domingo, 31 de julho de 2011

ILUSÃO E CONSCIÊNCIA O SENTIDO DA VIDA -



O tema do sonho e da ilusão presente nas nossas vidas é corrente no pensamento filosófico e literário. Na sua forma mais radical, esse pensamento proclama que o homem vive imerso em ilusões e sonhos.
Atenção! Os seres humanos vivem numa caverna. (…) Eles apenas vêem as suas sombras, ou as sombras dos outros, projectadas pelo fogo na parede oposta da caverna.
Platão, 428-347 a.C., filósofo grego, A República

Castelos no ar - eles dão tão facilmente abrigo. E são tão fáceis de construir.
Henrik Ibsen, 1826-1906, escritor norueguês, The Master Builder

Somos o material
De que os sonhos são feitos, e a nossa pequena vida
Está rodeada de sonho…
William Shakespeare, 1564-1616, poeta e dramaturgo inglês, A tempestade

O homem que nasce cai num sonho equivalente ao do homem que cai no mar.
Joseph Conrad, 1857-1924, escritor anglo-polaco, Lord Jim

O que é a vida? Uma ilusão, uma sombra, uma ficção. E o maior dos bens é de pouco valor, já que toda a vida é sonho, e os sonhos não passam de sonhos.
Caldéron de La Barca, 1600-1681, poeta e dramaturgo espanhol, A Vida é Sonho

Na noite que trás o sono, os sonhos riem-se de nós, errando diante dos nossos olhos.
Petrónio, século I d. C., escritor romano, Sataricon

Os sonhos são verdadeiros enquanto duram… E não vivemos nós em sonhos?
Alfred Lord Tennyson, 1802-1809, poeta inglês, The Higher Pantheism.

Aqueles que compararam as nossas vidas a um sonho, têm mais razão do que pensaram.
Montaigne, 1533-1592, escritor francês, Essais

O HOMEM NÃO PODE PRESCINDIR DA ILUSÃO

Alguns pensadores, sobretudo modernos e contemporâneas defendem que o homem não pode prescindir da ilusão. Ela faz parte da natureza humana, e é uma forma de fugirmos à vida real, e ao sofrimento e falta de sentido presente no fundo da nossa existência. A vida passa pelo sonho. O homem não suporta viver constantemente a verdadeira realidade.

Estão acordados, mas dormem.
Heraclito, 540-480 a. C., filósofo grego, citado por E. Morin, Método V

Uma simples trivialidade consola-nos porque uma simples trivialidade distrai-nos.
B. Pascal, 1623-1662, filósofo, físico e matemático francês, Pensamentos

A espécie humana não suporta demasiada realidade.
T. S. Eliot, 1888-1965, escritor anglo-americano, citado por E. Morin, Método V

Os homens têm sempre lutado contra a realidade com todas as suas forças.
Jean Servier, escritor francês, citado por E. Morin, Método V

Tirar ao homem comum a vida de mentiras em que ele vive, é retirar-lhe a felicidade.
Henrik Ibsen, 1826-1906, escritor norueguês, The Wild Duck

Para o homem, tão importante quanto a técnica, é a criação de um universo imaginário e a proliferação fabulosa de mitos, crenças, religiões.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V

Existe uma propensão universal para acreditar em fantasmas e espíritos, para acreditar em feitiços e, com mais frequência, na eficácia da magia e do sacrifício.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V

A ilusão atravessa toda a história, todas as sociedades, todos os indivíduos, e os espíritos, mal saem de uma desilusão, estão prontos para cair noutra.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V

Os arcaicos viviam num universo povoado de espíritos, de seres sobrenaturais, de lendas fabulosas, de quimeras, de milagres. Os sonhos faziam parte da realidade.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V 

O mito fortifica o homem, ocultando-lhe a incompreensibilidade do seu destino e preenchendo o nada da morte.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, Método V

OS SONHOS SÃO UMA PARTE DA NOSSA REALIDADE

Os sonhos e a nossa imaginação dão sentido à vida, ainda que por vezes os sonhos não sejam mais do que isso mesmo: apenas sonhos.

Abençoado seja o que inventou o sono, a manta que cobre todos os pensamentos humanos, o alimento que satisfaz a fome, a bebida que apazigua a sede, o fogo que aquece o frio, o frio que modera o calor, e, finalmente, a moeda corrente que compra todas as coisas, e a balança e os pesos que igualizam o pastor e o rei, o ignorante e o sábio.
M. Cervantes, 1547-1616, escritor espanhol, Dom Quixote

Apenas na imaginação do homem encontra toda a verdade, e a sua efectiva e indesmentível existência.
Joseph Conrad, 1857-1924, escritor anglo-polaco, Some reminiscences

Um homem é sempre um contador de histórias; vive rodeado pelas suas histórias e pelas histórias dos outros, e vê tudo o que lhe acontece através delas.
Jean Paul Sartre, 1905-1980, filósofo e escritor francês, A náusea

Tive um sonho, que não era de todo um sonho.
Lord Byron, 1788-1824, poeta inglês, Darkness

Quando brinco com a minha gata, quem sabe se ela não está a brincar mais comigo do que eu com ela…
Montaigne, 1533-1592, escritor francês, Essais

Faças o que fizeres, esta vida é ficção, e feita de contradição.
William Blake, 1757-1827, poeta inglês, Gnomic Verses

Uma vez, eu, Tchuang-Tseu, sonhei que era uma borboleta, e estava feliz como borboleta. Estava perfeitamente consciente de que estava satisfeito comigo mesmo, mas não sabia que era Tchuang. Não sei se era Tchuang a sonhar que era uma borboleta, ou se era uma borboleta a sonhar que era Tchuang.
Tchuang-Tseu, século III ou II a.C., filósofo taoista chinês, Book of Tchuang-Tseu

Fonte: http://www.meaningsoflife.com/Vida-ilusao.htm

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ilusão - Hammed


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Escrito por HAMMED   
 
 
 
Somos nós mesmos que nos iludimos, por querer que as criaturas dêem o que não podem e que ajam como imaginamos que devam agir.
 
A criatura humana modela suas reações emocionais através dos critérios dos outros, estabelecendo para si própria metas ilusórias na vida. Esquece-se, entretanto, de que suas experiências são únicas, como também únicas são suas reações, e de que o constante estado de desencontro e aflição é subproduto das tentativas de concretizar essas suas irrealidades.
      Constantemente, criamos fantasias em nossa mente, bloqueamos nossa consciência e recusamos aceitar a verdade. Usamos os mais diversos mecanismos de defesa, seja de forma consciente, seja de forma inconsciente, para evitar ou reduzir os eventos, as coisas ou os fatos de nossa vida que nos são inadmissíveis. A “negação” é um desses mecanismos psicológicos; ela aparece como primeira reação diante de uma perda ou de uma derrota. Portanto, negamos, invariavelmente, a fim de amortecer nossa alma das sobrecargas emocionais.
      Quanto mais sonhos ilógicos, mais cresce a luta para materializá-los, levando certamente os indivíduos a se tornarem prisioneiros de um círculo vicioso e, como resultado, a sofrerem constantes frustrações e uma decepção crônica.
      Um exemplo clássico de ilusão é a tendência exagerada de certas pessoas em querer fazer tudo com perfeição, aliás, querer ser o “modelo perfeito”. Essa abstração ilusória as coloca em situação desesperadora. Trata-se de um processo neurótico que faz com que elas assimilem cada manifestação de contrariedade dos outros como um sinal do seu fracasso e a interpretem como uma rejeição pessoal.
      O ser humano supercrítico tem uma necessidade compulsória de ser considerado irrepreensível. Sua incapacidade de aceitar os outros como são é reflexo de sua incapacidade de aceitar a si próprio. Sua busca doentia da perfeição é uma projeção de suas próprias exigências internas. O perfeccionismo é, por certo, a mais comum das ilusões e, inquestionavelmente, uma das mais catastróficas, quando interfere nos relacionamentos humanos. Uma pessoa perfeita exigirá apenas companheiros perfeitos.
      A sensação de que podemos controlar a vida de parentes e amigos também é uma das mais freqüentes ilusões e, nem sempre, é fácil diferenciar a ilusão de controlar e a realidade de amar e compreender.
      A ação de controlar os outros se transforma, com o passar do tempo, em um nó que estrangula, lentamente, as mais queridas afeições. Se continuarmos a manter essa atitude manipuladora, veremos em breve se extinguir o amor dos que convivem conosco. Eles poderão permanecer ao nosso lado por fidelidade, jamais por carinho e prazer.
      Em outras circunstâncias, agimos com segundas intenções, envolvendo criaturas que nos parecem trazer vantagens imediatas. Em nossos devaneios e quimeras, achamos que conseguiremos lograr êxito, mas, como sempre, todo plano oportunista, mais cedo ou mais tarde, será descoberto. Quando isso acontece, indignamo-nos, incoerentemente, contra a pessoa e não contra a nossa auto-ilusão.
      Escolhemos amizades inadequadas, não analisamos suas limitações e possibilidades de doação, afeto e sinceridade e, quando recebemos a pedra da ingratidão e da traição por parte deles, culpamo-nos. Certamente, esquecemo-nos de que somos nós mesmos que nos iludimos, por querer que as criaturas dêem o que não podem e que ajam como imaginamos que devam agir.
      Gostamos de alguém imensamente e alimentamos a idéia de que esse mesmo alguém pudesse corresponder ao nosso amor e, assim, criamos sonhos românticos entre fantasias e irrealidades.
      As histórias infantis sobre príncipes encantados socorrendo lindas donzelas em perigo são úteis e benéficas, desde que não se transformem em ilusórias bases de existência. Elas podem incitar os delírios de uma espera inatingível em que somente um “príncipe de verdade” tem o privilégio de merecer uma “princesa disfarçada”, ou vice-versa.
      A consciência humana está quase sempre envolvida por ilusões, que impossibilitam, por um lado, a capacidade de auto-percepção; por outro, dificultam o contato com a realidade das coisas e pessoas.
      Não culpemos ninguém pelos nossos desacertos, pois somos os únicos responsáveis – cada um de nós – pela quantidade de vida que experimentamos aqui e agora.
      “O sentimento de justiça está em a Natureza (...) o progresso moral desenvolve esse sentimento, mas não o dá. Deus o pôs no coração do homem...
      Procuremos auscultar nossas percepções interiores, usando nossos sentidos mais profundos e observando o que nos mostram as leis naturais estabelecidas em nossa consciência. Confiar no sentimento de justiça que sai do coração, conforme asseveram os Guias da Humanidade, é promover a independência de nossos pensamentos e viver com senso de realidade. Aliás, são essas as características mais importantes das pessoas espiritualmente maduras.
      Estamos na Terra para estabelecer uma linha divisória entre a sanidade e a debilidade; portanto, é imprescindível discernir o que queremos forçar que seja realidade daquilo que verdadeiramente é realidade. Muitas vezes, podemos estar nos iludindo a ponto de negar fatos preciosos que nos ajudariam a perceber a grandiosidade da Vida Providencial trabalhando em favor de nosso desenvolvimento integral.
 
 
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.
 

Palestra Ilusões

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Ilusões e tentações


By Euzébia Noleto, May 10, 2010 3:38 am
“Levanta-te e esforça-te, porque é no sono da alma que se encontram as mais perigosas tentações, através de pesadelos ou fantasias.”
Emmanuel
É muito importante que estudemos e conversemos sobre ilusões e tentações. No mundo conturbado de hoje, esses males parecem nos sugar para uma área de angústias, como um redemoinho de enganos. Muitos chegam a envolver outras pessoas em suas ilusões e fantasias, o que é um grave desrespeito. O tempo desperdiçado com esse mal poderia ser empregado realizando conquistas verdadeiras na seara do Bem.
A boa notícia é que esse é um caminho do qual há volta, mediante grande esforço pessoal. A reforma moral é urgente.
Para auxiliar-nos com diretrizes para nossa reforma íntima, apresentamos hoje o estudo baseado na mensagem “Tentações”, de Joanna de Ângelis, que pode ser lido a seguir ou baixado (.pdf) clicando aqui.
Capítulo 56 da obra “Lampadário Espírita” (Editora FEB), de Joanna de Ângelis, psicografada por Divaldo Franco 
Temas para reflexão encontram-se após o texto.

Tentações

                   “Alma cansada de lutar e sofrer, carregada e batida pelos ventos tempestuosos da paixão, pára na estrada por onde caminhas aflita, arrima-te, abraçando a árvore da fé, e examina os ouropéis mentirosos que voluteiam em derredor:
                   a sede do ouro doou-te o espinho cruel da ambição desequilibrada;
                   a ânsia de guardar beleza enclausurou-te na estrita cela do receio sem-termo;
                   o desejo da carne amarrou-te à desarmonia da mente, crucificando em madeiro inglório de aflição e dor;
                   a tormenta do orgulho agasalhou em teu coração serpentes venenosas que te espreiam sem cessar;
                   a loucura do poder arrojou-te ao despenhadeiro do crime, iludindo-te com a imagem de altura fictícia;
                   a insanidade dos prazeres, que o comodismo concede, custou-te o preço da saúde e da paz;
                   a incessante busca da glória efêmera, no palco terreno, expôs-te aos dardos da maldade ultriz que ora te ferem e magoam.

                   No parque onde brincam a mentira agradável, o ódio sorrateiro, a injúria delicada, a maledicência pertinaz, a hipocrisia sorridente, a vaidade brilhante, também choram a honradez ultrajada, a dignidade ferida, o caráter desrespeitado, o sacrifício humilhado, o dever combatido pelos atores da comédia da ilusão.
                   A alegria ruidosa sacrifica a harmonia das cordas vocais.
                   A bondade muito apregoada, anula-se.
                   Para manutenção da elegância física é necessário o sacrifício de delicados órgãos vitais.
                   A juventude disfarçada num semblante cansado é água pura à tona e estagnada ao fundo, produzindo envenenamento.
                   Só no exemplo do Cordeiro de Deus podes manter a inquebrantável harmonia interna que brilhará em ti, refletida.
                   Ao invés de sucumbires às tentações que espalham espinhos pela senda, retira do madeiro, onde Ele agonizou, a coroa dos testemunhos, põe-na em tua fronte e, embora sofrendo, poderás ser feliz e, carregado de dores, penetrarás no Reino da Alegria Imperecível.
                   Não temas!

NOTA – Tema para estudo: L.E. – Parte 4ª – Capítulo I – Felicidade e infelicidade relativas.
             Leitura complementar: E. – Capítulo XVII – O homem no mundo. - Item 10.”


Temas para reflexão

- Quais das situações refletidas no texto estão presentes em nossas vidas atualmente? 
- Temos alimentado ilusões, tentado parecer o que não somos?
- Temos envolvido outras pessoas em nossas ilusões, o que é um desrespeito?
- Tendo reconhecido nossos erros, o que podemos fazer para nos livrar daquilo que sabemos fazer mal a nós e aos outros?
- Analisemos as preocupações que temos tido ultimamente: alguma delas se refere a coisas fúteis?
- Que medidas são urgentes para a nossa reforma moral (ocupar a mente, etc.)?

Peçamos o auxílio de Deus para identificar e eliminar as ilusões que alimentamos, a fim de que não desperdicemos a existência presente com frivolidades. Peçamos também o auxílio divino para identificar tudo aquilo por que vale a pena trabalhar.

Vamos orar juntos?

Senhor Deus, que sois Todo bondade e Todo misericórdia, em nome de Jesus pedimos o Vosso auxílio, por intermédio dos Bons Espíritos, para que nos livremos das ilusões deste mundo e possamos buscar o que realmente importa para a verdadeira vida. Ajudai-nos, Senhor, na tarefa do auto-aprimoramento, pois sem a Vossa misericórdia nada somos e nada podemos.

Que assim seja.

A Ilusão da Realidade - Vídeo

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AMOR SEM ILUSÃO



"Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades.

Ao longo do caminho, à sua frente, percebeu que vinha em sua direção um velho sábio.

E porque se demorasse em seus pensamentos sem encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse.

Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:

- Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família com bases no verdadeiro amor.

- Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente.

- Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos.

- Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.

- Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?

Nesse mesmo instante aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor.

Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:

- Acabo de enterrar o corpo de meu pai que morreu antes de completar 50 anos.

- Sofro porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos. Seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida.

- Sofro porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias nem contemplar seu sorriso de ternura.

- Não verei suas mãos enrrugadas tomando as minhas com profundo afeto.

- Nesse momento o sábio dirigiu-se ao jovem e lhe falou com serenidade:

- Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?

- O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente.

- É nesses sentimentos sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.

A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física sem observar as grandezas da alma imortal.

O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.

O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa e a deixa quando chega a hora, para prosseguir vivendo e amando, tanto quanto o permita o seu coração imortal.

As flores, por mais belas que sejam, um dia emurchessem e morrem... Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.

O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre.

Mas as virtudes do espírito que dele se liberta continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, no frasco do coração.

Pensemos nisso!"

Retirado do site www.momentoespirita.com.br


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ser Bom


"É preciso convir, também, que o orgulho, frequentemente, é estimulado no médium por aqueles que o cercam.  Se tem faculdades um pouco transcendentais, é procurado e louvado; crê-se indispensável, e logo toma ares de suficiência e de desdém quando presta seu concurso." (2a. parte - cap XX, item 228)
Ser bom é olhar as coisas e as pessoas com os "olhos do amor".  A criatura que aprendeu a ver tudo com bons olhos consegue perceber que todas as ocorrências da vida estão caminhando para uma renovação enriquecedora.  No Universo nada acontece que não tenha uma finalidade útil e providencial.

As grandes dificuldades não significam castigo ou punições, mas caminhos preparatórios para se alcançar dentro em breve um bem maior.

O bondoso é sustentado por sua autoconfiança e estimulado por um impulso forte e desinibido a fim de concretizar ou construir ações altruístas.  Possui uma aura de vitalidade que reúne uma preciosa e rara combinação de ternura e destemor.

A criatura bondosa domina a arte da sinceridade, pois, acima de tudo, é fiel consigo mesma.   Por ter desenvolvido uma natureza benevolente, tem aspecto jovial e sociável, demonstra carinho pelas crianças, aprecia a fauna e a flora, enfim gosta das coisas da Natureza.  Em sua relação com os outros, é uma boa ouvinte, sempre disposta quando pode ser útil, solidária e cordial.

Há uma diferença entre bondade e destenção às necessidades pessoais.  Ser bom não é ter uma vida associada à autonegação ou autonegligência, nem mesmo ajustar-se obsessivamente às exigências e necessidades dos outros.  Acima de tudo, o bondoso conhece e defende os próprios direitos, ou seja, sabe cuidar de si mesmo.

Entretanto, cuidar de si não quer dizer eu antes de tudo, mas com certeza significa eu também.  A expressão "cuidar de si" não deriva do egoísmo ou do orgulho, mas traduz o dever de amar a criatura que temos responsabilidade de amparar - nós mesmo.

"É preciso convir, também, que o orgulho, frequentemente, é estimulado no médium por aqueles que o cercam."

Uma das características marcantes de nossa sociedade é fazer constantes solicitações e exigências à outras pessoas.  Um indivíduo que aprendeu a ver com os bons "olhos do amor" tem a habilidade de não se deixar "estimular orgulhosamente" pelas pessoas que o rodeiam, porque aprendeu a amar ou a desempenhar sua tarefa na Terra sem expectativas alheias.

A incapacidade de dizer "não posso", "não concordo", "não sei", "não quero" acarreta ao ser humano a perda de controle da própria vida.  Isso, no entanto, não significa que dizer "não" a tudo, mas ter o direito de responder com franqueza quando lhe perguntam se gosta ou não de alguma coisa; em outras palavras, deixar o outro saber como ele sente e pensa.  Declarar de forma positiva e direta seus valores e propósitos é preservar sua dignidade e auto-respeito.  SE uma pessoa não for capaz de pronunciar essa simples palavra "não" quando bem quiser, permitirá que outras pessoas a explorem sem parar, afastando-a daquilo que realmente pode e quer fazer.

"Aqueles que nos cerca" podem nos levar a elogios desmedidos.  Não se pode confiar nos aplausos.   Eles podem ser retirados a qualquer momento, não importa qual tenha sido nosso desempenho passado.  A inconstância é um vício peculiar da massa comum.

Quando a criatura "crê-se indispensável, e logo toma ares de suficiência e de desdém quando presta seu concurso", deveria conscientizar-se de que, com essa atitude, não está ajudando os outros.   O orgulho se precipita em satisfazer vontades caprichosas; o bondoso estimula a aprendizagem, porque sabe que é pelo caminho dos erros e acertos que vem o conhecimento e, por consequência, o crescimento espiritual.


Aprender a ser uma pessoa saudavelmente generosa pode estar ligado a uma longa aventura na área da perseverança.  Ser bom não quer dizer que devemos interferir ou ficar presos nos problemas dos outros.   Muitos de nós ficamos envolvidos numa generosidade compulsiva - atos de bondade motivados por sentimentos de culpa, obrigação, pena e de suposta superioridade moral.

Disse o Divino Amigo diante da população sofredora:  "tenho compaixão da multidão". Para adquirir a dádiva do conhecimento das virtudes, é preciso elevar o entendimento e engrandecer o raciocínio com Jesus Cristo.

Compaixão é um ato de elevada compreensão, em que reina a fidelidade consigo mesmo, o auto-respeito, o perdão e a bondade.  Ser bom, em sua exata definição, é fazer escolhas ou tomar atitudes com compaixão, lançando mão da própria dignidade e, ao mesmo tempo, promovendo a dignidade alheia.

Livro: A Imensidão dos Sentidos - Aprendendo a lidar com a sua Mediunidade  de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed.

domingo, 17 de julho de 2011

ILUSÃO é fuga


Criamos ilusões para fugir dos nossos compromissos

LEDA MARIA FLABOREA

Existe uma história muito bonita contada pelo Irmão X no livro "Estante da Vida" (Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira), psicografada por Francisco Cândido Xavier, com o título “Parábola do Servo”, onde ele narra as dificuldades pelas quais passa um Espírito nobre, até alcançar a condição de servo de Deus, isto é, daquele que traz, dentro de si, o Reino de Deus com a pureza e a humildade que ele representa, às quais Jesus se refere no capítulo 8º de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
Nosso narrador fala, em verdade, do nosso caminhar e das ilusões fantasiosas que criamos para fugir ao compromisso assumido, diante das leis divinas, de sermos os gestores de nossa própria evolução espiritual, únicos responsáveis pelas conseqüências de nossos atos, palavras ou ações que podem nos impulsionar ou nos atrasar nesse processo de crescimento.
Assim, segundo a história que o benfeitor espiritual narra, tornamo-nos, primeiramente, provedores, na medida em que nos preocupamos, somente, com nossa apresentação pessoal, com a casa onde moramos, com o ano e o modelo do carro que temos e, até mesmo, com o uso dos recursos materiais na prática do bem, por intermédio da distribuição de alimentos, remédios e agasalhos. É louvável nosso comportamento, mas é necessário que aprendamos a plantar as bênçãos do amor.
E novamente, retornamos ao planeta, em nova oportunidade, mas preocupados, ainda, com a opinião alheia. Muitas vezes, de posse de grandes valores ou de cargos elevados, ajudamos a construir estradas, escolas, casas, estimulamos as artes, ajudando, dessa forma, milhares de pessoas. Realizamos o que nos é possível, naquele momento evolutivo, dentro da nossa capacidade de entender o que seja amar ao próximo como a nós mesmos. Entretanto, mesmo realizando muito, somos, tão somente, administradores porque não cultivamos a lavoura do amor.
Depois, são nos dadas outras novas oportunidades de voltar à matéria, e avançamos mais um pouco, tornando-nos, então, benfeitores, na medida em que por meio de ganhos, podemos assalariar empregados que nos representem junto aos necessitados, distribuindo socorro, consolação, criando instituições que abriguem as misérias humanas. Todavia, apesar de todo o nosso empenho em dar condições para que muitas pessoas possam ajudar, em nosso nome, aos necessitados de todos os quilates, ainda, não conseguimos semear o amor.
Mas Deus, Pai de misericórdia, concede-nos mais retornos, até que aprendamos a abandonar as ilusões. E despreocupados com as aparências, com a posse de bens, renunciando a todas as vantagens que esses bens possam trazer, sejam títulos, nome de família, recursos financeiros, ou posição social, entregamo-nos, pessoalmente, em benefício dos outros, preferindo ser útil: sossegando aflições alheias, apagando discórdias que poderiam levar a crimes, dissipando as trevas da ignorância, lutando para que a luz alcance as criaturas, levantando os caídos da estrada da vida sem nos incomodarmos com a calúnia, a perversidade ou a ingratidão. E agora, mais conscientes dos nossos compromissos junto aos semelhantes, e mesmo acreditando que ainda não merecemos o título de servos, ei-nos, atravessando o lugar onde o céu se encontra com a Terra e onde se inicia a claridade celeste, cobertos de glória, coroados em luzes.
Esta história do Irmão X convida-nos a profunda reflexão acerca da nossa preparação para avançarmos um pouco mais no nosso progresso espiritual.  Hoje, ainda, precisamos de balizas que nos coloquem na rota certa. Por isso, os ensinamentos de Jesus são tão importantes, pois não conseguimos caminhar sozinhos por medo de nos soltarmos das ilusões.
A passagem evangélica contida no 8º capítulo, citada acima, tão conhecida e tão mal interpretada, mostra-nos que precisamos ter pureza e humildade em nossos corações – como uma criança, símbolo tomado por Jesus -, deixando de vez esse coração que ainda abriga sentimentos inferiores, que a criança ainda não tem.
O símbolo é importante porque temos, de um lado, essa criança física representando a pureza de coração, que para Jesus quer dizer o “amor a todos os semelhantes”; enquanto que do outro lado, temos o adulto, representando o sentimento contrário, ou seja, o egoísmo, que quer dizer o amor individualista e apego a tudo que signifique posse pessoal.
Por conta disso somos fracos, viciosos, doentes da alma, crianças espirituais que precisam do mestre para que nos tornemos fortes, puros e saudáveis.
A consciência desse amor - existente em nós desde a nossa criação – que nos transformará em servos de Deus requer exercício constante, intenso e prolongado. Necessitamos superar o provedor, o administrador e o benfeitor; é fundamental derrubarmos a muralha que nos separa do Pai, para alcançarmos, em definitivo, o título de servo. O modelo a ser seguido, Jesus; o caminho a ser percorrido, a ação no bem; a bússola a ser seguida, o Evangelho. 

Relação de artigos de Leda Maria Flaborea...

Ilusões


Como se demoram no invólucro carnal, em que a ilusão dos sentidos predomina, têm dificuldade de agir com inteireza e crer integralmente, em regime de tranqüilidade.
Graças às equívocas atitudes que no consenso social lhes permitem triunfos enganosos, transferem tal comportamento, quase sempre para a fé que esposam, acreditando-se resguardados nos sentimentos íntimos.
Porque produziram com acêrto nas tarefas encetadas onde se encontram assumindo posições controversas, ora de leviandade, ora de siso, supõem poder prosseguir com o mesmo procedimento quando se adentram nas tarefas espíritas, que os fascinam de pronto. E porque se acostumaram à informação de que os Espíritos são invisíveis ou pertencem ao Imaginoso reino do sobrenatural, tratam-nos como se assim fosse, olvidados de que conquanto invisíveis para alguns homens, estão sempre presentes ao lado de todos, ou apesar de tidos por gênios e encantados pertencem à Criação do Nosso Pai, em incessante marcha evolutiva.
Constituindo o Mundo Espiritual, já estiveram na Terra; são as almas dos homens ora vivendo a existência verdadeira.
Vêem, ouvem, sentem, compreendem e somente têm as diversas faculdades obnubiladas ou entorpecidas quando narcotizados pelas reminiscências do corpo somático, demorando-se em perturbação.
*
Estuda com sinceridade as lições espíritas para libertar-te da ignorância espiritual. Elas te facultarão largo tirocínio e invejável campo de liberdade interior, promovendo meios de ação superior que produz paz e harmonia pessoal. Dir-te-ão o que fazer, como realizar e porque produzir com eficiência.
Cada Espírito é o que aprendeu, o que realizou, quanto conquistou. Não poderá oferecer recursos que não possui nem liberar-te das dores e provas que a si mesmo não se pode furtar.
Se algum te inspirar ociosidade ou apoiar-te em ilício, não te equivoques: é um ser enganado que prossegue enganando. Para poupar-te o desaire mediante a constatação dolorosa neste capítulo, não transfiras para os Espíritos as tuas tarefas, não os sobrecarregues com as tuas lides. Nem exijas, — pois é sandice, — nem te subordines, — pois representa fascinação. Mantém-te em respeitável conduta, em ação enobrecida e êles, os Espíritos bons e simpáticos ao teu esforço, virão em teu auxílio, envolvendo-te em inspiração segura e amparo eficaz.
Rompe com a ilusão e não acredites que te sejam subalternos aos caprichos os Desencarnados, exceto os que são mais infelizes e ignorantes do que tu mesmo.
Evolve e conquista para ser livre.
*
Jesus, antes de assomar ao lado das aflições de qualquer porte, junto a encarnados ou desencarnados, cultivou a prece e a meditação. E ao fazê-lo sempre se revestiu de respeito e piedade. No Tabor ou em Gadara a Sua nobreza se destacava na paisagem emocional dos diálogos inesquecíveis que foram mantidos.
Acende, também, a luz legítima da verdade no coração e, em contato com os Espíritos ou os homens, sê leal sem afetação, franco sem rudeza e nobre sem veleidades. Os Desencarnados te conhecem e os homens te conhecerão hoje ou mais tarde, não valendo, pois, o esfôrço de iludir-se ou iludi-los.
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"Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçosa a estrada que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.) (Mateus: capítulo 7º, versículo 13.)
"Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos". (Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 2º — Item 5, parágrafo 2.)
Joanna de Ângelis. Da obra: Florações Evangélicas. Capítulo 5. 

A verdade ou a ilusão ?



J. Garcelan 
j.garcelan@uol.com.br 



De vez em quando encontramos um irmão hesitante entre não continuar ou prosseguir na Doutrina Espírita. Ou ainda aqueles que, não encontrando o que estavam buscando, "desertam" em busca de ilusões materialistas onde possam satisfazer suas vontades, não importando o que Jesus deixou como herança para a Humanidade, ou seja, uma "Formula de Bem Viver", inserida no Novo Testamento e em o "Evangelho Segundo o Espiritismo". Este último, esclarecendo com nitidez as palavras do Messias não dando azo a interpretações dúbias. 
Muitos desses irmãos adentram um Centro Espírita pela dor. Aconselhados por espíritas ou outras pessoas que foram beneficiadas pelos fenômenos mediúnicos ou pela momentânea fé que se fez presente por alguns momentos tendo como resultado, uma cura de curta duração quando o mal é de origem espiritual. Digo curta, pois, geralmente, as pessoas não buscam se reformar intimamente e, certamente, terão suas mazelas de volta em pouco tempo. Se houver persistência na luta contra os vícios morais e materiais que todos nós carregamos, teremos uma qualidade de vida material e espiritual bem melhor até o desencarne e após ele. 
No Capítulo XXIV do "Evangelho Segundo o Espiritismo", CORAGEM E FÉ, item 15, há uma frase que se destaca no texto: "aqueles que tiverem medo de se confessarem discípulos da verdade, não são dignos de serem admitidos no reino da verdade¹". 
O sincretismo religioso ainda é bastante visível nos centros espíritas espalhados pelo Brasil. Influenciados que foram durante séculos por dogmas criados pela Igreja Cristã e a seguir Católica, as pessoas acomodadas em apenas ouvir, durante séculos sofreram lavagens cerebrais e, agora, apenas após 150 anos de Codificação do Espiritismo, essa herança ainda persiste. 
Assim, das inúmeras criaturas que buscam as Searas Espíritas, poucos aceitam os ensinamentos com fervor e ali vão apenas à busca de lenitivo. Outras, em menor número, aceitam com AMOR os ensinamentos cristãos sem as deturpações ou congruências que foram efetuadas na doutrina por interesses pessoais. 
Infelizmente, conheci vários irmãos que labutavam no Espiritismo, no intuito de apenas servir. Mas a coragem e entusiasmo dos primeiros momentos se arrefeceram ao verificarem que a continuidade voluntária na seara exigia uma reforma íntima que estavam longe de cumprir. Assim, preferiram enveredar ou continuar pela Porta Larga onde os prazeres da carne poderiam ser atendidos "sem culpa". 
O Espiritismo, ao contrário das outras religiões, nada proíbe; apenas esclarece e alerta para as conseqüências dos defeitos (ou males) morais e materiais se estes não forem extirpados ao longo de muitas encarnações. 
Naturalmente, o "candidato a espírita" ao tomar conhecimento que os vícios materiais - álcool, fumo, luxúria etc. e os vícios morais: o ódio, o rancor, o orgulho, o ciúme e assim por diante e, principalmente que "Fora da Caridade não há Salvação" e "Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente à razão, em todas as épocas da Humanidade" (Allan Kardec); e que deverá espontaneamente praticar a uma REFORMA ÍNTIMA, como disse no início deste artigo, "desertam", pois acha não ter forças de abandonar ou pelo menos atenuar, os prazeres quão a vida oferece através da "Porta Larga". Assim, como o avestruz, coloca a cabeça em um buraco para não ver o que se passa a sua volta, pensando assim escapar de seus inimigos ou da realidade, ou seja, DA VERDADE. 
Esses "desertores" não conseguem ver o que a vida lhes se apresenta. E, assim, como "auto-hipnotizados" tentam acreditar que minutos antes de morrer(desencarnar) basta se arrepender para ter perdoado seus pecados e, assim, ganhar o reino dos céus. 
Triste ilusão. A estatística mostra que uma grande porcentagem de católicos no Brasil acredita na reencarnação. Isso se dá em razão do Espiritismo e de religiões outras de origem orientais e afro-brasileiras; apesar de não cultuarem a doutrina de Jesus (nem todas) acreditam e se baseiam na vida após a morte e a volta do espírito para resgate de seus erros do pretérito. 
Além disso, foram muitos os pioneiros do Espiritismo que influenciaram Regiões inteiras do Brasil, apesar da população mesclar o Espiritismo com o Catolicismo, Umbanda, Candomblé etc., daí o sincretismo. Mesmo assim, com a fotografia de Eurípedes Barsanulfo na parede (fato comum em cidades e vilas do Triângulo Mineiro) que chamam de "seu Euripes" e Francisco Cândido Xavier começar a ocupar as paredes de muitos "devotos", a população de uma maneira geral, salvo exceções, freqüentam o Centro local e a Igreja. Continuam a batizar seus filhos, ir a missas e casar como manda a tradição. Tudo isso se deve a falta de estudo e de uma educação mais apurada. 
É interessante se observar que as pessoas aceitam a reencarnação com naturalidade, pois instintivamente, observando a natureza e, ouvindo palestras de pessoas estudiosas que se dedicam a divulgar o Espiritismo, pouco a pouco vão se acomodando as lições da Codificação, mas insistem em manter tradições milenares. 
Ainda mencionando o mesmo capítulo do Evangelho (XXIV), agora em seu item 16, destacamos a frase final: "Semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual; lá, colherão os frutos de sua coragem ou de sua fraqueza²". Cabe aos dirigentes espíritas se conscientizarem de que não devem levar em "banho-maria" a falta de conhecimentos dos freqüentadores dos Centros, com medo de estes não mais voltem. Com essa atitude (muito comum) estarão atrasando o avanço da Doutrina. 
O dirigente deve e tem o dever de se aprofundar nos estudos para repassar aos ouvintes o conhecimento que adquirir e não ter nenhum receio de tocar em assuntos "nevrálgicos" como os dogmas criados pela Igreja que levaram a tradições e cultos exteriores, práticas estas, que não existem na Doutrina Espírita. 
Bibliografia:- ¹ e ² O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XXIV - Edição I. D.E-1984. 

Publicado no Jornal O CLARIM n.05/dezembro/2007- página 05. 

DIÁLOGO SOBRE ILUSÃO - Ermance



"RAINHA ENTRE OS HOMENS, COMO RAINHA JULGUEI QUE PENETRASSE
NOS REINO DOS CÉUS ! QUE DESILUSÃO ! QUE HUMILHAÇÃO, QUANDO,
EM VEZ DE SER RECEBIDA AQUI QUAL SOBERANA, VI ACIMA DE MIM, MAS
MUITO ACIMA, HOMENS QUE EU JULGAVA INSIGNIFICANTES E AOS QUAIS
DESPREZAVA, POR NÃO TEREM SANGUE NOBRE !" E.S.E. CAP. 2, ÍTEM 8
O que são as ilusões? Definamos ilusão como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade. São percepções que nos distanciam da Verdade. Existem em relação a muitas questões da vida, tais como metas, cultura, comportamento, pessoas, fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a nós: a auto-ilusão.
Qual a causa das ilusões? As ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios. Na matriz das ilusões encontramos carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas.
Por que a senhora citou que a auto-ilusão é a pior das ilusões? O iludido pensa muito o mundo "negando" senti-lo, um mecanismo natural de defesa face às dificuldades que encontra em lidar com suas emoções. Esconde-se atrás de uma imagem que criou de si mesmo para resguardar autoridade social ou outro valor qualquer que deseje manter.
O objetivo da reencarnação consiste em desiludir-nos sobre nós mesmos através da criação de uma relação libertadora com o mundo material. Se não buscamos esta meta então caminhamos para a falência dos planos de ascensão individual.
Conforme a resposta anterior, o iludido esconde-se de quê? De si mesmo. Criando um "eu ideal" para atenuar o sofrimento que lhe causa a angústia de ser o que é - a criatura foge de si e vive em "esconderijos psíquicos" .
Mas, por que se esconde de si mesmo? Devido ao sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra. Iludimo-nos através de um mecanismo defensivo contra nossa própria fragilidade que, pouco a pouco, vamos extinguindo. Negar o que se sente e o que se deseja é o objetivo desse mecanismo. Uma forma que a mente aprendeu para camuflar o sentimento de inferioridade da qual o espírito se conscientizou em algum instante de sua peregrinação evolutiva.
Então, iludimo-nos para nos sentirmos um pouco melhores, seria isso? Auto-ilusão é aquilo que queremos acreditar sobre nós mesmos, mas que não corresponde à realidade do que verdadeiramente somos, é a miragem de nós próprios ou aquilo que imaginamos que somos. Uma vivência psíquica resultante da desconexão entre razão e sentimento. É a crença na imagem idealizada que criamos no campo mental. É aquilo que pensamos que somos e desejamos que os outros creiam sobre nós.
Nós, espíritas, temos ilusões? Responderei com clareza e fraternidade: sim, muitas ilusões. O iludido, quando ambicioso, atinge sem perceber as raias da usura; quando dominador chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se às vivências da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos píncaros do exclusivismo ostentando qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com os quais esnobam superioridade que supõem possuir.
Poderia dizer a nós, espíritas, algo sobre nossas ilusões? Existe uma tendência à auto-suficiência entre os depositários do conhecimento espírita. Discursam sobre a condição precária em que se encontram assumindo a condição de almas carentes e necessitadas, todavia, diametralmente oposto a isso, agem como se fossem "salvadores do mundo" com todas as respostas para a humanidade. Essa incoerência na conduta é provocada pela ilusão que criaram do papel do espírita no mundo ...
O Espiritismo é excelente, nós espíritas, nem tanto ... Nossa condição real, para quem deseja assumir uma posição ideal perante si mesmo, é a de almas que apenas começamos a sair do primitivismo moral. Alegremo-nos por isso!
Essa auto-suficiência seria o orgulho? O orgulho promove essa condição, é a mais enraizada manifestação da ilusão, é a ilusão de querer ser o que imaginamos que somos. Essa é a pior ilusão, a auto-imagem falsa e superdimensionada de nós mesmos. Essa auto-ilusão é sustentada por uma "cultura de convenções" acerca do que seja ser espírita, um resquício do velho hábito religioso de criar "estampas" pelas quais serão reconhecidos os seguidores de alguma doutrina. Nesse caso, a ilusão desenvolvida chama-se "idéia de grandeza".
Muitas pessoas desejariam sair prontas para testemunho após pequenos exercícios de espiritualização no centro espírita, entretanto, por ignorarem sua real condição espiritual, fazem da casa doutrinária um templo de aquisição da angelitude imediata. Querem sair prontos e perfeitos das tarefas e estudos, quando o objetivo de tais iniciativas é capacitar de valores intelecto-morais para repensar caminhos e encontrar respostas para as encruzilhadas da alma, nas refregas da existência.
O que é essa auto-imagem falsa? Uma construção mental que se torna a referência para nossas movimentações perante a vida. É uma cristalização mental, uma irradiação que cria uma rotina escravizante nos sentimentos permitindo-nos viver somente as emoções em uma "faixa de segurança", a fim de não perdermos o status da criatura que supomos ser e queremos que os outros acreditem que somos. O que pensamos sobre nós, portanto, determina a imagem mental indutora dos valores íntimos. Se o raciocínio sofre distorções da ilusão, então viveremos sem saber quem somos.
Como é construída essa auto-imagem? Através das vivências intelecto-afetivas de todos os tempos desde a criação.
Onde ela permanece? No corpo mental. Sua maior expressão é conhecida pelas operações do departamento da imaginação no reino da mente.
Quer dizer que além da auto-imagem temos um "eu real", diferente do "eu crístico", que ainda não conhecemos? Sim. Temos um "eu real" que estamos tentando ignorar há milênios. Essa "parcela" de nós é a "sombra" da qual queremos fugir. Todavia, o contato com essa "zona inconsciente" revela-nos não só motivos de dor e angústia mas, igualmente, a luz que ignoramos estar em nossa intimidade à espera de nossa vontade para utilizá-la.
Aqui chamamos a atenção dos nossos parceiros de ideal para o cuidado com o processo da reforma interior. Existe muita idealização confundindo aprendizes que imaginam estar dando "saltos evolutivos" em direção a esse "eu real", entretanto, em verdade, estão se movimentando na esfera do "eu idealizado" ...
Poderia explicar mais profundamente essa questão dos "saltos evolutivos"? É um tipo de ilusão que normalmente assalta os religiosos de todos os tempos. Imaginam-se muito melhorados a partir do contato com alguma diretriz ou prática religiosa e, então, passam a viver uma vida idealizada, um projeto de "vir-a-ser". É uma ilusão de que se está fazendo a renovação, apenas uma idealização. Uma forma de comportar desconectada do sentimento, um adorno moral para nossas atitudes; é o discurso sem a vivência. O nome mais conhecido desse comportamento é puritanismo.
Como distinguir idealização de mudança verdadeira? Na idealização pensamos o que somos e, como conseqüência, vivemos o que gostaríamos de ser, mas ainda não somos. É o hábito das aparências.
Na reforma íntima sentimos o que somos, e como conseqüência vivemos a realidade do que somos com harmonia, ainda que nos cause muitos desconfortos. É o processo da educação paulatina.
Na idealização vive-se em permanente conflito por se tratar, em parte, de uma negação da realidade, enquanto na reforma autêntica a criatura consegue penetrar os meandros dos "sentimentos-causais", encontrando uma convivência pacífica consigo e aceitando-se sem se acomodar em direção a melhoras mensuráveis.
Como vencer nossas ilusões? Desapegando da falsa auto-imagem falsa que fazemos de nós mesmos. Desapaixonando-se do "eu". Para isso somente o autoconhecimento.
Havendo esse desapego, conseguiremos libertar os sentimentos para novas experiências com o mundo e conseqüentemente com nosso "eu profundo". Isso desencadeará um processo de resgate de nós mesmos, venceremos a condição de reféns de nosso passado escravizante, saindo da "roda viciosa das emoções" perturbadoras, quais sejam o medo, a culpa e a insegurança.
O processo da desilusão custa sorver o fel da angústia de saber quem somos, e carregar o peso do sacrifício de cuidar dessa personalidade nova que renasce exuberante Independente do quão doloroso seja, é preferível experimentá-la no corpo a ter que purgá-la na vida espiritual.
Assinalemos alguns exercícios de desapego dessa paixão que nutrimos pela imagem irreal que criamos de nós mesmos:
* Fazer as pazes com as imperfeições .
* Abandonar os estereótipos e aprender a se valorizar com respeito .
* Descobrir sua singularidade e vivê-la com gratidão .
* Coragem para descobrir seus desejos, tendências e sentimentos .
* Exercitar a auto-aceitação através do perdão .
* Munir-se de informações sobre a natureza de suas provas .
* Aprender a ouvir com atenção o que se passa à sua volta .
* Dominar o perfeccionismo nutrindo a certeza de que ser falível não nos torna mais inferiores .
* Valorizar afetivamente as suas vitórias .
* Descobrir qualidades, acreditar nelas e colocá-las a serviço das metas de crescimento.
Paulo, o apóstolo da renovação, indica-nos uma sublime recomendação que nos compele a meditar na natureza de nossos sentimentos em torno da mensagem do amor; sugerimos que esse seja nosso roteiro na vitória sobre as ilusões: "Olhais para as coisas segundo as aparências? Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo" ( .. .) - II Corintios, 10:7.
Espírito Ermance Dufaux