domingo, 15 de julho de 2012
Pensar-se a si mesmo
E aí, Bartolomeu?
O fato de sermos observados, ou melhor, de sabermos que somos observados muda alguma coisa em nosso comportamento? A observação é só problema de quem observa? Se julgarmos que essa observação provém inicialmente do Cristo e se efetiva em nossa consciência de seres livres mas conduzidos pela interdependência, o problema muda de figura? E se se processar o contrário, ou seja, se formos nós os observadores, como pensamos que o objeto de nossa observação deva se comportar?
Tantas perguntas certamente levarão a muitas respostas e, talvez, a mais indagações ainda. No entanto, consideremos, para nosso melhor entendimento, que Natanael/Bartolomeu só soube que era observado quando o próprio Jesus o informou a esse respeito. Isso quer dizer que um dia teremos a confirmação de que, sim, estamos de fato na mira de um ser mais comprometido que nós mesmos com nosso crescimento espiritual. Afinal, o Cristo não é o pastor deste rebanho do qual nós somos as ovelhas?
Perguntas, perguntas, perguntas...
E, por falar nisso, será útil para nossas reflexões deste sábado, 14 de abril, meditarmos nas palavras abaixo, excerto da Introdução do livro "Ser e consciência", de Elzio Ferreira de Souza (póstumo) e ditado pelo Espírito Yogashririshnam:
"Há uma urgente necessidade de pensar-se a si mesmo, ou seja, tomar-se como objeto de observação. Durante muito tempo privilegiou-se o olhar para fora, a direção do olhar para o mundo exterior no afã de conhecer e dominar o Universo, a Natureza; esqueceu-se o homem de que ele também é parte da Natureza, está nela inserto, e que não pode compreendê-la totalmente se não consegue conhecer a sua natureza, isto é, autoconhecer-se. A pergunta – Quem sou eu? não é extemporânea e nem irrespondível, apenas exige mais atenção, mais trabalho, mais desprendimento do que para conhecer as ciências materiais, pois o auto-observar-se implica um jogo de forças bastante grande, por ser, o sujeito a observar-se, tomado como objeto."
Como nos posicionarmos ante tais convites da Vida?
Perguntas, perguntas, perguntas...
Postado por Chiz às 17:26
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