terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
A PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
Um homem possuia uma grande vinha, onde colhia bastante uvas.
Um dia, saiu de casa bem cedo para procurar novos trabalhadores para seu vinhedo.
Chegando à praça da cidade, perto de sua casa, encontrou alguns homens sem emprego. Combinou com eles o salário daquele tempo, que era um denário por dia. Os operários, satisfeitos, aceitaram imediatamente o convite e, por ordem do proprietário, seguiram para o trabalho da vinha.
As nove horas da manhã, o vinhateiro voltou àpraça, onde havia sempre, como era costume naquela época, pessoas que procuravam serviço. Encontrou mais alguns homens desempregados e disse-lhes:
— Ide também trabalhar na minha vinha. Eu vos pagarei o que for justo.
E os trabalhadores seguiram para o campo e começaram sua tarefa.
Ao meio-dia, e depois às três da tarde, o vinhateiro voltou à mesma praça e fez o mesmo, contratando novos trabalhadores.
As cinco horas da tarde, pela última vez nesse dia, esteve no mesmo local, onde encontrou igualmente alguns homens sem serviço. Perguntou-lhes, então:
— Por que estais aqui, o dia inteiro, desocupados?
E os homens responderam:
— Senhor, aqui estamos porque ninguém contratou nossos serviços até agora.
Respondeu o vinhateiro:
- Ide também vós trabalhar na minha vinha.
Ao anoitecer, o senhor da vinha chamou o administrador e disse-lhe que fizesse o pagamento dos salários aos trabalhadores.
Naqueles tempos, os operários recebiam o pagamento diariamente; esse salário de cada dia era chamado jornal. Por isso, eram chamados também jornaleiros.
— Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos e acabando pelos primeiros — ordenou o vinhateiro.
Foram chamados os que chegaram às cinco horas da tarde e só trabalharam uma hora. E cada um deles recebeu um denário.
E assim, os outros que começaram a tarefa às três horas da tarde e ao meio-dia. Por fim, chegaram os que começaram o serviço pela manhã bem cedo. Pensavam que iriam receber mais (pois viram os trabalhadores da última hora receberem um denário). O administrador, porém, pagou igualmente aos primeiros um denário.
Então, estes começaram a resmungar contra o senhor da vinha, alegando:
— Estes últimos trabalharam somente uma hora e tu os igualaste a nós, que agüentamos o peso do dia e o calor sufocante.
O proprietário, entretanto, disse a um deles que mais murmurava:
— Meu amigo, eu não te faço injustiça; não combinaste comigo o jornal de um denário? Recebe, pois, o que te pertence, sem reclamação. Eu quero dar aos últimos tanto quanto dei a ti. Não achas que tenho direito de fazer o que me agrada daquilo que me pertence? Por que sentes ciúme e inveja? Não tenho, por acaso, o direito de ser bondoso?
*
Termina Jesus a Parábola dizendo: “Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão últimos”.
Esta bela história, filhinho, mostra como Deus executa Sua Perfeita Justiça.
À primeira vista, parece que os operários queixosos tinham razão de reclamar contra o vinhateiro, pois eles trabalharam mais tempo que os últimos, que só tiveram uma hora de serviço. Esse, filhinho, é o raciocínio humano, é idéia da justiça humana, que só considera o lado exterior das coisas. No caso da parábola, os operários não tinham direito de reclamação, porque estavam recebendo o salário combinado na praça com seu patrão. Era o salário comum naquele tempo, para o trabalho de um dia. O senhor da vinha havia prometido pagar um denário e cumpriu sua palavra.
Não houve nenhuma injustiça da parte do proprietário da vinha. Ele quis pagar támbém um denário, isto é, o salário justo, aos trabalhadores de última hora, certamente porque viu que o serviço feito por estes, nessa única hora, foi feito com boa vontade, amor e cuidado. Ele considerou, não o tempo, mas, a qualidade do serviço feito.
Assim é a Justiça Divina, filhinho. Ela nos recompensará, um dia, na Eternidade, pelo trabalho que fizermos em favor do Reino de Jesus na Terra. A recompensa, porém, será dada, não em consideração ao número de horas de nosso serviço, nem à quantidade do mesmo. Não, meu filho, Deus não olhará o lado exterior, visível, nem o volume de nossas obras. Deus nos julgará pela qualidade de nosso trabalho, pela sinceridade de nossos atos, pela nossa boa vontade no auxílio aos outros, pelo amor, cuidado e dedicação com que cumprirmos nossas tarefas. Deus olha a qualidade de nosso trabalho e não as horas de nosso serviço. A Justiça Divina considera nosso coração e nosso caráter, e não nosso relógio e nossa balança.
Que seu serviço, filhinho, na Vinha do Evangelho, agora ou mais tarde, quando você crescer, seja sempre feito com boa vontade, com sinceridade, com amor. Que você não se habitue a reclamações. Que você nunca inveje o que seja dado aos outros, como fizeram os trabalhadores das primeiras horas. Respeite o trabalho e o entusiasmo dos companheirinhos novos, que vão chegando para a Escola de Evangelho e começando a fazer alguma coisa para Jesus. Não sinta ciúme, se eles receberem qualquer atenção, ou provas de bondade, dos professores. A Parábola é uma grande lição contra o Espírito de reclamação, contra a mania das queixas, contra o veneno da inveja.
Que você, filhinho, procure fazer sempre, com boa vontade e humildade, qualquer serviço, pequenino ou maior, que Jesus confia ao seu coração.
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