segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
A PARÁBOLA DAS BODAS
Artigo extraído do livro "Em Busca do Mestre" - Edições FEESP - 4ª Edição - Março de 1995.
“De novo começou Jesus a falar em parábolas, dizendo-lhes: O reino dos céus é semelhante a um rei, que celebrou as bodas de seu filho. E enviou os seus servos a chamar os convidados para a festa, e estes não quiseram vir. Enviou ainda outros servos com este recado: Dizei aos convidados: Tenho já preparado o meu banquete; as minhas rezes e os meus cevados estão mortos, e tudo está pronto; vinde às bodas. Mas eles não fizeram caso e foram, um para seu campo, outro para o seu negócio; e outros, agarrando os servos, os ultrajaram e mataram. Mas, irou-se o rei, e mandou as suas tropas exterminarem aqueles assassinos e incendiarem a sua cidade. Então disse aos servos: As bodas estão preparadas, mas os convidados não eram dignos; ide, pois, às encruzilhadas dos caminhos e chamai para as bodas a quantos encontrardes. Indo aqueles servos pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala nupcial ficou cheia de convivas. Mas, entrando o rei para ver os convivas, notou ali um homem que não trajava veste nupcial, e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? Ele, porém, emudeceu. – Então, o rei disse aos servos: Atai-o de pés e mãos, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá o choro e o ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.
Trata-se de um Soberano que promove um banquete de bodas, para o qual convida as pessoas gradas do seu reino.
Este acontecimento deve ser tomado em acepção espiritual, visto como Jesus o relaciona e compara com o reino dos céus, conforme reza o verso 2 da alegoria em apreço. Assim, pois, o Soberano Senhor do Universo tem preparado um festim celeste, um banquete original, por isso que se não destina à gratificação dos sentidos nem visa proporcionar deleites ao corpo, mas para regozijo e conforto das almas. Essa festividade de cunho eminentemente religioso, consiste na comunhão entre os dois planos de vida – o terreno e o celestial, ou seja, na comunhão do Céu com a Terra. Notemos que o banquete é de bodas – portanto, é festa de núpcias entre Cristo e sua igreja, participando a militante aqui na Terra e a triunfante do Além. “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estarei eu no meio deles”, tal é a solene promessa do Senhor, e em tal importa a constituição de sua igreja viva, estruturada de corações fiéis à sua palavra e aos seus exemplos, onde quer que se congreguem. Decorre, outrossim, desta circunstância o caráter de universalidade que distingue e assimila a igreja cristã.
Assim, pois, o banquete divino a que se alude na alegoria ora comentada, consiste na eucaristia de amor que se opera toda vez que os cristãos encarnados, ainda prisioneiros da carne, entram em contacto com os cristãos libertos, recebendo o influxo bendito de sua solidariedade, e o conforto incomparável do seu afeto e simpatia. A coragem que daí resulta, o bem que desse ósculo trocado entre os imortais e os mortais decorre transmitindo-lhes a coragem necessária para darem o testemunho da fé na imortalidade, na vida eterna anunciada pelo Cristo de Deus. Assim, e só assim, eles puderam manter-se firmes e intrépidos enfrentando o suplício, fosse esse suplício de que natureza fosse.
Uma coisa é ter idéia da vida futura, aceitar e mesmo crer na imortalidade como doutrina e como postulado da crença que adotamos, e outra coisa é sentir a realidade, a evidência da outra vida palpitar em nosso íntimo mediante o contacto dos Espíritos libertos, dos Espíritos que compõem a falange do Consolador, cuja assistência Jesus no-la promete solenemente em seu Evangelho.
Sabeis, por certo, o que é euforia. É o estado do indivíduo que se sente bem, é a sensação de abundância, de força e coragem, de valor e bom ânimo. Os seres superiores transmitem aos homens essa sensação que deles irradia naturalmente. Francisco de Assis, o grande místico, cuja vida foi um exemplo de humanidade, desfrutava a incomparável ventura de experimentar em seu íntimo a plenitude das graças celestiais, recebidas dessa fonte. Daí o seu desprezo pelas grandezas, pelos faustos e por todas as temporalidades do século. Joana D’Arc, a donzela de Orleans, aquela moça de guerra, liberta a sua pátria da invasão inimiga, mediante a influência de entidades espirituais que dela se serviam como instrumento, provando e demonstrando ao mundo o quanto pode e de que é capaz a ação dos Espíritos sobre os mortais. Ainda nos seus últimos momentos, supliciada na fogueira acesa na praça de Ruão, Joana dizia-se amparada pelas vozes do Céu de quem recebia energia, valor e inspiração.
A humanidade terrena não está isolada do todo. As entidades do Além penetram o plano terráqueo influindo positivamente nos atos e na conduta humana. As duas sociedades se encontram nos mútuos e recíprocos fenômenos de ação e reação.
João, em seu transcendente evangelho, diz que a lei veio por Moisés, porém a verdade e a graça nos são dadas mediante Jesus Cristo. Isto importa no fato de Moisés ter sido o intérprete da Lei, o escolhido para transmitir aos homens o teor do código divino expresso no Decálogo. A Jesus, porém, foi cometida a missão de completar o espírito da Lei, a obra de Justiça que deve culminar na Misericórdia. Por isso, a Ele compete presidir ao banquete celeste de entrelaçamento das almas – de um e de outro hemisfério, como lídima expressão da suprema graça concedida aos homens. Nós, míseros pecadores, podemos participar, por esse meio, da felicidade que fruem os Espíritos Superiores, os veros discípulos e apóstolos do Mestre Excelso, que já conquistaram a imortalidade integrando-se na vida eterna.
E não é só a graça que Jesus nos traz: Ele é também o portador da Verdade, dessa Verdade que é mais do que a ciência porque é sabedoria. Queremos nos reportar às revelações. Os maiores conhecimentos, as mais extraordinárias descobertas e as mais estupendas conquistas que o homem tem alcançado na terra, procedem da revelação. O homem é sempre, creia ou não creia, dirigido, orientado e conduzido pelos Seres Superiores, que carinhosamente acompanham seus passos no caminho de todas as tentativas nobres e elevadas a que o homem dedica os seus esforços e a sua inteligência.
A inspiração, porém, como a graça, apressamo-nos em assinalar, não vem para os indolentes, para os comodistas, gozadores e abúlicos, mas para os operosos e diligentes, adotem eles esta ou aquela crença, pouco importa. É o prêmio destinado aos que se esforçam e perseveram, aos que porfiam e lutam sem esmorecimento. É da fonte inexaurível da inspiração que emana a linfa cristalina e pura que mitiga a sede de saber, a sede de arte, a sede de Justiça, do bem, do belo e do verdadeiro que padecem as almas nobres, os Espíritos varonis. Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça porque serão saciados – eis a promessa que se cumpre no manancial das várias formas de revelações, sempre renovadas, frescas e progressivas.
Prossigamos, agora, nossos comentários sobre a passagem em questão. Preparado o festim, o Senhor e Soberano despachou emissários convidando as pessoas gradas para assistir a ele. Estas, porém, desdenharam o convite real, entregando-se às suas ocupações habituais. Fizeram ainda mais: ultrajaram os régios mandatários, perseguiram-nos e até assassinaram alguns deles.
Este passo da parábola refere-se claramente às revelações e advertências transmitidas pelos profetas, que era como se denominavam os médiuns, na antiguidade. Essas mensagens celestes, que deviam interessar aos mais avançados e mais responsáveis, por isso que dirigentes, foram sistematicamente desprezadas e ridicularizadas. Aqueles, portanto, cuja posição social justificava a primazia do convite, não se mostraram dignos dessa distinção.
Generalizando o caso, vemos que, realmente, é o que tem sucedido em toda parte, com relação à atitude dos membros da elite social diante das manifestações do plano espiritual. Tanto os ditos intelectuais, como aqueles que por outros motivos e razões ocupam posição de destaque na sociedade, receberam aqueles testemunhos de outra vida, com sarcasmos, levando-os ao ridículo. Os encarregados ou escolhidos do Senhor para funcionar como instrumentos do Alto, foram perseguidos, encarcerados e cobertos de opróbrios. Tal tem sido, através dos séculos, salvo raras e honrosas exceções, o procedimento dos homens de maior responsabilidade pelos destinos das gentes por isso que exercem autoridade sobre as massas populares. Portanto, como diz o texto, os primeiros convidados mostraram-se indignos da prerrogativa que lhes fora conferida.
Chegamos à parte mais interessante deste apólogo, visto como nos diz respeito muito de perto. Este tópico reporta-se evidentemente ao advento do Espiritismo. O surto invulgar que esta doutrina tomou em pouco mais de meio século, tempo este que muito pouco representa para a evolução de uma idéia, é realmente espantoso. Por toda parte fala-se no Espiritismo. Não há recanto da terra onde não se comentem os postulados da nova fé; não há família em cujo seio não se tenha dado algum fenômeno espírita. Em todos os meios sociais o Espiritismo constitui tema e assunto de discussões. Da choupana do pobre ao palácio dos abastados; dos insipientes aos eruditos; dos grandes aos parias – vão-se veiculando as idéias espíritas em marcha insopitável, num surto incoercível, que nenhuma força ou poder adverso pode sustar. Todas as formas de mediunidade estão em franca eclosão. As de natureza mais empolgantes, tais como a de materialização e voz direta, outrora raras, vão-se vulgarizando. A mediunidade de incorporação, mediante a qual é possível a cirurgiões do espaço realizarem intervenções de baixa e alta cirurgia; a tiptológica, a de transportes, de vidência e audição pululam aqui e acolá. A mediunidade mecânica que, através de Francisco Cândido Xavier, tem assombrado os pensadores honestos desta Pátria do Evangelho, pela sua fertilidade invulgar e pelas provas incontestáveis de autenticidade de que se reveste, desafiando a crítica mais exigente dos mais pirrônicos negativistas. Tudo isso é o que, se não a generalização do convite, ora extensivo a todos, sem distinção de classe e, mesmo, de méritos? A figura parabólica torna-se patente com o sol a pino. Só não a verá os cegos que obstinadamente fecharam os olhos para permanecerem nas trevas. As portas do salão nupcial estão abertas de par em par. O acesso é franqueado aos que o quiserem. Por isso, o augusto recinto está repleto de convivas bons e maus. Notemos bem este pormenor: bons e maus, não há escolha, não há seleção, não há preferência – os que quiserem, podem entrar, sem nenhum impedimento.
Esta figura parabólica também se acha plenamente concretizada na história do Espiritismo. Os charlatões e impostores de alto e baixo coturno apresentam-se rotulados de espíritas, pontificando em nome da Terceira Revelação. Os mercantilizadores, os exploradores da ingenuidade, da crendice e da ignorância exercem seu ignominioso comércio, a sua indecorosa e execrável simonia. Macumbeiros e feiticeiros são classificados e tidos como expressão do que se convencionou denominar – baixo espiritismo. Adeptos de todos os matizes engrossam as fieiras do novo credo: leais e dissimuladores; crentes verazes cujas convicções são baseadas no raciocínio e na observação; crentes que comprovam a justeza de sua fé pelas transformações que imprimem em si próprios; crédulos que tudo aceitam sem exame nem estudo e cujos caracteres não se modificam, permanecendo tais quais eram antes de se dizerem espíritas; estudiosos e diligentes que pedem, batem e procuram, agindo como quem sabe que o Espiritismo nada promete aos preguiçosos; curiosos, amantes de sensação, que só querem ver fenômenos, maravilhas e prodígios; almas sensitivas que desejam aprimorar seus sentimentos educando os próprios corações; homens honestos que vêm no Espiritismo à força única capaz de tirar o mundo do caos onde se debate; almas possuídas de fé que aguardam serenas e calmas o cumprimento da palavra evangélica; indivíduos atrabiliários, demagogistas, inovadores, irrequietos e insofridos – em suma – toda essa amálgama, todos esses elementos heterogêneos, com aspirações dispares e objetivos antagônicos entram no salão de bodas, confirmando o que reza o texto evangélico: Convidai indistintamente a quantos encontrardes pelas encruzilhadas dos caminhos: bons e maus. Gravemos indelevelmente em nossa mente essa particularidade, para que não nos escandalizemos a cada momento nem tenhamos decepções que nos possam arrefecer o entusiasmo e entibiar o ardor com que devemos pugnar pela vitória da verdade. Lembremo-nos de que a árvore se conhece pelos frutos, e mais ainda – que a cada um será dado segundo as suas obras. No decorrer animado e tumultuoso do festim nupcial, o Soberano Senhor entra no salão e, observando os convivas, nota que ali se acha alguém com indumentária comum, isto é, sem o traje próprio e adequado àquela cerimônia. Interroga-o então: Amigo, como entraste aqui sem veste ou túnica nupcial? O interpelado, porém, emudece. Continuando, disse o rei aos servos: Atai-o de pés e mãos, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes. Porque muitos são os chamados, mas poucos escolhidos – versos 11 a 14.
A exegese deste tópico com que o Divino Mestre fecha a parábola, é de tal evidência, que por si mesma se impõe. A veste nupcial prefigura o escrúpulo, o respeito e a santidade de que se devem revestir aqueles que tomam parte em sessões espíritas.
Quando Moisés percebeu os primeiros sinais da manifestação celestial que o procurava para transmitir-lhe o Decálogo, ouviu uma voz que dizia: Descalça as tuas sandálias porque é santa a terra que pisas. Santa, por que? Porque naquele local ia verificar-se o consórcio do céu com a terra, dos seres imortais, mensageiros e delegados de Deus com o homem. Da mesma sorte, hoje sucede. A comunhão com os Espíritos do Senhor é a eucaristia viva, eucaristia da graça com que Deus favorece o pecador através do seu Ungido, Cristo Jesus. O sentimento do bem, o desejo de alcançar mais um pouco de luz, como processo e meio de melhorar suas condições morais e intelectuais – tais são os objetivos que justificam a sagrada eucaristia. O espírito de religiosidade, a máxima sinceridade, o anseio de vencer os defeitos próprios, à vontade de contribuir para minorar as alheias aflições, de mitigar as dores do próximo, quer físicas quer psíquicas, eis os fios com que se tece e urde a túnica nupcial para o divino banquete. Comparecer ali, com as vestes da curiosidade, da presunção e do orgulho, de interesses inconfessáveis, de objetivos e malsãos – é expor-se a conseqüências funestas que variam da obsessão e possessão ao confucionismo, ao estado caótico em que o indivíduo, como Pilatos, começa a indagar: o que é a verdade? Stainton Moses, autor da obra – Ensinos Espiritualistas – cuja leitura recomendamos, narra, naquele livro, o que lhe sucedeu em uma sessão espírita onde compareceu despreocupadamente, assim como quem vai assistir a um espetáculo. Após os acontecimentos que então se deram com ele, dos quais quase resultou a sua morte, Stainton Moses – médico culto e experimentado – aconselha que jamais se promovam reuniões e trabalhos espíritas desacompanhados do espírito religioso, que deve presidi-las. E, por falar nesse espírito religioso, lembrado pelo autor em apreço, ocorre-nos à mente que certos espíritas pretendem que o Espiritismo seja ciência, tão somente ciência, nada tendo que ver com religião, por isso que é doutrina isenta de ritos e cerimônias. A nosso ver, esse juízo é destituído de fundamento, procede de uma falsa visão. Em que ramo da ciência estará o Espiritismo? Estará acaso na Química, na Astronomia, na Fisiologia, na Botânica ou na Sociologia? Ou se fará mister criar um vocábulo novo, com pronúncia arrevesada, de raiz grega, para substituir o nome plebeu com que o batizaram? O Espiritismo está em todos os ramos da ciência, sendo ainda a ciência do coração, a ciência da moral, do Destino, numa palavra – a ciência da vida, por isso que veio comprovar a imortalidade. Cumpre também considerar que uma das suas grandes realizações consiste precisamente na conjugação que veio estabelecer entre a ciência e a religião, a fé e a razão, apagando as causas de dissídio entre aquelas expressões. Com o seu advento a “fé encara a razão face a face em todas as épocas da humanidade”, e a religião caminha de mãos dadas com a ciência, visto como se a pequena ciência nega a Divindade, a grande ciência a confirma e atesta em todas as suas mais transcendentes conquistas, em todas as suas mais empolgantes pesquisas e indagações, promovendo assim a religião do homem com Deus, o que importa no verdadeiro espírito da religião. Assim o compreendeu o grande sábio Flammarion, astrônomo e matemático, conforme vemos em sua belíssima obra intitulada: DEUS NA NATUREZA, livro primoroso através de cujas páginas aprendemos a admirar a Divindade no altar santíssimo da sua infinita criação. Acaso, Flammarion consideraria o Espiritismo apenas como ciência, quando escreveu a citada produção? Se o Espiritismo não contivesse em sua estrutura o ideal religioso, não sabemos por que Kardec, o compilador dos seus postulados, se referiu à fé, à moral cristã, aos ensinamentos e aos exemplos do humilde filho do carpinteiro, intitulando um dos seus livros: O Evangelho segundo o Espiritismo. Não compreendemos igualmente por que denominam o Espiritismo de Terceira Revelação. Ora, revelação é mensagem dos Espíritos Superiores, contendo advertência, conselhos e exortações de natureza moral, relativa ao procedimento e à conduta dos homens. Reportam-se geralmente à lei que rege o nosso destino, às conseqüências dos nossos atos repercutindo no outro plano da vida; não tratam precisamente de assuntos científicos na acepção em que os homens tomam essas expressões. Revelação é termo de significado puramente religioso, sendo neste conceito que está aplicado ao Espiritismo. Tirai do Espiritismo o cunho religioso, e tereis, com isso, abolido a sua missão de consolar, de suavizar e lenir as dores humanas, destituindo-o dessa maneira do seu mais belo e glorioso apanágio.
Tirai do Espiritismo o seu caráter religioso e tereis destruído nele aquele poder miraculoso de enxugar o pranto dos aflitos, convertendo em gozo os mais acerbados sofrimentos, conforme tem feito e continua fazendo.
Tirai do Espiritismo a feição religiosa e tereis secado a sua fonte de bênçãos e de conforto moral, onde tantas almas sedentas de amor se têm saciado.
Tirai, finalmente, do Espiritismo a sua qualidade de religião e tê-lo-eis reduzido à fria condição de objeto de curiosidades e de especulações meramente diletantes, inócuas e estéreis, quando não fossem prejudiciais, por isso que sem finalidade moral.
O Espiritismo encerra um programa educacional completo: dirige-se ao cérebro e ao coração, promove o culto da inteligência ao lado do culto do sentimento.
Mas, não nos admiremos de que nem todos ainda o vejam por esse prisma; o salão está cheio de convivas de toda a espécie. Soa, no entanto, a hora da seleção. O mundo atravessa uma crise de reajustamento sob todos os aspectos e em todos os setores de atividade humana. Aproxima-se, pois, o momento em que se cumprirá a profecia contida na derradeira sentença desta parábola: MUITOS SÃO OS CHAMADOS, MAS POUCOS OS ESCOLHIDOS.
Quanto aos que não envergam a túnica nupcial, colherão os efeitos de sua atitude irreverente, caindo no confucionismo, deblaterando no caos, sem rumo, impossibilitados de prosseguir em seus intentos criminosos, conforme prefigura a sentença do promotor do festim: A marrai-o de pés e mãos e lançai-o nas trevas exteriores: ali haverá choro e ranger de dentes.
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