Tudo o que existe tem sua origem no amor
- essência fundamental de todas as coisas
que vivem sobre a Terra.
A busca do amor é o principal anseio de todo ser humano.
A história da vida de cada pessoa é um relato sobre seus antecedentes vivenciais; o conjunto de suas experiências pretéritas somadas às de sua existência atual. Quando um indivíduo conta sua história pessoal e única, estamos ouvindo sua própria interpretação, filtrada por suas crenças, valores, argumentos, pressuposições, cultura, elementos de que ele se utiliza para nos apresentar seu modo de pensar e de ver o mundo.
Podemos contar muitos fatos e ocorrências sobre nós, dando maior importância a alguns aspectos e ignorando outros, ou mesmo selecionando diferentes atos e comportamentos que tivemos nas mais diversas ocasiões. Somos seletivos por natureza, e tudo o que falamos, pensamos ou fazemos tem certa relatividade quando comparado com outros momentos, situações ou fases evolutivas.
Cada um de nós possui uma individualidade original e exclusiva. Utilizando-nos de uma singela metáfora, podemos dizer: "Toda vez que Deus cria uma pessoa, Ele quebra o molde".
A alma passa por um grande número de encarnações no curso dos séculos, sendo diversificadas suas experiências na área da afetividade. Como resultado disso, o Espírito adquire, nesse processo, um conjunto peculiar de conhecimentos, ou seja, vive inúmeras situações e ocorrências na noite dos tempos.
Não somos o que pensamos, somos o que sentimos. A busca do amor é o principal anseio de todo ser humano. Ele é legítimo e saudável, e nos incentiva ao despertar da inteligência e dos talentos inatos, a fim de criarmos, renovarmos e crescermos, quer no campo da religião, da filosofia, quer no campo da ciência, da arte e em outros tantos setores do desenvolvimento humano.
Tudo o que existe tem sua origem no amor - essência fundamental de todas as coisas que vivem sobre a Terra.
O ponto de partida de todas as ações humanas é a alma - nosso mais profundo centro amoroso -, que transmite energeticamente a afetuosidade para nossos sentidos físicos periféricos, isto é, para o nível físico-sensitivo.
A aspiração do amor causa em inúmeros indivíduos uma sensação de inadequação ou medo; por esse motivo, eles a reprimem, de modo inconsciente ou voluntário. No entanto, apesar de tentarem recalcar ou "apagar" a emoção, eles nunca conseguirão silenciar por muito tempo o sentimento amoroso que flui da intimidade da própria alma.
Nosso grande equívoco é acreditar que o desejo de amar é motivo de fraqueza, vergonha, submissão ou domínio. Esse anseio, quando reprimido, acarreta consequências angustiantes e desastrosas, tanto na área física como na psicológica.
Os Espíritos não têm sexos "(...) como entendeis, pois os sexos dependem do organismo. Entre eles há amor e simpatia baseados na identidade de sentimentos".
A soma de todos os atos de nossa história de vida poderia ser resumida unicamente no fato de que não somos nem santos nem vilões, apenas pessoas em busca do amor. Por certo, poderíamos dizer que, apesar dos mais diversificados "pontos de vista" e "modelos de mundo" que possuímos, o desejo de amar ou a "identidade de sentimentos", é o mais sublime propósito da existência de todo ser humano.
Usamos mecanismos de evasão, por exemplo, a robotização - serviços automáticos sem prazer ou criatividade -, para compensar nossa insatisfação no amor, trabalhando incessante e exaustivamente. Em outras ocasiões, aspiramos à completa aprovação alheia de tudo que fazemos ou acreditamos para preencher a sensação de falta e incompletude que toma conta de nosso universo afetivo.
Queremos ser compreendidos a qualquer preço, parecer perfeitos, importantes, impressionar as pessoas. A máscara é a vontade de ser aceito plenamente por todos; em última análise, querer forçar as pessoas a nos aceitar, custe o que custar. A atitude de compreender e de amar só é satisfatória quando sincera e espontânea.
A concepção junguiana de sombra - modelo ou representação de tudo aquilo que não admitimos ser e que nos esforçamos por ocultar e/ou valores inconscientes e qualidades em potencial esquecidas nas profundezas de nossa intimidade que precisamos despertar dentro de nós.
Nesse sentido, disse Lucas: "Pois nada há de oculto que não se torne manifesto, e nada em segredo que não seja conhecido e venha à luz do dia".
Quando um indivíduo vai gradativamente tomando contato com os aspectos de sua sombra, ele se torna cada vez mais consciente de seus impulsos, emoções, sentimentos e atributos que ignorava ou negava em si mesmo. A partir daí, consegue perceber claramente nos outros os mesmos conteúdos inconscientes que não via ou não admitia em si mesmo. Afinal, pensa consigo mesmo: "Não me importo, todos somos iguais. Possuímos a mesma estrutura humana, só precisamos aprender a achar o equilíbrio, pois a virtude está no caminho do meio".
No amor ou afetividade está incluída a habilidade de ver e reconhecer a realtividade da vida, em toda a sua validade e seu perfeito equiíbrio. "Entre eles (os Espíritos) há amor e simpatia baseados na identidade de sentimentos".
A dignidade da pessoa humana não está fundamentada em "parecer amar", e sim em "amar verdadeiramente". O verniz encobre o mal, mas não o suprime; um sepulcro pintado de branco parecerá menos lúgubre, todavia continuará sendo um sepulcro.
O hipócrita dissimula ser o que não é, buscando nos fingimento uma cobertura para continuar sendo aquilo que de fato quer parecer aos olhos do mundo.
No lugar em que o amor reina, não há imposição e repressão; onde a imposição e a repressão prevalecem, o amor está ausente. A autêntica afetividade está associada a uma ampliação de consciência e a um amadurecimento espiritual. Quem a possui aprende a ser caridoso, generoso, benevolente, deixando os outros livres não apenas para errar, para aprender, para discordar, mas também para amar, reconhecendo que as fragilidades que muitas vezes recriminamos nos outros podem ser as nossas amanhã.
Hammed - Os prazeres da alma
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