segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Orgulho Disfarçado
De acordo com o Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 9, a espiritualidade superior afirma: “O orgulho leva a vos crer mais do que sois; a não poder sofrer uma comparação que possa vos rebaixar; a vos considerar, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, seja como espírito, seja como posição social, seja mesmo como superioridade pessoal, que o menor paralelo vos irrita e vos fere.”
Percebemos que todo aquele que é orgulhoso tentará sempre enganar sobre o estado do seu mundo íntimo. Está mentira é sustentada basicamente pelo sentimento de superioridade em ralação aos outros.
Tal sentimento é externalizado, astutamente, de formas a enganarem as outras criaturas. E por que fazem isso? – Para se passarem por criaturas boas ou seja, no fundo, elas acreditam que são pessoas melhores, seja moralmente ou seja intelectualmente, que as outras.
Claramente quando outras criaturas apontam os seus comportamentos, irritam-se e, para não serem desmascarados, adotam a hipocrisia como característica primária do seu comportamento.
Jesus amplamente combateu este tipo de comportamento, como neste trecho: Hipócritas! bem profetizou Isaias a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem. Mateus 15: 7 a 9. Em outro momento indica Kardec no Evangelho segundo o Espiritismo: "Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de modo algum lhes está associado, só há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade. Esse, ao demais, sabe que se, pelas aparências, se consegue enganar os homens, a Deus ninguém engana. –Lázaro. (Paris, 1861.)".
Bem, os hipócritas da atualidade nada mais são do que os fariseus de antigamente. Eles são os comparsas de entidades desencarnadas que transitam na mesma faixa de pensamentos e ideias e estão ao nosso redor, inclusive dentro de todos os movimentos religiosos.
Muitas vezes é difícil identificá-los, porque não são transparentes, utilizando de processos psicológicos para enganarem os outros e não mostrarem as falha morais que carregam.
O orgulho disfarçado é fundamentado em processos de culpa recorrente. Explico: a criatura erra, seu erro é percebido e então ela é alertada e consolada por outras pessoas. Mas como em seu mundo interior ela não muda ou se esforça muito pouco na transformação íntima, constantemente cai nos mesmos desvios morais. Como ela quer passar uma imagem de boa, que está se esforçando, age com postura de vítima, de coitada, com choros recorrentes, para que os outros se compadeçam dela.
No fundo, não passam de mentirosos, porque fazem isso para não lidarem com as causas dos seus problemas. Para fazer isso, teriam que dizer que possuem falhas, que têm dificuldades... Mas como são orgulhosas, tentam disfarçar.
Também o farsante orgulhoso engana por meio de ações materiais. Assumem trabalhos diversos, mas ao invés de os abraçarem por amor, caridade legítima, sem desinteresse, fazem isso para exaltarem a vaidade, o sentimento de superioridade e o egoísmo. Na época de Jesus, os fariseus dominavam os outros por meio de atos exteriores, como orações em público, lavagem das mãos antes das refeições, uso de roupas alvas, porque era mais fácil agir assim que viver o amor em seus corações.
Daí que temos que estar muito vigilantes e constantemente refletir sobre nós mesmos, sobre as nossas escolhas e sentimentos. Se não fizermos isso, facilmente podemos estar agindo no erro ou sermos enganados pelos mentirosos do mundo visível e invisível.
Muita paz
Autor: Wagner R. Ferreira Júnior
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