"Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse
nos reino dos céus ! que desilusão ! que humilhação, quando,
em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas
muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais
desprezava, por não terem sangue nobre !"
Evangelho Segundo Espiritísmo. Cap. 2, ítem 8
Nós, espíritas, temos ilusões? Responderei com clareza e fraternidade: sim, muitas ilusões. O iludido, quando ambicioso, atinge sem perceber as raias da usura; quando dominador chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se às vivências da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos píncaros do exclusivismo ostentando qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com os quais esnobam superioridade que supõem possuir.
Poderia dizer a nós, espíritas, algo sobre nossas ilusões? Existe uma tendência à auto-suficiência entre os depositários do conhecimento espírita. Discursam sobre a condição precária em que se encontram assumindo a condição de almas carentes e necessitadas, todavia, diametralmente oposto a isso, agem como se fossem "salvadores do mundo" com todas as respostas para a humanidade. Essa incoerência na conduta é provocada pela ilusão que criaram do papel do espírita no mundo ...
O Espiritismo é excelente, nós espíritas, nem tanto ... Nossa condição real, para quem deseja assumir uma posição ideal perante si mesmo, é a de almas que apenas começamos a sair do primitivismo moral. Alegremo-nos por isso!
Espírito Ermance Dufaux
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