( responsabilidade com sua cura)
Recorre aos templos e grupos de socorro em busca da orientação e do alívio. Solicite a Deus o apoio de que tanto carece. Utilize os esplendorosos recursos da misericórdia celeste em favor de sua cura. Desabafe, instrua-se, revigore-se na oração, refaça as suas energias.
Todavia, recorde que nenhuma enfermaria foi criada para restituir a saúde. O leito acolhedor é fonte de recomposição nos instantes agudos da dor e da doença.
Peça, alivie-se e cuide para não transferir responsabilidades que a você competem no exercício de cada dia, em favor de sua recuperação definitiva.
Vai e não peques mais é o convite para você assumir o desafio de sua cura, compreendendo claramente que, se necessita de arrimo, chegará o momento no qual será chamado, igualmente, a oferecer a mão amiga e o ouvido atento, a palavra sábia e a atitude fraterna.
A migalha que já podemos ofertar é sem dúvida, o tributo mais valoroso que podemos oferecer à vida na busca da cura pessoal.
Wanderley Oliveira
( pelo Espírito Ermance Dufaux )
(ao repassar a mensagem mantenha os créditos do autor)
domingo, 29 de setembro de 2013
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
No Trato Com os Outros
"A origem do mal reside no egoísmo e
no orgulho; os abusos de toda espécie
cessarão quando os homens se regerem
pela lei da caridade."
Alan Kardec
(E.S.E. Cap.XVI ltem X).
Conserve a paciência com aqueles que não aplicam a solicitude no trato com você. Recorde que a enfermidade pode estar a minar-lhes o organismo.
Quando alguém admoestá-lo, mesmo injustamente, silencie e desculpe. Deixe, que a vida se encarregará de colocar os pretensiosos em seus devidos lugares.
Se a intriga dificultar-lhe os bons propósitos, não lhe confira a honra de sua revolta. Quase sempre o intrigante é colhido nas malhas da rede que tece.
Procure entender a explicação deficiente que o amigo lhe dá. Ele não dispõe de melhores recursos de expressão.
Quando convidado a opinar em assunto que desconhece, afirme sua ignorância sobre o caso. Melhor é apresentar-se com simplicidade do que informar erradamente.
Se o interlocutor, magoado com a força de seu argumento, deixa bruscamente o tema da palestra, cale e desculpe-se. É provável que ele não se encontre preparado para a lógica das argumentações seguras.
Insista no auxílio, mesmo que este seja feito com o silêncio de sua intenção superior. O recalcitrante é infeliz pela própria organização nervosa que lhe aciona a vida.
Quando constrangido a arbitrar entre discutidores, a melhor posição é a humildade. Cada antagonista conta com a certeza da vitória para a opinião que defende. Passado o calor do debate, exponha com naturalidade seu pensamento.
Se a informação solicitada demorar em ser atendida, guarde calma e repita o pedido. Talvez seu interpelado seja surdo.
Há comezinhos incidentes no trato com os homens que, evitados, realizam a paz em todos os corações.
Cultive a confiança, na serenidade, e caminhará com segurança, no trato com os outros.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Glossário Espírita-Cristão.
Ditado pelo Espírito Marco Prisco.
4a edição. Salvador, BA: LEAL, 1993.
domingo, 22 de setembro de 2013
QUANDO VOCÊ NÃO SE COLOCA COMO A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA SUA VIDA
QUANDO VOCÊ NÃO SE COLOCA COMO A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA SUA VIDA
Wanderley Oliveira _____________________________________________________
Você vai experimentar a sensação de passar aos outros muitos sentimentos que ainda não consegue para você mesmo, tais como a alegria, o perdão, o otimismo, a fé e outros tantos.
Você vai agir como se fosse possível mudar as pessoas que você ama, esperando delas o que nem você mesmo consegue fazer com você.
Você será escravo da crença do amor prepotente, aquela que leva a crer que por amar alguém existe a obrigação de salvá-lo e de tirá-lo de todos os problemas.
Você se sentirá responsável pelas atitudes das pessoas que ama.
Você confiará de forma ilimitada nas pessoas que acredita amar e será abusado, trocado e passado para trás.
Quando você colocar alguém como a pessoa mais importante da sua vida do que você mesmo, o tempo vai te mostrar que isso é a fonte geradora da maioria das mágoas, decepções, traições, trapaças, acomodações e ódios.
Se você tentar amar alguém mais do que a você mesmo, fará tudo que puder e que não puder por quem ama, e não se sentirá merecedor do bem e das coisas boas que oferece a eles, vivendo de sacrifícios, penúria e carência.
O amor para com o próximo é, sem dúvida, fonte iluminada de saúde, paz e cura, entretanto, quando você se movimenta sem a proteção do autoamor, esse amor ao próximo vai te machucar e está sujeito a dores e sofrimentos evitáveis.
Assuma definitivamente que a pessoa mais importante da sua vida é você. Sabe qual o resultado disso?
O resultado é que dessa forma você será alguém melhor também para todos à sua volta e estará sempre de posse da sua integridade, da sua felicidade e da sua paz.
Não sobrecarregue a ninguém com a ingrata responsabilidade de te fazer feliz. AME-SE.
Wanderley Oliveira _____________________________________________________
Você vai experimentar a sensação de passar aos outros muitos sentimentos que ainda não consegue para você mesmo, tais como a alegria, o perdão, o otimismo, a fé e outros tantos.
Você vai agir como se fosse possível mudar as pessoas que você ama, esperando delas o que nem você mesmo consegue fazer com você.
Você será escravo da crença do amor prepotente, aquela que leva a crer que por amar alguém existe a obrigação de salvá-lo e de tirá-lo de todos os problemas.
Você se sentirá responsável pelas atitudes das pessoas que ama.
Você confiará de forma ilimitada nas pessoas que acredita amar e será abusado, trocado e passado para trás.
Quando você colocar alguém como a pessoa mais importante da sua vida do que você mesmo, o tempo vai te mostrar que isso é a fonte geradora da maioria das mágoas, decepções, traições, trapaças, acomodações e ódios.
Se você tentar amar alguém mais do que a você mesmo, fará tudo que puder e que não puder por quem ama, e não se sentirá merecedor do bem e das coisas boas que oferece a eles, vivendo de sacrifícios, penúria e carência.
O amor para com o próximo é, sem dúvida, fonte iluminada de saúde, paz e cura, entretanto, quando você se movimenta sem a proteção do autoamor, esse amor ao próximo vai te machucar e está sujeito a dores e sofrimentos evitáveis.
Assuma definitivamente que a pessoa mais importante da sua vida é você. Sabe qual o resultado disso?
O resultado é que dessa forma você será alguém melhor também para todos à sua volta e estará sempre de posse da sua integridade, da sua felicidade e da sua paz.
Não sobrecarregue a ninguém com a ingrata responsabilidade de te fazer feliz. AME-SE.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
PROVÁVEIS EFEITOS DO AMOR AO PRÓXIMO SEM AUTOAMOR
PROVÁVEIS EFEITOS DO AMOR AO PRÓXIMO SEM AUTOAMOR.
_________________________________________________
Segue uma pequena lista do que vai junto com nosso amor aos outros, quando não cuidamos de construir o amor a si mesmo: medos frustrações, insegurança, arrogância, carências, angústias, mágoas e muitas dores emocionais.
A forma como você se trata, também será a forma como vai tratar seus amores. Naquele ponto em que você não está bem na relação consigo próprio, isso vai surgir na sua vida de relação de formas variadas e prejudiciais. E o pior é que, quase sempre, por falta de consciência dessa ausência de autoamor, você vai responsabilizar as pessoas que ama pelas coisas que você sente.
A forma como você se trata cria uma vibração, um campo energético, entre você e as pessoas. Se você se trai o tempo todo, sendo infiel com seus gostos, com seu querer e com suas necessidades, isso poderá trazer a traição para seus relacionamentos afetivos com filhos, maridos, esposas e outros. Quem não aprendeu a dizer NÃO será traído de alguma forma. Há várias formas de traição.
Pessoas que não se tratam com autoamor tendem a assumir o papel de tomadores de conta da vida de quem ama, e isso estraga muitas relações que poderiam ser ótimas.
Se você tem medo de ser rejeitado, sua relação de amor será assombrada pela necessidade de agradar para não perder o carinho de alguém.
Se você tem uma frustração na existência, isso vai aparecer no amor como cobrança e rigidez para com a pessoa amada, afim de que ela não tropece no mesmo caminho.
Quando amamos alguém sem vencer nossa solidão e carência, vamos esperar demais da companhia do outro exigindo de modo exagerado mimos, reconhecimento e presença.
Quando você é perfeccionista e espera demais de si, isso vai te levar a um relacionamento amoroso repleto de mágoas porque ninguém vai atender totalmente às suas expectativas superdimensionadas.
Quando você é uma pessoa muito disponível na relação, gosta de ajudar a todos e assume uma postura de excessiva bondade, sua convivência afetiva será atormentada pela mania de controlar.
Se você sente muita culpa vai tentar gerenciar a vida de quem ama para que ele não sinta o mesmo.
Se você é uma pessoa muito agressiva com você, certamente isso vai refletir nos seus relacionamentos, sua forma de amar será cheia de mau humor, rigidez e desrespeito.
Quando você não está bem com você, suas relações de amor vão refletir sua doença, sua dor, suas imperfeições.
Se você não quer ou não da conta de resolver seus tormentos pessoais, corre um risco de transferir a quem ama essa tarefa ingrata de te fazer feliz. É isso é uma mentira. Ninguém tem esse poder todo a não ser você.
Portanto, quando dizemos que amamos alguém sem amor a si mesmo, o amor que damos aos outros será sempre sufocado pelas nossas próprias limitações e trapaças emocionais.
Continue amando do jeito que você da conta, mas procura logo a ajuda profissional se você não está dando conta de se tratar com bondade e carinho, porque senão os afetos da sua vida vão sofrer muito com suas angústias e doenças emocionais.
Em meu trabalho profissional desenvolvi métodos e técnicas especializadas de desenvolvimento do autoamor.
Conheça meu trabalho em www.wanderleyoliveira.com.br
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Segue uma pequena lista do que vai junto com nosso amor aos outros, quando não cuidamos de construir o amor a si mesmo: medos frustrações, insegurança, arrogância, carências, angústias, mágoas e muitas dores emocionais.
A forma como você se trata, também será a forma como vai tratar seus amores. Naquele ponto em que você não está bem na relação consigo próprio, isso vai surgir na sua vida de relação de formas variadas e prejudiciais. E o pior é que, quase sempre, por falta de consciência dessa ausência de autoamor, você vai responsabilizar as pessoas que ama pelas coisas que você sente.
A forma como você se trata cria uma vibração, um campo energético, entre você e as pessoas. Se você se trai o tempo todo, sendo infiel com seus gostos, com seu querer e com suas necessidades, isso poderá trazer a traição para seus relacionamentos afetivos com filhos, maridos, esposas e outros. Quem não aprendeu a dizer NÃO será traído de alguma forma. Há várias formas de traição.
Pessoas que não se tratam com autoamor tendem a assumir o papel de tomadores de conta da vida de quem ama, e isso estraga muitas relações que poderiam ser ótimas.
Se você tem medo de ser rejeitado, sua relação de amor será assombrada pela necessidade de agradar para não perder o carinho de alguém.
Se você tem uma frustração na existência, isso vai aparecer no amor como cobrança e rigidez para com a pessoa amada, afim de que ela não tropece no mesmo caminho.
Quando amamos alguém sem vencer nossa solidão e carência, vamos esperar demais da companhia do outro exigindo de modo exagerado mimos, reconhecimento e presença.
Quando você é perfeccionista e espera demais de si, isso vai te levar a um relacionamento amoroso repleto de mágoas porque ninguém vai atender totalmente às suas expectativas superdimensionadas.
Quando você é uma pessoa muito disponível na relação, gosta de ajudar a todos e assume uma postura de excessiva bondade, sua convivência afetiva será atormentada pela mania de controlar.
Se você sente muita culpa vai tentar gerenciar a vida de quem ama para que ele não sinta o mesmo.
Se você é uma pessoa muito agressiva com você, certamente isso vai refletir nos seus relacionamentos, sua forma de amar será cheia de mau humor, rigidez e desrespeito.
Quando você não está bem com você, suas relações de amor vão refletir sua doença, sua dor, suas imperfeições.
Se você não quer ou não da conta de resolver seus tormentos pessoais, corre um risco de transferir a quem ama essa tarefa ingrata de te fazer feliz. É isso é uma mentira. Ninguém tem esse poder todo a não ser você.
Portanto, quando dizemos que amamos alguém sem amor a si mesmo, o amor que damos aos outros será sempre sufocado pelas nossas próprias limitações e trapaças emocionais.
Continue amando do jeito que você da conta, mas procura logo a ajuda profissional se você não está dando conta de se tratar com bondade e carinho, porque senão os afetos da sua vida vão sofrer muito com suas angústias e doenças emocionais.
Em meu trabalho profissional desenvolvi métodos e técnicas especializadas de desenvolvimento do autoamor.
Conheça meu trabalho em www.wanderleyoliveira.com.br
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Consciência e Evolução
Consciência e Evolução
O despertar da consciência faculta a responsabilidade a respeito dos atos, face ao desabrochar dos códigos divinos que jazem em germe no ser.
Criado simples e ignorante , o espírito tem como fatalidade a perfeição que lhe está destinada. Alcançá-la com rapidez ou demorar-se por consegui-la, depende da sua vontade , do seu livre-arbítrio.
Passando pela fieira da ignorância , adquiriu experiências mediante as quais pode discernir entre o que deve e o que lhe não é lícito realizar, optando pelas ações que lhe proporcionem ventura, bem-estar, sem os efeitos perniciosos, aqueles que se tornam desgastantes, afligentes.
Desse modo, torna-se responsável pelo seu destino, que está a construir, modificar, por meio das decisões e atitudes que se permita.
O bem é-lhe o fanal , e este se constitui de tudo aquilo que é conforme as leis de Deus, que são naturais, vigentes em toda parte.
A herança da ignorância primitiva prende-o no mal, que é contrário à lei de progresso, não , porém, retendo-o indefinidamente e impossibilitando-o de ser feliz.
Cumpre-lhe , portanto envidar esforços e romper os elos com a retaguarda, avançando nas experiências
iluminativas, a principio com dificuldade, face à viciação instalada, para depois acelerar os mecanismos de desenvolvimento, por força mesmo do prazer e alegria fruídos.
Lentamente, em razão da própria consciência, descobre os tesouros preciosos que lhe estão à disposição e dos quais pode utilizar-se com infinitos benefícios.
Saúde e doença , paz e conflito, alegria e tristeza podem ser elegidos através do discernimento que guia as ações. Sem essa claridade, os estados negativos tornam-se-lhe habituais e, mesmo quando estabelecidos, podem alterar-se através do empenho empregado para vence-los.
Nunca te entregues à desesperança, ao abandono. Não és uma pedra solta, no leito do rio do destino, a rolar incessantemente. Tens uma meta, que te aguarda e que alcançarás.
Penetra-te , mediante a reflexão, e descobre as tuas incalculáveis possibilidades de realização.
Afirma-te o bem , a fim que o seu germe em ti fecunde e cresça. Serás o que penses e planejes, pois que da tua mente e do sentimento procedem os valores que são cultivados.
O teu estado natural é saúde. As enfermidades são os acidentes de trânsito das ações negativas, propiciando-te reabilitação. È indispensável manteres atenção e cuidado na conduta do veículo carnal.
Assim , pensa no bem-estar, anela-o, estimulando-o com realizações corretas.
A tua constituição é harmônica. Os desequilíbrios são ocorrências, na corrente elétrica do teu sistema nervoso, por distorção de carga que as sensações cultivadas proporcionam . Mantém os interruptores da
vigilância ligados, a fim de que impeçam as altas voltagens que os produzem.
Em tua origem és luz avançando para a grande luz. Só há sombras porque ainda não te dispuseste a movimentar os poderosos geradores de energia adormecida no teu interior. Faze claridade, iniciando com a chispa da boa vontade e deixando-a crescer até alcançar toda a potência de que dispõe.
O amor é o teu caminho, porque procede de Deus, que te criou. Desse modo verticaliza as tuas aspirações e agiganta os teus sentimentos na direção da causalidade primeira.
Tudo podes, se quiseres.
Tudo lograrás se te dispuseres.
Buscando penetrar na ordem das divinas leis que propiciam o entendimento da vida, ALLAN KARDEC interrogou as venerandas entidades, conforme registrou na questão 117 de O Livro dos Espíritos : Depende dos espíritos o progredirem mais ou menos rapidamente para a perfeição ?
Certamente. Eles a alcançam mais ou menos rápido conforme o desejo que têm de alcança-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa do que outra recalcitrante?
Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Momentos de Consciência
Saúde e Consciência
A fim de que a pessoa adquira ou preserve a saúde é necessária a conscientização de si mesmo, da sua maneira de ser.
Normalmente, por hábito vicioso, prefere e aceita os estados negativos e alterados de comportamento com os quais a consciência anseia, abrindo espaço para as doenças.
Permite-se, desse modo, a raiva, o ciúme, a queixa, a ansiedade, e tomba em depressões injustificáveis que são as portas de acesso a enfermidades variadas.
Os sinais de alarme em torno da situação surgem quando você deseja:
pedir desculpas por uma reação infeliz e não consegue fazê-lo;
recomeçar uma tarefa que a ira interrompeu e sente dificuldade;
abraçar alguém inamistoso e se vê impedido;
discutir um assunto desagradável e é tomado por um silêncio constrangedor;
quando você deseja iniciar uma conversação e se sente incapaz ou desinteressado.
Há sinais de alarme quando você permanecer acordado remoendo um problema inquietante;
continuar ansioso, mesmo quando não há uma razão plausível;
não conseguir dirigir palavras gentis a uma pessoa querida;
sentir-se trêmulo ou deprimido, diante de alguém que lhe parece superior;
considerar-se diminuído no meio social no qual se movimenta.
Esses estados e outros mais, caracterizam estados predisponentes às doenças.
A aceitação dessas circunstâncias significa que a pessoa prefere a infelicidade à harmonia.
Cultivando esses estados, bloqueia-se a consciência, que se entorpece, voltando a um estágio inferior, à sensação que ainda lhe predomina no processo evolutivo.
Toda pessoa é livre para escolher entre a saúde ou a doença. Cabe à consciência agir com liberdade profunda, isto é, a opção de ser feliz.
Comece por se desfazer dos padrões mentais negativos, condicionados à aceitação dos comportamentos doentios.
O treinamento de novas maneiras de pensar, baseados na ordem, no bem geral, na superação das próprias possibilidades, criará automatismos e reflexos que trabalharão pela sua harmonia e saúde.
É necessário assumir o controle de si mesmo, o que equivale dizer, à conscientização, esse estágio superior no qual a emoção conduz a sensação.
Infinitas mensagens são dirigidas da mente ao corpo, produzindo hábitos que se enraizarão, substituindo aqueles que geram desarmonia e doença.
Pode parecer difícil sair de uma situação desgastante para outra agradável. E é, realmente.
No entanto, toda aprendizagem exige a repetição da experiência até a sua fixação em definitivo.
Do mesmo modo, a aquisição de valores e padrões de felicidade vai além do simples querer, para adentrar os caminhos do conseguir.
* * *
A tecnologia deu seu mais expressivo salto quando três jovens cientistas americanos descobriram o transistor, miniaturizando peças e equipamentos que aceleram o progresso da civilização.
Não medir esforços para a aquisição da saúde, mediante a consciência do dever para consigo mesmo, é o desafio a enfrentar e vencer, através das pequenas peças do sacrifício, perseverança e do trabalho.
Com esse esforço você irá desfrutar de consciência, saúde e paz.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro Momentos de consciência, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 22.08.2011.
Normalmente, por hábito vicioso, prefere e aceita os estados negativos e alterados de comportamento com os quais a consciência anseia, abrindo espaço para as doenças.
Permite-se, desse modo, a raiva, o ciúme, a queixa, a ansiedade, e tomba em depressões injustificáveis que são as portas de acesso a enfermidades variadas.
Os sinais de alarme em torno da situação surgem quando você deseja:
pedir desculpas por uma reação infeliz e não consegue fazê-lo;
recomeçar uma tarefa que a ira interrompeu e sente dificuldade;
abraçar alguém inamistoso e se vê impedido;
discutir um assunto desagradável e é tomado por um silêncio constrangedor;
quando você deseja iniciar uma conversação e se sente incapaz ou desinteressado.
Há sinais de alarme quando você permanecer acordado remoendo um problema inquietante;
continuar ansioso, mesmo quando não há uma razão plausível;
não conseguir dirigir palavras gentis a uma pessoa querida;
sentir-se trêmulo ou deprimido, diante de alguém que lhe parece superior;
considerar-se diminuído no meio social no qual se movimenta.
Esses estados e outros mais, caracterizam estados predisponentes às doenças.
A aceitação dessas circunstâncias significa que a pessoa prefere a infelicidade à harmonia.
Cultivando esses estados, bloqueia-se a consciência, que se entorpece, voltando a um estágio inferior, à sensação que ainda lhe predomina no processo evolutivo.
Toda pessoa é livre para escolher entre a saúde ou a doença. Cabe à consciência agir com liberdade profunda, isto é, a opção de ser feliz.
Comece por se desfazer dos padrões mentais negativos, condicionados à aceitação dos comportamentos doentios.
O treinamento de novas maneiras de pensar, baseados na ordem, no bem geral, na superação das próprias possibilidades, criará automatismos e reflexos que trabalharão pela sua harmonia e saúde.
É necessário assumir o controle de si mesmo, o que equivale dizer, à conscientização, esse estágio superior no qual a emoção conduz a sensação.
Infinitas mensagens são dirigidas da mente ao corpo, produzindo hábitos que se enraizarão, substituindo aqueles que geram desarmonia e doença.
Pode parecer difícil sair de uma situação desgastante para outra agradável. E é, realmente.
No entanto, toda aprendizagem exige a repetição da experiência até a sua fixação em definitivo.
Do mesmo modo, a aquisição de valores e padrões de felicidade vai além do simples querer, para adentrar os caminhos do conseguir.
* * *
A tecnologia deu seu mais expressivo salto quando três jovens cientistas americanos descobriram o transistor, miniaturizando peças e equipamentos que aceleram o progresso da civilização.
Não medir esforços para a aquisição da saúde, mediante a consciência do dever para consigo mesmo, é o desafio a enfrentar e vencer, através das pequenas peças do sacrifício, perseverança e do trabalho.
Com esse esforço você irá desfrutar de consciência, saúde e paz.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro Momentos de consciência, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 22.08.2011.
O Despertar da Consciência
O Despertar da Consciência
A doutrina espírita, desde o seu advento até os dias atuais, promove no homem uma revolução interior revelando-nos como seres de infinitos potenciais e preparando-nos para a chegada dos novos tempos, no qual o homem conscientiza-se, modifica-se interiormente e ruma à própria auto-iluminação.
Cabe a cada um de nós separar o joio, que se encontra depositado nos celeiros do nosso íntimo na forma de nossas imperfeições e vicissitudes, tais como o orgulho, o egoísmo, etc., para que assim possamos cultivar o trigo, que irá fermentar o amor fraternal latente em toda criatura humana, transformando o ser num homem novo que almeja a Luz Crística. Para tanto, cabe a cada um de nós estarmos vigilantes, pois o Evangelho convida a todos a estarmos adequadamente trajados para o (1)festim de núpcias.
Desde a mais remota antiguidade, as vozes proféticas já anunciavam novos caminhos, os quais Jesus deu cumprimento através de sua lei, completando os preceitos da fé ancestral e iluminando almas adormecidas com o seu amor e com a luz da boa nova. Posteriormente, a doutrina espírita, por sua vez, resplandeceu através das célebres (2)comunicações que despertaram as mais variadas consciências, ecoando desde os simples casebres aos respeitados palácios.
O (3)Mestre Lionês, ao assumir a missão (4)consoladora, daria início, então, à era da consciência, na qual o homem lançar-se-ia a uma jornada épica pelos caminhos da própria conquista interior. Nesse sentido, o espiritismo nos enseja ao auto-descobrimento, sendo este um caminho que iremos extrair do elixir da vida eterna, pois (5)“conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres”. Assim é Cristo pulsando em nós para retomarmos a estrada de damasco!
O homem aflora para o despertar da consciência, transformando-se no “Homem Integral”, que se verá livre de suas próprias amarras interiores. Sejamos nós candidatos voluntários a esta nova era de luz e testemunhemos a voz do Cristo ecoando em nosso âmago: (6)“quem crê em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas”.
*“Essa lei é revelada pelos espíritos do Senhor, hoje que o homem está maduro para compreender”.
*Evangelho Segundo Espiritismo – Cap. XXVII, item 20.
José Antonio da Cruz, Catanduva-SP
02/01/2011
Referências:
(1) E.S.E – Cap. XVIII. Item 1.
(1) Bíblia – São Matheus Cap. XXII, vv. 1 a 14.
(2) Livro dos Espíritos: Introdução e Livro dos Médiuns (Allan Kardec).
(2) História do Espiritismo (Arthur Conan Doyle).
(3) Referência a Allan Kardec.
(4) E. S. E – Cap. VI. Item 3.
(4) Bíblia – João Cap. 14, vv. 15 a 17 e 26.
(5) Bíblia – João Cap. 8, v. 32 .
(6) Bíblia – João Cap. 14, v 12.
Leitura recomendada: E. S. E – Cap. II. Meu Reino Não é Deste Mundo.
A doutrina espírita, desde o seu advento até os dias atuais, promove no homem uma revolução interior revelando-nos como seres de infinitos potenciais e preparando-nos para a chegada dos novos tempos, no qual o homem conscientiza-se, modifica-se interiormente e ruma à própria auto-iluminação.
Cabe a cada um de nós separar o joio, que se encontra depositado nos celeiros do nosso íntimo na forma de nossas imperfeições e vicissitudes, tais como o orgulho, o egoísmo, etc., para que assim possamos cultivar o trigo, que irá fermentar o amor fraternal latente em toda criatura humana, transformando o ser num homem novo que almeja a Luz Crística. Para tanto, cabe a cada um de nós estarmos vigilantes, pois o Evangelho convida a todos a estarmos adequadamente trajados para o (1)festim de núpcias.
Desde a mais remota antiguidade, as vozes proféticas já anunciavam novos caminhos, os quais Jesus deu cumprimento através de sua lei, completando os preceitos da fé ancestral e iluminando almas adormecidas com o seu amor e com a luz da boa nova. Posteriormente, a doutrina espírita, por sua vez, resplandeceu através das célebres (2)comunicações que despertaram as mais variadas consciências, ecoando desde os simples casebres aos respeitados palácios.
O (3)Mestre Lionês, ao assumir a missão (4)consoladora, daria início, então, à era da consciência, na qual o homem lançar-se-ia a uma jornada épica pelos caminhos da própria conquista interior. Nesse sentido, o espiritismo nos enseja ao auto-descobrimento, sendo este um caminho que iremos extrair do elixir da vida eterna, pois (5)“conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres”. Assim é Cristo pulsando em nós para retomarmos a estrada de damasco!
O homem aflora para o despertar da consciência, transformando-se no “Homem Integral”, que se verá livre de suas próprias amarras interiores. Sejamos nós candidatos voluntários a esta nova era de luz e testemunhemos a voz do Cristo ecoando em nosso âmago: (6)“quem crê em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas”.
*“Essa lei é revelada pelos espíritos do Senhor, hoje que o homem está maduro para compreender”.
*Evangelho Segundo Espiritismo – Cap. XXVII, item 20.
José Antonio da Cruz, Catanduva-SP
02/01/2011
Referências:
(1) E.S.E – Cap. XVIII. Item 1.
(1) Bíblia – São Matheus Cap. XXII, vv. 1 a 14.
(2) Livro dos Espíritos: Introdução e Livro dos Médiuns (Allan Kardec).
(2) História do Espiritismo (Arthur Conan Doyle).
(3) Referência a Allan Kardec.
(4) E. S. E – Cap. VI. Item 3.
(4) Bíblia – João Cap. 14, vv. 15 a 17 e 26.
(5) Bíblia – João Cap. 8, v. 32 .
(6) Bíblia – João Cap. 14, v 12.
Leitura recomendada: E. S. E – Cap. II. Meu Reino Não é Deste Mundo.
O Despertar da Consciência
O Despertar da Consciência
Sônia Theodoro da Silva
O grande pensador da antiguidade, Pitágoras, afirmava que a Terra era a morada da opinião.
Poderíamos asseverar que, se em sua época havia esse reconhecimento, hoje não estamos distante dessa definição. Aproximando-nos dela cada vez mais, distanciamo-nos do processo mais importante e sugestivo que já surgiu entre nós, também trazido por um sábio, que pautava o desenvolvimento do conhecimento a partir do próprio homem. Esse sábio, Sócrates, humilde pela concepção de Jesus pois os verdadeiros humildes não têm necessidade de agir como “fortes” já que reconhecem em si mesmos uma parcela de divindade através do exercício das virtudes latentes, ensinava, ou melhor, guiava os seus seguidores e ouvintes através dos caminhos ásperos da opinião, até o reconhecimento de que os seres humanos muito sabiam dos outros, porém, pouco ou nada sabiam de si mesmos.
O conceito e a ironia socratianos, aplicados no desenvolvimento do verdadeiro e mais profundo de todos os conhecimentos, o saber de si, conduzia o pensamento e o raciocínio, de forma natural, a um outro momento: conheça-se depois seja sincero com o que descobriu. A humanidade atual parece estar atravessando por esse processo; e é aí que surgem os desvios de rota. O ser humano habituou-se a reduzir a compreensão das coisas às percepções da própria mente, pois é difícil romper com as estruturas de referência e permitir que o Espírito efetue saltos qualitativos para outras dimensões de conhecimento, transcendendo aos limites impostos por vidas de pensamento estruturado.
Foi isso o que o prof. Rivail, futuro Allan Kardec, realizou. Ao ser informado dos fenômenos que ocorriam em todo o mundo, em particular na França, em Paris, mas conhecedor das leis do magnetismo e da inconsequente utilização de seus mecanismos nas mãos de ilusionistas para espetáculos de lazer, transcende a si próprio e às estruturas de saber lineares de sua época, dá um salto de qualidade e vai ao encontro da maior proposta que um ser humano poderia receber: a realização efetiva da própria missão, certamente aceita na vida espiritual, porém passível de alterações oriundas de seu próprio arbítrio, de trazer à consciência humana, de forma despojada de atavismos religiosos, a sua verdadeira e real natureza, a espiritual, com todos os seus desdobramentos.
Isso implicaria em assumir um trabalho de peso, em que o discernimento, a impessoalidade e a renúncia estariam presentes a todo instante, exigindo de si doação plena, trabalho intenso, firmeza e coragem constantes.
A humildade do grande sábio, aquela que lhe revela que o conhecimento real é vastíssimo e que nunca abarca uma só existência, manifesta-se em Rivail e ele então conclui a fase do trabalho imenso que lhe competia, legando, aos que chamou de “espíritas” (palavra nova no vocabulário de então), uma herança grandiosa, verdadeira e que nunca poderia estar sujeita às opiniões transitórias, muito embora estivessem embasadas em níveis de intelectualidade possivelmente invejáveis, porém sempre circunscritas e condicionadas à evolução temporal de quem as elabora, e, portanto, restritivas, limitantes e limitadoras. Assim, o caminho já estava traçado. Liberto das arestas reducionistas, o processo socrático precursor consolida, assim, a rota firme e segura pela qual o ser humano poderia transitar sem receios.
O autoconhecimento, através da bússola espírita, revelaria ao ser humano que ele evolui em espiral ascendente, perpetuamente, e que, portanto, se bem compreendido, poderia livrá-lo do medo. Livre do medo, acabaria com o ódio. Livre do ódio, estaria livre da ganância, da inveja, da guerra, do ímpeto de matar, de destruir. Ele, o medo, necessário à conservação da vida, quando patológico medo do fracasso, da dor, da morte, da humilhação, da solidão, do desamor, de si mesmo, e, em última análise, medo do medo é insidioso, manipulado e manipulador, instrumento de forças negativas e destrutivas que se impõe ao que se acovarda diante do convite que o autoconhecimento lhe propõe.
Mensagem clara e enobrecedora, o Espiritismo postula a maiêutica socrática como método de autoconhecimento seguro ao alcance daquele que não teme conhecer-se para renovar-se, sair da caverna escura de seus erros de percepção de uma suposta realidade, a das aparências, para alcançar degraus mais altos, reabilitando-se junto às leis divinas conscienciais, sendo uno com o Pai tal como na promessa de Jesus.
Joanna de Ângelis, em seu livro O Homem Integral (um dos livros da série psicológica, psicografado pelo querido irmão, o Professor Divaldo P. Franco) afirma que "o homem é um mamífero biossocial, construído para experiências e iniciativas constantes, renovadoras". Portanto, pode-se afirmar que os indivíduos estão vivos para poderem interagir uns com os outros de forma positiva, isto é, de acordo com os ensinamentos de Jesus.
Apesar disso, o homem, indivíduo social que é, geralmente toma decisões as quais não estão baseadas na moral Divina (L. E., moral absoluta e imutável, a qual, muitas vezes, a moral dos homens na Terra não consegue vislumbrar). Em outras palavras, o homem, ao invés de agir em concordância com a Lei de Amor, passa, consciente, ou inconscientemente, a ser mais vulnerável, no qual as influências dos fatores externos (impostos pela sociedade) dominam o seu comportamento.
E, dessa forma, as experiências, que deveriam ser renovadoras, passam a gerar transtornos em todos os níveis de sua vida: pessoal, familiar e profissional.
Concluindo, somente quando o indivíduo passar a buscar ser o Homem no Mundo e deixar de ser o homem do mundo (vide item 10 do Capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo), ter-se-á uma sociedade melhor, porque cada indivíduo será melhor. E independentemente dos valores da sociedade na qual se vive, vale lembrar: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém" (I Coríntios 6:12).
Sônia Theodoro da Silva é tradutora e graduanda em Filosofia, residente em São Paulo, Brasil, colabora na FEESP, Casas André Luiz e escreve para revistas e jornais espíritas.
Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 5 Julho e Agosto 2009
The Spiritist Psychological Society
Sônia Theodoro da Silva
O grande pensador da antiguidade, Pitágoras, afirmava que a Terra era a morada da opinião.
Poderíamos asseverar que, se em sua época havia esse reconhecimento, hoje não estamos distante dessa definição. Aproximando-nos dela cada vez mais, distanciamo-nos do processo mais importante e sugestivo que já surgiu entre nós, também trazido por um sábio, que pautava o desenvolvimento do conhecimento a partir do próprio homem. Esse sábio, Sócrates, humilde pela concepção de Jesus pois os verdadeiros humildes não têm necessidade de agir como “fortes” já que reconhecem em si mesmos uma parcela de divindade através do exercício das virtudes latentes, ensinava, ou melhor, guiava os seus seguidores e ouvintes através dos caminhos ásperos da opinião, até o reconhecimento de que os seres humanos muito sabiam dos outros, porém, pouco ou nada sabiam de si mesmos.
O conceito e a ironia socratianos, aplicados no desenvolvimento do verdadeiro e mais profundo de todos os conhecimentos, o saber de si, conduzia o pensamento e o raciocínio, de forma natural, a um outro momento: conheça-se depois seja sincero com o que descobriu. A humanidade atual parece estar atravessando por esse processo; e é aí que surgem os desvios de rota. O ser humano habituou-se a reduzir a compreensão das coisas às percepções da própria mente, pois é difícil romper com as estruturas de referência e permitir que o Espírito efetue saltos qualitativos para outras dimensões de conhecimento, transcendendo aos limites impostos por vidas de pensamento estruturado.
Foi isso o que o prof. Rivail, futuro Allan Kardec, realizou. Ao ser informado dos fenômenos que ocorriam em todo o mundo, em particular na França, em Paris, mas conhecedor das leis do magnetismo e da inconsequente utilização de seus mecanismos nas mãos de ilusionistas para espetáculos de lazer, transcende a si próprio e às estruturas de saber lineares de sua época, dá um salto de qualidade e vai ao encontro da maior proposta que um ser humano poderia receber: a realização efetiva da própria missão, certamente aceita na vida espiritual, porém passível de alterações oriundas de seu próprio arbítrio, de trazer à consciência humana, de forma despojada de atavismos religiosos, a sua verdadeira e real natureza, a espiritual, com todos os seus desdobramentos.
Isso implicaria em assumir um trabalho de peso, em que o discernimento, a impessoalidade e a renúncia estariam presentes a todo instante, exigindo de si doação plena, trabalho intenso, firmeza e coragem constantes.
A humildade do grande sábio, aquela que lhe revela que o conhecimento real é vastíssimo e que nunca abarca uma só existência, manifesta-se em Rivail e ele então conclui a fase do trabalho imenso que lhe competia, legando, aos que chamou de “espíritas” (palavra nova no vocabulário de então), uma herança grandiosa, verdadeira e que nunca poderia estar sujeita às opiniões transitórias, muito embora estivessem embasadas em níveis de intelectualidade possivelmente invejáveis, porém sempre circunscritas e condicionadas à evolução temporal de quem as elabora, e, portanto, restritivas, limitantes e limitadoras. Assim, o caminho já estava traçado. Liberto das arestas reducionistas, o processo socrático precursor consolida, assim, a rota firme e segura pela qual o ser humano poderia transitar sem receios.
O autoconhecimento, através da bússola espírita, revelaria ao ser humano que ele evolui em espiral ascendente, perpetuamente, e que, portanto, se bem compreendido, poderia livrá-lo do medo. Livre do medo, acabaria com o ódio. Livre do ódio, estaria livre da ganância, da inveja, da guerra, do ímpeto de matar, de destruir. Ele, o medo, necessário à conservação da vida, quando patológico medo do fracasso, da dor, da morte, da humilhação, da solidão, do desamor, de si mesmo, e, em última análise, medo do medo é insidioso, manipulado e manipulador, instrumento de forças negativas e destrutivas que se impõe ao que se acovarda diante do convite que o autoconhecimento lhe propõe.
Mensagem clara e enobrecedora, o Espiritismo postula a maiêutica socrática como método de autoconhecimento seguro ao alcance daquele que não teme conhecer-se para renovar-se, sair da caverna escura de seus erros de percepção de uma suposta realidade, a das aparências, para alcançar degraus mais altos, reabilitando-se junto às leis divinas conscienciais, sendo uno com o Pai tal como na promessa de Jesus.
Joanna de Ângelis, em seu livro O Homem Integral (um dos livros da série psicológica, psicografado pelo querido irmão, o Professor Divaldo P. Franco) afirma que "o homem é um mamífero biossocial, construído para experiências e iniciativas constantes, renovadoras". Portanto, pode-se afirmar que os indivíduos estão vivos para poderem interagir uns com os outros de forma positiva, isto é, de acordo com os ensinamentos de Jesus.
Apesar disso, o homem, indivíduo social que é, geralmente toma decisões as quais não estão baseadas na moral Divina (L. E., moral absoluta e imutável, a qual, muitas vezes, a moral dos homens na Terra não consegue vislumbrar). Em outras palavras, o homem, ao invés de agir em concordância com a Lei de Amor, passa, consciente, ou inconscientemente, a ser mais vulnerável, no qual as influências dos fatores externos (impostos pela sociedade) dominam o seu comportamento.
E, dessa forma, as experiências, que deveriam ser renovadoras, passam a gerar transtornos em todos os níveis de sua vida: pessoal, familiar e profissional.
Concluindo, somente quando o indivíduo passar a buscar ser o Homem no Mundo e deixar de ser o homem do mundo (vide item 10 do Capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo), ter-se-á uma sociedade melhor, porque cada indivíduo será melhor. E independentemente dos valores da sociedade na qual se vive, vale lembrar: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém" (I Coríntios 6:12).
Sônia Theodoro da Silva é tradutora e graduanda em Filosofia, residente em São Paulo, Brasil, colabora na FEESP, Casas André Luiz e escreve para revistas e jornais espíritas.
Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 5 Julho e Agosto 2009
The Spiritist Psychological Society
O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA
O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA
Despertar, acordar, levantar, referem-se à questão do adormecimento característico dos seres humanos. O processo da evolução se faz de inconsciência para a consciência, do estar para o ser, da razão para a intuição, do transitório para o permanente.
Leon Denis afirmou que o ser dorme no mineral, sonha no vegetal, move-se no animal, desperta no hominal e sublima-se no angelical. Esse pensamento filosófico, relacionado com evolução/eternidade, é de fundamental importância para a compreensão de nosso progresso espiritual. As admoestações de Jesus Cristo, aos que não ouviam nem enxergavam, para que tivessem olhos de ver e ouvidos de ouvir, nada mais eram do que a mensagem do despertamento para a Vida Maior.
Paulo não conclamava as criaturas somente ao erguimento do corpo físico, mas também ao da visão interior de todas as almas imortais, com vistas à expansão da consciência de cada uma delas.
Não podemos exigir que todos tenham a mesma visão, que todos tenham a mesma audição, porque entendemos a diversidade da compreensão humana.
Somos almas com traços de caráter ainda diminutos em relação à autoconsciência, porém destinadas a uma lucidez interior cada vez maior rumo aos mundos superiores espalhados pelo Universo.
Não nos esqueçamos de que no homem se encontra o microcosmo que, em síntese, é o retrato do macrocosmo. Tudo está em tudo, e todas as partes unidas fazem o todo.
Não devemos voltar nossa atenção para modificar as coisas de fora, mas para acordar e aprimorar as coisas de dentro.
Saiamos do estado de dormência, inconsciência e imobilidade espiritual em que transitamos e despertemos nossos potenciais internos. Quando despertamos nossa consciência, transformaremos o mundo em nós e perceberemos que não eram propriamente nossos conflitos que nos incomodavam, e sim a nossa maneira de vê-los.
UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed
Despertar, acordar, levantar, referem-se à questão do adormecimento característico dos seres humanos. O processo da evolução se faz de inconsciência para a consciência, do estar para o ser, da razão para a intuição, do transitório para o permanente.
Leon Denis afirmou que o ser dorme no mineral, sonha no vegetal, move-se no animal, desperta no hominal e sublima-se no angelical. Esse pensamento filosófico, relacionado com evolução/eternidade, é de fundamental importância para a compreensão de nosso progresso espiritual. As admoestações de Jesus Cristo, aos que não ouviam nem enxergavam, para que tivessem olhos de ver e ouvidos de ouvir, nada mais eram do que a mensagem do despertamento para a Vida Maior.
Paulo não conclamava as criaturas somente ao erguimento do corpo físico, mas também ao da visão interior de todas as almas imortais, com vistas à expansão da consciência de cada uma delas.
Não podemos exigir que todos tenham a mesma visão, que todos tenham a mesma audição, porque entendemos a diversidade da compreensão humana.
Somos almas com traços de caráter ainda diminutos em relação à autoconsciência, porém destinadas a uma lucidez interior cada vez maior rumo aos mundos superiores espalhados pelo Universo.
Não nos esqueçamos de que no homem se encontra o microcosmo que, em síntese, é o retrato do macrocosmo. Tudo está em tudo, e todas as partes unidas fazem o todo.
Não devemos voltar nossa atenção para modificar as coisas de fora, mas para acordar e aprimorar as coisas de dentro.
Saiamos do estado de dormência, inconsciência e imobilidade espiritual em que transitamos e despertemos nossos potenciais internos. Quando despertamos nossa consciência, transformaremos o mundo em nós e perceberemos que não eram propriamente nossos conflitos que nos incomodavam, e sim a nossa maneira de vê-los.
UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed
O despertar da consciência
O despertar da consciência
Richard Simonetti
Pergunta: O arrependimento se dá no estado corporal ou no estado espiritual?
Resposta: No estado espiritual; mas, também pode ocorrer no estado corporal quando bem compreendeis a diferença entre o bem e o mal.
Questão n° 990 do Livro dos Espíritos Podemos definir o arrependimento como a consciência de que fizemos algo errado, de que prejudicamos alguém ou a nós mesmos.
Implica em dor moral, tão profunda quanto a natureza de nossas faltas e o grau de nossa maturidade. Quanto mais evoluído, mais sofre o Espírito, ao avaliar a extensão dos prejuízos que causou a si mesmo ou ao semelhante.
Pode ocorrer na Terra, pelo exercício da razão. Exemplo típico: o indivíduo que parte para a violência em face de determinada contrariedade.
O marido traído, que mata a esposa...
A mãe que fere a criança ao castigá-la...
Depois o lamento:
- Ah! Meu Deus! Por que não me controlei!
Mais freqüentemente o arrependimento eclode no Plano Espiritual, quando o Espírito defronta-se com sofrimentos e desajustes decorrentes de suas iniciativas desatinadas.
No livro "Nosso Lar", psicografia de Francisco Cândido Xavier, o Espírito André Luiz, após reportar-se a dolorosas surpresas, em face de seu comprometimento com a inconseqüência nas lides humanas, faz dramático apelo:
- Oh! Amigos da Terra! Quantos de vós podereis evitar o caminho da amargura com o preparo dos campos interiores do coração? Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a verdade antes que a verdade vos surpreenda. Suai agora para não chorardes depois.
O arrependimento não redime. É apenas o primeiro passo na árdua jornada da reabilitação, em favor da qual não bastam penitências, ritos ou rezas. É de fundamental importância que o mal seja reparado.
Por isso, para os Espíritos mais amadurecidos, o arrependimento é sempre marcado por profundas transformações, a caminho de grandiosas realizações.
Paulo de Tarso, perseguidor implacável dos cristãos, articulador do processo que culminou com a morte de Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo, experimentou o despertar da consciência no inesquecível encontro com Jesus, às portas de Damasco, e se transformou no grande arauto da mensagem evangélica.
Simão Pedro teve seu momento decisivo ao ver cumprida a previsão de Jesus, que lhe afirmou que o negaria três vezes antes que o galo cantasse, na fatídica madrugada que antecedeu o drama do calvário. A partir desse momento dedicou sua existência à causa cristã, sem jamais experimentar novas vacilações. E no grande testemunho a que foi convocado em Roma, condenado à cruz, enfrentou com serenidade seus algozes, pedindo para ser crucificado de cabeça para baixo, porquanto não se sentia digno de morrer como seu mestre.
Em Maria de Magdala temos o exemplo do missionário confundido pelas ilusões do Mundo, sob o domínio de cruéis perseguidores espirituais, até que o Cristo lhe descortinasse as excelências do Evangelho. Renovada, converteu-se em ardorosa seguidora dos princípios novos, acumulando méritos suficientes para ser ela própria a mensageira da ressurreição, aquela que primeiro viu Jesus, em gloriosa aparição, após a crucificação.
Forçoso reconhecer, entretanto, que o arrependimento sincero, de quem se conscientiza dos próprios enganos e se dispõe a uma guinada existencial, modificando seus rumos, não é fácil. O homem comum distrai-se de suas responsabilidades, sempre pronto a justificar seus desvios com intermináveis sofismas:
- Roubei, sim, e até matei, porque tinha fome - alega o criminoso esquecido das bênçãos do trabalho.
- Enriqueci, sim, mas com meu esforço, com o trabalho digno, sem prejudicar ninguém - proclama o industrial que explorou seus empregados e usou de especulações nos domínios de seus negócios.
- Bebo sim, mas para enfrentar os problemas da existência - explica o alcoólatra, sem atinar para o fato de que se transformou, ele próprio, num grande problema.
- Traí meu marido, sim, envolvi-me em aventuras extraconjugais, porque ele não me dava atenção - afirma a mulher displicente, a justificar sua irresponsabilidade.
Pessoas assim transitam pela vida de consciência anestesiada pela indiferença em relação aos valores morais, para somente despertarem no Plano Espiritual, quando se habilitam a longas e penosas jornadas de retificação.
Mostrando-nos por antecipação as realidades espirituais, a Doutrina Espírita representa o mais vigoroso apelo da Espiritualidade em favor da criatura humana, demonstrando ser imperioso que cogitemos dos valores mais nobres da existência, nos domínios da Verdade e do Bem.
No entanto, a mesma displicência moral que faz o delinqüente, o explorador, o viciado, o adúltero, induz o espírita a justificar suas omissões:
- O Espiritismo ensina que é preciso praticar a caridade, ajudar o próximo, participar de serviços assistenciais, mas não tenho tempo. Há a família, a profissão, os compromissos financeiros...
- O Espiritismo adverte que devo conter meus impulsos inferiores, mas não consigo. Sou um fraco...
- O Espiritismo orienta que devo harmonizar-me com os familiares. Impossível. São muito difíceis...
Há quem informe:
- Não posso proclamar-me espírita, porquanto tenho muitas mazelas...
Companheiros assim esperam pela virtude para serem espíritas. Ignoram deliberadamente que o espírita não é, necessariamente, um virtuoso. Apenas alguém disposto a assumir compromisso com a virtude.
Acomodados na superficialidade de suas convicções e na rotina de pálida participação em atividades espíritas, verificam, um dia, quando a morte impõe o balanço de sua existência, que tiveram tudo para caminhar mais depressa, para superar suas imperfeições e, no entanto, fizeram do conhecimento veiculado pelo Espiritismo um mero acréscimo de responsabilidade.
No livro "Voltei", psicografia de Francisco Cândido Xavier, o autor, Irmão Jacob, pseudônimo adotado por Frederico Figner, que durante muitos anos foi diretor da Federação Espírita Brasileira, adverte, dirigindo-se aos espíritas:
- Oh! Meus amigos do Espiritismo, que amamos tanto!
É para vocês - membros da grande família que tanto desejei servir - que grafei estas páginas, sem a presunção de convencer! Não se acreditem quitados com a Lei, por haverem atendido a pequeninos deveres de solidariedade humana, nem se suponham habilitados ao paraíso, por receberem a manifesta proteção de um amigo espiritual! Ajudem a si mesmos, no desempenho de suas obrigações evangélicas! Espiritismo não é somente a graça recebida, é também a necessidade de nos espiritualizarmos para as esferas superiores.
Falo-lhes hoje com experiência mais dilatada. Depois de muitos anos, nas lides da Doutrina Espírita, estou recompondo a aprendizagem, a fim de não ser o companheiro inadequado ou o servo inútil. Guardem a certeza de que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo não é apenas um conjunto brilhante de ensinamentos sublimes para ser comentado em nossas doutrinações - é Código da Sabedoria Celestial, cujos dispositivos não podemos confundir.
O conhecimento espírita implica no compromisso de vivermos segundo seus princípios. De outra forma, o arrependimento mais tarde será apenas o inicio de inevitáveis e penosas jornadas de retificação, em busca do tempo perdido.
06-09-2001
Richard Simonetti
Pergunta: O arrependimento se dá no estado corporal ou no estado espiritual?
Resposta: No estado espiritual; mas, também pode ocorrer no estado corporal quando bem compreendeis a diferença entre o bem e o mal.
Questão n° 990 do Livro dos Espíritos Podemos definir o arrependimento como a consciência de que fizemos algo errado, de que prejudicamos alguém ou a nós mesmos.
Implica em dor moral, tão profunda quanto a natureza de nossas faltas e o grau de nossa maturidade. Quanto mais evoluído, mais sofre o Espírito, ao avaliar a extensão dos prejuízos que causou a si mesmo ou ao semelhante.
Pode ocorrer na Terra, pelo exercício da razão. Exemplo típico: o indivíduo que parte para a violência em face de determinada contrariedade.
O marido traído, que mata a esposa...
A mãe que fere a criança ao castigá-la...
Depois o lamento:
- Ah! Meu Deus! Por que não me controlei!
Mais freqüentemente o arrependimento eclode no Plano Espiritual, quando o Espírito defronta-se com sofrimentos e desajustes decorrentes de suas iniciativas desatinadas.
No livro "Nosso Lar", psicografia de Francisco Cândido Xavier, o Espírito André Luiz, após reportar-se a dolorosas surpresas, em face de seu comprometimento com a inconseqüência nas lides humanas, faz dramático apelo:
- Oh! Amigos da Terra! Quantos de vós podereis evitar o caminho da amargura com o preparo dos campos interiores do coração? Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a verdade antes que a verdade vos surpreenda. Suai agora para não chorardes depois.
O arrependimento não redime. É apenas o primeiro passo na árdua jornada da reabilitação, em favor da qual não bastam penitências, ritos ou rezas. É de fundamental importância que o mal seja reparado.
Por isso, para os Espíritos mais amadurecidos, o arrependimento é sempre marcado por profundas transformações, a caminho de grandiosas realizações.
Paulo de Tarso, perseguidor implacável dos cristãos, articulador do processo que culminou com a morte de Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo, experimentou o despertar da consciência no inesquecível encontro com Jesus, às portas de Damasco, e se transformou no grande arauto da mensagem evangélica.
Simão Pedro teve seu momento decisivo ao ver cumprida a previsão de Jesus, que lhe afirmou que o negaria três vezes antes que o galo cantasse, na fatídica madrugada que antecedeu o drama do calvário. A partir desse momento dedicou sua existência à causa cristã, sem jamais experimentar novas vacilações. E no grande testemunho a que foi convocado em Roma, condenado à cruz, enfrentou com serenidade seus algozes, pedindo para ser crucificado de cabeça para baixo, porquanto não se sentia digno de morrer como seu mestre.
Em Maria de Magdala temos o exemplo do missionário confundido pelas ilusões do Mundo, sob o domínio de cruéis perseguidores espirituais, até que o Cristo lhe descortinasse as excelências do Evangelho. Renovada, converteu-se em ardorosa seguidora dos princípios novos, acumulando méritos suficientes para ser ela própria a mensageira da ressurreição, aquela que primeiro viu Jesus, em gloriosa aparição, após a crucificação.
Forçoso reconhecer, entretanto, que o arrependimento sincero, de quem se conscientiza dos próprios enganos e se dispõe a uma guinada existencial, modificando seus rumos, não é fácil. O homem comum distrai-se de suas responsabilidades, sempre pronto a justificar seus desvios com intermináveis sofismas:
- Roubei, sim, e até matei, porque tinha fome - alega o criminoso esquecido das bênçãos do trabalho.
- Enriqueci, sim, mas com meu esforço, com o trabalho digno, sem prejudicar ninguém - proclama o industrial que explorou seus empregados e usou de especulações nos domínios de seus negócios.
- Bebo sim, mas para enfrentar os problemas da existência - explica o alcoólatra, sem atinar para o fato de que se transformou, ele próprio, num grande problema.
- Traí meu marido, sim, envolvi-me em aventuras extraconjugais, porque ele não me dava atenção - afirma a mulher displicente, a justificar sua irresponsabilidade.
Pessoas assim transitam pela vida de consciência anestesiada pela indiferença em relação aos valores morais, para somente despertarem no Plano Espiritual, quando se habilitam a longas e penosas jornadas de retificação.
Mostrando-nos por antecipação as realidades espirituais, a Doutrina Espírita representa o mais vigoroso apelo da Espiritualidade em favor da criatura humana, demonstrando ser imperioso que cogitemos dos valores mais nobres da existência, nos domínios da Verdade e do Bem.
No entanto, a mesma displicência moral que faz o delinqüente, o explorador, o viciado, o adúltero, induz o espírita a justificar suas omissões:
- O Espiritismo ensina que é preciso praticar a caridade, ajudar o próximo, participar de serviços assistenciais, mas não tenho tempo. Há a família, a profissão, os compromissos financeiros...
- O Espiritismo adverte que devo conter meus impulsos inferiores, mas não consigo. Sou um fraco...
- O Espiritismo orienta que devo harmonizar-me com os familiares. Impossível. São muito difíceis...
Há quem informe:
- Não posso proclamar-me espírita, porquanto tenho muitas mazelas...
Companheiros assim esperam pela virtude para serem espíritas. Ignoram deliberadamente que o espírita não é, necessariamente, um virtuoso. Apenas alguém disposto a assumir compromisso com a virtude.
Acomodados na superficialidade de suas convicções e na rotina de pálida participação em atividades espíritas, verificam, um dia, quando a morte impõe o balanço de sua existência, que tiveram tudo para caminhar mais depressa, para superar suas imperfeições e, no entanto, fizeram do conhecimento veiculado pelo Espiritismo um mero acréscimo de responsabilidade.
No livro "Voltei", psicografia de Francisco Cândido Xavier, o autor, Irmão Jacob, pseudônimo adotado por Frederico Figner, que durante muitos anos foi diretor da Federação Espírita Brasileira, adverte, dirigindo-se aos espíritas:
- Oh! Meus amigos do Espiritismo, que amamos tanto!
É para vocês - membros da grande família que tanto desejei servir - que grafei estas páginas, sem a presunção de convencer! Não se acreditem quitados com a Lei, por haverem atendido a pequeninos deveres de solidariedade humana, nem se suponham habilitados ao paraíso, por receberem a manifesta proteção de um amigo espiritual! Ajudem a si mesmos, no desempenho de suas obrigações evangélicas! Espiritismo não é somente a graça recebida, é também a necessidade de nos espiritualizarmos para as esferas superiores.
Falo-lhes hoje com experiência mais dilatada. Depois de muitos anos, nas lides da Doutrina Espírita, estou recompondo a aprendizagem, a fim de não ser o companheiro inadequado ou o servo inútil. Guardem a certeza de que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo não é apenas um conjunto brilhante de ensinamentos sublimes para ser comentado em nossas doutrinações - é Código da Sabedoria Celestial, cujos dispositivos não podemos confundir.
O conhecimento espírita implica no compromisso de vivermos segundo seus princípios. De outra forma, o arrependimento mais tarde será apenas o inicio de inevitáveis e penosas jornadas de retificação, em busca do tempo perdido.
06-09-2001
NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA
NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA
De acordo com a visão da Psicologia Transpessoal, os seres humanos transitam na Terra em variados níveis de consciência. Simbolicamente, é como se todos nós estivéssemos vivos, fisiologicamente falando, mas poucos seriam os que se encontram despertos para a vida.
A percepção dos estados alterados da consciência ganhou campo através dos experimentos de Stanislav Grof e outros pesquisadores com a Dietilamida do Ácido Lisérgico, mais conhecida como LSD. Posteriormente, verificou-se que não era necessário o uso de drogas alucinógenas para produzir tais efeitos, mesmo porque havia o risco de gerar dependência, além dos danos irreversíveis no campo físico.
Vários sistemas foram elaborados para explicar os níveis de consciência, que variam desde o “sono” completo, até a consciência cósmica. Não se trata aqui do sono fisiológico, somente, mas do sono em relação às questões e possibilidades existenciais, muitas vezes adormecidas em nosso mundo inconsciente.
Dentre as formulações transpessoais, Joanna de Ângelis (em O Ser Consciente) faz uma análise a respeito dos estudos do bioquímico Robert De Ropp, que a partir das suas experiências com a indução de estados alterados de consciência, e tendo como base os paradigmas formulados por Gurdjieff, resumiu os níveis de consciência em cinco, que são:
1 – Consciência de sono sem sonhos
Nesse estágio a pessoa vive basicamente para cumprir os fenômenos fisiológicos: comer, dormir, reproduzir-se e atender aos prazeres sensoriais vinculados ao ego. Na análise de Joanna de Ângelis, nesta fase “apenas os fenômenos orgânicos automáticos se exteriorizam, assim mesmo sem o conhecimento da consciência”.
2 – Consciência de sono com sonhos
Nesse nível de consciência a elaboração onírica intensifica-se, demonstrando um maior diálogo entre consciência e inconsciente, proporcionando a liberação de inúmeros clichês. Ainda há preponderância dos desejos e pulsões controlando as ações do indivíduo, embora um suave despertar.
Atingindo esse patamar, estabelece a Benfeitora que “a realidade apresenta-se ainda difusa, cujos contornos perdem-se em vagos delineamentos que não lhe correspondem à exatidão”.
3 – Consciência de sono acordado – Identificação
Avalia Joanna de Ângelis que “a determinação pessoal, aliada à vontade, conduz o ser aos ideais de enobrecimento, à descoberta da finalidade da sua existência, às aspirações do que lhe é essencial.” À medida que amadurece as reflexões em torno desses postulados, avança para a próxima etapa.
4 – Transcendência do eu
O ser desidentifica-se da persona, do coletivo, e deixa-se conduzir pelo SELF, a personalidade maior. Quantos homens e mulheres entregaram suas vidas – a vida do ego – por ideais que vieram a beneficiar toda a humanidade? Dentre vários recordamos de Gandhi, que abdicando dos honorários rentáveis que a advocacia poderia lhe proporcionar, resolveu advogar por uma causa maior, muito além do ego. Suportou prisões, greves de fome e todo tipo de violência, e sem pegar em armas conseguiu promover um dos maiores exemplos de libertação de uma nação de que se tem notícia. Demonstrou que, além do ego, existem forças poderosas que podem mobilizar toda uma massa humana.
5 – Consciência Cósmica
Nesse nível o ser atinge a perfeita identificação com a consciência cósmica, com os ideais superiores da vida, da qual Jesus é o exemplo perfeito. Disse o Mestre (João 10: 30) - “Eu e o Pai somos Um” - o que não quer dizer que Jesus era Deus, como equivocadamente interpretaram algumas tradições religiosas. A sua consciência vinculava-se à consciência cósmica, por já haver cumprido todas as etapas evolutivas.
Não será tão importante descobrir em qual estágio nos encontramos, nem mesmo utilizar-se de mecanismos artificiais para alcançar a plenitude. Necessário é prosseguir no processo de autoconhecimento, de forma ética e consciente, avançando a cada dia ao encontro da perfeição relativa que nos aguarda, até que finalmente possamos nos tornar unos com o Pai, seguindo os passos do nosso Mestre maior.
Obs.: O presente artigo é um resumo do capítulo escrito pelo próprio autor, que se encontra na obra Refletindo a alma: a psicologia espírita de Joanna de Ângelis – lançado pela LEAL Editora.
De acordo com a visão da Psicologia Transpessoal, os seres humanos transitam na Terra em variados níveis de consciência. Simbolicamente, é como se todos nós estivéssemos vivos, fisiologicamente falando, mas poucos seriam os que se encontram despertos para a vida.
A percepção dos estados alterados da consciência ganhou campo através dos experimentos de Stanislav Grof e outros pesquisadores com a Dietilamida do Ácido Lisérgico, mais conhecida como LSD. Posteriormente, verificou-se que não era necessário o uso de drogas alucinógenas para produzir tais efeitos, mesmo porque havia o risco de gerar dependência, além dos danos irreversíveis no campo físico.
Vários sistemas foram elaborados para explicar os níveis de consciência, que variam desde o “sono” completo, até a consciência cósmica. Não se trata aqui do sono fisiológico, somente, mas do sono em relação às questões e possibilidades existenciais, muitas vezes adormecidas em nosso mundo inconsciente.
Dentre as formulações transpessoais, Joanna de Ângelis (em O Ser Consciente) faz uma análise a respeito dos estudos do bioquímico Robert De Ropp, que a partir das suas experiências com a indução de estados alterados de consciência, e tendo como base os paradigmas formulados por Gurdjieff, resumiu os níveis de consciência em cinco, que são:
1 – Consciência de sono sem sonhos
Nesse estágio a pessoa vive basicamente para cumprir os fenômenos fisiológicos: comer, dormir, reproduzir-se e atender aos prazeres sensoriais vinculados ao ego. Na análise de Joanna de Ângelis, nesta fase “apenas os fenômenos orgânicos automáticos se exteriorizam, assim mesmo sem o conhecimento da consciência”.
2 – Consciência de sono com sonhos
Nesse nível de consciência a elaboração onírica intensifica-se, demonstrando um maior diálogo entre consciência e inconsciente, proporcionando a liberação de inúmeros clichês. Ainda há preponderância dos desejos e pulsões controlando as ações do indivíduo, embora um suave despertar.
Atingindo esse patamar, estabelece a Benfeitora que “a realidade apresenta-se ainda difusa, cujos contornos perdem-se em vagos delineamentos que não lhe correspondem à exatidão”.
3 – Consciência de sono acordado – Identificação
Avalia Joanna de Ângelis que “a determinação pessoal, aliada à vontade, conduz o ser aos ideais de enobrecimento, à descoberta da finalidade da sua existência, às aspirações do que lhe é essencial.” À medida que amadurece as reflexões em torno desses postulados, avança para a próxima etapa.
4 – Transcendência do eu
O ser desidentifica-se da persona, do coletivo, e deixa-se conduzir pelo SELF, a personalidade maior. Quantos homens e mulheres entregaram suas vidas – a vida do ego – por ideais que vieram a beneficiar toda a humanidade? Dentre vários recordamos de Gandhi, que abdicando dos honorários rentáveis que a advocacia poderia lhe proporcionar, resolveu advogar por uma causa maior, muito além do ego. Suportou prisões, greves de fome e todo tipo de violência, e sem pegar em armas conseguiu promover um dos maiores exemplos de libertação de uma nação de que se tem notícia. Demonstrou que, além do ego, existem forças poderosas que podem mobilizar toda uma massa humana.
5 – Consciência Cósmica
Nesse nível o ser atinge a perfeita identificação com a consciência cósmica, com os ideais superiores da vida, da qual Jesus é o exemplo perfeito. Disse o Mestre (João 10: 30) - “Eu e o Pai somos Um” - o que não quer dizer que Jesus era Deus, como equivocadamente interpretaram algumas tradições religiosas. A sua consciência vinculava-se à consciência cósmica, por já haver cumprido todas as etapas evolutivas.
Não será tão importante descobrir em qual estágio nos encontramos, nem mesmo utilizar-se de mecanismos artificiais para alcançar a plenitude. Necessário é prosseguir no processo de autoconhecimento, de forma ética e consciente, avançando a cada dia ao encontro da perfeição relativa que nos aguarda, até que finalmente possamos nos tornar unos com o Pai, seguindo os passos do nosso Mestre maior.
Obs.: O presente artigo é um resumo do capítulo escrito pelo próprio autor, que se encontra na obra Refletindo a alma: a psicologia espírita de Joanna de Ângelis – lançado pela LEAL Editora.
Uma tomada de consciência
Uma tomada de consciência
J. Herculano Pires
O apego ao contingente, ao imediato, apaga na consciência dos nossos dias o senso da responsabilidade espiritual. Nem mesmo a ronda constante da morte consegue arrancar o homem atual da embriaguez do presente. O problema do espírito e da imortalidade só se aviva quando ligado diretamente a questões de interesse pessoal. O católico, o protestante, o espírita se equivalem nesse sentido. Todos buscam os caminhos do espírito para a solução de questões imediatistas ou para garantirem a si mesmos uma situação melhor depois da morte.
A maioria absoluta dos espiritualistas está sempre disposta a investir (este é o termo exato) em obras assistenciais, mas revela o maior desinteresse pelas obras culturais. Apegam-se os religiosos de todos os matizes à tábua de salvação da caridade material, aplicando grandes doações em hospitais, orfanatos e creches, mas esquecendo-se dos interesses básicos da cultura. Garantem os juros da caridade no após-morte, mas contraem pesadas dívidas no tocante à divulgação, sustentação e defesa de princípios fundamentais da renovação da cultura planetária.
A imprensa, a literatura, o ensaio, o estudo, a fixação das linhas mestras da nova cultura terrena ficam ao deus-dará. Falta uma tomada de consciência, particularmente no meio espírita, da responsabilidade de todos na construção e na elaboração da Nova Era, que é trabalho dos homens na Terra. Ninguém ou quase ninguém compreende que sem uma estruturação cultural elevada, sem estudos aprofundados no plano cultural, que revelem as novas dimensões do mundo e do homem na perspectiva espírita, o espiritismo não passará de uma seita religiosa de fundo egoísta, buscando a salvação pessoal de seus adeptos, precisamente aquilo que Kardec lutou para evitar.
A finalidade do espiritismo, como Kardec acentuou, não é a salvação individual, mas a transformação total do mundo, num vasto processo de redenção coletiva. Proporcionar aos jovens uma formação cultural apoiada na mais positiva e completa base espiritual, que mostre a insensatez das concepções materialistas e pragmatistas, dando-lhes a firmeza necessária na sustentação e defesa dos princípios doutrinários, não é só caridade, mas também realização efetiva dos objetivos superiores do espiritismo nesta fase de transição. Sem esse trabalho não poderemos avançar com segurança e eficácia na direção da Era do Espírito. Temos de dar às novas gerações a possibilidade de afirmarem, diante do desenvolvimento das ciências e do avanço geral da cultura, como disse Denis Bradley: “Eu não creio, eu sei!” Porque é pelo saber, e não pela crença, pela fé racional e não pela fé cega, pelo conhecimento e não pelas teorias indemonstráveis, que o espiritismo, como revelação espiritual, terá de modelar a nova realidade terrena, apoiado na confirmação científica, pela pesquisa, dos seus postulados fundamentais. A revelação humana confirma e comprova a revelação divina.
Esse é o problema que ninguém parece compreender. Todos sonham com o momento em que a ciência deverá proclamar a realidade do espírito. Mas essa proclamação jamais será feita, se a ciência espírita não atingir a maioridade, não se confirmar por si mesma, podendo enfrentar virilmente, no plano da inteligência e da cultura, a visão materialista do mundo e a concepção materialista do homem. Por isso precisamos de universidades espíritas, de institutos de cultura espírita dotados de recursos para uma produção cultural digna de respeito, de laboratórios de pesquisa psíquica estruturados com aparelhagem eficiente e orientados por metodologia segura, planejada e testada por especialistas de verdade, capazes de dominar o seu campo de trabalho e de enfrentar com provas irrefutáveis os sofismas dos negadores sistemáticos. É uma batalha que se trava, o bom combate de que falava o apóstolo Paulo, agora desenvolvido com todos os recursos da tecnologia.
Chega de pieguice religiosa, de palestras sem fim sobre a fraternidade impossível no meio de lobos vestidos de ovelhas. Chega de caridade interesseira, de imprensa condicionada à crença simplória, de falações emotivas que não passam de formas de chantagem emocional. Precisamos da Religião viril que remodela o homem e o mundo na base da verdade comprovada. Da caridade real que não se traduz em esmolas, mas na efetivação da fraternidade humana oriunda do conhecimento de nossa constituição orgânica e espiritual comuns, ou seja, da inelutável igualdade humana. De exposições sábias e profundas dos problemas do espírito, nascidas da reflexão madura e do estudo metódico e profundo. Temos de acordar os dorminhocos da preguiça mental e convocar a todos para as trincheiras da guerra incruenta da sabedoria contra a ignorância, da realidade contra a ilusão, da verdade contra a mentira. Sem essa revolução em nossos processos não chegaremos ao mundo melhor que já está batendo, impaciente, às nossas portas.
Não façamos do espiritismo uma ciência de gigantes em mãos de pigmeus. Ele nos oferece uma concepção realista do mundo e uma visão viril do homem. Arquivemos para sempre as pregações de sacristão, os cursinhos de miniaturas de anjos, à semelhança das miniaturas japonesas de árvores. Enfrentemos os problemas doutrinários na perspectiva exata da liberdade e da responsabilidade de seres imortais. Reconheçamos a fragilidade humana, mas não nos esqueçamos da força e do poder do espírito encerrado no corpo. Não encaremos a vida cobertos de cinzas medievais. Não façamos da existência um muro de lamentações. Somos artesãos, artistas, operários, construtores do mundo e temos de construí-lo segundo o modelo dos mundos superiores que explendem nas constelações.
Estudemos a doutrina aprofundando-lhe os princípios. Remontemos o nosso pensamento às lições viris do Cristo, restabelecendo na Terra as dimensões perdidas do seu Evangelho. Essa é a nossa tarefa.
J. Herculano Pires
O apego ao contingente, ao imediato, apaga na consciência dos nossos dias o senso da responsabilidade espiritual. Nem mesmo a ronda constante da morte consegue arrancar o homem atual da embriaguez do presente. O problema do espírito e da imortalidade só se aviva quando ligado diretamente a questões de interesse pessoal. O católico, o protestante, o espírita se equivalem nesse sentido. Todos buscam os caminhos do espírito para a solução de questões imediatistas ou para garantirem a si mesmos uma situação melhor depois da morte.
A maioria absoluta dos espiritualistas está sempre disposta a investir (este é o termo exato) em obras assistenciais, mas revela o maior desinteresse pelas obras culturais. Apegam-se os religiosos de todos os matizes à tábua de salvação da caridade material, aplicando grandes doações em hospitais, orfanatos e creches, mas esquecendo-se dos interesses básicos da cultura. Garantem os juros da caridade no após-morte, mas contraem pesadas dívidas no tocante à divulgação, sustentação e defesa de princípios fundamentais da renovação da cultura planetária.
A imprensa, a literatura, o ensaio, o estudo, a fixação das linhas mestras da nova cultura terrena ficam ao deus-dará. Falta uma tomada de consciência, particularmente no meio espírita, da responsabilidade de todos na construção e na elaboração da Nova Era, que é trabalho dos homens na Terra. Ninguém ou quase ninguém compreende que sem uma estruturação cultural elevada, sem estudos aprofundados no plano cultural, que revelem as novas dimensões do mundo e do homem na perspectiva espírita, o espiritismo não passará de uma seita religiosa de fundo egoísta, buscando a salvação pessoal de seus adeptos, precisamente aquilo que Kardec lutou para evitar.
A finalidade do espiritismo, como Kardec acentuou, não é a salvação individual, mas a transformação total do mundo, num vasto processo de redenção coletiva. Proporcionar aos jovens uma formação cultural apoiada na mais positiva e completa base espiritual, que mostre a insensatez das concepções materialistas e pragmatistas, dando-lhes a firmeza necessária na sustentação e defesa dos princípios doutrinários, não é só caridade, mas também realização efetiva dos objetivos superiores do espiritismo nesta fase de transição. Sem esse trabalho não poderemos avançar com segurança e eficácia na direção da Era do Espírito. Temos de dar às novas gerações a possibilidade de afirmarem, diante do desenvolvimento das ciências e do avanço geral da cultura, como disse Denis Bradley: “Eu não creio, eu sei!” Porque é pelo saber, e não pela crença, pela fé racional e não pela fé cega, pelo conhecimento e não pelas teorias indemonstráveis, que o espiritismo, como revelação espiritual, terá de modelar a nova realidade terrena, apoiado na confirmação científica, pela pesquisa, dos seus postulados fundamentais. A revelação humana confirma e comprova a revelação divina.
Esse é o problema que ninguém parece compreender. Todos sonham com o momento em que a ciência deverá proclamar a realidade do espírito. Mas essa proclamação jamais será feita, se a ciência espírita não atingir a maioridade, não se confirmar por si mesma, podendo enfrentar virilmente, no plano da inteligência e da cultura, a visão materialista do mundo e a concepção materialista do homem. Por isso precisamos de universidades espíritas, de institutos de cultura espírita dotados de recursos para uma produção cultural digna de respeito, de laboratórios de pesquisa psíquica estruturados com aparelhagem eficiente e orientados por metodologia segura, planejada e testada por especialistas de verdade, capazes de dominar o seu campo de trabalho e de enfrentar com provas irrefutáveis os sofismas dos negadores sistemáticos. É uma batalha que se trava, o bom combate de que falava o apóstolo Paulo, agora desenvolvido com todos os recursos da tecnologia.
Chega de pieguice religiosa, de palestras sem fim sobre a fraternidade impossível no meio de lobos vestidos de ovelhas. Chega de caridade interesseira, de imprensa condicionada à crença simplória, de falações emotivas que não passam de formas de chantagem emocional. Precisamos da Religião viril que remodela o homem e o mundo na base da verdade comprovada. Da caridade real que não se traduz em esmolas, mas na efetivação da fraternidade humana oriunda do conhecimento de nossa constituição orgânica e espiritual comuns, ou seja, da inelutável igualdade humana. De exposições sábias e profundas dos problemas do espírito, nascidas da reflexão madura e do estudo metódico e profundo. Temos de acordar os dorminhocos da preguiça mental e convocar a todos para as trincheiras da guerra incruenta da sabedoria contra a ignorância, da realidade contra a ilusão, da verdade contra a mentira. Sem essa revolução em nossos processos não chegaremos ao mundo melhor que já está batendo, impaciente, às nossas portas.
Não façamos do espiritismo uma ciência de gigantes em mãos de pigmeus. Ele nos oferece uma concepção realista do mundo e uma visão viril do homem. Arquivemos para sempre as pregações de sacristão, os cursinhos de miniaturas de anjos, à semelhança das miniaturas japonesas de árvores. Enfrentemos os problemas doutrinários na perspectiva exata da liberdade e da responsabilidade de seres imortais. Reconheçamos a fragilidade humana, mas não nos esqueçamos da força e do poder do espírito encerrado no corpo. Não encaremos a vida cobertos de cinzas medievais. Não façamos da existência um muro de lamentações. Somos artesãos, artistas, operários, construtores do mundo e temos de construí-lo segundo o modelo dos mundos superiores que explendem nas constelações.
Estudemos a doutrina aprofundando-lhe os princípios. Remontemos o nosso pensamento às lições viris do Cristo, restabelecendo na Terra as dimensões perdidas do seu Evangelho. Essa é a nossa tarefa.
A voz da consciência
Geraldo Campetti Sobrinho
Espiritismo é uma doutrina que abrange os aspectos religioso, filosófico e científico. Ficamos admirados com as respostas esclarecedoras que esta Doutrina fornece a qualquer questão formulada pelo ser humano, na busca do entendimento sobre a vida, a dor, o destino. Nenhuma dúvida fica sem explicação à luz do Espiritismo.
Basta percorrermos a leitura de O Livro dos Espíritos para confirmar que a principal obra espírita trata de todos os assuntos de interesse do homem.
Uma dúvida comum é quanto ao bem e ao mal. Como sabemos se estamos fazendo a coisa certa ou se estamos nos equivocando?
Vamos conferir a resposta.
Uma das perguntas mais conhecidas da obra basilar é a de número 621: Onde está escrita a lei de Deus?
E a resposta é decisiva: “Na consciência”.
A lei divina, sinônimo das leis naturais, está escrita na consciência.
Aprendemos nas lições espíritas que agimos no bem quando nossas ações estão em conformidade
com a lei de Deus, e praticamos o mal quando dela nos distanciamos.
Se há incerteza quanto à prática do bem ou do mal, basta consultarmos nossa consciência para saber se estamos agindo num sentido ou em outro.
Daí a necessidade de nos conhecermos para agirmos de forma integrada com o meio ambiente, com Deus, com o próximo e conosco mesmos.
Esse dispositivo íntimo chamado voz da consciência apontará o melhor caminho a ser seguido e a melhor escolha a ser realizada.
É necessário que nos preparemos para ouvir essa voz interna.
Se assim fizermos, estaremos sintonizados com nossa intuição e certamente passaremos a errar menos e a acertar mais nas ações cotidianas de nossa existência.
Referências:
KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 130. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 17, it. 3 e 4.
______. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 621.
Consciência
Ana Cecília Rosa
A consciência tem sido discutida de forma sistemática pela Medicina e Psicologia a consciência pode ser definida como um estado de alerta, onde podemos perceber nossa realidade interna e externa, ou seja, é a forma que interagimos conosco mesmo e socialmente. Freud acreditava que a maioria dos nossos pensamentos, atitudes e sentimentos teriam origem no inconsciente e, portanto, se expressariam sem que o indivíduo as percebesse, causando uma infinidade de repercussões negativas, como fobias e psicoses.
Para as religiões e ética, a consciência se refere a um “senso interior do certo e do errado quando de uma escolha moral”, que pode ser entendido como o sentido moral. Na Bíblia a consciência se confunde com o coração. Jesus ao nos convidar a “amar-nos uns aos outros” nos deixou a “regra áurea” do bom proceder e a garantia de felicidade possível apenas com a conquista da “paz na consciência”.
O Espiritismo, no livro dos Espíritos, nos traz a consciência como “um pensamento íntimo”. Isto implica que a consciência seria a forma pela qual o indivíduo se relacionaria com os outros. Por um outro lado, ao afirmar que “o homemtraz em sua consciência a lei de Deus”, o Espiritismo sugere que essa consciência é preexistente ao homem encarnado, e, portanto, faculdade do espírito. Assim, o móvel de todas as nossas ações é mediado pelo espírito onde as leis divinas se assentam, conferindo responsabilidade a cada infração destas leis, submetendo-nos irrevogavelmente a Lei de causa e efeito.
Mas, por infinita misericórdia divina, a consciência, também, tem o papel de juiz de nossos atos, fazendo-nos, em muitas situações, optarmos pelo bem; porque só a “consciência tranqüila”, possível apenas a um espírito purificado por ações nobilitantes, nos fará alçar à categoria dos espíritos perfeitos, condição de felicidade plena.
Ana Cecília Rosa é Médica Pediátrica, residente no Brasil. É membra do Instituto de Divulgação Espírita - Araras/SP.
Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 2 Janeiro e Fevereiro 2009
The Spiritist Psychological Society
Consciência e Conhecimento
Consciência e Conhecimento
Sérgio Biagi Gregório
1) O que significa a palavra conhecimento?
Conhecer é uma atividade mental por meio da qual o ser humano se apropria do mundo ao seu redor.
2) Qual o significado de consciência?
Consciência é um saber concomitante. É o saber de uma coisa que acompanha outra sendo esta principal que se produz ao mesmo tempo; simultâneo. Por analogia, dualidade ou multiplicidade de saberes ou de aspectos num mesmo e único ato de conhecimento.
3) Relacione consciência e conhecimento
A consciência pressupõe conhecimento e conhecimento pressupõe consciência. Conhecer é ter consciência de alguma coisa. "Ter consciência de qualquer coisa, ser dela consciente e conhecê-la é identicamente a mesma coisa". Em todo ato de conhecimento, por mais simples e elementar, está presente, ao menos implicitamente, a reflexão (consciência do eu), que opõe um sujeito a um objeto. O sujeito deve transcender no objeto, mas não se perder a si mesmo.
4) Há diferenças substanciais entre consciência mítica e consciência racional?
De acordo com os estudos filosóficos, na antiguidade, os homens procuravam explicar a origem e fim do mundo através de um mito. A filosofia surgiu como um despertar do logos, mas não deixou imediatamente o mito. Procurou dar ao mito uma explicação racional. Daí, a consciência racional. No mito, há um conhecimento sagrado; no logos, o sagrado pode ser explicado pela razão humana.
5) Por que o ser humano deseja conhecer?
O desejo de conhecer pertence à Lei Natural. A lei do progresso é inexorável. Quer queiramos ou não, somos obrigados a progredir. Nesse caso, não viemos a este mundo para estacionar, mas para incrementar novos conhecimentos aos já adquiridos no passado.
6) Como o Espírito André Luiz situa a consciência?
O Espírito André Luiz, no Mundo Maior, analisa o cérebro como se fosse um edifício de três andares: no primeiro andar está localizado o subconsciente; no segundo, o consciente; no terceiro, o superconsciente. O subconsciente é a "residência de nossos impulsos automáticos". O consciente é o "domínio das conquistas atuais". O superconsciente é a "casa das noções superiores". Para que nossa mente prossiga na direção do alto, é indispensável o equilíbrio destas três zonas de nosso cérebro.
7) O que é o conhecimento espírita?
O conhecimento espírita é o conhecimento transmitido pelos Espíritos, principalmente aqueles que estão arrolados nas obras básicas. A evolução é lei para todas as criaturas, mas o Espiritismo intervém no plano da consciência, ditando normas de conduta que servem para toda a vida. O Espiritismo dá ao conhecimento um verniz especial, aquele verniz trazido pelo mestre Jesus.
8) O conhecimento é exposto como uma relação entre sujeito e objeto. Explique.
O conhecimento é a relação que existe entre o "observador" e a "coisa observada". A realidade é o que é. Ela não é falsa nem verdadeira. Verdadeiros ou falsos são os nossos juízos acerca da mesma. Se a imagem que fazemos de um objeto coincide com o que ele é, estamos de posse da verdade; se, ao contrário, houve um viés, estamos em erro. Assim sendo, é muito mais importante a imagem que fazemos do objeto do que ele próprio.
9) Conhecimento de si é sinônimo de autoconsciência?
Autoconsciência é a consciência que tem de si um princípio infinito, condição de toda realidade. Não tem nada a ver com o conhecimento de si, que designa o conhecimento mediato que o homem tem de si como um ente finito entre os outros.
10) Quais são as penas e as satisfações da consciência?
De acordo com os pressupostos espíritas, Deus nos deu o livre-arbítrio para regular as nossas ações. Quando enveredamos para o mal, a consciência nos acusa. Ela nos mostra que, continuando nessa direção, sofreremos mais adiante. Nesse caso, o remorso é um estado de alma que nos mostra o quanto devemos nos humilhar junto àqueles que fizermos sofrer. Mas, uma vez praticado o bem, sentimos uma imensa satisfação interior, um júbilo do Espírito que nenhuma fortuna pode pagar.
11) O que você tem a falar sobre a consciência desperta?
O ser, criado simples e inocente, procede a uma lenta e laboriosa caminhada evolutiva. Chega um momento em sua existência que percebe que os seus gestos e atitudes, para com os outros, criam nos outros atitudes e gestos semelhantes para com ele.
"Incorporando a responsabilidade, a consciência vibra desperta e, pela consciência desperta, os princípios de ação e reação funcionam, exatos, dentro do próprio ser, assegurando-lhe a liberdade de escolha e impondo-lhe, mecanicamente, os resultados respectivos, tanto na esfera física quanto no mundo espiritual". (Capitulo XI, de Evolução em Dois Mundos, de André Luiz)
5/1/2010
Sérgio Biagi Gregório
1) O que significa a palavra conhecimento?
Conhecer é uma atividade mental por meio da qual o ser humano se apropria do mundo ao seu redor.
2) Qual o significado de consciência?
Consciência é um saber concomitante. É o saber de uma coisa que acompanha outra sendo esta principal que se produz ao mesmo tempo; simultâneo. Por analogia, dualidade ou multiplicidade de saberes ou de aspectos num mesmo e único ato de conhecimento.
3) Relacione consciência e conhecimento
A consciência pressupõe conhecimento e conhecimento pressupõe consciência. Conhecer é ter consciência de alguma coisa. "Ter consciência de qualquer coisa, ser dela consciente e conhecê-la é identicamente a mesma coisa". Em todo ato de conhecimento, por mais simples e elementar, está presente, ao menos implicitamente, a reflexão (consciência do eu), que opõe um sujeito a um objeto. O sujeito deve transcender no objeto, mas não se perder a si mesmo.
4) Há diferenças substanciais entre consciência mítica e consciência racional?
De acordo com os estudos filosóficos, na antiguidade, os homens procuravam explicar a origem e fim do mundo através de um mito. A filosofia surgiu como um despertar do logos, mas não deixou imediatamente o mito. Procurou dar ao mito uma explicação racional. Daí, a consciência racional. No mito, há um conhecimento sagrado; no logos, o sagrado pode ser explicado pela razão humana.
5) Por que o ser humano deseja conhecer?
O desejo de conhecer pertence à Lei Natural. A lei do progresso é inexorável. Quer queiramos ou não, somos obrigados a progredir. Nesse caso, não viemos a este mundo para estacionar, mas para incrementar novos conhecimentos aos já adquiridos no passado.
6) Como o Espírito André Luiz situa a consciência?
O Espírito André Luiz, no Mundo Maior, analisa o cérebro como se fosse um edifício de três andares: no primeiro andar está localizado o subconsciente; no segundo, o consciente; no terceiro, o superconsciente. O subconsciente é a "residência de nossos impulsos automáticos". O consciente é o "domínio das conquistas atuais". O superconsciente é a "casa das noções superiores". Para que nossa mente prossiga na direção do alto, é indispensável o equilíbrio destas três zonas de nosso cérebro.
7) O que é o conhecimento espírita?
O conhecimento espírita é o conhecimento transmitido pelos Espíritos, principalmente aqueles que estão arrolados nas obras básicas. A evolução é lei para todas as criaturas, mas o Espiritismo intervém no plano da consciência, ditando normas de conduta que servem para toda a vida. O Espiritismo dá ao conhecimento um verniz especial, aquele verniz trazido pelo mestre Jesus.
8) O conhecimento é exposto como uma relação entre sujeito e objeto. Explique.
O conhecimento é a relação que existe entre o "observador" e a "coisa observada". A realidade é o que é. Ela não é falsa nem verdadeira. Verdadeiros ou falsos são os nossos juízos acerca da mesma. Se a imagem que fazemos de um objeto coincide com o que ele é, estamos de posse da verdade; se, ao contrário, houve um viés, estamos em erro. Assim sendo, é muito mais importante a imagem que fazemos do objeto do que ele próprio.
9) Conhecimento de si é sinônimo de autoconsciência?
Autoconsciência é a consciência que tem de si um princípio infinito, condição de toda realidade. Não tem nada a ver com o conhecimento de si, que designa o conhecimento mediato que o homem tem de si como um ente finito entre os outros.
10) Quais são as penas e as satisfações da consciência?
De acordo com os pressupostos espíritas, Deus nos deu o livre-arbítrio para regular as nossas ações. Quando enveredamos para o mal, a consciência nos acusa. Ela nos mostra que, continuando nessa direção, sofreremos mais adiante. Nesse caso, o remorso é um estado de alma que nos mostra o quanto devemos nos humilhar junto àqueles que fizermos sofrer. Mas, uma vez praticado o bem, sentimos uma imensa satisfação interior, um júbilo do Espírito que nenhuma fortuna pode pagar.
11) O que você tem a falar sobre a consciência desperta?
O ser, criado simples e inocente, procede a uma lenta e laboriosa caminhada evolutiva. Chega um momento em sua existência que percebe que os seus gestos e atitudes, para com os outros, criam nos outros atitudes e gestos semelhantes para com ele.
"Incorporando a responsabilidade, a consciência vibra desperta e, pela consciência desperta, os princípios de ação e reação funcionam, exatos, dentro do próprio ser, assegurando-lhe a liberdade de escolha e impondo-lhe, mecanicamente, os resultados respectivos, tanto na esfera física quanto no mundo espiritual". (Capitulo XI, de Evolução em Dois Mundos, de André Luiz)
5/1/2010
CONSCIÊNCIA
CONSCIÊNCIA
Leda de Almeida Rezende Ebner
O Espiritismo nos ensina que para podermos fazer nosso desenvolvimento espiritual (intelectual e moral) precisamos conhecer a nós próprios.
Como trabalhar conosco, com nossos sentimentos, emoções, pensamentos, com nossa inteligência, razão, sem esse conhecimento de quem realmente somos, do que sentimos enfim, da nossa individualidade, do nosso eu interior.
Geralmente, julgamo-nos melhores do que somos, porque nos baseamos em nossas intenções. Todavia, não somos intenções e objetivos, quase sempre ficamos muito aquém deles: há uma distância imensa entre desejar, aspirar a ser e ser.
Para que nossa existência atual seja produtiva em nosso desenvolvimento interior, necessário conhecermo-nos, internamente, o mais e melhor possível, conseguirmos a consciência de quem somos.
Segundo o dicionário Caldas Aulete, consciência é “sentimento do que em nós se passa”; “o testemunho ou julgamento secreto da alma, que aprova as ações boas ou rejeita as más”.
Consciência é pois, algo que existe em nós, que nos leva a reconhecermo-nos, a perceber com clareza, o que e como sentimos, pensamos, agimos e reagimos, em nosso viver cotidiano.
Quando Allan Kardec perguntou aos Espíritos: “Onde está escrita a lei de Deus?”, eles não responderam: “Na Bíblia” e sim “Na consciência” 1 Por isso, todos os seres humanos, quando tomam consciência da sua individualidade, fazem as mesmas perguntas e encontram as respostas que seu desenvolvimento intelectual e moral indicam: “Quem somos?”, “De onde viemos?” e “Para onde vamos?”
Essa consciência, inerente ao Espírito, vai se desenvolvendo no conhecimento das leis naturais, na medida do desenvolvimento espiritual de cada um.
Quanto mais se desenvolve o homem, intelectual e moralmente, quanto mais ele se educa no conhecimento e na vivência das leis de Deus, mais essa consciência se amplia e mais ele percebe quem é, como é, o que pode ser e, quanto mais claramente, ele ouve a voz da sua consciência, mais percebe os outros, tornando-se melhor pessoa. Possui mais e melhores condições de viver melhor, de ajudar mais e melhor seu próximo e de colaborar, com mais eficiência, na melhoria da comunidade onde vive.
No reino animal, o princípio inteligente, até então, alma - grupo na expressão de Jorge Andréa 2, torna-se um indivíduo, um ser particular só que ele não sabe disso, sua consciência continua “em germe”, em potencial.
É no reino hominal, como Espírito, que inicia a consciência de si mesmo, como um indivíduo semelhante a outros. Adquire a consciência de que é alguém, de que existe e vive.
Esse despertar da consciência, leva o homem a satisfazer suas necessidades físicas, desenvolvendo então, o egocentrismo, tão necessário à sua sobrevivência e manutenção, onde ele e suas necessidades são o centro: “primeiro eu, depois o outro”.
Infelizmente, esta idéia ainda persiste hoje, entre pessoas que não perceberam que atualmente, a necessidade maior é a da solidariedade, em favor de “nós” e não do “eu”.
Todavia, a progressão espiritual se faz também, através das lutas materiais e, chega um momento, na vida de cada Espírito, na qual ele percebe, adquire a consciência da sua realidade espiritual e das suas “novas” necessidades.
Geralmente, cansado de repetir experiências reencarnatórias, guiado pelo orgulho e egoísmo, percebe a luz do amor de Deus e o quanto dela se distanciou.
Vem, então, o arrependimento, a vontade de mudar tudo, de transformar-se, de recomeçar de novo, por que tem dentro de si, gravado na sua consciência, a lei da reencarnação, que leva à evolução.
É então, que ele se dispõe a esse trabalho de regeneração, que lhe parece gigantesco, e ele o é, quando outras lutas surgem, muitas vezes mais difíceis das vividas antes, lutas internas, consigo próprio, procurando ouvir a voz de sua consciência. Todas as tarefas que empreende, a partir de então, lhe parecem plenas de dificuldades, tanto maiores quanto mais egoísmo e orgulho carrega dentro de si.
Todavia, graças ao amor e à misericórdia de Deus, que nos criou para a perfeição e felicidade, a mesma vontade que ele (o homem) usou para satisfazer seus instintos e sensações primitivos e grosseiros, é a mesma que ele agora pode e deve usar na edificação da sua regeneração, do seu autoburilamento.
Por isso, Joanna de Ângelis escreveu: “Quando alguém se volta para o Evangelho, tentando a sua auto-iluminação, sofre as constritoras amarras dos hábitos até então mantidos, assim como a injunção vigorosa que a proposta libertadora estabelece. A luta íntima que trava, faz-se mais rude, porquanto todo um sistema de acomodação deve ser mudado, gerando novos condicionamentos” 3
Difícil não é conhecer e aprender coisas novas, difícil é desaprender hábitos arraigados!
Quando a vontade de modificar-se está no homem, esta disposição propicia à consciência, condições de melhor análise de si mesmo, tornando-se cada vez mais severa à medida que suas determinações vão sendo seguidas.
Vamos dar um exemplo. Em qualquer relacionamento difícil, entre duas pessoas, geralmente, o alvo ideal a ser conquistado é a tolerância. Quando, porém, já se conseguiu esta virtude em muitas situações, estando o relacionamento mais fácil, eis que a consciência, mais desenvolvida por esse esforço lhe diz: “Tolerar só não basta. A lei de Deus é a harmonização, que leva o homem a amar o próximo”.
E “nova” luta começa, processando-se assim, lentamente e sempre o autodesenvolvimento; cada vez que se atinge determinado alvo, que antes parecia quase inatingível, outro aparece, a fim de levar o filho e herdeiro de Deus à redenção.
Mas assim, vamos lutar sempre?
Sim, viver é lutar, crescer, desenvolver-se, vencendo os desafios internos e externos, Fomos feitos para mudanças, transformações. Os bibelôs, as estátuas são feitos para ficarem estáticos, a fim de serem admirados. O homem não. Vive, progride sempre, sendo, em qualquer idade, desafiado por dificuldades e obstáculos.
Por isso, a vida é sempre bonita! Tanto no viver da criança, do jovem, como no adulto, do velho, do Espírito desencarnado, a vida é sempre dinâmica, desafiadora, compensatória e pode ser prazerosa!
E a renovação interior é um “empreendimento de alto e nobre porte, que não deve ser postergado” 3
Bibliografia:
1. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - q. 621
2. Impulsos Criativos da Evolução - Jorge Andréa - cap. 11, pág. 128
3. Fonte de Luz - Joanna de Ângelis: “Consciência e Testemunhas”
Fonte: Jornal Verdade e Luz Nº 187 – Agosto/2001
Leda de Almeida Rezende Ebner
O Espiritismo nos ensina que para podermos fazer nosso desenvolvimento espiritual (intelectual e moral) precisamos conhecer a nós próprios.
Como trabalhar conosco, com nossos sentimentos, emoções, pensamentos, com nossa inteligência, razão, sem esse conhecimento de quem realmente somos, do que sentimos enfim, da nossa individualidade, do nosso eu interior.
Geralmente, julgamo-nos melhores do que somos, porque nos baseamos em nossas intenções. Todavia, não somos intenções e objetivos, quase sempre ficamos muito aquém deles: há uma distância imensa entre desejar, aspirar a ser e ser.
Para que nossa existência atual seja produtiva em nosso desenvolvimento interior, necessário conhecermo-nos, internamente, o mais e melhor possível, conseguirmos a consciência de quem somos.
Segundo o dicionário Caldas Aulete, consciência é “sentimento do que em nós se passa”; “o testemunho ou julgamento secreto da alma, que aprova as ações boas ou rejeita as más”.
Consciência é pois, algo que existe em nós, que nos leva a reconhecermo-nos, a perceber com clareza, o que e como sentimos, pensamos, agimos e reagimos, em nosso viver cotidiano.
Quando Allan Kardec perguntou aos Espíritos: “Onde está escrita a lei de Deus?”, eles não responderam: “Na Bíblia” e sim “Na consciência” 1 Por isso, todos os seres humanos, quando tomam consciência da sua individualidade, fazem as mesmas perguntas e encontram as respostas que seu desenvolvimento intelectual e moral indicam: “Quem somos?”, “De onde viemos?” e “Para onde vamos?”
Essa consciência, inerente ao Espírito, vai se desenvolvendo no conhecimento das leis naturais, na medida do desenvolvimento espiritual de cada um.
Quanto mais se desenvolve o homem, intelectual e moralmente, quanto mais ele se educa no conhecimento e na vivência das leis de Deus, mais essa consciência se amplia e mais ele percebe quem é, como é, o que pode ser e, quanto mais claramente, ele ouve a voz da sua consciência, mais percebe os outros, tornando-se melhor pessoa. Possui mais e melhores condições de viver melhor, de ajudar mais e melhor seu próximo e de colaborar, com mais eficiência, na melhoria da comunidade onde vive.
No reino animal, o princípio inteligente, até então, alma - grupo na expressão de Jorge Andréa 2, torna-se um indivíduo, um ser particular só que ele não sabe disso, sua consciência continua “em germe”, em potencial.
É no reino hominal, como Espírito, que inicia a consciência de si mesmo, como um indivíduo semelhante a outros. Adquire a consciência de que é alguém, de que existe e vive.
Esse despertar da consciência, leva o homem a satisfazer suas necessidades físicas, desenvolvendo então, o egocentrismo, tão necessário à sua sobrevivência e manutenção, onde ele e suas necessidades são o centro: “primeiro eu, depois o outro”.
Infelizmente, esta idéia ainda persiste hoje, entre pessoas que não perceberam que atualmente, a necessidade maior é a da solidariedade, em favor de “nós” e não do “eu”.
Todavia, a progressão espiritual se faz também, através das lutas materiais e, chega um momento, na vida de cada Espírito, na qual ele percebe, adquire a consciência da sua realidade espiritual e das suas “novas” necessidades.
Geralmente, cansado de repetir experiências reencarnatórias, guiado pelo orgulho e egoísmo, percebe a luz do amor de Deus e o quanto dela se distanciou.
Vem, então, o arrependimento, a vontade de mudar tudo, de transformar-se, de recomeçar de novo, por que tem dentro de si, gravado na sua consciência, a lei da reencarnação, que leva à evolução.
É então, que ele se dispõe a esse trabalho de regeneração, que lhe parece gigantesco, e ele o é, quando outras lutas surgem, muitas vezes mais difíceis das vividas antes, lutas internas, consigo próprio, procurando ouvir a voz de sua consciência. Todas as tarefas que empreende, a partir de então, lhe parecem plenas de dificuldades, tanto maiores quanto mais egoísmo e orgulho carrega dentro de si.
Todavia, graças ao amor e à misericórdia de Deus, que nos criou para a perfeição e felicidade, a mesma vontade que ele (o homem) usou para satisfazer seus instintos e sensações primitivos e grosseiros, é a mesma que ele agora pode e deve usar na edificação da sua regeneração, do seu autoburilamento.
Por isso, Joanna de Ângelis escreveu: “Quando alguém se volta para o Evangelho, tentando a sua auto-iluminação, sofre as constritoras amarras dos hábitos até então mantidos, assim como a injunção vigorosa que a proposta libertadora estabelece. A luta íntima que trava, faz-se mais rude, porquanto todo um sistema de acomodação deve ser mudado, gerando novos condicionamentos” 3
Difícil não é conhecer e aprender coisas novas, difícil é desaprender hábitos arraigados!
Quando a vontade de modificar-se está no homem, esta disposição propicia à consciência, condições de melhor análise de si mesmo, tornando-se cada vez mais severa à medida que suas determinações vão sendo seguidas.
Vamos dar um exemplo. Em qualquer relacionamento difícil, entre duas pessoas, geralmente, o alvo ideal a ser conquistado é a tolerância. Quando, porém, já se conseguiu esta virtude em muitas situações, estando o relacionamento mais fácil, eis que a consciência, mais desenvolvida por esse esforço lhe diz: “Tolerar só não basta. A lei de Deus é a harmonização, que leva o homem a amar o próximo”.
E “nova” luta começa, processando-se assim, lentamente e sempre o autodesenvolvimento; cada vez que se atinge determinado alvo, que antes parecia quase inatingível, outro aparece, a fim de levar o filho e herdeiro de Deus à redenção.
Mas assim, vamos lutar sempre?
Sim, viver é lutar, crescer, desenvolver-se, vencendo os desafios internos e externos, Fomos feitos para mudanças, transformações. Os bibelôs, as estátuas são feitos para ficarem estáticos, a fim de serem admirados. O homem não. Vive, progride sempre, sendo, em qualquer idade, desafiado por dificuldades e obstáculos.
Por isso, a vida é sempre bonita! Tanto no viver da criança, do jovem, como no adulto, do velho, do Espírito desencarnado, a vida é sempre dinâmica, desafiadora, compensatória e pode ser prazerosa!
E a renovação interior é um “empreendimento de alto e nobre porte, que não deve ser postergado” 3
Bibliografia:
1. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - q. 621
2. Impulsos Criativos da Evolução - Jorge Andréa - cap. 11, pág. 128
3. Fonte de Luz - Joanna de Ângelis: “Consciência e Testemunhas”
Fonte: Jornal Verdade e Luz Nº 187 – Agosto/2001
Lei e Consciência
Lei e Consciência
Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Histórico. 3. Lei e Lei Natural: 3.1. Definição de Lei; 3.2. Considerações sobre a Lei: 3.2.1. Lei Física; 3.2.2. Lei Moral; 3.2.3. Lei Natural; 3.3. Conhecimento da Lei Natural; 3.4. Divisão da Lei Natural. 4. Consciência: 4.1. Definição de Consciência; 4.2. Graus da Consciência; 4.3. Consciência e Inconsciência; 4.4. A Casa Mental. 5. Bíblia, Jesus e Espiritismo: 5.1. Bíblia; 5.2. Jesus Cristo; 5.3. Espiritismo. 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é mostrar a relevância da Lei Natural em todos os nossos comportamentos: em casa, no escritório ou na sociedade. Os tópicos para o desenvolvimento do tema são: pequeno escorço histórico, análise da Lei em seus vários aspectos, a consciência (moral): o bem e o mal, o Velho e o Novo Testamento, a aplicação prática da Lei e o Espiritismo.
2. HISTÓRICO
As Leis Naturais existem desde sempre: elas são tão velhas quanto o próprio Deus. Na Antigüidade, embora os grandes filósofos não a expressassem textualmente, podemos lê-las nas entrelinhas dos seus discursos. Sócrates e Platão falavam que o homem devia agir de acordo com a sua consciência, ou seja, praticar as virtudes que nada mais é do que escolher com justiça o bem e se apartar do mal. No campo político, Platão falava de um estado ideal, em que os mais sábios deviam governar por serem os mais conhecedores dessas leis da natureza.
A defesa textual desta lei natural começa a tomar corpo, principalmente no campo político, a partir de 1500. Commins no livro The Political Philosophers faz uma síntese das obras políticas de vários autores. Entre tais pensadores, citamos:
Thomas Hobbes (1588-1679) — A República, de acordo o próprio autor, nada mais é do que a aplicação da lei natural, conhecida como lei áurea: "Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós". Em essência é o contrato celebrado por todos os participantes, em que uns delegam poderes aos outros, considerados mais sábios, a fim de poderem administrar a coisa pública. As pessoas investidas de poder devem visar não os seus interesses particulares, mas os da maioria, ou seja, da república constituída.
John Locke (1632-1704) — Sobre o Governo Civil. Começa o seu discurso reportando-se ao estado natural, em que viviam Adão e Eva. Naquela época, a Lei Natural e a Razão eram os elementos necessários para direcionar os atos de cada um. É, pois, sobre a hipótese da existência de uma lei natural, que traça o roteiro do seu livro. Significa dizer que o objetivo central do ser humano é conhecer melhor a Lei Divina, a qual o norteará no relacionamento consigo mesmo e com os demais. A função do um governo civil é por em prática essa lei, auxiliando cada membro a compreendê-la melhor.
John Stuart Mill (1806-1873) — O mais eminente do grupo de filósofos britânicos do século XIX, propôs e desenvolveu a doutrina do utilitarismo. Ele foi um reformador social, um defensor da liberdade tanto política quanto pessoal e um filósofo e lógico de considerável importância. Seu trabalho On Liberty, publicado em 1859, discute os sistemas legais e governamentais. Na introdução do seu ensaio dizia que a única liberdade que merece o nome de liberdade é aquela em que cada um procurando o seu próprio interesse não prejudica o próximo a conquistar o dele. Acha ele que as pessoas devem ser livres, mas muitas vezes acontece que os governos são constituídos de forma arbitrária. É a partir daí que discute todo o problema envolvido entre a autoridade e a liberdade.
Adam Smith (1723-1790) — A Riqueza das Nações não foi uma obra original na acepção da palavra. Na verdade é o esforço que Adam Smith empreendera para juntar num todo as teorias que os outros seus contemporâneos pinçavam aqui e ali. Queria dar uma resposta mais coerente às indagações levantadas na sua Teoria sobre os Sentimentos Morais, ou seja, como o interesse próprio pode gerar o bem-estar da sociedade. Tenta, também, partindo de uma confusão inicial visualizar o todo harmônico.
O nosso propósito é tratar mais especificamente da Lei e da consciência e não do conteúdo político social.
3. LEI E LEI NATURAL
3.1. DEFINIÇÃO DE LEI
Lei — Aurélio, no seu Dicionário, anota vários sentidos, entre os quais: norma, preceito, princípio, regra; obrigação imposta pela consciência e pela sociedade.
3.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI
3.2.1. LEI FÍSICA
Há vários fenômenos que a ciência deve buscar respostas, pois tudo gira em torno de pressupostos que emanam da mente humana. Assim, ao longo do tempo, muitas ciências apareceram para dar respostas às mais diversas indagações. Aos fenômenos físicos surgiu a física, aos astronômicos, a astronomia, aos psicológicos, a psicologia e assim por diante.
Alguns pensadores, como Hume, mostraram que essa lei surge com o COSTUME. Pergunta-se: Por que a construção da ponte de um jeito fica de pé e de outro cai?
3.2.2. LEI MORAL
Paralelamente à lei física, que cabe às ciências particulares buscar as explicações, temos as leis morais. Estas pertencem à alma e concernem às noções do bem e do mal. Cabe ao Espiritismo desvendá-las.
3.2.3. LEI NATURAL
Refere-se tanto à lei física quanto à lei moral. Ela regula todos os acontecimentos no universo. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância, embora tenham em si o elemento do progresso.
Mas como o homem faz para conhecê-la? Há dois elementos básicos: unidade e universalidade. A lei matemática em que dois mais dois são quatro existe em todo o lugar do universo. Independe de tempo e espaço.
3.3. CONHECIMENTO DA LEI NATURAL
Na pergunta 621 de O Livro dos Espíritos - Onde está escrita a lei de Deus? Os Espíritos respondem que está escrita na consciência do ser. E em seguida dizem que há necessidade de sermos lembrados porque havíamos esquecidos.
Como entender que a lei está escrita em nossa consciência? De acordo com os princípios doutrinários, codificados por Allan Kardec, fomos criados simples e ignorantes, sujeitos ao progresso. Nesse sentido, o Espírito André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, explica-nos que no reino mineral recebemos a atração; no reino vegetal a sensação; no reino animal o instinto; no reino hominal o pensamento contínuo, o livre-arbítrio e a razão. São os pródomos da lei moral, cujo objetivo é transformar os homens em "anjos", "arcanjos" e "querubins". É a potencialização das virtualidades de cada ser.
3.4. DIVISÃO DA LEI NATURAL
PILASTRA_DC — Sigla para lembrarmos das dez Leis Naturais. P da Lei do Progresso, I da Lei de Igualdade, L da Lei de Liberdade, A da Lei de Adoração, S da Lei de Sociedade, T da Lei do Trabalho, R da Lei de Reprodução, A da Lei de Justiça, Amor e Caridade, D da Lei de Destruição e C da Lei de Conservação.
Na pergunta 648 de O Livro dos Espíritos — Que pensais da divisão da lei natural em dez partes? — "Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Podes segui-la, sem que ela tenha entretanto nada de absoluto, como não o têm os demais sistemas de classificação, que dependem sempre do ponto de vista sob o qual se considera um assunto. A Lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante; é por ela que o homem pode avançar mais na vida espiritual, porque resume todas as outras".
4. CONSCIÊNCIA
4.1. DEFINIÇÃO DE CONSCIÊNCIA
Consciência - do lat. conscientia significa etimologicamente um saber testemunhado ou concomitante. Por analogia, dualidade ou multiplicidade de saberes ou de aspectos num mesmo e único ato de conhecimento.
Em sentido amplo, entende-se por "consciência" a capacidade de perceber as realidades internas e externas.
Na teologia e ética, o termo refere-se ao senso interior do certo e do errado quando de uma escolha moral. É o seu sentido moral.
Escreve A. Montalvão: "Em qualquer ato de conhecimento há sempre um indivíduo que pretende conhecer, que é o "sujeito do conhecimento", e um assunto que deve ficar conhecido, que é o "objeto do conhecimento".
O sentido de "consciência" não é o mesmo que o de "lei". A lei sempre expressa as normas gerais de conduta. A consciência, ao contrário, é a luz concreta que ilumina o homem em seu "aqui e agora" sobre o que há de bom ou de mal em uma ação. (Santos, 1965)
4.2. GRAUS DA CONSCIÊNCIA
Na psicologia clássica, distinguem-se dois modos ou graus de consciência:
Consciência espontânea - é a consciência direta, imediata, primitiva, isto é, não separada do objeto.
Consciência reflexiva (do latim reflexu + ivo = voltado para trás) - é a consciência mediata, é o retorno do espírito sobre as idéias. Ela é dirigida para as idéias.
As pessoas emotivas têm o campo da consciência mais estreito do que as não emotivas. (Santos, 1965)
4.3. CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA
Apesar de sua base etimológica precisa e clara, enquanto negação da consciência, torna-se contudo extremamente difícil definir o inconsciente. Pode-se, também, definir a inconsciência com relação ao ser: que não possui qualquer consciência (átomo); que é pouco ou nada capaz de debruçar sobre si próprio, e (relativamente) que não tem consciência de tal fato particular: "uma alma inconsciente das suas verdadeiras crenças".
Muitos são os psicólogos que negam a existência de fenômenos psicológicos inconscientes, pois alegam que, sendo a consciência própria do pensamento, o que não é consciência, deixa de ser psicológico.
Crítica - Uma análise dos fatos da vida mostra-nos, patentemente, o quanto o inconsciente penetra e intervém no que fazemos. O pianista, ao executar um trecho da música não é consciente de todos os seus movimentos; o mesmo acontece com o operário ou o artista. Mozart declara ter ouvido todo um acorde, antes de compor uma melodia — o consciente, nesse caso, estaria ligado ao trabalho de coordenação. (Santos, 1965)
4.4. A CASA MENTAL
O Espírito André Luiz, no livro No Mundo Maior, explica-nos que não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fosse um castelo de três andares:
subconsciente: 1º andar, onde situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados - hábitos e automatismos;
consciente: 2º andar, localizamos o "domínio das conquistas atuais", onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando - esforço e vontade;
superconsciente: 3º andar, temos a "casa das noções superiores", indicando as iminências que nos cumpre atingir - ideal e meta superiores. (Xavier, No Mundo Maior, 1977, p. 47)
5. BÍBLIA, JESUS E ESPIRITISMO
5.1. BÍBLIA
Na Bíblia, a consciência costuma ser designada como "coração". Ou seja, trata-se da dimensão interior do homem, em contraposição com a dimensão exterior da lei ou das realizações externas. No mito do paraíso já se revela o drama da consciência humana, através da qual se realiza a liberdade. Adão e Eva deliberam sobre a sua conduta futura. Por um lado, sentem o peso da ordem divina, mas, por outro lado, sentem a atração da fruta e o anseio da autonomia que lhes é sugerido pela serpente. E agem livremente, mesmo contra aquilo que sua consciência lhes aponta como justo.
Os profetas constituem uma consciência social viva na história de Israel. Diante da falta de desenvolvimento de consciência interior do povo, a Lei se havia tornado a expressão primeira da vontade de Deus, à qual todos tinham de se adaptar em cada situação concreta. Mas a Lei era letra morta e, além disso, exterior. Assim, com a sua palavra ardorosa e eficaz, os profetas despertam a consciência dos homens, ricos e pobres, sacerdotes e leigos, tendo em vista uma justa conduta aos olhos de Deus. (Idígoras, 1983)
5.2. JESUS CRISTO
Antes da vinda de Cristo, os fariseus procuraram realizar a santidade da Lei através de uma exatidão escrupulosa. Desprezando a voz interior da consciência, o resultado foi a desumanização da santidade e o abandono dos bens supremos do amor pelas insignificâncias mais meticulosas da antiga Lei.
Já Cristo combate a moral exterior (codificada nos preceitos), e revela o valor íntimo da consciência aberta para o olhar de Deus. É Deus quem julga as intenções ocultas. Para Cristo, a lâmpada do corpo é o olho da intenção. Se esse olho for puro, o será também todo o corpo. Mas, se a luz do homem tornar-se trevas, ele só poderá caminhar rumo à perdição Paulo, o apóstolo dos gentios, desenvolveu grandemente a doutrina sobre a consciência. A moralidade não pode estar ligada à Lei, que é exterior e não é conhecida pelos gentios. Dentro do homem está a sua consciência, que lhe serve como lei. Quer dizer, se os gentios desconhecem a Lei, mas agem de acordo com a lei, eles mesmos são a Lei. (Idígoras, 1983)
5.3. ESPIRITISMO
Lembremo-nos de que Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, nada inventou. Apenas que, com a ajuda dos Espíritos superiores, fornece-nos subsídios para melhor entender essa lei, que segundo os próprios Espíritos, está escrita em nossa consciência. É meditando sobre as questões de número 614 até 892 de O Livro dos Espíritos, que realmente alicerçaremos a nossa mente nos verdadeiros preceitos divinos sobre a nossa conduta interior e exterior. Em síntese: a Lei está no livro da natureza.
6. CONCLUSÃO
Tomar consciência da Lei Natural é o melhor caminho que devemos seguir na vida. Saber ouvir, saber falar e principalmente saber refletir, a fim de não desprezarmos os deveres da consciência impostos por nós mesmos no íntimo de nosso coração.
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
COMMINS, S. e LINSCOTT, R. N. The World’s Great Thinkers - Man and the State: the Political Philosophers. New York, EUA, Random House, 1947.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP, 1972.
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
São Paulo, setembro de 1997.
Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Histórico. 3. Lei e Lei Natural: 3.1. Definição de Lei; 3.2. Considerações sobre a Lei: 3.2.1. Lei Física; 3.2.2. Lei Moral; 3.2.3. Lei Natural; 3.3. Conhecimento da Lei Natural; 3.4. Divisão da Lei Natural. 4. Consciência: 4.1. Definição de Consciência; 4.2. Graus da Consciência; 4.3. Consciência e Inconsciência; 4.4. A Casa Mental. 5. Bíblia, Jesus e Espiritismo: 5.1. Bíblia; 5.2. Jesus Cristo; 5.3. Espiritismo. 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é mostrar a relevância da Lei Natural em todos os nossos comportamentos: em casa, no escritório ou na sociedade. Os tópicos para o desenvolvimento do tema são: pequeno escorço histórico, análise da Lei em seus vários aspectos, a consciência (moral): o bem e o mal, o Velho e o Novo Testamento, a aplicação prática da Lei e o Espiritismo.
2. HISTÓRICO
As Leis Naturais existem desde sempre: elas são tão velhas quanto o próprio Deus. Na Antigüidade, embora os grandes filósofos não a expressassem textualmente, podemos lê-las nas entrelinhas dos seus discursos. Sócrates e Platão falavam que o homem devia agir de acordo com a sua consciência, ou seja, praticar as virtudes que nada mais é do que escolher com justiça o bem e se apartar do mal. No campo político, Platão falava de um estado ideal, em que os mais sábios deviam governar por serem os mais conhecedores dessas leis da natureza.
A defesa textual desta lei natural começa a tomar corpo, principalmente no campo político, a partir de 1500. Commins no livro The Political Philosophers faz uma síntese das obras políticas de vários autores. Entre tais pensadores, citamos:
Thomas Hobbes (1588-1679) — A República, de acordo o próprio autor, nada mais é do que a aplicação da lei natural, conhecida como lei áurea: "Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós". Em essência é o contrato celebrado por todos os participantes, em que uns delegam poderes aos outros, considerados mais sábios, a fim de poderem administrar a coisa pública. As pessoas investidas de poder devem visar não os seus interesses particulares, mas os da maioria, ou seja, da república constituída.
John Locke (1632-1704) — Sobre o Governo Civil. Começa o seu discurso reportando-se ao estado natural, em que viviam Adão e Eva. Naquela época, a Lei Natural e a Razão eram os elementos necessários para direcionar os atos de cada um. É, pois, sobre a hipótese da existência de uma lei natural, que traça o roteiro do seu livro. Significa dizer que o objetivo central do ser humano é conhecer melhor a Lei Divina, a qual o norteará no relacionamento consigo mesmo e com os demais. A função do um governo civil é por em prática essa lei, auxiliando cada membro a compreendê-la melhor.
John Stuart Mill (1806-1873) — O mais eminente do grupo de filósofos britânicos do século XIX, propôs e desenvolveu a doutrina do utilitarismo. Ele foi um reformador social, um defensor da liberdade tanto política quanto pessoal e um filósofo e lógico de considerável importância. Seu trabalho On Liberty, publicado em 1859, discute os sistemas legais e governamentais. Na introdução do seu ensaio dizia que a única liberdade que merece o nome de liberdade é aquela em que cada um procurando o seu próprio interesse não prejudica o próximo a conquistar o dele. Acha ele que as pessoas devem ser livres, mas muitas vezes acontece que os governos são constituídos de forma arbitrária. É a partir daí que discute todo o problema envolvido entre a autoridade e a liberdade.
Adam Smith (1723-1790) — A Riqueza das Nações não foi uma obra original na acepção da palavra. Na verdade é o esforço que Adam Smith empreendera para juntar num todo as teorias que os outros seus contemporâneos pinçavam aqui e ali. Queria dar uma resposta mais coerente às indagações levantadas na sua Teoria sobre os Sentimentos Morais, ou seja, como o interesse próprio pode gerar o bem-estar da sociedade. Tenta, também, partindo de uma confusão inicial visualizar o todo harmônico.
O nosso propósito é tratar mais especificamente da Lei e da consciência e não do conteúdo político social.
3. LEI E LEI NATURAL
3.1. DEFINIÇÃO DE LEI
Lei — Aurélio, no seu Dicionário, anota vários sentidos, entre os quais: norma, preceito, princípio, regra; obrigação imposta pela consciência e pela sociedade.
3.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI
3.2.1. LEI FÍSICA
Há vários fenômenos que a ciência deve buscar respostas, pois tudo gira em torno de pressupostos que emanam da mente humana. Assim, ao longo do tempo, muitas ciências apareceram para dar respostas às mais diversas indagações. Aos fenômenos físicos surgiu a física, aos astronômicos, a astronomia, aos psicológicos, a psicologia e assim por diante.
Alguns pensadores, como Hume, mostraram que essa lei surge com o COSTUME. Pergunta-se: Por que a construção da ponte de um jeito fica de pé e de outro cai?
3.2.2. LEI MORAL
Paralelamente à lei física, que cabe às ciências particulares buscar as explicações, temos as leis morais. Estas pertencem à alma e concernem às noções do bem e do mal. Cabe ao Espiritismo desvendá-las.
3.2.3. LEI NATURAL
Refere-se tanto à lei física quanto à lei moral. Ela regula todos os acontecimentos no universo. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância, embora tenham em si o elemento do progresso.
Mas como o homem faz para conhecê-la? Há dois elementos básicos: unidade e universalidade. A lei matemática em que dois mais dois são quatro existe em todo o lugar do universo. Independe de tempo e espaço.
3.3. CONHECIMENTO DA LEI NATURAL
Na pergunta 621 de O Livro dos Espíritos - Onde está escrita a lei de Deus? Os Espíritos respondem que está escrita na consciência do ser. E em seguida dizem que há necessidade de sermos lembrados porque havíamos esquecidos.
Como entender que a lei está escrita em nossa consciência? De acordo com os princípios doutrinários, codificados por Allan Kardec, fomos criados simples e ignorantes, sujeitos ao progresso. Nesse sentido, o Espírito André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, explica-nos que no reino mineral recebemos a atração; no reino vegetal a sensação; no reino animal o instinto; no reino hominal o pensamento contínuo, o livre-arbítrio e a razão. São os pródomos da lei moral, cujo objetivo é transformar os homens em "anjos", "arcanjos" e "querubins". É a potencialização das virtualidades de cada ser.
3.4. DIVISÃO DA LEI NATURAL
PILASTRA_DC — Sigla para lembrarmos das dez Leis Naturais. P da Lei do Progresso, I da Lei de Igualdade, L da Lei de Liberdade, A da Lei de Adoração, S da Lei de Sociedade, T da Lei do Trabalho, R da Lei de Reprodução, A da Lei de Justiça, Amor e Caridade, D da Lei de Destruição e C da Lei de Conservação.
Na pergunta 648 de O Livro dos Espíritos — Que pensais da divisão da lei natural em dez partes? — "Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Podes segui-la, sem que ela tenha entretanto nada de absoluto, como não o têm os demais sistemas de classificação, que dependem sempre do ponto de vista sob o qual se considera um assunto. A Lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante; é por ela que o homem pode avançar mais na vida espiritual, porque resume todas as outras".
4. CONSCIÊNCIA
4.1. DEFINIÇÃO DE CONSCIÊNCIA
Consciência - do lat. conscientia significa etimologicamente um saber testemunhado ou concomitante. Por analogia, dualidade ou multiplicidade de saberes ou de aspectos num mesmo e único ato de conhecimento.
Em sentido amplo, entende-se por "consciência" a capacidade de perceber as realidades internas e externas.
Na teologia e ética, o termo refere-se ao senso interior do certo e do errado quando de uma escolha moral. É o seu sentido moral.
Escreve A. Montalvão: "Em qualquer ato de conhecimento há sempre um indivíduo que pretende conhecer, que é o "sujeito do conhecimento", e um assunto que deve ficar conhecido, que é o "objeto do conhecimento".
O sentido de "consciência" não é o mesmo que o de "lei". A lei sempre expressa as normas gerais de conduta. A consciência, ao contrário, é a luz concreta que ilumina o homem em seu "aqui e agora" sobre o que há de bom ou de mal em uma ação. (Santos, 1965)
4.2. GRAUS DA CONSCIÊNCIA
Na psicologia clássica, distinguem-se dois modos ou graus de consciência:
Consciência espontânea - é a consciência direta, imediata, primitiva, isto é, não separada do objeto.
Consciência reflexiva (do latim reflexu + ivo = voltado para trás) - é a consciência mediata, é o retorno do espírito sobre as idéias. Ela é dirigida para as idéias.
As pessoas emotivas têm o campo da consciência mais estreito do que as não emotivas. (Santos, 1965)
4.3. CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA
Apesar de sua base etimológica precisa e clara, enquanto negação da consciência, torna-se contudo extremamente difícil definir o inconsciente. Pode-se, também, definir a inconsciência com relação ao ser: que não possui qualquer consciência (átomo); que é pouco ou nada capaz de debruçar sobre si próprio, e (relativamente) que não tem consciência de tal fato particular: "uma alma inconsciente das suas verdadeiras crenças".
Muitos são os psicólogos que negam a existência de fenômenos psicológicos inconscientes, pois alegam que, sendo a consciência própria do pensamento, o que não é consciência, deixa de ser psicológico.
Crítica - Uma análise dos fatos da vida mostra-nos, patentemente, o quanto o inconsciente penetra e intervém no que fazemos. O pianista, ao executar um trecho da música não é consciente de todos os seus movimentos; o mesmo acontece com o operário ou o artista. Mozart declara ter ouvido todo um acorde, antes de compor uma melodia — o consciente, nesse caso, estaria ligado ao trabalho de coordenação. (Santos, 1965)
4.4. A CASA MENTAL
O Espírito André Luiz, no livro No Mundo Maior, explica-nos que não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fosse um castelo de três andares:
subconsciente: 1º andar, onde situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados - hábitos e automatismos;
consciente: 2º andar, localizamos o "domínio das conquistas atuais", onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando - esforço e vontade;
superconsciente: 3º andar, temos a "casa das noções superiores", indicando as iminências que nos cumpre atingir - ideal e meta superiores. (Xavier, No Mundo Maior, 1977, p. 47)
5. BÍBLIA, JESUS E ESPIRITISMO
5.1. BÍBLIA
Na Bíblia, a consciência costuma ser designada como "coração". Ou seja, trata-se da dimensão interior do homem, em contraposição com a dimensão exterior da lei ou das realizações externas. No mito do paraíso já se revela o drama da consciência humana, através da qual se realiza a liberdade. Adão e Eva deliberam sobre a sua conduta futura. Por um lado, sentem o peso da ordem divina, mas, por outro lado, sentem a atração da fruta e o anseio da autonomia que lhes é sugerido pela serpente. E agem livremente, mesmo contra aquilo que sua consciência lhes aponta como justo.
Os profetas constituem uma consciência social viva na história de Israel. Diante da falta de desenvolvimento de consciência interior do povo, a Lei se havia tornado a expressão primeira da vontade de Deus, à qual todos tinham de se adaptar em cada situação concreta. Mas a Lei era letra morta e, além disso, exterior. Assim, com a sua palavra ardorosa e eficaz, os profetas despertam a consciência dos homens, ricos e pobres, sacerdotes e leigos, tendo em vista uma justa conduta aos olhos de Deus. (Idígoras, 1983)
5.2. JESUS CRISTO
Antes da vinda de Cristo, os fariseus procuraram realizar a santidade da Lei através de uma exatidão escrupulosa. Desprezando a voz interior da consciência, o resultado foi a desumanização da santidade e o abandono dos bens supremos do amor pelas insignificâncias mais meticulosas da antiga Lei.
Já Cristo combate a moral exterior (codificada nos preceitos), e revela o valor íntimo da consciência aberta para o olhar de Deus. É Deus quem julga as intenções ocultas. Para Cristo, a lâmpada do corpo é o olho da intenção. Se esse olho for puro, o será também todo o corpo. Mas, se a luz do homem tornar-se trevas, ele só poderá caminhar rumo à perdição Paulo, o apóstolo dos gentios, desenvolveu grandemente a doutrina sobre a consciência. A moralidade não pode estar ligada à Lei, que é exterior e não é conhecida pelos gentios. Dentro do homem está a sua consciência, que lhe serve como lei. Quer dizer, se os gentios desconhecem a Lei, mas agem de acordo com a lei, eles mesmos são a Lei. (Idígoras, 1983)
5.3. ESPIRITISMO
Lembremo-nos de que Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, nada inventou. Apenas que, com a ajuda dos Espíritos superiores, fornece-nos subsídios para melhor entender essa lei, que segundo os próprios Espíritos, está escrita em nossa consciência. É meditando sobre as questões de número 614 até 892 de O Livro dos Espíritos, que realmente alicerçaremos a nossa mente nos verdadeiros preceitos divinos sobre a nossa conduta interior e exterior. Em síntese: a Lei está no livro da natureza.
6. CONCLUSÃO
Tomar consciência da Lei Natural é o melhor caminho que devemos seguir na vida. Saber ouvir, saber falar e principalmente saber refletir, a fim de não desprezarmos os deveres da consciência impostos por nós mesmos no íntimo de nosso coração.
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
COMMINS, S. e LINSCOTT, R. N. The World’s Great Thinkers - Man and the State: the Political Philosophers. New York, EUA, Random House, 1947.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP, 1972.
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
São Paulo, setembro de 1997.
Aquisição da Consciência
Aquisição da Consciência
O momento da conscientização isto é, o instante a partir do qual consegues discernir com acerto, usando como parâmetro o equilíbrio, alcanças o ponto elevado na condição de ser humano.
Efeito natural do processo evolutivo, essa conquista te permitirá avaliar fatores profundos como o bem e o mal, o certo e o errado, e o dever e a irresponsabilidade, a honra e o desar, o nobre e o vulgar, o lícito e o irregular, a liberdade e a libertinagem.
Trabalhando dados não palpáveis, saberás selecionar os fenômenos existenciais e as ocorrências, tornando tuas diretrizes de segurança aquelas que proporcionam bem-estar, harmonia, progresso moral, tranqüilidade.
Essa consciência não é de natureza intelectual, atividade dos mecanismos cerebrais. É a força que os propele, porque nascida nas experiências evolutivas, a exteriorizar-se em forma de ações.
Encontramo-la em pessoas incultas intelectualmente, e ausente em outras, portadoras de conhecimentos acadêmicos.
Se analisarmos a conduta de uma especialista em problemas respiratórios, que conhece intelectualmente os danos provocados pelo tabagismo, pelo alcoolismo e por outras drogas adictivas, e que, apesar disso, usa, ele próprio, qualquer um desses flagelos, eis que ainda não logrou a conquista da consciência. Os seus dados culturais são frágeis de tal forma, que não dispões de valor para fomentar uma conduta saudável.
Por extensão, a pessoa que se permite o crime do aborto, sob falsos argumentos legais ou de direitos que se faculta, assim como todos aqueles que o estimulam ou o executam, incidem na mesma ausência de consciência, comportando-se sob a ação do instinto e, às vezes, da astúcia, da acomodação, mascarados de inteligência.
Outros indivíduos, não obstante sem conhecimento intelectual, possuem lucidez para agir diante dos desafios da existência, elegendo o comportamento não agressivo e digno, mesmo que a contributo de sacrifício.
A consciência pode ser treinada mediante o exercício dos valores morais elevados, que objetivam o bem do próximo, por conseqüência, e próprio bem.
O esforço para adquirir hábitos saudáveis conduz à conscientização dos deveres e às responsabilidades pertinentes à vida.
Herdeiro de si mesmo, das experiências transatas, o ser evolui por etapas, adquirindo novos recursos, corrigindo erros anteriores, somando conquistas.
Jamais retrocede nesse processo, mesmo quando, aparentemente, reencarna dentro das paredes de enfermidade limitadora, que bloqueiam o corpo, a mente ou a emoção, gerando tormentos.
Os logros evolutivos permanecem adormecidos para futuros cometimentos, quando assomarão, lúcidos.
A aquisição da consciência é desafio da vida é o autoconhecimento, que merece exame, consideração e trabalho.
A tua existência terrena pode ser considerada uma empresa que deves dirigir de forma segura, a mais cuidadosa possível.
Terás que trabalhar dados concretos e outros mais abstratos, na área da programação de atividades, e fim de conseguires êxito. Todo emprenho e devotamento se transformarão em mecanismos de lucro, a que sempre poderás recorrer durante as situações difíceis.
Algumas breves regras ajudar-te-ão no desempenho do empreendimento, tais:
. administra os teus conflitos. O conflito psicológico é inerente à natureza humana e todos o sofrem;
. evita eleger homens-modelos para seguires. eles também são vulneráveis às injunções que experimentas, e, às vezes, comprometem-se, o que, de maneira alguma deve constituir desestímulo;
. concede-te maior dose de confiança nos teus valores, honrando-te com o esforço para melhorar sempre e sem desânimo. Se erras, repete a ação, e se acertas, segue adiante;
. não te evadas ao enfrentamento de problemas usando expedientes falsos, comprometedores, que te surpreenderão mais tarde com dependências infelizes;
. reage à depressão, trabalhando sem autopiedade nem acomodação preguiçosa;
. tem em mente que os teus não são os piores problemas, eles pesam o volume que lhes emprestas;
. libera-te da queixa pessimista e medita mais nas fórmulas para perseverar e produzir;
. nunca cedas espaço à hora vazia, que se preenche de tédio, mal-estar ou perturbação;
. o que faças, faze-o bem, com dedicação;
. lembra-te que és humano e o processo de conscientização é lento, que adquirirás segurança e lucidez através da ação contínua.
Interessado em decifrar os enigmas do comportamento humano, Allan Kardec indagou aos Benfeitores e Guias da Humanidade, conforme se lê em O Livro dos Espíritos, na questão número 621:
- Onde está escrita a lei de Deus?
- Na consciência. - Responderam com sabedoria.
A consciência é o estágio elevado que deves adquirir, a fim de seguires no rumo da angelitude.
Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco
O momento da conscientização isto é, o instante a partir do qual consegues discernir com acerto, usando como parâmetro o equilíbrio, alcanças o ponto elevado na condição de ser humano.
Efeito natural do processo evolutivo, essa conquista te permitirá avaliar fatores profundos como o bem e o mal, o certo e o errado, e o dever e a irresponsabilidade, a honra e o desar, o nobre e o vulgar, o lícito e o irregular, a liberdade e a libertinagem.
Trabalhando dados não palpáveis, saberás selecionar os fenômenos existenciais e as ocorrências, tornando tuas diretrizes de segurança aquelas que proporcionam bem-estar, harmonia, progresso moral, tranqüilidade.
Essa consciência não é de natureza intelectual, atividade dos mecanismos cerebrais. É a força que os propele, porque nascida nas experiências evolutivas, a exteriorizar-se em forma de ações.
Encontramo-la em pessoas incultas intelectualmente, e ausente em outras, portadoras de conhecimentos acadêmicos.
Se analisarmos a conduta de uma especialista em problemas respiratórios, que conhece intelectualmente os danos provocados pelo tabagismo, pelo alcoolismo e por outras drogas adictivas, e que, apesar disso, usa, ele próprio, qualquer um desses flagelos, eis que ainda não logrou a conquista da consciência. Os seus dados culturais são frágeis de tal forma, que não dispões de valor para fomentar uma conduta saudável.
Por extensão, a pessoa que se permite o crime do aborto, sob falsos argumentos legais ou de direitos que se faculta, assim como todos aqueles que o estimulam ou o executam, incidem na mesma ausência de consciência, comportando-se sob a ação do instinto e, às vezes, da astúcia, da acomodação, mascarados de inteligência.
Outros indivíduos, não obstante sem conhecimento intelectual, possuem lucidez para agir diante dos desafios da existência, elegendo o comportamento não agressivo e digno, mesmo que a contributo de sacrifício.
A consciência pode ser treinada mediante o exercício dos valores morais elevados, que objetivam o bem do próximo, por conseqüência, e próprio bem.
O esforço para adquirir hábitos saudáveis conduz à conscientização dos deveres e às responsabilidades pertinentes à vida.
Herdeiro de si mesmo, das experiências transatas, o ser evolui por etapas, adquirindo novos recursos, corrigindo erros anteriores, somando conquistas.
Jamais retrocede nesse processo, mesmo quando, aparentemente, reencarna dentro das paredes de enfermidade limitadora, que bloqueiam o corpo, a mente ou a emoção, gerando tormentos.
Os logros evolutivos permanecem adormecidos para futuros cometimentos, quando assomarão, lúcidos.
A aquisição da consciência é desafio da vida é o autoconhecimento, que merece exame, consideração e trabalho.
A tua existência terrena pode ser considerada uma empresa que deves dirigir de forma segura, a mais cuidadosa possível.
Terás que trabalhar dados concretos e outros mais abstratos, na área da programação de atividades, e fim de conseguires êxito. Todo emprenho e devotamento se transformarão em mecanismos de lucro, a que sempre poderás recorrer durante as situações difíceis.
Algumas breves regras ajudar-te-ão no desempenho do empreendimento, tais:
. administra os teus conflitos. O conflito psicológico é inerente à natureza humana e todos o sofrem;
. evita eleger homens-modelos para seguires. eles também são vulneráveis às injunções que experimentas, e, às vezes, comprometem-se, o que, de maneira alguma deve constituir desestímulo;
. concede-te maior dose de confiança nos teus valores, honrando-te com o esforço para melhorar sempre e sem desânimo. Se erras, repete a ação, e se acertas, segue adiante;
. não te evadas ao enfrentamento de problemas usando expedientes falsos, comprometedores, que te surpreenderão mais tarde com dependências infelizes;
. reage à depressão, trabalhando sem autopiedade nem acomodação preguiçosa;
. tem em mente que os teus não são os piores problemas, eles pesam o volume que lhes emprestas;
. libera-te da queixa pessimista e medita mais nas fórmulas para perseverar e produzir;
. nunca cedas espaço à hora vazia, que se preenche de tédio, mal-estar ou perturbação;
. o que faças, faze-o bem, com dedicação;
. lembra-te que és humano e o processo de conscientização é lento, que adquirirás segurança e lucidez através da ação contínua.
Interessado em decifrar os enigmas do comportamento humano, Allan Kardec indagou aos Benfeitores e Guias da Humanidade, conforme se lê em O Livro dos Espíritos, na questão número 621:
- Onde está escrita a lei de Deus?
- Na consciência. - Responderam com sabedoria.
A consciência é o estágio elevado que deves adquirir, a fim de seguires no rumo da angelitude.
Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco
Ser consciente
Ser consciente
Um caminho para a auto-realização do Si
Por - Joilson José Gonçalves Mendes
Heráclito, filósofo grego que viveu em 540 a.C. disse:
“Os homens são tão desatentos e descuidados, em seus momentos de vigília, com o que se passa à volta deles quanto o são durante o sono. Tolos, embora ouçam são como surdos; a eles aplica-se o adágio de que, mesmo quando presentes, eles estão ausentes. A pessoa não deve agir ou falar como se estivesse dormindo. Os que estão acordados têm um mundo em comum; os que dormem têm cada um o seu mundo particular. O que quer que vejamos quando acordados é morte, quando dormimos, são sonhos”.
Para compreendermos o pensamento do filósofo faz-se necessário entendermos dois conceitos. 1) Consciência – que segundo o dicionário Michaelis significa a capacidade que o homem tem de conhecer valores e mandamentos morais e aplicá-los em diferentes situações. Para Osho, a consciência “é pura, é sempre pura. É virgem; sua virgindade não pode ser violada”. Jung, psiquiátrico austríaco definiu como “a relação dos conteúdos psíquicos com o ego, na medida em que essa relação é percebida como tal pelo ego”. Por sua vez o físico indiano Amit Goswami afirma que “consciência é a base do ser; é a primeira e única, o absoluto”. Encontramos, ainda, em o Livro dos Espíritos, na questão 835 a seguinte resposta: “A consciência é um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos”. 2) Consciente – do dicionário Michaelis - Que sabe o que faz. Estado da mente, em vigília. Osho – “O homem de consciência, de entendimento, age. O homem que está desatento, inconsciente, mecânico como um robô, reage”. Joana de Angelis (espírito), no livro O Ser Consciente, ensina que “Ser consciente significa estar desperto, responsável, não-arrogante, não-submisso, livre de algemas, liberado do passado e do futuro”.
Com estes dois conceitos em mente e voltando ao pensamento de Heráclito, somos conduzidos a pensar que o ser humano vive em um estado de “dormência” que nossos atos são, na maioria das vezes, mecânicos e que agimos pelos nossos instintos, sem nos conscientizarmos do que acontece ao nosso redor. Isto acontece devido ao fato de ainda sermos seres imperfeitos em estado de evolução e nos identificarmos mais com as coisas do Ego do que com o Ser. Joana de Angelis ensina que também é decorrente de passarmos um longo período nos estágios primários da evolução, afirma, ainda, que a Consciência Cósmica, em nós, está adormecida aguardando o desenvolvimento e um contínuo despertar. O que mais uma vez nos leva a reflexão de vivermos em um estado de sonolência, que precisa ser despertado.
A referência feita a este estado em que vivemos é muito antiga e encontramos em várias passagens das antigas escrituras: “Digo isto, porque sabeis o tempo, que já é hora de vos despertardes do sono...” (Paulo-Romanos 13:11) - “Desperta, tu que dormes, e levanta-te entre os mortos”. (Paulo-Efésios 5:14) - “Tenho por justo, enquanto estou neste tabernáculo, despertar-vos com recordações...” (II Pedro 1:13) – Ainda, Joana de Angelis, em Vida Desafios e Soluções, também adverte-nos quanto ao estado de sono, seja o sono fisiológico, o sono moral ou o sono intelectual.
Agora começamos a compreender melhor a advertência às consciências adormecidas. Quanto ao sono fisiológico, quantas pessoas conhecemos que perdem horas, tempo precioso que poderia ser aplicado em favor do próximo, porque gostam de ficar dormindo, são pessoas que se deixar permanecem em um período de hibernação tal qual os ursos polares. É sabido que necessitamos em média, de 6 a 8 horas de sono para um refazimento completo das energias físicas. Outras poucas pessoas precisam de um descanso maior de 9 a 10 horas de sono, contudo devemos lutar contra esta natureza animalizada e avançarmos em favor de nossa evolução espiritual.
Quanto ao sono moral basta olharmos ao nosso redor, observarmos nossa sociedade em que, os valores morais são negligenciados desde os mais altos escalões governamentais, em que a corrupção não é vista e nem tratada com a rigidez necessária, até dentro de nossos lares, onde pais, com sentimentos de culpa por não passarem o tempo que gostariam com seus filhos, devido a fatores diversos, deixam que estes façam o que bem entendem sem ensinar-lhes valores tais como honestidade, verdade, lealdade, fé dentre outros. Vemos programas televisivos mostrando situações em que, muitas vezes, o vilão acaba em melhores condições do que as pessoas de boa índole, mostrando uma completa inversão de valores, estas são pequenas demonstrações deste estado de sono moral.
No que diz respeito ao sono intelectual observa-se que muitas pessoas não se preocupam em buscar uma melhor condição de vida por não sentir vontade de estudar, de ir ao encontro do conhecimento, seja ele em qualquer área. Ajuda-te e o céu te ajudará ensinou Jesus, mas infelizmente muitas pessoas acreditam que as coisas acontecem como que por encanto, o estado letárgico em que se encontram é tão grande que não percebem a condição em que se vive.
As consequências de vivermos nesta letargia são inúmeras e imprevisíveis, uma vez que vivemos longe da verdadeira realidade, dispersos, sem nos darmos conta das ocorrências dos fatos a nossa volta, acumulamos conflitos interiores e deixamos que os instintos passam a governar nossa vida. Carl Gustav Jung citado por Joana de Angelis no livro O homem integral – diz que “a existência só é real quando é consciente para alguém” (...) “a tarefa do homem é (...) conscientizar-se dos conteúdos que pressionam para cima, vindos do inconsciente”. Por sua vez, Osho ensinava que “A menos que os olhos interiores se abram – a menos que seu interior fique cheio de luz, a menos que você consiga ver a si mesmo, quem você é – não pense que está acordado”.
Contudo existem maneiras de sairmos deste estado de consciência de sono e passarmos a viver em um estado desperto. Cabe a cada um se esforçar para despertar a consciência, lutar contra seus instintos e viver focado no momento presente, permanecer plenamente ciente das coisas que acontecem ao seu redor, estar presente.
Quando estamos conscientes, despertos nossas conquistas passam a ser interiores, experienciamos uma calma interior muito grande e passamos a agir na vida como seres livres que somos, sem medos, preconceitos, sem tédios. Passa a ampliar o seu campo de comunicação com todos os seres, sem depressões nem irritações com aqueles que ainda encontram-se dormindo, pois você passa a conhecer a verdade.
Neste sentido, tanto Joana de Angelis quanto os mestres orientais são unânimes em afirmar que a prática da meditação é recurso precioso para mergulharmos em nosso interior e alcançarmos as estruturas mais profundas de nossa personalidade, remexendo arquivos arcaicos que ficaram por centenas de anos em nosso inconsciente profundo e liberarmos os conflitos que tanto nos atrapalham em nossa evolução, devolvendo o equilíbrio de que necessitamos. Segundo Joana, “A meditação, a busca interna, nessa fase, são relevantes e cientificamente basilares para o processo de crescimento, de discernimento, de lucidez.” Hoje em dia a ciência está comprovando o que os grandes mestres orientais já sabiam pela experiência direta, que a prática meditativa influência positivamente em nosso corpo fisco e nossa psique.
Segundo Osho, “O primeiro passo para ficar consciente é sempre prestar atenção ao próprio corpo. (...) Então você começa a se dar conta dos seus pensamentos. (...) O terceiro passo; ou seja, tomar consciência dos sentimentos, das emoções e dos estados de ânimo. O quarto e último passo é ficar consciente da própria consciência.”
“A única coisa que é preciso aprender é a atenção plena. Fique atento! Atente para cada gesto que faz. Atente para todo pensamento que lhe cruze a mente. Atente para cada desejo que tome conta de você. Fique atento até aos menores gestos – enquanto anda, fala, come ou toma banho. Não pare de observar tudo. Faça com que qualquer coisa seja uma oportunidade para observar”.
“Tudo quanto faz, realiza-o de forma consciente, desde o ato de coçar-se...”. (J.A - O Ser Consciente)
No item 63 do livro Consciência e Mediunidade – Projeto Manoel Philomeno de Miranda, encontramos a seguinte pergunta: A ação decorrente da meditação pode despertar, no homem, a solidariedade ativa? E a resposta:
“O homem, que se autodescobre, faz-se indulgente e as suas se tornam ações de benevolência, beneficência, amor. O seu espaço íntimo se expande e alcança o próximo, que alberga na área do seu interesse, modificando para melhor a convivência e a estrutura psicológica do seu grupo social. [...]
Em O homem integral, Joana ensina que “Uma das diferenças entre quem medita e aquele que não o faz, é a atitude mental mediante a qual cada um enfrenta os problemas. Os primeiros agem com paciência ante a dificuldade, e o segundo reage com desesperação.”
Meditar, portanto, não significa permanecer horas sem nada realizar, você pode escolher um período curto do dia e dedicar à prática meditativa, basta sentar-se com a coluna reta, acalmar a respiração e prestar atenção aos pensamentos, sem julgá-los, apenas observe-os como nuvens que passam no céu.
“Sempre desperto, Jesus é o exemplo máximo da conquista do Si”. (J.A Vida Desafios e Soluções)
REFERÊNCIAS
- Consciência – A chave para viver em equilíbrio - Osho
- A Janela Visionária – Um guia para a iluminação por um físico quântico – Dr Amit Goswami
- O livro dos espíritos – Allan Kardec
- Consciência e Mediunidade – Projeto Manoel Philomeno de Miranda
- Vida: Desafios e Soluções – Joana de Angelis
- O homem integral – Joana de Angelis
Um caminho para a auto-realização do Si
Por - Joilson José Gonçalves Mendes
Heráclito, filósofo grego que viveu em 540 a.C. disse:
“Os homens são tão desatentos e descuidados, em seus momentos de vigília, com o que se passa à volta deles quanto o são durante o sono. Tolos, embora ouçam são como surdos; a eles aplica-se o adágio de que, mesmo quando presentes, eles estão ausentes. A pessoa não deve agir ou falar como se estivesse dormindo. Os que estão acordados têm um mundo em comum; os que dormem têm cada um o seu mundo particular. O que quer que vejamos quando acordados é morte, quando dormimos, são sonhos”.
Para compreendermos o pensamento do filósofo faz-se necessário entendermos dois conceitos. 1) Consciência – que segundo o dicionário Michaelis significa a capacidade que o homem tem de conhecer valores e mandamentos morais e aplicá-los em diferentes situações. Para Osho, a consciência “é pura, é sempre pura. É virgem; sua virgindade não pode ser violada”. Jung, psiquiátrico austríaco definiu como “a relação dos conteúdos psíquicos com o ego, na medida em que essa relação é percebida como tal pelo ego”. Por sua vez o físico indiano Amit Goswami afirma que “consciência é a base do ser; é a primeira e única, o absoluto”. Encontramos, ainda, em o Livro dos Espíritos, na questão 835 a seguinte resposta: “A consciência é um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos”. 2) Consciente – do dicionário Michaelis - Que sabe o que faz. Estado da mente, em vigília. Osho – “O homem de consciência, de entendimento, age. O homem que está desatento, inconsciente, mecânico como um robô, reage”. Joana de Angelis (espírito), no livro O Ser Consciente, ensina que “Ser consciente significa estar desperto, responsável, não-arrogante, não-submisso, livre de algemas, liberado do passado e do futuro”.
Com estes dois conceitos em mente e voltando ao pensamento de Heráclito, somos conduzidos a pensar que o ser humano vive em um estado de “dormência” que nossos atos são, na maioria das vezes, mecânicos e que agimos pelos nossos instintos, sem nos conscientizarmos do que acontece ao nosso redor. Isto acontece devido ao fato de ainda sermos seres imperfeitos em estado de evolução e nos identificarmos mais com as coisas do Ego do que com o Ser. Joana de Angelis ensina que também é decorrente de passarmos um longo período nos estágios primários da evolução, afirma, ainda, que a Consciência Cósmica, em nós, está adormecida aguardando o desenvolvimento e um contínuo despertar. O que mais uma vez nos leva a reflexão de vivermos em um estado de sonolência, que precisa ser despertado.
A referência feita a este estado em que vivemos é muito antiga e encontramos em várias passagens das antigas escrituras: “Digo isto, porque sabeis o tempo, que já é hora de vos despertardes do sono...” (Paulo-Romanos 13:11) - “Desperta, tu que dormes, e levanta-te entre os mortos”. (Paulo-Efésios 5:14) - “Tenho por justo, enquanto estou neste tabernáculo, despertar-vos com recordações...” (II Pedro 1:13) – Ainda, Joana de Angelis, em Vida Desafios e Soluções, também adverte-nos quanto ao estado de sono, seja o sono fisiológico, o sono moral ou o sono intelectual.
Agora começamos a compreender melhor a advertência às consciências adormecidas. Quanto ao sono fisiológico, quantas pessoas conhecemos que perdem horas, tempo precioso que poderia ser aplicado em favor do próximo, porque gostam de ficar dormindo, são pessoas que se deixar permanecem em um período de hibernação tal qual os ursos polares. É sabido que necessitamos em média, de 6 a 8 horas de sono para um refazimento completo das energias físicas. Outras poucas pessoas precisam de um descanso maior de 9 a 10 horas de sono, contudo devemos lutar contra esta natureza animalizada e avançarmos em favor de nossa evolução espiritual.
Quanto ao sono moral basta olharmos ao nosso redor, observarmos nossa sociedade em que, os valores morais são negligenciados desde os mais altos escalões governamentais, em que a corrupção não é vista e nem tratada com a rigidez necessária, até dentro de nossos lares, onde pais, com sentimentos de culpa por não passarem o tempo que gostariam com seus filhos, devido a fatores diversos, deixam que estes façam o que bem entendem sem ensinar-lhes valores tais como honestidade, verdade, lealdade, fé dentre outros. Vemos programas televisivos mostrando situações em que, muitas vezes, o vilão acaba em melhores condições do que as pessoas de boa índole, mostrando uma completa inversão de valores, estas são pequenas demonstrações deste estado de sono moral.
No que diz respeito ao sono intelectual observa-se que muitas pessoas não se preocupam em buscar uma melhor condição de vida por não sentir vontade de estudar, de ir ao encontro do conhecimento, seja ele em qualquer área. Ajuda-te e o céu te ajudará ensinou Jesus, mas infelizmente muitas pessoas acreditam que as coisas acontecem como que por encanto, o estado letárgico em que se encontram é tão grande que não percebem a condição em que se vive.
As consequências de vivermos nesta letargia são inúmeras e imprevisíveis, uma vez que vivemos longe da verdadeira realidade, dispersos, sem nos darmos conta das ocorrências dos fatos a nossa volta, acumulamos conflitos interiores e deixamos que os instintos passam a governar nossa vida. Carl Gustav Jung citado por Joana de Angelis no livro O homem integral – diz que “a existência só é real quando é consciente para alguém” (...) “a tarefa do homem é (...) conscientizar-se dos conteúdos que pressionam para cima, vindos do inconsciente”. Por sua vez, Osho ensinava que “A menos que os olhos interiores se abram – a menos que seu interior fique cheio de luz, a menos que você consiga ver a si mesmo, quem você é – não pense que está acordado”.
Contudo existem maneiras de sairmos deste estado de consciência de sono e passarmos a viver em um estado desperto. Cabe a cada um se esforçar para despertar a consciência, lutar contra seus instintos e viver focado no momento presente, permanecer plenamente ciente das coisas que acontecem ao seu redor, estar presente.
Quando estamos conscientes, despertos nossas conquistas passam a ser interiores, experienciamos uma calma interior muito grande e passamos a agir na vida como seres livres que somos, sem medos, preconceitos, sem tédios. Passa a ampliar o seu campo de comunicação com todos os seres, sem depressões nem irritações com aqueles que ainda encontram-se dormindo, pois você passa a conhecer a verdade.
Neste sentido, tanto Joana de Angelis quanto os mestres orientais são unânimes em afirmar que a prática da meditação é recurso precioso para mergulharmos em nosso interior e alcançarmos as estruturas mais profundas de nossa personalidade, remexendo arquivos arcaicos que ficaram por centenas de anos em nosso inconsciente profundo e liberarmos os conflitos que tanto nos atrapalham em nossa evolução, devolvendo o equilíbrio de que necessitamos. Segundo Joana, “A meditação, a busca interna, nessa fase, são relevantes e cientificamente basilares para o processo de crescimento, de discernimento, de lucidez.” Hoje em dia a ciência está comprovando o que os grandes mestres orientais já sabiam pela experiência direta, que a prática meditativa influência positivamente em nosso corpo fisco e nossa psique.
Segundo Osho, “O primeiro passo para ficar consciente é sempre prestar atenção ao próprio corpo. (...) Então você começa a se dar conta dos seus pensamentos. (...) O terceiro passo; ou seja, tomar consciência dos sentimentos, das emoções e dos estados de ânimo. O quarto e último passo é ficar consciente da própria consciência.”
“A única coisa que é preciso aprender é a atenção plena. Fique atento! Atente para cada gesto que faz. Atente para todo pensamento que lhe cruze a mente. Atente para cada desejo que tome conta de você. Fique atento até aos menores gestos – enquanto anda, fala, come ou toma banho. Não pare de observar tudo. Faça com que qualquer coisa seja uma oportunidade para observar”.
“Tudo quanto faz, realiza-o de forma consciente, desde o ato de coçar-se...”. (J.A - O Ser Consciente)
No item 63 do livro Consciência e Mediunidade – Projeto Manoel Philomeno de Miranda, encontramos a seguinte pergunta: A ação decorrente da meditação pode despertar, no homem, a solidariedade ativa? E a resposta:
“O homem, que se autodescobre, faz-se indulgente e as suas se tornam ações de benevolência, beneficência, amor. O seu espaço íntimo se expande e alcança o próximo, que alberga na área do seu interesse, modificando para melhor a convivência e a estrutura psicológica do seu grupo social. [...]
Em O homem integral, Joana ensina que “Uma das diferenças entre quem medita e aquele que não o faz, é a atitude mental mediante a qual cada um enfrenta os problemas. Os primeiros agem com paciência ante a dificuldade, e o segundo reage com desesperação.”
Meditar, portanto, não significa permanecer horas sem nada realizar, você pode escolher um período curto do dia e dedicar à prática meditativa, basta sentar-se com a coluna reta, acalmar a respiração e prestar atenção aos pensamentos, sem julgá-los, apenas observe-os como nuvens que passam no céu.
“Sempre desperto, Jesus é o exemplo máximo da conquista do Si”. (J.A Vida Desafios e Soluções)
REFERÊNCIAS
- Consciência – A chave para viver em equilíbrio - Osho
- A Janela Visionária – Um guia para a iluminação por um físico quântico – Dr Amit Goswami
- O livro dos espíritos – Allan Kardec
- Consciência e Mediunidade – Projeto Manoel Philomeno de Miranda
- Vida: Desafios e Soluções – Joana de Angelis
- O homem integral – Joana de Angelis
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