quarta-feira, 30 de julho de 2014

O Egoísmo

O Egoísmo

"O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XI, item 11"

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositor: Aparecida Cruz
Rio de Janeiro
11/09/2002

Dirigente do Estudo:

Jailton Pinheiro

Mensagem Introdutória:

CULTIVE A PRUDÊNCIA

"Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo (o egoísmo) em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno." Cap.XI:11.

Não diga: "Desta água não beberei!"

O amanhã é incerto.

Não afirme: "Tudo fiz e nada consegui!"

Tente novamente; há sempre um recurso que não foi usado.

Não informe: "Não posso mais, desistirei!"

Você ignora os próprios recursos; sempre há possibilidades latentes, aguardando movimentação.

Não ateste: "Eu vi; exijo severa punição para o infrator!"

Você pode ter visto, mas o fato não aconteceu como você viu; há antecedentes que você ignora e fatores que você não pode penetrar.

Não imponha: "Eu quero!"

Nem tudo quanto você quer pode ser como você quer e, mesmo que seja possível, nem sempre deve ser como você deseja.

Não fale: "Ingrato! Abandonou-me."

Ninguém está esquecido do amor de nosso Pai; sua aparente solidão é ensejo evolutivo para a sua alma.

Dilate seu amor entre todos, cultivando a paciência.

Recorde-se do Senhor Jesus:

Era rei, fez-se vassalo.

Magistrado celeste, deixou-se julgar injustamente.

Mestre excelente, consultou várias vezes os escritos antigos.

Médico divino, utilizou-se de saliva e barro para limpar a treva dos olhos do cego de Jericó.

Amigo fiel, foi abandonado pelos companheiros.

E, morrendo por amor a todas as criaturas, ainda as chama e as espera, oferecendo-lhes o Espiritismo que o desvela e atualiza, como atestado incorruptível de sua infinita bondade, ensejando libertação e felicidade.

Não diga, pois: "Não posso mais!"

Jesus é o caminho... E seguindo, valorosamente, você atingirá, ao fim de todas as lutas, o porto feliz de gloriosa distinção.

Marco Prisco
Do Livro: Glossário Espírita-Cristão
Psicografia: Divaldo Pereira Franco
Editora: LEAL

Oração Inicial:

<Moderador_> Senhor Jesus, neste momento, querido mestre, elevamos nossos pensamentos ao Teu, de modo a nos sintonizarmos com as vibrações de amor e paz que se fazem aqui presentes, neste momento de estudo. Que Tu possas, companheiro e amigo fiel, renovar nossos pensamentos, para que eles possam sempre se manter na faixa do bem e do bom. Que Tu possas, Senhor, nos auxiliar em nossas dificuldades, e que nos ajude a nos manter firmes em nossos propósitos de acertar. Que possamos, mestre, buscar sempre nos lembrar da busca de sermos verdadeiros espíritas: aquele que se transforma moralmente e se esforça por dominar seus instintos maus. A luta pode ser dura, o caminho difícil, mas contigo ao nosso lado, com certeza, chegaremos lá. Que em Teu nome, em nome de Deus e dos Espíritos benfeitores que nos acompanham nesta tarefa, possamos dar por iniciado mais um estudo espírita na noite de hoje. Que assim seja!

Exposição:

<Aparecida_Cruz> Que o Senhor Jesus abençoe os nossos propósitos buscando no estudo da Doutrina Espírita o guia seguro para estarmos em paz e acertando.

O nosso tema de hoje toca a cada um de nós, já que difícil é encontrar aquele coração que esteja livre totalmente dessa "chaga da humanidade", como diz Emmanuel.

O egoísmo cega aquele que o possui e o que para ele, o egoísta, é natural para aqueles que com ele convivem muitas vezes é fator de infelicidade.

Conviver com alguém que tenha todos os seus objetivos voltados para si mesmo é algo bem doloroso. Diga quem tenha em sua família, dentro da sua área profissional, ou da sua esfera de relação social um coração bastante egoísta. Ele será aquele que sempre tentará fazer com que os fatos e as pessoas girem em torno de si, independente de quem venha magoar.

Algumas vezes, essa pessoa não se dá conta, sendo necessário que alguém, junto a ela, a ajude a perceber o que ela faz. Quando existe nela um desejo sincero de modificação, ela até irá refletir e, por si mesmo, avaliar suas atitudes procurando uma mudança de atitude. Mas, se esta pessoa traz em si o sentimento de egoísmo muito arraigado, dificilmente aceitará a opinião de qualquer pessoa, ainda que seja uma pessoa querida.

O egoísta sofre, de uma certa forma, com as suas próprias ações, mas, geralmente, coloca a culpa deste sofrimento nas pessoas que com ele convivem e que não compreendem suas intenções que, para ele, são as melhores possíveis.

No dizer dos espíritos, a Doutrina Espírita e os espíritas estão encarregados de extirpar do coração humano este sentimento. Mas como combatê-lo se temos dificuldade de perceber quando estamos sendo egoístas?

Vamos lembrar que Jesus já nos ensinava que "Não devemos fazer com os outros o que não gostaríamos que fizessem conosco".

Raciocinando e sentindo assim, seria bem mais fácil observarmos quando estaríamos sendo egoístas, mas o egoísta se esquece de três leis importantes da natureza:

A Lei de Sociedade; a Lei de Liberdade e a Lei do Progresso.

Ele está esquecendo a Lei de Sociedade quando, na busca incessante de viver o "melhor" para si, muitas vezes deixa de dividir sentimentos, aprendizados e até coisas materiais com o próximo. Ele tem dificuldade de perceber que pode, e deve, porque está na Lei de Deus, dividir tudo que tenha com o seu próximo. Dividir seu tempo, seus sentimentos, seu saber, tudo.

Relembrando a Parábola dos Talentos, o servo que ficou com o talento enterrado foi mandado para as trevas onde haveria prantos e ranger de dentes.

Podemos interpretar o egoísta como sendo alguém que encerra todas as suas possibilidades e, mais tarde, quando mais amadurecido, percebe o que deixou de viver, sente-se como o servo da parábola citada.

Sabemos que é necessário mais coragem para vencer a nós mesmos do que vencer os outros, mas precisamos reunir esforços para combater dentro de nós esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho que é a fonte de todas as misérias.

O egoísta infringe a Lei de Liberdade quando estando junto a outra pessoa, procura sempre ocupar o seu "espaço" sem deixar que ninguém usufrua qualquer coisa desse mesmo espaço. Podemos representar esse "espaço" como tudo que essa pessoa tenha, ainda que sejam coisas que, naturalmente, possam ser divididas.

Uma outra face desse desrespeito a Lei de Liberdade é quando o egoísta pensa que pode ouvir o som na altura que desejar, usar um veículo da maneira que melhor lhe apraz, desrespeitando as regras de trânsito e sociais.

Quando, na convivência em ambientes coletivos tenta, desrespeitosamente, passar sempre a frente de outro, não respeitando os direitos dos demais.

E ele também infringe a Lei do Progresso quando não procura o caminho para a sua melhora ou ajudar o progresso de outro pois, que agindo egoisticamente, está negando a caridade e, conseqüentemente, colocando obstáculos ao progresso.

Todo ser humano busca a felicidade.

Para ele o, egoísta, a felicidade é ver seus desejos satifeitos.

Mais adiante, algumas vezes, até abandonado pela própria família ele pode perceber que não construiu felicidade alguma.

Isso pode dar-se quando ainda se encontra encarnado quando terá a oportunidade, se assim desejar, de modificar as suas atitudes, mas é lamentável quando este despertamento acontece no mundo espiritual.

Relembrando André Luiz que ficou oito anos no Umbral e, ele próprio, narra em seus livros que foi um homem que na Terra viveu exclusivamente para si, apesar da aparência de bem atender a família e a sociedade. Como conseqüência, durante esses oito anos, ele não via ninguém a sua volta no mundo espiritual. Resultado de uma vida voltada somente para si.

Vamos lembrar que, no texto de hoje, Emanuel traz a figura de Pilotas que lava as suas mãos dizendo: "Que me importa" Esse é o pensamento do egoísta.

Nesse momento, ele deixa que Jesus seja julgado pela multidão, fugindo à sua responsabilidade como representante do poder romano, perante a sociedade da época.

Jesus nos deu, nesse momento, o Exemplo da caridade, aceitando com resignação as conseqüências deste ato.

Relembrando, cabe a nós espíritas, com os nossos esforços, trabalhar nossos exemplos para que, ainda que pôr disciplina, saibamos dar exemplos vivos de altruísmo.

A sociedade atual muito necessita desses exemplos, para que as criaturas sintam-se fortalecidas na fé que trazem em Deus.

Muitas vezes um pequenino exemplo toca muitos corações e refortalece a fé naqueles nos quais a fé se encontra enfraquecida.

Emmanuel encerra o item dizendo-nos: "Expulsai o egoísmo da Terra para que ela possa subir na escala dos mundos, porque é chegado o tempo em que a humanidade deve vestir o seu traje viril e, para isso, é preciso em primeiro lugar, expulsar o egoísmo dos vossos corações.”

Todos nós temos certeza que com a ajuda dos benfeitores espirituais, aquele que, sinceramente, desejar poderá, pouco a pouco, vencer o seu egoísmo.

Encerramos o nosso comentário, relembrando o conselho dado por Santo Agostinho, na questão 918 do Livro dos Espíritos, onde este amoroso espírito nos convida a nos auto-questionarmos todas as noites se alguém tem algo contra nós.

Oração Final:

<Moderador_> Jesus, mestre amigo, nós Te agradecemos por mais essa noite de estudos espíritas, promovida pelo IRC-Espiritismo. Te pedimos, senhor, que nos ampare em nossas dificuldades, nos sustente em nossa caminha, dura por vezes, mas necessária ao nosso aperfeiçoamento espiritual. Que a Tua luz seja derramada por todos nós! E assim, em nome de Deus, em nome de Jesus e dos amigos espirituais que nos protegem, damos por encerrado o estudo desta noite.

Que assim seja!

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