domingo, 9 de dezembro de 2012
ESCOLHAS
A qualquer instante, cada um de nós tem a possibilidade de reescrever o texto, de reelaborar o conteúdo do livro da própria existência.
É compreensível resistirmos ou ficarmos receosos quando a vida nos solicita tomar uma decisão, mas não podemos nos esquecer de que os amanhãs cuidarão de si mesmos e que o importante é vivermos bem o dia de hoje.
O procedimento utilizado diante de cada fato ou acontecimento influenciará, de modo incontestável, nosso desenvolvimento futuro e, acima de tudo, determinará nossa qualidade de vida no presente.
Decidir qual o melhor momento de aceitar ou discordar, conceder ou renunciar, ir junto ou retirar-se, não é tão fácil quanto pensamos, pois fazer escolhas apropriadas requer um trabalho interior intenso ao longo do tempo, alicerçado sobre exame paciencioso e reflexões constantes.
Optar por decisões convenientes é o resultado de um exercício contínuo de afinação com a vontade de Deus, que reside em todas as criaturas. Ela – a imago Dei – representa um livro sagrado que deve desvendar-se no íntimo de cada um. Tem por fim atrair o ponteiro da bússola interior, que indica o norte na travessia do mar da existência.
Todos aqueles que sintonizaram com essa bússola interna conquistaram a fé raciocinada, o senso crítico, a uniformidade no proceder, o nexo causal e a coerência de pensamentos.
O aumento da capacidade de se relacionar com o eu superior exige treino, coragem, paciência e determinação. A habilidade de escolher adequadamente não é jamais produto do acaso ou de reações acidentais, mas é diretamente proporcional à dedicação da criatura que sabe silenciar a mente e permanecer num estado de espírito que favoreça o isolamento de seu interior dos estímulos externos.
Em muitas ocasiões, o medo de escolhermos errado provém dos inúmeros erros de cálculo que fizemos em nosso reino íntimo. Nós não sentimos errado, mas interpretamos errado.
Ao escolhermos, é preciso prestar muita atenção em nossas sensações internas. Em certos momentos, a mente precisa estar presente quando ocorrem os fatos e acontecimentos, e se esvaziar quando eles terminam.
Nós precisamos estar presentes. A mente precisa estar a todo momento ligada aos nossos sentidos e emoções mais profundos, para poder diferenciar quando a vida nos pede uma ação radical ou uma atitude de aceitação.
As nossas escolhas, adequadas ou não, devem ser por nós exercitadas, devem ocorrer por nossa livre escolha. A espiritualidade superior não deseja fazer-nos seus dependentes ou indivíduos inconscientes do processo da vida, que pedem e esperam eternas orientações.
Os benfeitores não querem nos transformar em seres vacilantes ou inseguros, guiados pelos outros, e sim despertar nossa dimensão esquecida e religar nosso elo perdido ao Poder da Vida, a fim de que façamos escolhas proveitosas e ajustadas à realidade material e à espiritual.
Quem não toma decisões por si só é inseguro e imaturo; quem não sabe raciocinar é facilmente enganado; e quem não se permite utilizar o livre-arbítrio ou a liberdade de consciência é um escravo das opiniões alheias.
UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed
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