O DESAPEGO QUE LIBERTA
Nós somos almas ainda muito apegadas às pessoas, situações, à matéria e emoções, sentindo grande dificuldade em deixar ir o velho, o desnecessário e até mesmo quem tem que ir, para continuar seu caminho evolutivo longe de nós, aqui ou em outro plano.
Atendi uma pessoa que estava sofrendo muito com a doença do pai, um câncer, e sentia que faltava pouco para ele desencarnar. Ela sentia um apego muito forte pelo pai e depois de muita conversa direcionamos o trabalho para a regressão. Ela não regrediu, mas visualizou sua vida atual, desde os sete anos de idade, viu a relação com o pai e mãe, a qual havia esquecido devido o passar dos anos. Percebeu que desde a infância, sentia muito apego pelo pai, sofrendo quando ele ia trabalhar, ou quando a deixava com um terceiro para sair com sua mãe. Viu também que durante a infância passou por diversas situações em que pessoas da família desencarnaram, umas cinco ou seis, uma atrás da outra. Em todas essas ocasiões, via o pai e mãe chorarem muito e sempre a deixavam na casa de um conhecido, vizinho ou amigo e dirigiam-se ao velório, ela nunca ia junto. Portanto, desde a infância, o desencarne para ela foi visto como algo terrível, com muita dor e desespero, encarado como algo que a privava do convívio familiar e fazia todos sofrerem.
A consultante também visualizou cenas corriqueiras do dia a dia onde sentia muita pena do pai, inclusive nos momentos em que ele passava por desafios diários. Por fim, viu o genitor doente (no momento atual) e então seu mentor espiritual apareceu, ordenando que ela seguisse, momento em que visualizou o pai em um caixão. Seu Amparador lhe disse que precisa deixar ele ir, pois irá para um lugar melhor, escolhido antes de encarnar.
Com o relato acima, percebemos o quanto confundimos amor incondicional com apego, ou seja, amor condicionado. Amamos as pessoas e situações porque elas nos fazem bem, porque nos trazem felicidade, porque suprem nossa carência. Mas quando surge alguém que mostra nossas inferioridades, que nos critica, que pensa diferente, o julgamos, vendo-o como uma pessoa má ou distante da espiritualidade.
Quando nos apegamos a um relacionamento, não estamos pensando no outro, ma somente em nós. As pessoas precisam partir, para esse ou outro plano no momento oportuno e nossa carência não deve prender quem amamos. Todo relacionamento deveria estar baseado no amor incondicional, ou seja, a pessoa, a situação, complementando a felicidade, mas não suprindo um sentimento inferior.
Quando amamos incondicionalmente, soltamos as pessoas, as situações, entendemos que o novo somente entra em nossa vida quando permitimos que o velho se distancie. Não somos donos da verdade e nem temos o controle da vida dos outros, ou seja, mal controlamos nossa encarnação com o livre arbítrio (que muitas vezes não usamos adequadamente).
Não sabemos o que é melhor para o outro, isto é, o que ele deve seguir, fazer, ser, para onde deve ir e principalmente quando deve partir. Quando controlamos muito a vida das pessoas, esquecemos de olhar para nosso redor, é uma fuga para não encarar a nossa realidade, nossa vida com os medos e desafios.
Precisamos olhar para nosso interior, onde estão as respostas para todos os conflitos e dúvidas, desapegando também dos sentimentos de medo, orgulho e arrogância. Querer controlar o destino do outro é arrogância, pois não conseguimos nem cumprir satisfatoriamente nosso plano pré-reencarnatório, estamos sempre nos desviando, nos perdendo nos caminhos da vida.
Então, vamos permitir que cada um viva sua vida do jeito que preferir, sem controle, sem julgamento, sem arrogância, pois não temos consciência do propósito espiritual e missão dos outros. Vamos cuidar de nossa caminhada evolutiva, pois isso demonstra maturidade e consciência espiritual.
POR: VIVIANE DRAGHETTI é Terapeuta Holística, com formação em Psicoterapia Reencarnacionista, Radiestesia, Fitoenergética, Mestre Reiki, Mestre Karuna Reiki.
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