nesse cenário é o próprio conceito de educação que foi construído ao longo dos séculos, focado em transmitir conhecimento. Percebe-se hoje que isso necessariamente não é educação, mas sim uma ferramenta educacional chamada instrução. Educar vai muito além de armazenar saberes. A prova disso é que hoje temos uma sociedade intelectualizada e primariamente capacitada em valores e habilidades que sejam suficientes para propagar a justiça, o bem e a ética.
A palavra educare que vem do latim quer dizer "ex" (fora) + "ducere" (conduzir, levar), ou seja, extrair para fora, retirar de dentro, vir à luz. Educar é oferecer condições para que o homem descubra seus próprios talentos e vocações e os desenvolva. É fazer contato com os potenciais latentes que Deus depositou em cada um de nós. Portanto, somente com instrução esse objetivo central da arte de educar fica incompleto.
Uma pergunta tornar-se imprescindível, a nós espíritas, diante deste contexto social: temos acompanhado esse ciclo de progresso? Estamos educando espiritualmente o ser humano que busca o Espiritismo? O conhecimento espírita colabora na formação de homens de bem ou apenas oferece subsídios informativos sobre assuntos espirituais? Somente a poder de conhecimento espírita consegue-se oferecer condições ao ser humano para ser mais feliz e capaz de promover sua libertação consciencial?
Divulgação ou educação?
Começa a ficar mais claro que anos e mais anos de instrução doutrinária não são sinônimos de paz interior ou conduta moralizada. É comum amealharmos décadas de Espiritismo e, ainda assim, trazer a alma aflita e conturbada. Constata-se após um longo período de intensa divulgação da doutrina que a instrução não foi suficiente para apontar soluções aos dramas íntimos da vida emocional.
Falta um investimento maduro e consciente na aplicação prática da sabedoria do autoconhecimento e, mais que isso, na arte de nos educar para aprender a amar de verdade, inclusive a nós próprios.
Mais que informação espírita, estamos carentes de transformação espírita. Mais do que ser espíritas que atuam em tarefas, ser homens que ajudam a melhorar a vida em toda parte, incluindo o nosso próprio bem-estar. Mais que instrução doutrinária, precisamos de soluções aplicáveis para erradicar nossas dores, desenvolver nossos talentos e construirmos o homem de bem que Allan Kardec se refere em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVII, itens um e dois.
Afinal, usando bom senso e amor, nós viemos aqui na Terra foi para isso: superar os sofrimentos, colocar nossa luz para fora, extrair de dentro o ser maravilhoso que todos possuímos latente na intimidade. Quem ainda dorme nos braços da aflição com justificativas de pagar débitos e resgatar faltas corre o risco de enquadrar-se em provas das quais já podia ter saído há bom tempo, além de tornar sua própria existência um mar de tormenta a título de melhoria espiritual.
A divulgação esclarece, mas só a educação pode salvar!
Onde entra a oficina dos sentimentos?
Quero agora preparar o terreno para a parte II desse artigo na qual vou falar sobre o que é a oficina dos sentimentos, como aplicá-la e quais foram os resultados educacionais desse método na mudança desse cenário em que se encontra o ensino espírita.
Não se trata de um método de substituição da instrução espírita, mas sim complementar, já que lida com todas as bases do Espiritismo dirigidas para a vida subjetiva do homem. Basicamente a proposta da oficina é educar a alma para ser feliz.
A oficina dos sentimentos é uma experiência inspirada no relato do espírito Ermance Dufaux, em seus livros “Escutando Sentimentos” e “Lírios de Esperança”, nos quais são discorridos sobre métodos e técnicas usadas no Hospital Esperança no tratamento de seus internos. O Hospital Esperança é uma obra de amor erguida por Eurípedes Barsanulfo no mundo espiritual para socorrer religiosos cristãos falidos que não conseguiram erguer a libertação de suas consciências à luz do evangelho.
Considerando que o os benfeitores realizam essa tarefa do “lado de lá”, surgiu a idéia de trazer para cá a experiência que se espalhou por vários grupos espíritas no Brasil e no exterior.
É um projeto e uma vivência que nos leva a conhecer Espiritismo nos conhecendo, nos incluindo no processo de ensinar. O diferencial da Oficina dos Sentimentos é a educação em um dos focos mais emergentes para nossa paz e felicidade, ou seja, nos sentimentos, na educação emocional do ser.
Para uma noção inicial do tema que será concluída no próximo artigo, vamos analisar o quadro ilustrativo que faz uma distinção bem didática sobre os caminhos da instrução e da educação, isto é, do aprimoramento dos potenciais humanos que ainda não sabemos como administrar coerentemente com os princípios que fundamentam a teoria espírita.
Voltarei a abordar o quadro ilustrativo com mais detalhes, porém, observe que tudo parte da mudança de conceito entre ensinar Espiritismo através de conteúdos e práticas e ensinar o ser humano a se libertar onde ele mais necessita consolidar seus valores pela educação: na vida emocional que se expressa na convivência.
Wanderley Oliveira
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