Quando as amarguras da jornada te assinalem a alma, jungindo-te ao carro sombrio onde a solidão se demora algemada, recorda o Mestre Crucificado, em terrível abandono.
Onde os amigos d'outrora, as multidões saciadas e os corações socorridos?
Começara o ministério, a que se entregaria integralmente, nas alegres bodas de Caná, e encerrava-o numa Cruz, esquecido dos beneficiários constantes que O envolviam em álacre vozerio.
Sempre estivera o Mestre cercado pelas criaturas...
Pregara nas cercanias formosas das cidades e das aldeias, nas praias livres entre o lago e as montanhas, nas Sinagogas repletas e nas praças movimentadas.
Atendera a todos que Lhe buscaram socorro.
Todo o Seu Apostolado de amor foi de enobrecimento.
À mulher desprezada e em aviltamento, ofereceu as mais belas expressões da sua Mensagem.
Consolou e esclareceu a Samaritana atormentada.
Retirou dos coxins de veludo e seda a obsedada de Magdala.
Convidou Marta às questões do Espírito.
Atendeu à mulher Cananéia, prodigalizando o equilíbrio à filha endemoniada.
Hanah, a sogra de Pedro, recebeu-Lhe o passe curador.
À pobre hemorroíssa sito-fenícia restituiu a saúde.
Ofereceu à viúva de Naim o filho considerado morto.
Joanna, a mulher de Cusa, recebeu-Lhe o convite para a vida imperecível.
A filha de Jairo prodigalizou a bênção do despertamento das malhas da catalepsia.
Além delas, distendeu o amor a todos os corações.
Leprosos e sadios participaram do Seu convívio.
Homens ilustres e mendigos foram comensais da sua afeição.
Recuperou a serenidade no homem de Gadara, infelicitado por Espíritos obsessores e curou o filho do Centurião.
Elucidou o afortunado príncipe do Sinédrio em colóquio fraterno, e propiciou luz aos olhos fechados de mísero cego das estradas de Jericó.
Honrou a rica propriedade de Zaqueu e fez refeições nos barcos humildes dos pobres pescadores.
Revelou a Boa Nova aos sábios de Jerusalém que a escutaram deslumbrados e, à última hora, ensinou aos malsinados ladrões, companheiros de crucificação, a porta estreita para a liberdade espiritual.
Movimentou os membros paralisados de Natanael, descido pelo telhado, e revelou aos discípulos do Batista os sinais que O identificam como o Esperado...
Milhares de alma receberam a paz e a saúde de Suas mãos.
Os "demônios" submetiam-se a sua voz.
O mar respeitou-Lhe a ordem.
O vento atendeu-Lhe o imperativo.
As doenças desapareciam ao Seu contato.
Os anjos obedeciam-Lhe à vontade.
No entanto, à hora da angústia, sorveu a taça de amargura a sós.
O coração feminino, junto à Cruz, apresentou-Lhe apenas a saudade e a aflição, em lágrimas.
Mas provou a agonia, o escárnio e a humilhação em suprema soledade.
Nenhuma voz se ergueu para defendê-lO nas Altas Cortes.
Todavia, entregando-se confiante ao Pai, venceu o mundo e todos os seus enganos e, mesmo depois da morte, ressurgiu glorioso, voltando ao amor para a felicidade de todos.
Lembra-te dEle.
Só no mundo, e o Pai com Ele.
À hora das tuas provações, os companheiros e beneficiários do teu carinho não podem ficar contigo; seguirão adiante. A vida espera mais além.
Tem paciência!
Não os ames menos por isso, Eles necessitam da tua compreensão e do teu carinho.
Cresce para ajudar no crescimento deles.
E mesmo que a morte venha às tuas carnes, renascerás das cinzas da sepultura, em esplêndida madrugada, para continuares o teu labor junto àqueles que te abandonaram.
Na tua solidão, entretanto, Jesus estará sempre contigo.
Joanna de Ângelis
por Divaldo P. Franco
no Livro: Messe de Amor.
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